Qatar acusa governo sírio de genocídio depois de falha na trégua

O governo da Síria está travando uma "guerra de extermínio contra seu próprio povo", segundo o emir do Catar, horas depois de um cessar-fogo de quatro dias ter falhado, durante o feriado muçulmano que deixou centenas de mortos.

Com palavras fortes, em entrevista a Al Jazeera, o Sheikh Hamad bin Jassem Al Thani também acusou as potências estrangeiras de não fazerem nada, enquanto as forças do presidente Bashar al-Assad realizavam a matança.

"O que está acontecendo na Síria não é uma guerra civil, mas um genocídio, uma guerra de extermínio com uma licença para matar, pelo governo sírio e pela comunidade internacional", disse. O Sheikh Hamad, que também é ministro das Relações Exteriores do Catar,, afirmou que tinha confiança na Liga Arabe da ONU na pessoa de Lakhdar Brahimi -- enviado a Síria. E que seu país não confiava no governo de Al-Assad.

Brahimi negociou com forças do governo e rebeldes para cessar as brigas durante o Eid al-Adha, um importante feriado muçulmano que começou sexta-feira e terminou segunda-feira. Mas logo ficou claro que a violência continuava quase inabalável.

"Quando o governo sírio anunciou que iria cumprir a trégua e que seu exército iria responder a qualquer manifestação ficou claro que não havia nenhuma trégua", disse Hamad. "Todo mundo sabe qual é a solução e que o povo sírio quer. Tudo o que está acontecendo agora é um desperdício de tempo e este é o tempo que está matando o povo sírio e destruindo a infraestrutura do país. "

O Sheikh Hamad ressaltou também que sentiu "o despertar maior" entre os países árabes e em toda a comunidade internacional sobre a crise na Síria, apesar dos movimentos por parte da Rússia e da China de bloquear a ação do Conselho de Segurança da ONU. Ainda segundo Hamad esta "paralisia" impediria a ação até mesmo, após os resultados das eleições norte-americanas.

O Centro de Documentação de violação - grupo responsável por documentar os nomes das pessoas mortas nos conflitos na Síria, calculou o número total de mortos. O relatório mostra que o número total de civis foi de 32.013 durante cerca 20 meses de violência, com 2.900 soldados do governo mortos no mesmo período.

Brahimi foi para Pequim onde foi recebido por altos oficiais chineses , um dia após se reunir com o ministro do Exterior da Rússia Sergey Lavrov, pela primeira vez sobre para falar sobre a guerra civil na Síria. O jornal estatal da China citou que o porta-voz do Ministério Relações Exteriores Hong Lei afirmou que havia tido "uma comunicação profunda" com autoridades chinesas durante a visita de dois dias: "A China apoia os esforços Brahimi para encontrar uma solução política para a crise, em vez do uso da força", completou Hong.

Na sequência da reunião em Moscou, a Rússia acusou a ONU por não ter condenado o ataque com um carro-bomba em um reduto pró-Assad, perto da capital, Damasco. O Ministério das Relações Exteriores da Síria também escreveu ao secretário-geral da ONU Ban Ki-moon criticando o fracasso das Nações Unidas para condenar tais ataques: "Encorajados terroristas continuam cometendo crimes contra o povo sírio".

Lavrov afirmou em seu Twitter que a Rússia estava decepcionada com a falta de apoio a Brahimi para o fim da "trégua de férias", mas que apreciou os esforços para tentar "encontrar formas potenciais de colaboração para a comunidade internacional na ajuda de estabilizar a Síria". O Conselho de Cooperação de Segurança russo-francês se reunirá em Paris, dia 31 de outubro com o Ministro das Relações Exteriores.

Após o encontro com Lavrov, Brahimi disse que nenhum dos lados da Síria estão mostrando sinais de recuar: "O governo diz que eles estão lutando contra terroristas e que é seu dever fazê-lo. Proteger seu povo... O outro lado diz que está lutando contra um governo muito cruel que está perseguindo e que eles estão apenas se defendendo", disse Brahimi após a reunião.

Ele citou o caso de uma mulher que tem um filho no exército sírio e outro filho no Exército Livre Sírio (rebelde). "Se isso não é guerra civil, eu não sei o que é", disse Brahimi.

A diplomacia com a Rússia é uma "dança" delicada. A Rússia junto com China tem repetidamente vetado as tentativas do Conselho de Segurança em tomar medidas mais fortes contra a Al-Assad. Muitos acusaram a Rússia de apoiar o governo sírio, embora ela diga que só quer uma solução política para a Síria determinado por seus próprios povos.

Fonte: Jornal Rua Judaica.

Obs.: Se o Governo do Catar, quer realmente acabar com o conflito, porque não convoca uma junta dos países árabes que são contra o conflito para discutir se o Governo Bashar al-Assad merece realmente continuar no poder. Se chegou ao fim o autoritarismo e o povo quer a democracia, porque não pressiona o Governo Sírio a fechar um acordo de transição? E o Governo Sírio atual teria o direito de se refugiar em outro país para não sofrer julgamento por conta dos crimes de guerra contra a população civil. Caso não queira refugiar-se sofrerá o julgamento.
Agora, jogar a responsabilidade para os países do ocidente sem fazer nada, é querer pegar galinha com ratueira. Conhece a "estória da ratueira"?

Baruch Shofar.

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