Porção semanal: Parashá Vayetsê.

 

 
Yaacov encontra Rachel junto ao poço.
Antes de Yaacov sair de casa, sua mãe Rivca revelou-lhe:
"Sei onde você irá encontrar sua futura esposa - junto ao poço. Se você vir uma moça junto ao poço que é filha de meu irmão Lavan e se parece comigo, é a moça com quem D'us deseja que você se case."
Quando Yaacov chegou ao poço de Charan, havia muitos pastores ao seu redor. Uma enorme pedra cobria o poço. Todos os pastores da vizinhança juntos tinham que rolar a pedra que cobria a abertura do poço para conseguir extrair sua água.
O poço fora propositadamente coberto com uma enorme pedra pois, àquela época, todas as outras fontes de água da cidade estavam contaminadas, e a cidade inteira dependia deste poço de água. Assim, os habitantes decidiram colocar uma pedra na boca do poço, para limitar o acesso. Só seria possível obter água em determinados momentos, depois da rocha ter sido removida através dos esforços unidos de todos os pastores.
Yaacov perguntou aos pastores:
"Vocês conhecem Lavan?" Eles apontaram para uma jovem que se aproximava com suas ovelhas: "Esta é a filha de Lavan, Rachel," disseram a Yaacov.
Enquanto conversavam, Rachel surgiu, com o rebanho de Lavan. D'us enviou Rachel, para que se encontrasse com Yaacov, uma vez que estava destinada a ser seu par.
Em certos casos, a predestinada esposa viaja para encontrar o marido. Em outros, o marido viaja para encontrá-la. Não importa de que maneira isso aconteça, eles devem encontrar-se, se assim foi decretado pelo Céu.
Uma história: A princesa e o mendigo
O rei Salomão (Shelomô) tinha uma filha de inigualável beleza. Ele previu que o futuro cônjuge seria um pobre, da classe mais miserável e destituída de todos os bens materiais.
Salomão ordenou que um castelo fosse construído numa ilha distante, e que sua filha fosse levada para lá. Cercou o castelo com setenta guardas armados, trancou todas as entradas, e mandou os soldados permanecerem em estado de alerta dia e noite para que ninguém entrasse. O rei disse: "Deixe-me ver como D'us guia o mundo!"
Numa cidade longínqua, um pobre perambulava a pé no meio da noite. Estava faminto, sedento, descalço, e não tinha um lar onde passar a noite. De repente, percebeu num campo a carcaça de um touro. Feliz por ter encontrado um local para abrigar-se do frio, o homem acomodou-se, encolhido entre as costelas, cobriu-se com a pele, e logo adormeceu.
Uma gigantesca ave de rapina investiu e arrebatou a carcaça, carregando-a pelo céu em direção ao oceano. A ave de rapina voou até o topo do castelo da ilha, pousou a carcaça com o homem dentro, devorou a carne sobre a carcaça e voou.
No dia seguinte, quando a moça estava em seu passeio matinal, admirou-se ao encontrar um homem. Perguntou-lhe quem era e como chegara lá, a despeito dos guardas postados ininterruptamente junto aos portões.
"Sou um judeu da cidade de Aco," esclareceu-lhe, "e uma ave de rapina trouxe-me até aqui." Ela convidou-o a entrar no castelo, deu-lhe comida e roupas, e conversaram. Ela descobriu que ele era um sofêr (escriba), e um homem estudado. Quando perguntou-lhe se queria casar-se com ele, concordou de boa vontade. O rapaz não tinha pena e tinta para escrever o contrato matrimonial, por isso cortou-se e escreveu o contrato com seu próprio sangue, dizendo: "Os anjos Gavriel e Michael são nossas testemunhas."
O tempo passou, e a moça ocultou a presença do marido, temendo que seu pai pudesse opor-se ao matrimônio. Um dia, porém, os guardas ouviram o inconfundível choro de um bebê no castelo. Vasculharam o castelo, encontrando o marido e filho. Os guardas ficaram mortalmente pálidos, com medo da ira real. Enviaram-lhe uma mensagem, apressando-o a ir para a ilha. O rei Salomão embarcou num navio e navegou com destino à ilha, para visitar sua filha.
"Nosso mestre, o rei!" - suplicaram-lhe os guardas. "Não nos puna pelo ocorrido, pois não somos culpados!"
Salomão chamou sua filha e o marido, que lhe mostrou o contrato matrimonial que escrevera. Salomão inquiriu-o a respeito de sua família e cidade de origem, e compreendeu que este era o homem que havia sido predestinado à sua filha. Cheio de júbilo, Salomão gritou: "Bendito é o Todo Poderoso que para sempre une o marido à sua esposa, que são destinados um ao outro!"
 
 
Yaacov, saiu de casa aconselhado pela sua  mãe a ir para a terra de seus parentes, afim de encontrar uma esposa. Sua mãe lhe disse que  se Yaacov visse uma moça junto ao poço  e que  fosse semelhante a  ela mesma, essa seria a esposa com quem Yaccov deveria casar-se. Note, que a mãe disse: uma moça. Não duas, nem três, nem muitas. Apenas UMA. Ora, se viesse muitas moças ao  poço, ou ainda que fosse duas, com  qual  Yaacov deveria casar-se?  Não  iria ficar confuso?   No meu caso tudo que vem as mãos, vem de forma dupla ou com muitas opções, e isso trás confusão. Qual  escolher?  Se não  sei  escolher!
Então, Yaccov pode escolher facilmente, pois, o conselho  da mãe, cumpriu-se cabalmente, de modo que Yaacov não teve dúvidas. E essa a mulher com quem devo  casar-me.
Aprendemos também que em certos casos, a esposa viaja para encontrar o marido. Em outros, o marido viaja para encontrar a esposa.  Não  importa de que maneira isso aconteça, eles devem encontrar-se, se assim foi decretado pelo céu.  
Observamos ainda que, se houve um decreto no céu, nada acontece diferente.  Então, também pode ter havido um decreto que faz com que uma pessoa não  encontre seu  par. Ou tenha dificuldade para encontrá-lo. Será?  E se é assim, como  anular tal decreto Divino?
Se existe a predestinação, qual  delas é a que vale?   Aquela que predestina o  par para alguém,  ou, aquela que impede que alguém nunca conheça ou mesmo  conhecendo não  se una a seu  par?
Como entender isso?   No meu  caso: muitas passaram por minha vida.  Mas,  não  discerni qual deveria  ser meu  par. Sempre foi  uma grande  confusão. Sempre vem em duplicidade, trazendo  dúvidas e indecisão. Porque, se há mais de  uma,  qual  escolher?
É interessante observar que, Yaacov ficava atento aos sinais, ou, ao menor sinal.
O poço estava cheio, ao  tirar a pedra de cima do poço, as águas transbordaram o local.  Nunca vi um poço fazer isso.  Tenho um poço em minha casa. Então esse foi um dos sinais que Yaacov observou.
Lembram quando Abraão mandou  seu servo Eliezer buscar uma esposa para Isaque?  O servo de Abraão  rezou a D'us para que lhe desse um sinal?  rezou ele: " Estarei junto ao poço, a mulher que vir e abrir a tampa do  poço, der água a mim e der também aos camelos, então saberei que esta a moça que está separada para  Isaque, filho  de Abraão.  E assim, aconteceu.  Então, não  teve como  enganar-se, nem ficar confuso.  Por que, uma só moça apareceu e  deu água aos camelos e também ofereceu-lhe água.
 
Um outro  fato culminante com os acontecidos é que, depois de confirmadas as probabilidades, não  havia nada mais à fazer, a não  ser pedir a mão  da moça em  casamento. Tendo  todas as evidências de que era essa a mulher que lhe falara sua mãe,  não  hesitou  em  perguntá-la se queria tornar-se esposa.
Porque, não temos também  os sinais para nos dar a  certeza de que essa ou  aquela é a "moça" certa para a nossa vida?  Como no meu caso, que sempre  vem de forma confusa, tendo  que decidir entre uma e  outra?
As vezes também, vem uma só, mas, sem as características do que seria a mulher ideal para a minha vida, segundo meu entendimento, aí fico confuso. Por que, cada um sabe qual  a mulher que verdadeiramente  "encaixa" no seu perfil.
Por que que Yaacov foi  recomendado pela mãe a ir á sua parentela procurar uma esposa?  Por que a mãe sabia que na parentela seria mais fácil de achar uma mulher adequada, por já ter um "raio X" da índole e do comportamento da sobrinha, apesar da idolatria vivida pelo  seu tio. E também porque falavam  a mesma língua.
Encontrar uma mulher estranha, cuja linguagem seja difícil  de entender,  torna o relacionamento perigoso. Pois, pode desencadear uma ruptura nos valores éticos e morais da família.

 

Fonte: Chabad.

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