Avraham foi um homem muito resoluto, muito amigável, cuja razão de ser era provocar uma revolução social. Ele fez a primeira canja de galinha da história, oferecendo comida grátis e grande orientação moral a todos que ali chegavam. Foi um líder. Era um lobo solitário, escritor e palestrante sobre motivação. Acreditava em si mesmo; acreditava nas pessoas. Acreditava em D'us. Acreditava em mudança; acreditava no mundo. Acreditava em mudar o mundo. Foi também o primeiro judeu.
Aos três anos, o pequeno Abram (D'us mudou-lhe o nome mais tarde) era esperto demais. Cresceu na antiga Mesopotâmia (atualmente Iraque/Kuwait), onde havia muita idolatria à sua volta - na verdade, o pai de Abram, Terach, tinha uma loja de ídolos. Porém Abram fez a pergunta lógica que todos fazemos quando crianças: "De onde eles vêm?" Tentou então entender a vida. Pensou que o sol criasse o mundo - afinal, é grande, poderoso e dominador.
Mas o sol não está ali durante a noite, percebeu Abram - então talvez seja a lua. Mas a lua sumia durante o dia. Abram contemplou as estrelas, montanhas, vales, oceanos, rios, planícies, céu e terra, as pessoas levando vidas conturbadas e o espaço que cercava isso tudo, e por fim concluiu que deveria haver uma Inteligência Superior por detrás deste cenário.
Quando Abram tornou-se adulto, fez algo revolucionário. Terach deixou Abram tomando conta da loja certa manhã... e ao voltar encontrou cada uma das estátuas de pedra transformada em cacos - exceto uma. Este indivíduo grande ainda estava de pé no centro do caos, segurando uma marreta em sua mão de pedra.
"Abraaaaaam!" gritou Terach. "Quem fez isso?"
"Foi ele!" - sorriu Abram.
"Quem?"
"Ele. Aquele ali no meio. Segurando o martelo. Não está vendo?"
Terach olhou para o filho. Abram olhou de volta. Passaram-se alguns segundos, longos e silenciosos. "Abram" - finalmente Terach suspirou - "Ele é uma estátua! Não pode mover-se - não pode fazer coisa alguma! Eu o fiz, com minhas próprias mãos!"
"É exatamente aí que quero chegar" - respondeu Abram.
Desnecessário dizer, Terach tinha muito sobre o que refletir.
As idéias de Abram faziam sentido demais para o déspota rei, Nimrod, que se considerava Mestre do universo. Não conseguiu aceitar isso. "A sociedade poderia adorar a D'us e não a mim!" uivou ele, e tentou livrar-se de Abram atirando-o publicamente num enorme incinerador. Mas D'us limpou um espaço livre do fogo por detrás das chamas, e três dias depois, de lá pulou Abram, sorrindo até as orelhas. Desnecessário dizer, Nimrod e o Reino tinham muito sobre o que pensar.
Mesmo assim, Abram e seu recém-conquistado pai Terach viram-se forçados a fugir por causa de suas crenças. Juntaram seus pertences e viajaram mil quilômetros rumo oeste, onde hoje é Israel, passando cinco anos de residência temporária em Charan (uma antiga cidade localizada a nordeste da atual Síria), onde o talento de Abram como escritor e orador atraiu multidões.
D'us então fez com que ele migrasse para onde hoje está Israel, os seguidores a reboque, onde ele caminhou por todo o lugar para simbolicamente declarar sua posse, como D'us havia lhe prometido:
"Esta terra irá para teus filhos."
Avraham passou o restante de sua vida aperfeiçoando seu relacionamento com D'us, e cuidando de sua estalagem à beira da estrada, onde servia excelente comida e ensinava tudo sobre monoteísmo aos viajantes: a crença no Único D'us Universal. Entre sua esposa Sarah e sua concubina Hagar, teve oito filhos, os mais importantes sendo Ishmael, pai dos povos árabes, e Yitschac, seu herdeiro espiritual e Segundo patriarca do povo judeu.
Quando Avraham morreu, aos 175 anos, era feliz, rico e estava em paz, sendo sepultado em Hebron, próximo a Sarah.
Fonte: Chabad
Obs.: Quem é hoje igual a Abraão? Quem pelo menos de perto reflete o caráter de Abraão? Quem que seja pelo menos uma sombra do nosso patriarca Abraão?
Pode até ter, mas, não conheço ninguém.
Abraão era bondoso. Sentava à frente de sua tenda para caso visse algum viajante. Viajante,(não anjos emissários de D'us), os atraia para ensinar-lhes sobre o Único D'us do Universo. Ele fazia questão de ensinar, mesmo a um idólatra que seus conceitos estavam equivocados. Caso aceitasse seus argumentos, o tratava como um dos seus.
O que vemos hoje? Pessoas que detê-em o conhecimento da Torá e se fecham nelas mesmas e não permitem que o "viajante" queira conhecer e fazer parte da família das que são devotas ao Único D'us do Universo. Lidamos com estas pessoas, e elas não se movem para ajudar. São religiosas para si mesmas. Pedimos, imploramos, nos humilhamos, e nada. Ficamos como mendigos, pedintes, a pedir pão.
A desculpa delas, é que devemos ser testados tal qual Abraão foi. Mas Abraão nos abriu o caminho. Tá certo que devemos ser testados se o desejo que está dentro de cada um de nós é realmente de ter a Torá como nosso segundo "órgão" cerebral. Aquele que nos dê as instruções quanto ao nosso modo de vida.
Precisamos porém, de apoio, ensinamento, proximidade, crédito e paciência para absorvermos o que nos é ensinado.
As pessoas ficam assustadas. Acham que todo mundo que está em volta delas está por dinheiro. Minha amizade não é por dinheiro. Meu gostar não é por dinheiro. Não quero dinheiro de ninguém. Não preciso do dinheiro de ninguém. Arrogância? Não. Apenas uma consciência de que: o que é meu é meu; e o que é teu, é teu. E dependendo da situação, o que for meu também poderá ser teu.
As pessoas não me conhecem; e me julgam por exemplo de outros.
Não vou levar nada material daqui. Como riqueza, só quero a instrução da Torá. Mais nada.
Quantos amigos/as já passaram por mim e podiam ter-me estendido as mãos e não fizeram. Por que? Por que seus corações estão travados. Sem a essência da bondade de Abraão. Por medo, por preconceitos, por "n" julgamentos.
As vezes, somos colocados pela Sabedoria Divina frente a frente com alguém que nos parece "estranho", a fim de podermos desvendarmos os "olhos" para a Verdade Absoluta que conhecemos e aprendemos dos nossos pais e não à fazemos. As vezes temos a oportunidade de fazer o que devíamos ter feito e deixamos passar. Quantos "cegos" querendo luz? Quantos famintos querendo pão? Quantos surdos querendo ouvir a majestosa voz da Torá? E nós fechamos o nosso coração.
Quem é como Abraão? A bondade é um atributo em falta na maioria dos devotos de HaShem de hoje.
Quer ser como Abraão? Abra as portas da tua tenda, que estou como um viajante para aprender da tua bondade e das instruções sobre o Ùnico D'us do Universo.
Lembre-se: Eliahu Hanavi pode vir disfarçado de viajante para aprender da tua bondade e instruções, e você pode negar-lhe o pão, o vinho e o melhor das gorduras de teus carneiros, pela dureza do teu coração.
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