Roubo
Quinta-feira, Julho 11, 2013 - 11:00
Enviado por Site Lubavitch
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Um funcionário administrativo elevado em nossa sinagoga desviou uma grande quantia de dinheiro das doações congregacionais. Ele é bem versado em Torá, e certamente sabe a diferença entre certo e errado. Então, como é possível que ele tenha feito uma coisa dessas?
Resposta:
Vou responder com uma história.
Certa feita, Rabino Chaim de Sanz (mestre chassídico polonês, 1793-1876) procurava um homem honesto no mercado.
Primeiro ele parou Yossel e perguntou:
"‑ Yossel! Se você encontrasse uma carteira na rua, o que você faria?”
"‑ Claro, eu a devolveria ao seu dono!", respondeu Yossel.
"‑ Yossel, você é um tolo!", Exclamou o rabino. "‑ Agora, fique aqui."
E o rabino chamou outro homem.
"‑ Feivel, se você encontrasse uma carteira na rua, o que você faria?"
"‑ Rabi, você me conhece", respondeu Feivel. "Eu provavelmente iria mantê-la para mim mesmo. Preciso muito do dinheiro, e eu não sou um judeu tão bom assim!”
"‑ Feivel, você deve se arrepender! Enquanto isso, fique aqui! "
E ele chamou um terceiro homem.
"‑ Leibel, se você encontrasse uma carteira na rua, o que você faria?"
Leibel começou a tremer.
"‑ Responda-me, Leibel, o que você faria?"
"‑ Rabi", Leibel falou com os olhos no chão, "Eu realmente não sei o que eu faria! Eu não sei quem ganharia dentro de mim, meu yetzer tov (boa inclinação) ou o meu yetzer hará (má inclinação)!”
"‑ Leibel", o rabino respondeu: "você é um homem honesto!”.
Essa é a natureza humana: quando a tentação encara alguém de frente, ninguém pode garantir o que ele vai fazer. Especialmente se a tentação está ali dia após dia.
Mesmo quando o Templo Sagrado estava em Jerusalém, quando um sacerdote entrava na sala do tesouro, ele tinha que entrar com dois de seus colegas.
Então, é isso que a Torá nos ensina: Não seja tão rápido em condenar seu companheiro por desonestidade. Você mesmo nunca pode ter certeza do que você faria em seu lugar, nas mesmas circunstâncias.
A Torá nos ensina que o homem deve pagar a sua pena e perder seu posto. Mas também ensina que todos devemos reconhecer que qualquer um de nós poderia ter feito a mesma coisa em sua situação.
Há uma lei que um homem muito velho não pode ter assento em um beit din (Tribunal Judaico). O motivo? Porque ele esqueceu os problemas de ter que trabalhar para sustentar uma família, e ele não será capaz de simpatizar com o pequeno criminoso.
A Torá é uma harmonia de muitos opostos.
Rabi Tzvi Freeman para Chabad.org
Obs.: Por isso que o honesto não é aquele que diz: eu sou honesto, pode confiar em mim. Honesto é aquele que se resguarda de testemunhas do seu feito, para que ele não caia na tentação de ser vencido pelo seu YTZER HARÁ.
Hoje em dia, honesto (honesto não quer dizer santo)é aquele que cerca-se de todos os artifícios, todos os meios para garantir sua honestidade ou fidelidade.
Aquele que vem com a conversa: " Ô Fulano não confia em mim"? Esse não é para confiar mesmo. Agora,aquele que faz tudo as claras, com provas contundentes. Esse merece respeito e consideração. Mas, para os "espertos" de hoje, esse é o "OTÁRIO".
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