SOCIABILIDADE BRASILEIRA E IDENTIDADE JUDAICA -

As origens de uma cultura não anti-semita

Bernardo Sorj

 

Introdução

Aparentemente, o estudo da comunidade judaica no Brasil não apresenta maior

interesse sociológico. Um grupo pequeno, que não chega a ser 0,1% da população,

ocupando maioritariamente setores sociais médios sem maior peso institucional na

vida nacional, a comunidade judaica aparece como mais um componente do lado

bem- sucedido e moderno, do Brasil contemporâneo. Acreditamos, porém, que a

análise da dinâmica de integração dos judeus no Brasil pode ser particularmente

instrutiva tanto para a compreensão da cultura brasileira, quanto do judaísmo e do

anti-semitismo modernos.

Assim, a cultura brasileira não discrimina o imigrante, pelo contrário, o valoriza.

O país conseguiu absorver o maior contingente de população japonesa fora do

próprio Japão, milhões de árabes e menor quantidade de judeus, sem gerar conflitos

étnicos ou práticas preconceituosas. Trata-se de um feito admirável, possivelmente

sem similares na história contemporânea. Grande parte destes imigrantes, numa

sociedade com altos índices de crescimento econômico e mobilidade social,

conseguiram rapidamente, graças aos valores e conhecimentos trazidos de seus

lugares de origem, ascender socialmente e ocupar posições importantes nas classes

médias e elites do país. A ascensão social dos imigrantes no lugar de gerar ideologias

racistas ou sentimentos antiétnicos, é vista como fator positivo e valorizador da

pessoa. Isto porque a cultura, a identidade e o mito de origem brasileiro favorecem a

mudança, o novo e a transformação que permitirá realizar suas potencialidades como

país do futuro.

VEJA NO ANEXO A CONTINUIDADE DO TEXTO.

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sociabilidade brasileira e identidade judaica.pdf

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