II PARTE - TSEDACÁ.

 

CINCO TIPOS DE LÍDERES DE EREV RAV
Assim diz o sagrado Zohar (1:25-26) acerca dos tipos de erev rav: “Há cinco tipos entre erev rav, ‘a
multidão misturada’: nefilim, guiborim, anakim, refaim e amalekitas.
... Os guiborim (os poderosos) são aqueles sobre os quais está escrito ‘Eles são os poderosos... homens
de renome’ (Bereshit 6:4). ELES VÊM DO LADO DAQUELES QUE DISSERAM: ‘VENHAM,
CONSTRUAMOS UMA CIDADE E FAÇAMOS RENOME PARA NÓS’ (BERESHIT 11:4). TAIS
HOMENS CONSTROEM SINAGOGAS E YESHIVOT, E NELAS COLOCAM ROLOS DA TORÁ

RICAMENTE ORNAMENTADOS; PORÉM NÃO O FAZEM POR CAUSA DE D’US, MAS
SOMENTE A FIM DE CRIAR RENOME PARA SI MESMOS. COMO RESULTADO DISSO, OS
PODERES DO MAL GOVERNAM ISRAEL (QUE DEVE SER HUMILDE COMO O PÓ DA
TERRA), DE ACORDO COM O VERSÍCULO ‘E AS ÁGUAS PREVALECERAM
GRANDEMENTE SOBRE A TERRA’ (BERESHIT 7:19).”

O SAGRADO RABI CHAIM VITAL ZT”L ADMOESTOU-NOS SOBRE O TIPO DE RABINOS
CUJAS METAS PRINCIPAIS SÃO A HONRA E A OBTENÇÃO DE RENOME
Nós lemos na introdução à obra sagrada Etz Chaim o que o sagrado Rabi Chaim Vital (discípulo do
sagrado ARI zt”l), que o seu mérito nos proteja, escreveu sobre erev rav: “Todos aqueles que fazem o
bem e labutam na Torá, tudo o que fazem, o fazem por si mesmos, e especialmente por meio de nossos
muitos pecados, em nossos dias, a Torá foi feita demartelo com que muitos baale Torá que se ocupam
da Torá possam atingir os seus próprios objetivos, recebendo a sua recompensa, além de outros
benefícios e luxos, e para fazer parte do grupo dos cabeças de yeshivot e dos juízes (dayanim) nos seus
tribunais, de forma que os seus nomes e renomes sejam propagados ao longo da terra. E os atos desses
rabinos assemelham-se aos daqueles da geração dadiáspora, aqueles que construíram a torre de
Babel, com o seu cume alcançando os céus; e a motivação principal para os seus atos é o que está
escrito na Torá ‘Façamos renome para nós mesmos’, conforme consta no Zohar (Bereshit 25b) sobre o
versículo ‘Tais são as gerações dos céus e da terra…’, que há cinco tipos de erev rav, sendo o terceiro
tipo denominado guiborim (os poderosos), e sobre elesestá escrito: ‘Tais são os guiborim de outrora,
homens de renome.’ E eles pertencem ao grupo daqueles sobre os quais está escrito: ‘Construamos
para nós uma cidade e uma torre...’, e façamos renome para nós mesmos construindo sinagogas e
casas de estudo, e nelas colocando rolos da Torá com coroas em suas cabeças; porém eles não agem
assim por amor a D’us, mas em causa própria.”

TERIA SIDO MELHOR PARA ESSES RABINOS SE ELES NEM TIVESSEM NASCIDO
O sagrado Rabi Chaim Vital prossegue: “E sobre esse tipo de erev rav foi dito no Talmud (Berachot
17): ‘Aquele que não se ocupa da Torá pela Torá, teria sido melhor para ele se o seu feto tivesse sido
destruído, e não tivesse saído para o ar do mundo.’”
E, de fato, tais pessoas aparentam-se humildes e íntegras quando dizem que todo o seu envolvimento
com a Torá é por amor a ela. No entanto, o grande e sábio, o tana Rabi Meir, que a paz esteja com ele,
testemunhou contra aqueles que não são como dizem ser, ao declarar (o que citamos há pouco no
início da introdução, Pirkei Avot 6:41): “Rabi Meir disse: ‘Aquele que estuda a Torá pela própria
Torá (sem motivos ulteriores) merece muitas coisas, e não apenas isso, mas o mundo inteiro tem uma
dívida para com ele. E ele é chamado de amigo querido, amado por D’us e pelos homens, ele deleita o
Criador e a humanidade. A Torá o reveste de modéstia e temor, fazendo-o virtuoso, misericordioso,
devotado, justo e fiel, afastando-o do pecado, guiando-opelo caminho da virtude, etc.’ Os segredos da
Torá a ele são revelados; ele se transforma em uma fonte inesgotável de sabedoria, torna-se modesto,
paciente, perdoa ofensas, etc.”

TSEDACÁ E CHESSED 64
AINDA QUE EXALTAR A CASA DE D’US SEJA UMA GRANDE MITSVÁ, É UMA MITSVÁ
AINDA MAIOR ELEVAR OS OPRIMIDOS DE HASHEM, O FAMINTO E O POBRE
O Talmud (Menachot 28b) relata que a menorá original dos chashmonaim foi feita do material mais
barato: a princípio, construíram a menorá de barras de ferro folheadas a estanho. Quando eles
enriqueceram, fizeram uma nova menorá de prata para o Templo. E quando eles ficaram ainda mais
ricos, fizeram a menorá de ouro. Será que os chashmonaim, com os valiosos despojos de guerra, não
tinham recursos para fazer uma menorá de metal precioso? A resposta está no relato do livro de
história Yossifon (capítulo 20): “Realmente, eles possuíam grande riqueza, mas decidiram que seria
melhor dá-la aos pobres a usá-la em uma menorá adornada!” Ainda que exaltar a Casa de D’us seja
uma grande mitsvá, é uma mitsvá ainda maior elevaros oprimidos de Hashem, o faminto e o pobre.
Portanto, quando o Talmud diz que ao enriquecerem fizeram uma menorá melhor, não está se
referindo ao tesouro do Templo, mas à riqueza dos judeus que encontravam-se, originalmente, em um
nível de pobreza. Como os haveres dos pobres aumentaram, e as suas necessidades prementes foram
satisfeitas, os tesoureiros do Templo e os sábios decidiram que podiam usar fundos comunitários para
embelezar a menorá.

ERRO DO REI DAVID: PÔR AS NECESSIDADES DO BEIT HAMICDASH ACIMA DAS
NECESSIDADES DOS POBRES
As Escrituras (1 Reis 7:51) relatam que depoisque o Rei Shlomo terminou a construção do seu
majestoso Beit Ha Micdash em Jerusalém, ele levou toda a prata, todo o ouro e todos os recipientes
preciosos que o seu pai, o Rei David, havia santificado durante a sua vida, e os colocou em um tesouro
especial na Casa de D’us. Rashi cita o Midrash (Yalkut Shimoni ib.) que explica que, embora David
tenha passado o seu reinado inteiro munindo-se do dinheiro necessário para construir todo o Beit Ha
Micdash — e esse era o seu maior sonho e desejo—, o seu filho, Shlomo, recusou-se a usar tais
recursos. Shlomo disse: “Houve uma fome terrível que devastou a terradurante três anos sucessivos
nos dias de meu pai; meu pai deveria ter gastado tal riqueza para sustentar as pessoas pobres de
Israel!” Quando David ignorou os clamores dos pobres famintos, o Santo, Bendito seja, proclamou:
“Os Meus filhos amados estão morrendo de fome, e você, David, está acumulando montes de prata e
ouro para construir um edifício! Por sua vida, o seu próprio filho, Shlomo, não usará nenhum dinheiro
seu para tal mitsvá!”

Podemos deduzir o seguinte: o Rei David estava errado, porque em vez de dar aos pobres as quantias
que acumulou, ele guardou-as para o Beit Ha Micdash.
Ora, deveria haver apenas um Beit Ha Micdash, somente uma Casa deHashem, para o bem de todo o
povo judeu, contudo o Rei David errou por não ter ajudado os pobres. Portanto, quando nós, em
nossos dias, gastamos somas inacreditáveis para construir sinagogas desnecessariamente caras em
cidades onde já existem muitas outras sinagogas, utilizando, com isso, recursosque poderiam auxiliar
os pobres, quão maior é o nosso pecado? Sefer Tsedacá Tatsil mi Mavet.

Certa vez, Rabi Israel Salanter zangou-se com o povo de uma cidade por não pagar a instrução de um
jovem órfão para que ele pudesse estudar a Torá. Ele percebeu a criança vagando pelas ruas, e exigiu
TSEDACÁ E CHESSED 65
que a sua instrução fosse provida. As pessoas se justificaram dizendo que os fundos comunitários
estavam esgotados, e que eles simplesmente não possuíam o dinheiro necessário. “Vocês têm de vender
os rolos da Torá a fim de pagar tal instrução”, ordenou Rav Israel. (Hameorot Hagdolim, página 5)

OS DE EREV RAV UIVAM COMO OS CÃES EM SEU PRÓPRIO BENEFÍCIO, SEM TER
PREOCUPAÇÃO ALGUMA COM HASHEM
Mas cada um tem a sua própria tendência, em suas ocupações e caminhos (Yeshayahu 56:11),
importando-se somente com o ganho injusto deste mundo, e em herdar este mundo. E eles não
pertencem ao lado sobre o qual está escrito (Shemot 18:21): “Os homens autênticos, odiando o ganho
injusto.” Porém, pelo contrário, todos eles uivam como cães nas suas orações de Yom Kipur: “Dê-nos,
dê-nos nosso alimento, o nosso perdão, a nossa expiação e a nossa vida!” E eles são de espírito
atrevido, como os cães, como as nações que gritam aos seus pilares sem vergonha alguma. Pois não há
quem chame por Hashem em TESHUVÁ, para que a Shechiná retorne ao Santo, Bendito seja, pois
isso está longe Dele. E eles parecem cachorros, porque assim está escrito sobre eles (Tehilim 106:35):
“Mas eles se misturaram às nações, e aprenderam a fazer o que elas faziam.” E eles são EREV RAV;
toda a bondade que fazem, a fazem somente para eles mesmos. Tikunê Zohar, Tikun 6

E ELES SÃO EREV RAV, ELES SÃO OS HOMENS RICOS QUE LEVAM UMA VIDA FELIZ E
JUBILOSA, SEM SOFRIMENTO, DOR, ROUBOS, E REPLETA DE SUBORNOS; E ELES SÃO OS
JUÍZES, OS LÍDERES DO POVO, SOBRE QUEM FOI ESCRITO “E A TERRA ESTAVA
REPLETA DE VIOLÊNCIA POR CAUSA DELES”, E SOBRE QUEM FOI ESCRITO “OS SEUS
INIMIGOS TORNARAM-SE AS SUAS CABEÇAS”, E EU [MOSHE] LHE IMPLORO [ELIYAHU
HA NAVI] UMA SEGUNDA VEZ, EM NOME DE HASHEM TSEVAKOT ELOKÊ ISRAEL
YOSHEV HA KERUVIM, QUE TODAS ESSAS COISAS NÃO SE PERCAM DE SUA BOCA, PARA
QUE FALE SOBRE ELAS PERANTE HA KADOSH BARUCH HU, E PARA CONTAR-LHE DE
NOSSO SOFRIMENTO. 3 Zohar Ha Kadosh, Parashat Nassó, Raaya Mehemna 124a

OS POBRES TAMBÉM SÃO OBRIGADOS A DAR TSEDACÁ
... Mesmo um homem pobre que recebe tsedacá precisa da tsedacá. Cada pessoa, rica ou pobre, deve
dar tsedacá — de acordo com os seus recursos — semanalmente, como um sinal de seu compromisso
para com D’us, mesmo que seja pouca, como um tostão ou meio tostão. Todos os tostões
desembolsados perfazem uma grande quantia. O homem pobre que não puder contribuir com
dinheiro deve oferecer-se para trabalhar pela comunidade. A um tesoureiro não é permitido forçar o
pobre a dar tsedacá, e aquele que o fizer será culpado de roubar de uma pessoa para dar a outra...
Sefer Chassidim 61

OS GRANDES TSADIKIM QUEBRAVAM AS SUAS ROTINAS PARA AJUDAR O POBRE;
ASSIM VOCÊ DEVE AGIR
Um homem, o mercador mais astuto da cidade, dedicava todo o seu tempo livre ao estudo da Torá.
Certo dia, uma viúva encomendou-lhe um determinado artigo. Ele recusou-se, dizendo: “Sinto muito,
mas eu simplesmente não posso interromper o meu estudo da Torá.” Um Rabi idoso e venerável disse,
surpreso: “Você pensa que é melhor do que Raban Gamliel e Rabi Yehoshua? A Guemará nos conta
que eles interromperam o estudo da Torá para ir ao mercado comprar um animal para o banquete de
casamento do filho de Raban Gamliel, e, no caminho, discutiram tópicos da Torá. Você deve fazer o
mesmo. Quando for comprar o artigo para a viúva, mantenha a sua mente em assuntos da Torá. E
quando você comprar a mercadoria a um preço favorável, o dinheiro que fará com que ela economize
será considerado como a sua tsedacá, e D’us o reembolsará pelo seu incômodo.” Sefer Chassidim 1004

AQUELE QUE DÁ TSEDACÁ EM SIGILOÉ MAIOR DO QUE MOSHE RABENU
... Quando alguém dá tsedacá, ela deve ser dada em sigilo, de forma que não envergonhe o homem
pobre que a recebe (Devarim 15:8): “Mas abra, abra a sua mão para ele” — abra a sua mão “entre ele
e você”, de forma que a sua outra mão não saiba disso, [isto é, aja sigilosamente] para que o homem
pobre não fique envergonhado.
E os nossos sábios, de abençoada memória, disseram (Baba Batra 9b): “Quando a pessoa dá tsedacá
em sigilo, o Santo, Bendito seja, ‘empurra’ para longe dela e dos membros da sua família o anjo da
morte, que é chamado ‘ira’, viz. (Provérbios 21:14): ‘Uma doação em sigilo reprime a ira.’” A respeito
disso, os nossos sábios, de abençoada memória, disseram: “Aquele que dá tsedacá em sigilo é maior do
que o nosso mestre Moshe.” Pois está escrito sobre o nosso mestre Moshe (Devarim 9:19) “Porque eu
temi a ira e a fúria”, enquanto sobre aquele que dá tsedacá em sigilo está escrito (Provérbios 21:14)
“Uma doação em sigilo reprime a ira, e um presenteem segredo, grande fúria”. E os nossos sábios, de
abençoada memória, disseram (Sifre, Re’eh 15:10): “Dê, você tem de dar a ele” — “Dê, você tem de
dar”, mesmo cem vezes, “a ele”, entre ele e você [ou seja, em segredo]. Por isso disseram (Shekalim
TSEDACÁ E CHESSED 77

5:6): “Havia uma ‘câmara privada’ no[Beit Ha Micdash] em Jerusalém. Nela, os tementes ao pecado
depositavam tsedacá secretamente, e os pobres, privados dos seus bens, proviam-se em segredo. Sefer
Maalot Ha Midot

QUE A PESSOA SEMPRE DISTRIBUA A SUA RIQUEZA PARA A TSEDACÁ, PORQUE O
HOMEM NÃO DÁ NADA QUE LHE PERTENÇA, CONFORME FOI DITO (CHAGAI 2:8):
“‘MINHA É A PRATA, E MEU É O OURO’,DIZ HASHEM DAS HOSTES.” E OS NOSSOS
SÁBIOS, DE ABENÇOADA MEMÓRIA, DISSERAM (AVOT 3:8): “DÊ-LHE O QUE É DELE,
POIS VOCÊ E OS SEUS PERTENCES SÃO DELE.” PORTANTO, QUE A PESSOA NÃO SEJA
AVARENTA EM RELAÇÃO AO SEU DINHEIRO, E DELE DÊ PARA A TSEDACÁ. Sefer Maalot
Ha Midot

QUANDO IGNORAMOS OS NOSSOS PARENTES POBRES, DANDO A OUTRAS PESSOAS EM
VEZ DE DAR A ELES, TAL ATO NÃO SE DENOMINA “TSEDACÁ”
Um homem rico costumava doar dinheiro para o fundo de tsedacá da comunidade, e pediu ao
administrador do mesmo que o distribuísse entre ospobres. Ora, tal homem rico tinha um irmão
pobre; na realidade, todos os seus parentes eram necessitados. O rabino disse ao homem: “O dinheiro
que você distribuiu entre os pobres mediante o fundode tsedacá não foi tsedacá. Pelo contrário, ele
causou tze’akah, ‘pranto’, aos seus parentes. É bem melhor que você dê tal soma a seu irmão carente e
aos seus parentes necessitados.” Sefer Chassidim 324

Rabi Aryeh Levine de Jerusalém foi um grande tsadic do século XX. Conta-se que, uma vez, um certo
homem foi até a casa de Reb Aryeh. Ele queria dar uma generosa contribuição à yeshivá do Rabi. Reb
Aryeh, porém, não quis aceitá-la, alegando o seguinte: “Você está proibido de dar qualquer
contribuição.” Ao ouvir isso, o homem ficou surpreso. “Por quê?”, ele perguntou. “O Rabi sabe que eu
sou um homem de recursos...” Respondeu, então, Reb Aryeh: “VOCÊ TEM PARENTES E
MEMBROS DE SUA FAMÍLIA EM SITUAÇÕES ABSOLUTAMENTE DESESPERADORAS.
ENQUANTO VOCÊ NÃO AJUDÁ-LOS, EU NÃO PODEREI ACEITAR O SEU DONATIVO.” A
TORÁ DIZ CLARAMENTE: “NÃO SE AFASTE DE SUA PRÓPRIA FAMÍLIA.” (Yeshayahu 58:7)
(Citado em “A Tzaddik in our Time”).

GRANDE CASTIGO CABE ÀQUELE QUE SUSTENTA OUTRAS PESSOAS, MAS NÃO O SEU
PAI, A SUA MÃE E OS SEUS OUTROS PARENTES. Sefer Chassidim, siman 155-321

(obs.: Quanto a isso quero lembrar de quantos dos nossos parentes estão abandonados nos asilos a espera  de filhos, netos, genros e etc. Vstá-los também é um ato de Tsedacá).

E VOCÊ DEVE SABER QUE A TSEDACÁ QUE É FEITA COM A INTENÇÃO APROPRIADA, DE
BOA VONTADE E DO FUNDO DO CORAÇÃO TEM O PODER DE SALVAR O SEU AGENTE 

DO JULGAMENTO DO GUEHINOM. E AQUELE QUE DÁ TSEDACÁ COM ARROGÂNCIA, A
FIM DE OBTER REPUTAÇÃO OU MESMO PARA HUMILHAR, TAL TSEDACÁ TEM O PODER
DE SALVÁ-LO DA MORTE PREMATURA, MAS NÃO DE LIVRÁ-LO DO JULGAMENTO DO
GUEHINOM, PORQUE UMA MORTE PREMATURA É UMA AFLIÇÃO QUE DURA POUCO
TEMPO, ENQUANTO O SOFRIMENTO DO GUEHINOM É PROLONGADO... Chessed le
Avraham Maayan Beit, daf 24, Maayan 49
O MAIS DESCONSOLADO ENTRE OS POBRES TEM PRECEDÊNCIA SOBRE OS OUTROS NO
RECEBIMENTO DE TSEDACÁ
O necessitado mais desconsolado entre os seus semelhantes tem precedência sobre estes no
recebimento de tsedacá. Portanto, uma viúva precede ao órfão, e o órfão precede àquele que não o é, e
assim por diante. Sefer Ha Brit.

ALGUMAS COISAS RELATIVAS À QUALIDADE DA BONDADE — ESPECIFICAMENTE
SOBRE A HOSPITALIDADE — QUE PODEM SER APRENDIDAS DE AVRAHAM AVINU
1. Embora estivesse doente, ele esperou por transeuntes fora de sua tenda, para que nela entrassem;
2. Ele prometia pouco e fazia muito com relação à comida que servia aos seus convidados;
3. Quando os hóspedes não tinham tempo a perder, ele não os deixava esperando;
4. Tudo o que ele fazia era com grande diligência;
5. Embora tivesse muitos criados, ele mesmo atendia todas as necessidades dos hóspedes;
6. Ele instruiu os seus filhos nessa mitsvá.

(Obs.: sou um hospede entre vós) (Qualquer um pode estar disfarçado, sendo um sábio, sendo um rei, sendo um emissário, sendo satan, sendo um pobre).

O CARÁTER DA TSEDACÁ — A BONDADE EM RESUMO
1. Ela é considerada igual a todas as outras mitsvot da Torá (Baba Batra 9; Yerushalmi Peá 1);
2. É maior do que os sacrifícios (Yalkut Hoshea);
3. É um dos 3 pilares que sutentam o mundo (Pirkei Avot);
4. Expia os nossos pecados (Avot de Rabi Natan);
5. Salva da morte (Mishle 10);
6. É uma segulá para a longevidade;
7. Propicia filhos íntegros, que terão uma vida tranqüila;
8. O mérito daquele que a realiza permanece por todas as gerações (Yerushalmi Peá);
9. Poupa das dores do parto da chegada de Mashiach (Sanhedrin 98);
10. Livra dos julgamentos do guehinom(Tana Devei Eliyahu Zuta Alef);
11. Protege o indivíduo no julgamento perante o Santo, Bendito seja (Meil Tsedacá);
12. Todas as boas ações que resultarem do seu ato debondade serão creditadas a ele, pois quando se
sustenta a alma de um estudioso da Torá, tem-se,daí em diante, uma porção de toda a sua Torá
(Ahavat Chessed);

RABI AHARON, O FILHO DO CHAFETS CHAIM, ESCREVEU (DUGMAOT MIDARKEI AVI,
PÁGINA 38): “O MEU PAI ERA EXTREMAMENTE CUIDADOSO COM OS PEDINTES QUE
VAGAVAM COLETANDO DONATIVOS, E SE ESFORÇAVA AO MÁXIMO PARA NÃO FERILOS OU PERTURBÁ-LOS DE FORMA ALGUMA. Não se tratava de uma tarefa fácil, porque esses
pedintes, por vezes, diziam e faziam coisas bastante perturbadoras, e era necessário ter um grande
autocontrole para não lhes responder bruscamente e ofensivamente. O meu pai explicou que o seu zelo
baseava-se no versículo ‘Vocês não causarão dor às viúvas e aos órfãos’ (Shemot 22:21). Mechilta (ib.)
explica que tal advertência estende-se a todos aqueles que têm os corações alquebrados, e é proibido
causar-lhes mesmo a dor mais ínfima. Recordo-me que o meu pai, certa vez, observou: ‘O
PROBLEMA É QUE AS PESSOAS FAZEM UM MAU JUÍZO DOS POBRES, E OS OLHAM COM
UM OLHO PRECONCEITUOSO. AS PESSOAS ESTÃO HABITUADAS A DIZER QUE TAIS
PEDINTES SÃO INÚTEIS PREGUIÇOSOS QUE PREFEREM PEDIR A PASSAR O DIA
TRABALHANDO DURO. NADA PODERIA ESTAR MAIS LONGE DA VERDADE! OS POBRES,
FREQÜENTEMENTE, NÃOTÊM CULPA; ELES SÃO VÍTIMAS DE UM DECRETO DIVINO!
Pois os sábios do Talmud (Nidá 16b) ensinam que antes de uma alma descer para a Terra, um decreto
Divino proclama ‘Fulano será rico, Beltrano será pobre!’. A fim de fazer com que tal decreto torne-se
realidade, o Céu acima proporciona grande ambição e energia àquele predestinado à riqueza, de
forma que ele tenha a motivação necessária para trabalhar incessantemente, e ganhar mais e mais dinheiro.

QUANDO SE BUSCA O PERDÃODE HASHEM, A TSEDACÁ É MAIS EFETIVA DO QUE
SACRIFÍCIOS NO BEIT HA MICDASH. ISSO PORQUE SACRIFÍCIOS ANIMAIS EXPIAM
SOMENTE OS PECADOS NÃO-INTENCIONAIS,ENQUANTO A TSEDACÁ LEVA D’US A
PERDOAR A PESSOA MESMO PELOS ATOS INTENCIONAIS DE REBELDIA CONTRA A SUA
VONTADE. Tal conceito foi expressado pelo Rei Shlomo, quando disse: “Hashem prefere a realização
de atos de tsedacá e justiça a umsacrifício.” (Provérbios 21:3) RabiChaim Palagi (Tsedacá L’Chayim
297)

(Obs.: sei  que sou indigno, mas mesmo assim não  desisto em querer a Torá como fonte de vida para a minha elevação espiritual e que "H" seja generoso comigo e me permita compartilhar das Suas benesses).  

(Obs.: Vou  dar uma Tzedaká com a intenção de alcanças três  benesses: 1) Fazer uma conversão legitimada  por Israel; 2) Ter uma esposa segundo minhas aspirações e; 3) Ver minha mãe livre de suas maiores preocupações).

O GRANDE DANO RESULTANTE DA RETENÇÃO DE TSEDACÁ E CHESSED
Nos capítulos anteriores, explicamos acerca da grandeza dessa virtude sagrada. Agora apresentaremos
a natureza perversa do homem que a evita, e que fecha os seus olhos a ela.
POR RETER TSEDACÁ E BONDADE, ELE ESTARÁ ENTRE OS CONDENADOS AO
GUEHINOM, CONFORME COMPROVADO PELA GUEMARÁ (BEITSÁ 32B): “DISSE RAV: ‘OS
RICOS DA BABILÔNIA DESCERÃO AO GUEHINOM.’” O SEU PECADO, CONFORME
RELATADO ALI, FOI TEREM SE RECUSADO A REALIZAR ATOS DE TSEDACÁ E BONDADE.

A MÁ CARACTERÍSTICA DA AVAREZA
ALGUNS INDIVÍDUOS EVITAM ESSA MITSVÁ POR AVAREZA (ELES RELUTAM EM
PERMITIR QUE OUTROS UTILIZEM O SEU DINHEIRO). TRATA-SE DE UM TRAÇO MUITO
TRISTE, POIS FAZ COM QUE O INDIVÍDUO DEIXE DE DAR TSEDACÁ E DE REALIZAR
ATOS DE CHESSED. ELE FAZ COM QUE A PESSOA REPRIMA TODOS OS SENTIMENTOS
DE PIEDADE E COMPAIXÃO, E BLOQUEIE OS SEUS OUVIDOS, TORNANDO-A SURDA AO
CLAMOR DO POBRE. POR VEZES, TAL CONDUTA PODEGERAR ATÉ DERRAMAMENTO
DE SANGUE.
Assim, encontramos (Sotá 38b): “Rabi Yehoshua ben Levi disse: ‘A novilha cujo pescoço tem de ser
quebrado, a causa disso reside na avareza de espírito, conforme está escrito (Devarim 21:7): ‘As nossas
mãos não derramaram tal sangue.’ Ora, como pode entrar em nossas mentes que os anciãos de um
tribunal de justiça sejam derramadores de sangue? O significado é o seguinte: o homem que foi
encontrado morto não veio a nós por ajuda e nós o mandamos embora sem alimento; nós não o vimos
e o deixamos ir sem ajudá-lo, isto é, ele precisava de comida e não a obteve. Levado por sua fome, ao
ver alguém carregando alimento, arrebatou-o. Emseguida, o outro revidou, matando-o.’” [Rashi]
Então, vemos que se uma pessoa abordar o seu semelhante pedindo-lhe ajuda, e este não lhe der
atenção em razão da má característica da avareza, e o resultado disso for o falecimento do necessitado,
a Torá declara que aquele que lhe negou auxílio é um derramador de sangue...

Um presente para a pessoa pobre deve ser dado de forma que ela possa desfrutá-lo sem demora. Por
exemplo, quando se der roupas, elas devem estar prontas para o uso. Quando comida for dada, ela
precisa estar preparada, e o doador deve dar-se o trabalho de levá-la para a casa do receptor. As
nossas conclusões derivam-se de (Sucá 49b) “A recompensa pela tsedacá é proporcional à chessed nela
envolvida, pois foi dito (Hoshea 10:12) ‘Semeiem para si de acordo com tsedacá, mas colham de acordo
com chessed’”. Rashi esclarece: “O presente é a tsedacá; o esforço em fazer tal presente é a chessed. O
doador usa a sua mente em prol do pobre, de forma que o dinheiro não seja desperdiçado. Ele dá
quando o grão é abundante, ele dá-se o trabalho de ir à casa do necessitado para dar-lhe comida —
pronta para o consumo — e roupas — prontas para o uso.” Quando o indivíduo é sábio o bastante
para dar de forma que o recebedor ignore a sua identidade, como no caso de Mar Ukva, venturoso é o
seu quinhão. No mínimo, o doador deve preservar o sigilo de tal doação, de maneira que o recebedor
não fique envergonhado.

“Hashem é justo; Ele ama a tsedacá. O homem correto (yashar) verá a Sua face.” (Salmos 11:7)
“Yashar” também significa “diretamente”, portanto “em ordem”. O ARIZAL ENSINOU QUE A
MELHOR MANEIRA DE DAR TSEDACÁ É DÁ-LA ANTES QUE ELA SEJA SOLICITADA.
NESSE CASO, O ATO DE TSEDACÁ PRODUZO NOME DIVINO NA ORDEM CORRETA.
PORÉM, QUANDO O POBRE ESTENDE A SUA MÃO PRIMEIRO, AS DUAS ÚLTIMAS LETRAS
PRECEDEM AS DUAS PRIMEIRAS, formando a palavra “Vehaya”, como em “Vehaya ma’asê ha
tsedacá shalom” — “O trabalho de tsedacá será completação”. Embora o Nome de D’us esteja fora de
ordem, ele está, no entanto, completo, e ainda renderá bênçãos aos doadores. Hashem é justo, e Ele
ama que as pessoas dêem tsedacá. Ele ama, principalmente, o tipo de tsedacá em que as letras do Seu  

Nome estão em ordem, ou seja, quando o rico estende a sua mão para dar antes que o pobre estenda a
sua para receber. “Yashar” também quer dizer “honesto”. Quando D’us ama a tsedacá? Quando ela
provém de dinheiro ganho honestamente; pois “Eu, Hashem... odeio o roubo, [mesmo] em uma
oferenda” (Yeshayahu 61:8). Chayim Ve Ha Shalom.

Talmud Yerushalmi Peá 1:1 [3a] 

הרות לש היתוצמ לכ דגנכ תולוקש םידסח תלימגו הקדצ
םיתמבו םייחב תגהונ םידסח תלימגו םייחב תגהונ הקדצהש
םיינעל תגהונ םידסח תולימגו םיינעל תגהונ הקדצה
םידסח תולימגו םדא לש ונוממב תגהונ הקדצה םירישעלו
ופוגב ןיב ונוממב ןיב תגהונ

Tsedacá e chessed equivalem a todas as mitsvot da Torá, pois tsedacá ocupa-se dos vivos, e chessed,
dos vivos e também dos mortos. Tsedacá ocupa-se dos pobres, e chessed, dos pobres e também dos
ricos. Tsedacá ocupa-se do dinheiro do homem, e chessed, do dinheiro do homem e também dele .
mesmo.

אליהו

neaba.

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