O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, apresentou nesta segunda-feira ao Parlamento a nova coalizão governamental, na qual ficou definido que o Ministério da Construção e Habitação – que lida com a polêmica ocupação de áreas reivindicadas para um futuro Estado palestino, além da construção dentro do território israelense – ficará sob controle de um dos mais proeminentes líderes do movimento de colonização dos territórios ocupados.

O novo ministro será Uri Ariel, colono que mora no assentamento de Kfar Adumim, na Cisjordânia, e é ex-presidente do Conselho de Judeia e Samaria (nome bíblico para a Cisjordânia).

Ariel, do partido de extrema direita Habait Hayhudi (“Lar Judaico”, em tradução livre), também ganhará o comando da Administração das Terras de Israel, órgão governamental fundamental na concessão de terras para construção.

Ele já declarou que "não haverá mudança na política de construção em Judeia e Samaria, continuaremos como antes".

'Deturpação'

A nova coalizão foi anunciada após quase dois meses de negociações, que garantiram o apoio de 68 dos 120 deputados do Parlamento.

Além do próprio bloco político de Netanyahu, o Likud Beitenu – que constitui uma aliança entre o partido governista Likud e o Israel Beitenu, liderado por Avigdor Lieberman – a nova coalizão inclui não só o Habait Hayehudi, mas também o partido de centro-direita Yesh Atid.

Para o Ministério da Defesa, Netanyahu escolheu o ex-chefe do Estado Maior Moshe Yaalon, conhecido por suas posições a favor da ampliação dos assentamentos.

Yaalon, que já afirmou que considera a retirada dos assentamentos uma "deturpação" e chamou os políticos de esquerda que apoiam a devolução da Cisjordânia aos palestinos de "vírus", será a autoridade máxima responsável por outorgar licenças de construção nos territórios ocupados, que são controlados pelo Exército israelense.

O Ministério das Relações Exteriores permanecerá nas mãos do premiê Netanyahu até que Avigdor Lieberman possa retornar o cargo depois que resolver os problemas jurídicos que enfrenta.

Lieberman foi acusado de corrupção e espera por resolução judicial sobre seu caso. Netanyahu prometeu guardar o Ministério das Relações Exteriores para ele.

De acordo com Lieberman, o Israel Beitenu "irá se opor a qualquer congelamento da construção em Judeia e Samaria".

Em declaração nesta segunda feira, Lieberman também afirmou que "o conflito com os palestinos não tem solução".

Outros ministérios

O Yesh Atid ficou com pastas econômicas e sociais.

O líder do partido, Yair Lapid, foi nomeado ministro das Finanças, e outros integrantes do Yesh Atid serão responsáveis pelas pastas da Saúde e da Educação.

O atual presidente do Conselho de Judeia e Samaria, Avi Roeh, manifestou otimismo com a composição do novo governo.

"É um bom ponto de partida", disse ao site Ynet, "graças ao Habait Hayhudi e ao Likud, mas a nomeação de Yair Lapid para ministro das Finanças também tem um bom potencial".

Lapid lançou sua campanha eleitoral no assentamento de Ariel, na Cisjordânia, sinalizando que ele e os colonos que não têm posições antagônicas.

Segundo outro líder dos colonos, Gershon Messica, que comanda o Conselho dos colonos do norte da Cisjordânia, o novo governo é "como a realização de um sonho, com (Moshe) Yaalon na Defesa, e Uri Ariel na Habitação, temos um grande potencial, mas nessas coisas é difícil prever o que vai acontecer".

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