BRUXELAS — A polícia de Bruxelas deteu um homem, suspeito de ser o atirador que atacou o Museu Judaico, no centro de Bruxelas, neste sábado. De acordo com autoridades locais, após o tiroteio, em que dois homens e uma mulher morreram, o atirador fugiu em um carro.
— Temos uma pessoa que deixou o local em seu veículo. Nós a identificamos e interceptamos. Mas não sabemos ainda se ela tem ligação com os fatos — declarou uma porta-voz do Ministério Público, acrescentando que a pessoa detida é "considerada na condição de suspeita".
O vice premier Didier Reynders, um dos primeiros a chegar ao local, disse estar chocado.
— Eu ouvi rajadas de tiros, corri aqui e vi os corpos no chão — declarou Reynders. — As testemunhas dizem que o atirador carregava sacolas, então a polícia teve que evacuar o local e garantir que nada foi deixado dentro do museu.
Segundo a emissora belga “RTBF”, o tiroteio aconteceu dentro e fora do museu, onde o atirador chegou, por volta das 15h50m (horário local), carregando uma mochila.
— De acordo com as informações iniciais, trata-se de um único atirador. Várias pessoas testemunharam o tiroteio e as investigações policiais estão seguindo com rapidez — afirmou a Ministra belga do Interior, Joëlle Milquet. — Tudo indica que este foi um ato motivado pelo antisemitismo.
Cerca de metade da população judaica da Bélgica vive em Bruxelas, e a segurança em todas as instituições judaicas no país foi reforçada com alerta máximo. Maurice Sosnowski, presidente do Comitê de Coordenação das Organizações Judaicas da Bélgica comparou o incidente ao atentado em 2012, no qual Mohamed Morah baleou quatro estudantes judeus em uma escola francesa.
— Nunca imaginaria que algo assim aconteceria em Bruxelas — afirmou Sosnowski.
O prefeito de Bruxelas, Yvan Mayeur, afirmou que acredita se tratar de um ataque terrorista:
— É extremamente grave, e no Museu Judaico também, o que não é uma coincidência.
Segundo o Sosnowski, nenhuma ameaça foi feita à comunidade judaica antes do tiroteio.
O presidente francês, François Hollande, condenou neste sábado "a matança assustadora" no museu, manifestando aos belgas a "solidariedade" da França.
Em nota divulgada no sábado à noite, Hollande "expressa sua grande comoção e condena fortemente a matança assustadora ocorrida no Museu Judaico de Bruxelas". O chefe de Estado manifesta ainda "a total solidariedade da França ao povo belga nessa prova e envia suas profundas condolências às famílias das vítimas".
No domingo, a Bélgica realiza eleições gerais, e os Democratas Cristãos Flamengos, partido separatista de centro-direita, da região de Flandres, é o favorito de acordo com as pesquisas.
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