A verdade sobre as fronteiras de 1967.

A verdade sobre as fronteiras de 1967.

Um conto de duas cidades: Istambul versus Jerusalém

Burak BEKD?L

Recentemente, tem havido muitas conversações sobre um retorno às fronteiras árabes e israelenses de 1967, incluindo uma nota fluida dita pelo presidente Barack Obama. A primeira parte desta mini-série vai visitar Jerusalém em 1967, e retornar para Istambul em 2011. Em primeiro lugar uma anatomia cronológica dos eventos que conduziram para a Guerra dos Seis Dias em 1967, e como a guerra foi travada:

Gamal Abdel Nasser, o carismático líder do Egito era o queridinho dos árabes. Ele sonhava com uma nação pan-árabe, mas, ele pensava, o principal obstáculo no meu caminho é Israel. Nasser morreu de ataque cardíaco três anos após a Guerra dos Seis Dias. Seus amigos disseram que ele morreu com um coração ferido.

- O não tão carismático primeiro-ministro de Israel, Levi Eshkol, não era queridinho de ninguém, especialmente durante a crise diplomática que levou à guerra de 1967. Muitos israelenses duvidavam da sua capacidade de administrar um país que estava caminhando para a guerra com múltiplas frentes. Ele também tinha um sonho, e que não era o pan-israelismo, nem a conquista de Jerusalém. Ele sonhava com a paz. E ele, também morreu com o coração ferido, de acordo com sua esposa.

- Na primavera de 1967 a Síria abrigava e treinava militantes palestinos, que declararam que a causa da sua guerra santa era a "aniquilação do Estado de Israel". Em um incidente caças de combate de Israel e da Síria colidiram, e o primeiro-ministro Eshkol emitiu uma leve advertência para Damasco.

- O Kremlin leva a sério a advertência de Eshkol. Em 1967 o Egito assim como a Síria estavam sob a influência soviética. Na primavera de 1967 os soviéticos secretamente transmitem notícias surpreendentes para o porta-voz do parlamento do Egito, Anwar Sadat: Em uma semana, Israel estará pronto para atacar a Síria. Sadat transmite com urgência a informação para Nasser.

- Cairo ordena que quatro divisões se posicionem na fronteira do Sinai. Ele também convoca milhares de soldados da reserva. Finalmente 40.000 soldados, mais de 300 tanques de fabricação soviética, artilharia e viaturas de transporte de tropas atravessam o Sinai. As nações árabes com entusiasmo apóiam as tropas na fronteira.

As informações da inteligência soviética mostraram ser uma farsa. Israel não ataca a Síria. Mas Nasser não pode voltar atrás da idéia de acabar militarmente com Israel. Ele está sob pressão de seu próprio estado maior militar, da sua própria nação e do mundo árabe.

- E enquanto Israel celebra o 19º aniversário da sua independência, o gabinete de guerra mobiliza uma brigada de 3.000 homens, e convoca reservistas. A população de Israel é de 2,5 milhões de pessoas.

- Uma zona tampão com alguns milhares de soldados das tropas da ONU separam as tropas inimigas. A missão de paz já está lá há mais de 10 anos. No dia 16 de maio Nasser ordena ao Comandante da Força da ONU Indar Jit Rykhye para que evacue as suas tropas dentro de 48 horas. Quando Rykhye pergunta a um comandante egípcio se o Egito estava ciente das conseqüências, o comandante responde: "Oh senhor (não se preocupe), eu vou encontrá-lo para almoçarmos em Tel Aviv". A força deixa a região e Egito e Israel são deixados sozinhos.

- Em 22 de maio Nasser fecha o Estreito de Tiran à navegação israelense, o que praticamente se constitui uma declaração de guerra. Este ato eletriza o mundo árabe, especialmente os palestinos de Jerusalém Oriental que haviam sido deslocados em 1948. Nasser fala sobre o retorno às fronteiras pré-1948, ou seja, Israel não existiria mais.

- O Secretário Geral da ONU, U Thant, chega ao Cairo, mas não consegue convencer Nasser, que lhe diz reservadamente que ele tem medo de um golpe de estado ou de ser assassinado. Os generais egípcios querem a guerra, Nasser afirma.

- O Ministro das Relações Exteriores israelense Abba Eban viaja para Washington, mas não consegue a ajuda dos Estados Unidos pois o presidente Lyndon Johnson não se compromete que os EUA ajudarão se Israel for atacado.

- Há entusiasmo e apoio no mundo árabe para a próxima guerra. O Kuwait promete que o seu exército ficará sob o Comando Unido, juntamente com a Argélia, Marrocos e Tunísia. O Rei da Arábia Saudita Faisal se une a coalizão, e diz: "Queremos ver o extermínio de Israel".

- No dia 30 de maio o Rei da Jordânia, Hussein voa para o Cairo para assinar um pacto de defesa com Nasser. O exército jordaniano agora será comandado por um general egípcio.

- A CIA informa ao chefe do serviço de inteligência de Israel, Meir Amit, "Nós planejamos nada fazer, se Israel for atacado".

- As 07:50 do dia 5 de junho, a Força Aérea israelense decola para atingir todas as bases aéreas do Egito simultaneamente. Em três horas a força aérea egípcia é totalmente destruída, tendo perdido 280 modernos caças e bombardeiros. E em duas horas a força aérea síria é destruída e alguns minutos somente para destruir a da Jordânia.

- A população árabe dança nas ruas quando as transmissões de rádio do Cairo informam sobre grandes vitórias contra Israel. Israel ordena o silêncio de rádio total. Depois que Israel destruiu as linhas de comunicação jordanianas a Jordânia somente recebe notícias da guerra pela Rádio do Cairo. Em uma conversa telefônica Nasser diz ao rei Hussein que os aviões egípcios estão sobre os céus de Israel. Incentivada pelas (falsas) notícias a Jordânia bombardeia cidades israelenses.

- A batalha por Jerusalém começa. Israel envia pára-quedistas para Jerusalém. Em cinco horas a resistência da Jordânia está vencida.

- Uma conversa telefônica de Nasser com Hussein é interceptada, na qual os dois discutem se devem culpar somente os EUA ou os EUA e a Grã-Bretanha pela derrota humilhante. Ambos, eles concordam.

- Nas negociações na ONU o Egito e Síria recusam um cessar-fogo e terra por um acordo de paz.

- O exército egípcio se retira do Sinai. Israel captura dezenas de milhares de prisioneiros que posteriormente foram soltos.

- Em quatro dias Israel vence Egito e a Síria e controla toda Jerusalém. Mas os bombardeios sírios começam. No quinto dia Israel ataca a Síria e captura as Colinas de Golan. Desta vez na ONU, a Síria quer um cessar-fogo, mas Israel resiste. O exército israelense chega a 40 quilômetros de Damasco. Então Israel faz uma parada e concorda com um cessar-fogo.

- A Guerra dos Seis Dias acabou. Israel agora controla 3,5 vezes mais território do que tinha a seis dias, incluindo Jerusalém. Israel oferece a devolução do Sinai e das Colinas de Golan em troca da paz; também Israel está disposto a negociar sobre a Cisjordânia, mas insiste em manter toda a cidade de Jerusalém.

- Um mês após a guerra os líderes árabes se reúnem em Cartum. Nasser ainda é o líder indiscutível do mundo árabe. Os líderes árabes recusam a proposta conjunta EUA-URSS de terra por paz. A convenção termina com quatro notas: Não ao reconhecimento de Israel, não para negociações, não para a paz, e todos os Estados árabes devem se preparar para uma ação militar.

Portanto vamos tentar nos livrar das amarras da ideologia religiosa ou apenas da ideologia e tentarmos sermos justos. O retorno às fronteiras de 1967 significa uma aposta sem perda, uma contradição em si mesma. É o mesmo que apostar dinheiro em um jogo, perder e fazer um escândalo na loja de apostas para devolverem o dinheiro. Em termos de guerra, isso seria o mesmo que os gregos propondo para que a Turquia voltasse às fronteiras pré-1923: Eles atacaram, perderam, e os gregos, ao contrário dos árabes, não têm a intenção de capturar a Anatólia central no século 21.

Aqui a questão é simples: Será que a Arábia Unida hoje concordaria em voltar para as fronteiras de 1967 se a sua gloriosa força de oito nações unidas conseguissem aniquilar Israel há quatro décadas? Os árabes deveriam ser capazes de entender que eles sempre podem desfrutar de um almoço em Tel Aviv, como os pacíficos cidadãos árabes de Israel o fazem, uma vez que superem o ódio religioso e ideológico e façam a paz com Israel.

Fonte: Jornal Rua Judaica.


Obs.: É uma ilusão quem acha que devolvendo as terras conquistadas na batalha dos seis dias, Israel terá paz com os palestinos.
Sem mais nenhuma concessão.

A tão sonhada paz com os palestinos só será viável quando a consciência política do povo palestino mudar. Quando entenderem que todos temos o direito à vida à existência e a troca de valores no mundo globalizado que é hoje.
Quando forem destituidos todos os políticos extremistas do lado palestino que querem o conflito e a luta armada,ao contráro da paz.
Quando o próprio povo palestino der um basta e pedir internamente aos seus lideres governantes para pararem de incentivar o ódio e o conflito contra Israel.
Os palestinos tem o direito a ter um Estado próprio, desde que saibam e queiram viver em PAZ.
Uildicler.

Para adicionar comentários, você deve ser membro de JUDAISMO SECULAR HUMANISTA.

Join JUDAISMO SECULAR HUMANISTA

Enviar-me um email quando as pessoas responderem –