Clinicas de Fertilidade em Israel Ajudam Judeus e Árabes
Judeus e árabes, héteros e homossexuais, seculares e religiosos, os pacientes que chegam diariamente ao Hospital Assuta em Tel Aviv estão todos unidos por uma única esperança: que a ciência médica irá trazer para eles um bebê. Israel é a capital mundial da fertilização in vitro e o hospital, que realiza cerca de 7.000 procedimentos a cada ano, é uma das mais movimentadas clínicas de fertilização do mundo.
Ao contrário de países onde os casais podem ir à falência na tentativa de engravidarem com a ajuda de uma cara tecnologia médica, Israel fornece gratuitamente procedimentos ilimitados de fertilização in vitro para até "dois bebês" e isso até que a mulher atinja os 45 anos. Este procedimento torna os israelenses como sendo os usuários de maior proporção per capita deste procedimento no mundo.
"É incrível quando você pensa sobre isso" disse a maravilhada Keren de 35 anos, que pediu para ser identificada apenas pelo primeiro nome. Ela estava sentada em uma sala de espera na clínica de fertilização in vitro Assuta, com um receptáculo bege contendo o esperma congelado do seu marido. O esperma tinha sido entregue por outro hospital, onde ela realizou a sua primeira tentativa de fertilização in vitro há três anos e que resultou no nascimento da sua filha. "Eu quero pelo menos ter três filhos, e se tivéssemos de pagar tanto dinheiro acho que não seriamos capazes de fazer isso" ela afirmou.
Embora esses procedimentos representem um dos maiores gastos da saúde pública do país, eles têm suscitado poucos debates ou críticas, uma das poucas questões que quase todos os setores da sociedade tipicamente fragmentada israelense parecem concordar. Há ainda um crescente grupo de mulheres religiosas solteiras que estão utilizando a fertilização in vitro, e os seus esforços são sancionados por rabinos.
"Uma coisa muito especial sobre Israel é que por um lado é uma cultura de alta tecnologia, e muito tradicional pelo outro" afirmou Sigal Gooldin, um sociólogo especializado em medicina da Universidade Hebraica e que estudou a regulamentação de fertilização in vitro em Israel. "Não é apenas por causa do medo de perder um filho nas atividades militares de alto risco, mas sim porque a família é uma instituição social extremamente importante em Israel e o que faz uma família são os filhos.
"Se espera que qualquer um que more em Israel tenha filhos" ele acrescentou. "Em uma conversa casual você será perguntado quantos filhos você tem e se você disser um, as pessoas vão perguntar por que apenas um, e se você disser dois, por que só dois?".
Os israelenses já têm uma elevada taxa de fertilidade: uma média de 2,9 filhos por família. Além do imperativo bíblico para serem fecundos, alguns judeus israelenses continuam preocupados com a reposição de seus números, na esteira do Holocausto.
A demografia em Israel também é assunto político. Israel tem historicamente mantido o foco na promoção da natalidade para a manutenção de uma maioria judaica e, mais recentemente como um contrapeso às maiores taxas de fertilidade dos árabes nos territórios ocupados. Os cidadãos árabes que moram em Israel, no entanto, têm os mesmos direitos a tratamentos de fertilidade pagos pelo estado, da mesma maneira que os seus homólogos judeus.
Uma pesquisa publicada em 2002 pela revista científica Human Reproduction Update mostrou que 1.657 procedimentos de fertilização in vitro por milhão de pessoas eram realizados por ano em Israel, em comparação com 899 na Islândia, o país com a segunda taxa mais elevada, e 126 nos Estados Unidos, que é muito menor que a dos países europeus
Especialistas dizem que a taxa de Israel ainda é muito superior a do resto do mundo. Atualmente quatro por cento das crianças israelenses são produtos de fertilização in vitro, em comparação com cerca de 1 por cento estimados nos Estados Unidos.
Um grande centro é o Assuta, que realiza cerca de um quarto dos procedimentos de Israel e que são de aproximadamente 28.000 fertilizações in vitro por ano. No centro de fertilidade há um laboratório com 25 incubadoras e 60 mil embriões congelados e armazenados em nitrogênio líquido e que fica entre uma sala de operações onde as mulheres têm os seus óvulos aspirados e uma sala de transferência, onde os embriões são implantados nas pacientes.
Citando as incontáveis orações que são feitas dentro das suas paredes brancas e estéreis, Shai Elizur que é o diretor de fertilização in vitro em Assuta, chama a sala de transferência da "sala sagrada".
Embora o procedimento seja inteiramente pago pelo estado nos hospitais públicos, em hospitais privados como o Assuta as pacientes que utilizam o seguro saúde poderão serem cobradas para um modesto co-pagamento de US$ 150. Os pacientes devem também pagar pelas injeções de hormônios, que também são fortemente subsidiadas pelo Estado.
O Ministério da Saúde informa que gasta cerca de US$ 3,450 por tratamento, embora alguns críticos digam que o custo real seria maior.
Nos Estados Unidos um tratamento médio ou ciclo, de retirada do óvulo para a implantação do embrião pode custar cerca de US$ 12.400. As empresas de seguros cobrem o tratamento, mas geralmente limitam a quantidade de ciclos que pagam.
Fonte: Jornal Rua Judaica.
Obs.: Estou à disposição para dar minhas sementes para à causa judaica.
Uildicler.
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