A deputada Sheli Yejimovich se tornou na noite desta quarta-feira (21) a nova líder do Partido Trabalhista israelense ao obter 54% dos votos dos filiados, frente a seu oponente, Amir Peretz, que alcançou 45%.
"Trabalharemos juntos, como um partido unido", disse Sheli, que prometeu criar uma ponte "entre o histórico movimento Trabalhista e os novos ventos que sopram nas ruas", informou o serviço de notícias Ynet.
A deputada é a primeira mulher a presidir o Partido Trabalhista desde a ex-primeira-ministra Golda Meir, que fez o mesmo na década de 1970.
O primeiro ato político de Sheli como dirigente trabalhista foi entrar em contato com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que se encontra em Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU na qual o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, pedirá a admissão da Palestina como Estado de pleno direito na organização.
Sheli pressionou o líder israelense a não conformar-se em fazer um discurso brilhante, e sim propor o reconhecimento de um Estado palestino que viva ao lado de Israel como resultado de negociações de paz.
Sheli precisou do segundo turno para vencer Peretz, que já liderou o partido entre 2005 e 2007 e perdeu muita popularidade por seu criticado papel como ministro da Defesa na guerra do Líbano, em 2006.
A base eleitoral de Sheli são os 'kibutzs', as cooperativas agrícolas, reduto histórico do partido mas que hoje abriga apenas 11,5% dos militantes; enquanto Peretz é mais popular entre a população árabe, nas localidades periféricas e nos 'moshavs' (fazendas comunais similares ao 'kibutz').
Sheli representa uma nova geração, ativa em iniciativas sociais e com uma postura mais nacionalista no conflito com os palestinos, como deixou claro em uma polêmica entrevista ao diário "Ha'aretz" na qual assegurava que não vê como um "crime" ou um "pecado" a colonização do território palestino.
As primárias foram realizadas oito meses após o então líder trabalhista, o atual ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, ter decido abandonar a formação para criar outra, a Atzmaut (Independência).
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