- EFE: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4874452-EI308,00-Parlamento+israelense+investigara+grupos+de+esquerda.html
- O Parlamento israelense resolveu nesta quarta-feira criar uma comissão especial para investigar as atividades de cidadãos e grupos locais de esquerda acusados por membros do Governo de deslegitimar o Estado de Israel.
A decisão, aprovada esta tarde pelo Plenário do Parlamento, averiguará os recursos empregados por estes cidadãos e grupos israelenses, que frequentemente participam de atividades internacionais ou usam a internet para denunciar soldados e o Exército em suas atividades nos territórios palestinos ocupados.
A edição eletrônica do jornal "Ha''aretz" informa que a proposta foi ideia do ministro de Exteriores Avigdor Lieberman, que pediu a abertura da investigação sobre as vias de financiamento de todos estes grupos e verificar se por trás deles existem Governos estrangeiros ou grupos terroristas.
Lieberman, também líder do partido Yisrael Beiteinu, pretende bloquear atividades como as de cidadãos israelenses que se somaram à recente campanha de publicação pela internet de nomes, direções, telefones e fotos de soldados e oficiais que participaram da operação Chumbo Fundido em Gaza, há dois anos.
Nessa ofensiva militar israelense morreram 1,4 mil palestinos e 13 israelenses, e uma comissão nomeada pela ONU, dirigida pelo juiz sul-africano Richard Goldstone, acusou Israel e o Hamas de possíveis crimes contra a humanidade.
"Estes grupos forneceram material à Comissão Goldstone e estão por trás das denúncias contra oficiais israelenses por todo o mundo", disse a deputada Fania Kirshenbaum, de Yisrael Beiteinu ao apresentar a proposta em nome de seu partido.
"Eles tentam silenciar as pessoas a cargo das relações internacionais de Israel e são responsáveis por tipificar soldados do Exército como criminosos de guerra, além de realizar campanhas de difamação", acrescentou.
O ministro de Exteriores pediu em agosto ao assessor jurídico do Governo, Yehuda Wainstein, que abrisse investigação contra esses grupos, o que este negou.
A polêmica em torno do assunto provocou, nesta quarta-feira, constantes interrupções na sessão parlamentar, que foi vigiada de perto por vários agentes da Guarda do Parlamento por medo de um enfrentamento físico entre deputados do Governo e da oposição.
A abertura da investigação se soma a uma série de leis nos últimos anos aprovadas pelo Parlamento israelense que foram denunciadas como discriminatórias por grupos de direitos civis e que ameaçam a liberdade de expressão.
"É uma vergonha para o Parlamento", considerou o deputado do partido pacifista Meretz Nitzan Horowitz, que vê na investigação uma "caça às bruxas" para "silenciar grupos de direitos humanos e civis, que são os que protegem a honra da democracia israelense".
Respostas