Postado por Jayme Fucs Bar em 17 de Setembro de 2011 às 12:56am
A Palestina precisa ser aceita como membro pleno da ONU para continuar com as negociações de paz com os israelenses, disse o presidente palestino, Mahmoud Abbas, durante discurso em Ramalah.
"Temos tudo: democracia, liberdade, transparência... Só temos uma questão pendente: necessitamos ser membros plenos nas Nações Unidas com as fronteiras de 1967 para negociar e solucionar todos os assuntos permanentes (com os israelenses)", disse o dirigente da Organização para Libertação Palestina (OLP).
Abbas considerou que sua iniciativa "não pretende isolar Israel ou tirar seu status legal, mas sim isolar as políticas israelenses", "acabar com a ocupação" e transformar a relação entre ambas partes em "uma relação entre dois Estados: um ocupado e o outro ocupante".
"Necessitamos acabar com a ocupação porque suas práticas são a dor que sofremos todos os dias", disse o palestino, destacando a destruição de casas palestinas e as agressões a seu povo por parte dos colonos judeus, a quem acusou de "treinar cachorros" para atacá-los.
O dirigente da OLP explicou que entregará sua solicitação em Nova York no próximo dia 23, após seu discurso perante a Assembleia Geral.
"Passaram centenas de resoluções e recomendações (da ONU) que não serviram para nada. Agora vamos demandar à organização nosso direito legítimo para pôr fim à tortura e poder desfrutar de nossos direitos e nossa liberdade nas fronteiras de 4 de junho de 1967, com Jerusalém Oriental como nossa capital", acrescentou.
O sucessor de Yasser Arafat demonstrou sua impaciência com os nulos avanços de um diálogo de paz que se estendeu durante quase duas décadas sem apresentar soluções.
O líder palestino ressaltou que respondeu a todas as chamadas dos mediadores internacionais, uma atitude que, segundo ele, "serviu apenas para perder tempo e para que a ocupação israelense continue se impondo no terreno".
Abbas lembrou que o presidente americano, Barack Obama, - que deve vetar o pedido da OLP no Conselho de Segurança - demonstrou há um ano sua esperança de ver a criação do Estado palestino e sua incorporação plena à ONU.
Neste período as autoridades palestinas percorreram um longo caminho para preparar suas instituições, um esforço que, apontou Abbas, foi reconhecido por organismos internacionais como o Banco Mundial, que informaram que o Executivo palestino está preparado para assumir funções estatais.
O dirigente considerou ainda que os palestinos são "o único povo no mundo que ainda vivem sob ocupação" e que "dois terços dos países do mundo reconhecem" à Palestina como Estado.
Em Gaza, o movimento islamita Hamas, criticou o discurso de Abbas ao considerar que suas palavras não esclareceram os riscos de sua estratégia. "O discurso de Abbas não contou nada novo e não explicou nenhum dos assuntos ambíguos em nível legal", declarou Yousef Rezqa, assessor legal do chefe do Governo islamita em Gaza, Ismael Haniyeh.
Segundo Rezqa, o presidente palestino não deixou claro como sua intervenção na ONU "influenciará a situação dos refugiados e a da OLP".
O dirigente islamita assinalou que "especialistas em legislação internacional disseram que a solicitação palestina na ONU teria um impacto negativo nestas duas questões".
Um de seus temores é que o reconhecimento da Palestina como Estado deixe fora da ONU a OLP, que conta na atualidade com o status de organização observadora e que ostenta a representação de todos os palestinos.
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