Da Bíblia à psicanálise: saúde, doença e medicina na cultura judaica
Por Moacyr Scliar
Na minha turma médica, cerca de dez por cento dos doutores eram judeus. Na turma do ano anterior e na turma do ano que se seguiu, a porcentagem era mais ou menos a mesma. No entanto, a proporção de judeus na população do Rio Grande do Sul é de zero-vírgula-zero qualquer coisa. Havia uma clara opção, dentro da comunidade, pela medicina.
Opção esta que não é nova. Ao longo do tempo, judaísmo e medicina sempre estiveram associados. Sobre esta associação pretendemos falar no presente artigo. Que será, necessariamente, uma síntese, e muito sintética, de um assunto vasto o suficiente para encher bibliotecas.
De maneira geral, a evolução da medicina passa por três períodos: mágico-religioso, no qual o cuidado dos pacientes está a cargo do sacerdote, do feiticeiro, do xamã; o período empírico, cuja figura maior foi Hipócrates e que se caracteriza pela concepção da doença como um fenômeno natural, mas sem que se possa demonstrar a existência de mecanismos fisiológicos ou patológicos, e finalmente o período científico, que corresponde sobretudo a modernidade, e que é o período em que estamos até hoje.
Veja a continuacao do texto anexo abaixo.
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