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- O chefe da equipe de negociação palestina, Saeb Erekat, negou nesta segunda-feira que os documentos secretos divulgados pela rede de televisão Al-Jazeera sobre as negociações de paz entre israelenses e palestinos (conhecidos como o "Wikileaks palestino") estejam certos, e ofereceu mostrar os originais.
Erekat declarou à emissora de rádio Voz da Palestina que os documentos, que revelam concessões "sem precedentes" da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) a Israel, "não são fiéis à realidade", e rejeitou confirmar ou negar seus conteúdos.
"A Autoridade (Nacional) Palestina está disposta a publicar todos os documentos e arquivos relativos às negociações com Israel para esclarecer a postura palestina à população árabe e palestina", assegurou Erekat em comunicado.
"Os palestinos nunca abandonamos a postura que sempre foi defendida por Yasser Arafat e o presidente Mahmoud Abbas", disse Erekat, que acrescentou que sua equipe "sempre esteve comprometida com as leis e resoluções internacionais nas negociações com Israel".
"Se, como os documentos (da Al-Jazeera) dizem, fizemos concessões históricas aos israelenses, por que estes não aceitaram uma oferta tão beneficente?", questionou.
Erekat afirmou ainda que "a ANP e a OLP acreditam que há mãos ocultas que tentam envergonhar a equipe negociadora perante o povo palestino e cravar um punhal nas costas da Autoridade Palestina, justo quando esta se esforça para obter o reconhecimento de um Estado palestino pela comunidade internacional".
"Nunca mentimos, nos mantivemos sempre fiéis a nossos princípios", declarou.
Abbas também se manifestou sobre a polêmica divulgação dos documentos.
"Não se de onde a Al-Jazeera tirou esses papéis secretos. Não temos nada a ocultar, nossos irmãos árabes sabem tudo porque os informamos de todos os detalhes" das negociações, disse o líder à agência palestina Wafa.
Fontes da OLP que pediram para não ser identificadas confirmaram à Agência Efe que é provável que o vazamento provoque a saída de Erekat, que participou das dicussões dos Acordos de Oslo e faz parte da equipe de negociação palestina desde 1995.
Segundo esta fonte, "grande parte dos documentos revelados pela Al-Jazeera existem, mas foram apresentados totalmente fora de contexto, muitos estão cortados e editados, e não mostram a totalidade da posição palestina".
Além disso, "o mapa apresentado (pela rede catariana) corresponde à proposta israelense, não à palestina, e há papéis que são mentirosos", acrescentou a fonte, que disse que a insinuação da Al-Jazeera de que os negociadores estão enganando ao povo "é absurda, porque a OLP sempre disse que um acordo de paz se submeteria a um plebiscito popular".
Trata-se, segundo a fonte, de "uma tentativa da Al-Jazeera para que aconteça o mesmo que houve na Tunísia, e os palestinos saiam às ruas para derrubar Abbas, já que a rede sempre atacou o governo (palestino) e se aliou com (o movimento fundamentalista islâmico) Hamas".
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