KOHELET
Louis Untermeyer (E.U.A., 1885-1977)
(Trad. de Zulmira Ribeiro Tavares, revista por RV)
Esperei e trabalhei
Para ganhar o meu ócio,
Até que a solidão me enfadou
E me entreguei ao gozo árido.
Bebi e joguei,
Festejei e dissipei,
Até que, enfermo e envergonhado,
A comida ficou insonsa.
Procurei no Livro
Por radicais convicções,
Até que o cansado cérebro oscilou
Com as próprias contradições.
Então, farto dos ditos,
Da tolice posta em rótulos,
Principiei a ensinar
Que na vida não se melhora:
Que o combatente falha
Qualquer que seja a arma,
E nada se aproveita
Enquanto tempo e acaso passam.
Que os tolos que afirmam os homens
Com mentiras são respeitados,
Enquanto a imaginação dos puros
É escarnecida e rejeitada.
Que um sábio continua afligindo-se
Mesmo em Sião,
Enquanto qualquer cão vivo
Ruge mais do que um leão morto.
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