Trégua foi anunciada após dezenas de mortes durante a madrugada, mas foi seguida de acusações de novos ataques

O domingo que teve uma promessa de trégua em Gaza deixou um saldo de cerca de 100 mortos, sendo a grande maioria palestinos. Pelo menos sessenta e dois corpos foram encontrados em Shajaya, periferia leste da Cidade de Gaza, de acordo com os serviços de emergência. Mais tarde, o Exército israelense confirmou a morte de ao menos 13 soldados.

Os números compõem a tragédia do cessar-fogo prometido no início do dia. A trégua foi justamente acordada para o bairro Shajaya e deveria durar duas horas. A ideia era permitir o atendimento de feridos e a retirada de corpos da região, após intensos conflitos durante a madrugada, quando morreram pelo menos 60 palestinos. Posteriormente, o cessar-fogo, requisitado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, foi postergado por mais duas horas e deveria ser mantido até as 17h30 locais (11h30 de Brasília).

O alargamento da trégua por Israel, todavia, veio acompanhando de acusações contra o Hamas, que teria rompido a trégua humanitária. Pouco depois do horário estabelecido para o início da trégua, Israel denunciou o lançamento de vários foguetes e confirmou que helicópteros responderam o ataque. É possível que parte das mortes do dia tenham ocorrido mesmo em meio à tentativa de trégua.

Mais cedo, desde a madrugada, forças israelenses atacaram intensamente por terra, mar e ar o bairro de Shajaya, onde vivem aproximadamente 40 mil pessoas. A ofensica compõem a operação "Limite Protetor".

Segundo o Ministério da Saúde em Gaza, além mortos, há registro de 400 feridos, no que foi classificado como "verdadeiro massacre contra civis". Em Shajaya, um jornalista da AFP descreveu cenas de carnificina e caos, como um homem que teve a cabeça arrancada. As ruas estavam cheias de carros queimados, incluindo uma ambulância, e vários corpos continuam a ser retirados dos escombros sem cessar.

"Mais uma vez o Hamas rompe o cessar-fogo acordado por meio da Cruz Vermelha. As forças de defesa israelenses estão respondendo", afirmou o porta-voz militar, Peter Lerner. "Shajaya é uma área civil, onde o Hamas tem posicionado seus foguetes, os seus túneis, centros de comando", justificou-se o Exército israelense.

Ao todo, 425 palestinos foram mortos na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva em 8 de julho, incluindo 112 crianças, 41 mulheres e 25 idosos, disse o porta-voz dos serviços de emergência palestinos, Ashraf al-Qudra.

As informações são de EFE e AFP.

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