O recrudescimento do antissemitismo no mundo.

Nestes últimos meses, com os fortes ventos que agitam as estruturas políticas e econômicas e sociais da Europa, a sombra do antissemitismo volta a ter uma dimensão preocupante e cabe a todos nós trazermos o assunto à mesa para que a indiferença e a intolerância não sejam novamente protagonistas num cenário futuro.
É impossível definir um só padrão e uma só origem para o antissemitismo, que faz parte da história do povo judeu de há muito tempo. Convivemos com momentos em que o fanatismo foi mais visível e letal e outros em que seus efeitos foram mais subjacentes. Entretanto, toda criança judia sabe bem o que é ser apontado como diferente, mesmo quando quis ser apenas mais uma criança no grupo.
A irracionalidade do antissemnitismo é que a intolerância une opostos. Não há lógica, classe social ou etnia; seus adéptos repetem clichês e iverdades por osmose. Relatos históricos do século 19 exemplificam quão surreal pode ser o antissemitismo. Acreditava-se que os judeus, que viviam em lugares apertados e escuros, eram mais suscetíveis do que os cristãos a infecções e doenças (e, portanto, eram perigosos). Por razões misteriosas, o segundo argumento era justamente que os judeus eram mais resistentes a pragas e epidemias, além de serem sensuais e assustadoramente fecundos, o que fazia deles invasores em potencial do mundo cristão.
Históricamente, convivemos com o antissemitismo europeu há muito tempo. A trajédia lá ocorrida será uma cicatriz indelável na alma da humanidade. Os anos passaram . Os ecos gritantes daqueles momentos pareciam estar mais distante e, no entanto, parece que algo renasce. O que é preocupante são dois fatores:
Um deles é o fenômeno da imediata associação de qualquer crítica às políticas do estado de Israel com o fato de ser o povo judeu, como se um protesto contra as políticas de Angela Merkel fosse um protesto antiariano. Desde sua criação, o Estado de Israel sempre esteve na berlinda. toda e qualquer ação deste pequeno país parece passar por um crivo mais impalcável, preconceituoso. Nossas negociações são do gênero 1027 por 1 (quando torcamos Gilad Shalid por 1027 prisioneiros palestinos)!!!
O outro fato é o recrudescimento do antissemitismo na Europa, haja vista o sucesso do partido nazista na Grécia e do partido direitista na França. Podemos pensar que asneiras como as crendices do século 19 nunca mais passarão pelas mentes dos antissemitas. Afinal, estamos na era da internet, das redes sociais, dos aviões e das telecomunicações.
Mas também, estamos na era dos Mahmoud Ahmadinejads, Hugos Cháves e outros caudilhos nanicos e transvestidso de lideres, que usam o fanatismo, o populismo e a xenofobia para recrudescer sentimentos que nada tem a ver com a razão ou tolerância. Quem pode imaginar que existam pessoas que acreditam que o Holocausto não aconteceu? Ou que pensem que a culpa da crise econômica mundial é dos judeus?
Vivemos em um país cujo povo é a própria definição de tolerância e de miscigenação. Isso não nos exime de nossa responsabilidade. Como judeus, devemos estar vigilantes para que esta onda de antissemitismo que se apresenta não tome uma forma assustadora.
Devemos ocupar todos os nossos fóruns necessários para que nosso povo não seja novamente oprimido. Nossas arenas devem ser agora e não em um futuro sombrio. Nossas vozes devem clamar bem alto e já. TJ

Fonte: Tribuna Judaica (Publicação do nosso Floriano Pesaro - Sociólogo e Vereador)

Obs.: O antissemitismo é como a onda do mar que frequentemente avançam e recuam. O que devemos prestar atenção e que, tal como o mar, essas ondas não ultrapassem o seu limite. E se elas se recrudescerem, devemos formar "barragens", a fim de evitar que venham fazer "estragos" na vida social daqueles que têm o direito à vida como qualquer outro povo, lingua e/ou nação.
Baruch Shofar.

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