A Árvore dos Lamentos de Abraham Saba - Jayme Fucs Bar

A Árvore dos Lamentos de Abraham Saba - Jayme Fucs Bar
 
Abraham Saba foi um médico e erudito místico judeu. Originalmente da Espanha, Saba fugiu para Portugal tão logo testemunhou o que fizeram aos seus dois filhos e à sua mulher: eles haviam sido encarcerados, torturados e convertidos à força ao cristianismo. Abraham Saba fugiu sem saber qual foi o destino de sua família.
Depois de deixar tudo para trás, conseguiu chegar a Portugal levando consigo somente as suas obras místicas, mas, apesar das esperanças, descobriu que a situação do reino português era ainda pior, pois a Coroa e o clero haviam determinado a apreensão e a queima de todos os livros judaicos, em alguns casos condenando à morte os judeus que mantivessem esses livros.
Saba, com uma tristeza enorme em seu coração, enterrou toda a sua obra aos pés de uma árvore de oliveira, que passou a ser chamada de a “Árvore dos Lamentos”, porque chorava pela perda de todos os seus livros quando passava diante da árvore.
Abraham Saba fugiu de Portugal para a cidade de Fez, no norte da África, parte do atual Marrocos. Foi lá que ele terminou seus dias tristes, no ano de 1510. Antes de morrer, porém, já em Fez, defendeu a tese do retorno dos bnei anussim Cristãos novos) ao judaísmo com base em um dos princípios fundamentais talmúdicos, que dizia que aquele que reconhecesse a unicidade de Deus deveria ser aceito de volta ao judaísmo.
Em Fez, Abraham Saba escreveu uma de suas poucas obras que sobreviveu na história, Zeror HaMor, na qual manifestava seu clamor:
“Numa época de bárbara intolerância e de ávido desejo de conversão, bastam as palavras significativas ‘Shemah Israel’”. Ouve Israel, para criar as crianças na fé israelita e protegê-las contra a tentação.

Para adicionar comentários, você deve ser membro de JUDAISMO SECULAR HUMANISTA.

Join JUDAISMO SECULAR HUMANISTA

Enviar-me um email quando as pessoas responderem –

Respostas

  • Imagino meus antepassados portugueses nessa época, muitos tiveram que se converter à força e assim ficou para as gerações futuras. Meu pai Horacio Guerreiro Viegas 

This reply was deleted.