Tishá Be Av - Pranteando a Destruição do Templo.

"Quando começa o mês de Av, reduzimos nosso júbilo..." (Talmud, Tratado Ta'anit 26). Começando em 1º de Av, usualmente nos abstemos de diversas atividades que estão associadas à alegria.

9 de Av

O dia 9 de Av, Tishá BeAv, celebra uma lista de catástrofes tão graves que é claramente um dia especialmente amaldiçoado por D'us. O Primeiro Templo foi destruído neste dia. Cinco séculos mais tarde, conforme os romanos se aproximavam do Segundo Templo, prontos para incendiá-lo, os judeus ficaram chocados ao perceber que o Segundo Templo foi destruído no mesmo dia que o Primeiro.

Quando os judeus se rebelaram contra o governo romano, acreditavam que seu líder, Shimon bar Kochba, preencheria suas ânsias messiânicas. Mas suas esperanças foram cruelmente destroçadas em 135 EC, quando os judeus rebeldes foram brutalmente esquartejados na batalha final em Betar. A data do massacre? Nove de Av, é claro!

Os judeus foram expulsos da Inglaterra em 1290 EC em, você já sabe, Tishá BeAv. Em 1492, a Idade de Ouro da Espanha terminou, quando a Rainha Isabel e seu marido Fernando ordenaram que os judeus fossem banidos do país. O decreto de expulsão foi assinado em 31 de março de 1492, e os judeus tiveram exatamente três meses para colocar seus negócios em ordem e deixar o país. A data hebraica na qual nenhum judeu mais teve permissão de permanecer no país onde tinha desfrutado de receptividade e prosperidade? A esta altura, você já sabe que é 9 de Av.

Pronto para mais? A Segunda Guerra e o Holocausto, concluem os historiadores, foi na verdade a conclusão arrastada da Primeira Guerra, que começou em 1914. E sim, a Primeira Guerra Mundial começou, no calendário hebraico, a 9 de Av - Tishá BeAv.

O que você conclui disso tudo? Os judeus vêem estes fatos como outra confirmação da convicção profundamente enraizada de que a História não ocorre por acaso; os acontecimentos - mesmo os terríveis - são parte de um plano Divino, e têm um significado espiritual. A mensagem do tempo é que há um propósito racional, muito embora não possamos entendê-lo.

Fonte: CHABAD.

 

Por que o Primeiro Templo caiu na destruição.

No Talmud, no Tratado de Yoma, está escrito que o Primeiro Templo foi destruído porque na época os judeus cometiam três pecados capitais: idolatria, imoralidade (adultério e incesto) e assassinato. Mas, ainda no Talmud, o Tratado de Nedarim aponta
para outra razão. Está escrito que o Primeiro Templo caiu porque antes de estudar a Torá os judeus não recitavam a bênção  apropriada.
Idolatria, imoralidade e assassinato - pecados tão graves que um judeu não pode cometê-los nem para salvar sua vida - podem até justificar a destruição do Templo e o exílio do nosso povo da Terra de Israel. Mas o fato de não recitar uma bênção antes de  estudar Torá parece ser uma infração técnica, algo que não poderia ter conseqüências tão catastróficas. No entanto, explicam  nossos Sábios que o fato de os judeus cometerem pecados cardeais tão graves, que levaram à destruição do Primeiro Templo, está ligado à forma como se relacionavam com a Torá.
Pergunta o Maharal de Praga, grande cabalista famoso por ter construído o Golem: "Por que a Terra está-se perdendo? A resposta  dada por ele é que a Torá foi abandonada. E o que significa abandonar a Torá? Significa não a bendizer". Pois, abençoar a Torá antes de estudá-la - declarando "Santificado és Tu, o Eterno,.... que nos deste a Tua Torá" - é reconhecer que esta pode ser uma
dádiva, mas que a Torá ainda pertence a D'us, não a nós. Por outro lado, não recitar a bênção antes de estudá-la, significa removê-la da esfera da santidade. É tratar a Torá, que é a Vontade e a Sabedoria Divina, como qualquer outra obra literária, estudando-a como se fosse matéria da história ou do direito. É transformar o sagrado em profano - e esta é a própria definição de sacrilégio. É ofender tanto à própria Torá como Àquele que a outorgou ao Povo Judeu.

Apesar de D'us estar disposto a relevar muitos dos erros e pecados que cometemos, a omissão em relação à bênção da Torá é algo que Ele não pode ignorar. Fica mais fácil entender a gravidade disso através de uma simples analogia: se alguém se machucar, a dor é transmitida ao cérebro. Mas a ferida mais perigosa é aquela que atinge diretamente o cérebro. Diminuir a santidade da Torá é atingir o âmago do judaísmo, pois esta é como um fio de alta tensão que conecta o homem finito com o riador Infinito. Se alguém decidir brincar com esse fio de alta tensão - ao interpretar a Torá da forma que lhe convém, mudando ou revogando suas leis, ou a explorando em benefício próprio - corre o risco de ferir sua alma. Ao tratar a Torá como se fosse uma obra humana e não Divina, rompe a igação desse fio espiritual com sua Fonte. Quando isso acontece, escreve o Maharal de Praga, a Torá trazida por Moshé dos Céus à Terra perde a sua permanência. Deixa de ser a Árvore da Vida e passa a ser uma árvore cortada de sua Raiz, e, inexoravelmente, definhará e acabará por morrer. Isso foi o que levou o povo a cometer pecados tão graves, na época do Primeiro Templo.

 

Por que caiu na destruição o Segundo Templo.

Uma das conseqüências da destruição do Primeiro Templo foi o exílio babilônico, que durou 70 anos. Foi um exílio extremamente curto, como um piscar de olhos, quando comparado ao de 2.000 anos iniciado após a queda do Segundo Templo. Mas, por que o Segundo Templo foi destruído? E por que o segundo exílio foi desproporcionalmente mais longo e mais difícil do que o primeiro? O Talmud nos responde: durante a época do Segundo Templo, apesar de serem judeus observantes, os judeus odiavam uns aos outros. Estudavam a Torá da maneira correta, seguiam suas leis e até faziam atos de bondade e caridade. Mas se odiavam e difamavam uns aos outros, nutriam ressentimentos e se alegravam com a desgraça alheia. Nossos Sábios, então, concluem: se a extensão do exílio é uma medida para avaliar a gravidade de um pecado, o ódio entre judeus é pior do que ofender a Torá e
cometer os três pecados cardeais.
De fato, Maimônides escreve que a Torá foi dada para estabelecer a paz no mundo. Seu propósito é aproximar os judeus de D'us e, também, uns dos outros. É verdade que quando alguém - por rancor ou indiferença, e não por falta de conhecimento - deixa de abençoar a Torá, ele a ofende. Mas quando um judeu odeia outro judeu, seu ato é muito pior: ele nega a Torá, pois invalida seus objetivos. Além do mais, o ódio entre judeus é uma afronta à Unidade d'Aquele que nos deu a Torá. É verdade que sabemos muito pouco sobre D'us, mas sabemos que Ele é absolutamente Um. Quando nós, Seu Povo, estamos unidos, refletimos a Sua Unidade.

 

Fonte: [ Fonte principal - Morasha - Edição 61.

 

Obs. Israel é uma democracia. Porque? Porque o nosso D'us é a fonte de toda liberdade. Ninguém deve servir a D'us por pressão , imposição ou por medo. Devemos servi-lo por reconhecê-lo como sendo o EU SOU. EU SEREI O QUE QUIZER SER. Que as regras devem ser obedecidas por reconhecer que elas são o remédio para a nossa vida e para elevação da nossa alma. É uma questão de compromisso voluntário. Ninguém pode e deve ser forçado a nada.
Que nós não podemos forçar ninguém a ser religioso. Mas, esse desejo deve brotar voluntariamente como uma nascente que brota em terra árida, trazendo frescor para o escaldante calor de uma terra solitária. Tornando aquele lugar um oásis para quem quizer nela abrigar-se.
Não podemos odiar o nosso irmão por ele não entender a razão da nossa inclinação em cumprir todas as regras, todas as Mitsvot. Devemos em nossas preces particulares, mensionar a dificuldade do nosso irmão para que ele também desfrute desse oásis, se é que não está dele se servindo.
Se Israel não está hoje como gostaríamos, devemos redobrar as nossas preces, jejuar,clamar, para que a LUZ emanada da Torá penetre nos corações dos nossos lideres políticos para que possam serem revestidos de plena sabedoria e inspiração para acharem as soluções para temas tão complexos como as que temos hoje, com relação aos nossos vizinhos.
Mas, para isso, é preciso, ao invés de criticarmos, e expor ao mundo a nossa insatisfação; chorarmos, clamarmos e praticarmos o Ahavat Israel. Independentemente dos erros que possamos estarmos vendo. Porque, só quem teria autoridade para repreender um dos nossos sábios, ou lideres,seria um profeta, nascido do nosso povo, descendente de uma das tribos. Coisa que não acontece desde que o último deles deixou este mundo.
Coisa vergonhosa é que, enquanto não nos entendemos de forma unânimes, pessoas de outros credos, estão a construir réplicas do Beit Hamikdash em lugares que o Eterno não escolheu. Isso, para nos fazer lembrar o quanto estamos ainda distantes do ideal daquilo que a Torá nos propõe como uma Nação determinada a emanar a LUZ que tanto trará PAZ ao mundo e saúde para todos os povos.
Eu coitado de mim. Ve'Ani Hakatan, sou como um pingo, uma gota d'água, espirrada pela força do desejo de ter a Luz da Torá brilhando dentro de mim, dentro do meu cérebro, dentro do Ruach, Nefesh e Neshamá, como uma faísca de uma centelha para contribuir na iluminação do mundo. Porém, ainda estou aprendendo e muito tenho que aprender com relação a obediência aos preceitos da Torá. Mas com certeza, vou a cada dia me aprimorando e a Luz emanada da nossa Mãe Torá , me trará a formação necessária para a cada dia, crescer, como cresce a luz da alva no crescente amanhecer. 
Shalom.
Baruch Shofar.

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