Brasil deve mandar fragata para o Líbano - Folha de SP

23 de dezembro de 2010 Brasil deve mandar fragata para o Líbano LUIS KAWAGUTI DE SÃO PAULO http://www1.folha.uol.com.br/mundo/850001-brasil-deve-mandar-fragata-para-o-libano.shtml O Brasil planeja enviar no ano que vem navios militares para o Oriente Médio, uma das regiões mais tensas do planeta. Junto, embarcariam ao menos 200 militares. Este é o plano da Marinha, segundo revelou à Folha o contra-almirante Luiz Henrique Caroli, 52, indicado pelo Brasil para chefiar a força naval da Unifil, missão de paz da ONU no sul do Líbano cujo objetivo é evitar conflitos entre Israel e a milícia xiita do Hizbollah. A incursão será a mais importante missão militar do país no exterior depois do Haiti, onde o Brasil comanda a força de paz da ONU (Organização das Nações Unidas). É parte da estratégia do governo Lula de aumentar a projeção global do Brasil. O plano deve continuar no governo Dilma Rousseff. Para o envio da tropa e dos navios, é preciso aprovação do Congresso. A Marinha está confiante de que não haverá problemas, dada a maioria folgada que a presidente terá no Legislativo. Veja os principais trechos de sua entrevista. Folha - Quando o sr. assumirá o comando da força? Luiz Henrique Caroli - Faltam um decreto presidencial e uma portaria do Ministério da Defesa. Eu imagino que isso vá acontecer em janeiro do ano que vem. O que essa força faz? Cada navio vai para uma área de patrulha e, quando vê uma embarcação, se identifica como navio da ONU, pergunta se está indo para águas libanesas, a carga, o rumo, a velocidade, de onde veio e orienta uma rota para o porto. Quando há suspeita de que ele carrega armas, a Marinha libanesa é acionada para fazer uma inspeção. Como foi a recepção dos governos libanês e israelense à participação do Brasil? Nosso país tem tradição de tolerância e convivência pacífica. Todos viram de forma positiva. A Indonésia se candidatou a assumir a força, mas Israel não quis porque era um país muçulmano. O Itamaraty consultou o governo israelense, que se posicionou favoravelmente, e o governo libanês também. A missão aumenta o prestígio do Brasil no Oriente Médio? Acredito que sim. O Brasil não usa missão de paz para sustentar as Forças Armadas, usa como instrumento de política. O país quer se sentar à mesa que vai criar as normas para os outros. Para isso, tem que participar. E uma forma positiva de participação são as operações de paz. Nós, militares, vemos tudo isso de forma positiva, porque permite termos a experiência real que enriquece as pessoas e a instituição. Inicialmente o Ministério da Defesa não autorizou o envio de um navio brasileiro para a missão, mas essa possibilidade ainda existe? Existe sim, a gente fez um estudo que foi aprovado pelo comandante em chefe da esquadra, onde a Marinha está estudando a possibilidade de enviar um navio para compor a força marítima. Qual seria a embarcação enviada? Uma fragata, por ser um navio com mais capacidade de permanência. O comandante da Marinha vai decidir e vai conversar com o Ministério da Defesa. Sob as condições colocadas inicialmente pela ONU, de um longo tempo [de permanência], a gente achou que não daria para sustentar um navio lá, pela logística complicada de manter um navio no Oriente Médio. Mas, com a proposta do navio ficar menos tempo, a gente visualizou a possibilidade disso ocorrer. Quanto tempo ele ficaria? Dois a três meses e aí teria que ser substituído. Mandariam um navio de cada vez para treinamento e depois o substituiriam? Exato. Isso passa, antes da Marinha e da Defesa, pela aprovação do Congresso. Quando isso aconteceria? Eu diria que para o final do primeiro semestre de 2011. É bem exequível. O Brasil não ficaria desguarnecido? Não. Os distritos navais têm meios para fazer a patrulha do litoral. Um navio [a menos] não traria prejuízo

Para adicionar comentários, você deve ser membro de JUDAISMO SECULAR HUMANISTA.

Join JUDAISMO SECULAR HUMANISTA

Enviar-me um email quando as pessoas responderem –