Como foi o encontro presencial do JH-SP - 1/2/11

Amigos, como combinamos ontem que eu puxaria o bloco, começo a compartilhar as impressões do encontro de ontem.A Lilian, a Marie e o Pedro concordaram em complementar, mas todos os demais estão também convidados a colocar suas impressões. Não é uma ata que se pretenda completa ou correta. Será uma soma de impressões pessoais.

Meu ponto de vista ("todo ponto de vista é a vista, de um ponto" - Leonardo Boff) tem o viés a seguir: talvez por não ter estado em nenhum encontro anterior, fiquei muito contente, especialmente em encontrar as pessoas e ver que puderam dar a conhecer um pouco de suas histórias e de suas expectativas, bastante plurais. Detalho:

  • houve visões bastante díspares do que cada um entende por Judaísmo Humanista: um judaísmo engajado nas causas da paz e justiça, um judaísmo questionador, um judaísmo liberal (no sentido de "liberal" nos Estados Unidos, que é mais ou menos centro esquerda), uma vertente religiosa com a espiritualidade centrada na ética e alternativa aos dogmas da Halachá, um judaísmo centrado na cultura judaica e não na religião etc.
  • um ponto que me chamou muito a atenção foi a manifestação da Rachel Mizrahi sobre a falta de um ambiente acolhedor para os conversos, os Bnei Anussim, e o seu agrado em ver como serão bem vindos.
  • o Geraldo Coen mostrou seu interesse por um espaço de judaísmo filosófico, e lamentou o fim da revista 18, do Centro da Cultura Judaica.  Falamos um pouco da qualidade da imprensa judaica no Brasil, e das saudades da antiga revista Shalom.
  • a Dina Lida Kinoshita - secretária de relações internacionais do PPS - fez um relato sobre o Congresso Sionista Mundial, em que participou recentemente como observadora, onde constatou que a direita nacionalista estava em minoria, mas mesmo assim conseguiu procrastinar uma decisão vital sobre os assentamentos. O Celso Garbarz esclareceu que as decisões de fato são tomadas em petit comités, e que neles continua sendo favorecida a alocação de investimento nos assentamentos por parte de judeus norte-americanos de US$ 700M/ano, e que as posições anti-assentamentos são de fato mais fracas nas instâncias que realmente decidem.
  • a Lilian, mestranda em filosofia, que está em processo de conversão, mostrou-se agradavelmente surpresa em saber que existe um judaísmo de esquerda.
  • a Dina argumentou que a dicotomia esquerda-direita hoje é prejudicial ao desenvolvimento de um judaísmo mais comprometido com a paz e a justiça e os direitos humanos.
  • discutimos o movimento que o Jayme tem divulgado aqui, de questionamento da Halachá, e eu convidei o pessoal a discutir aqui artigo do ministro da Suprema Corte israelense, que aponta contradições fortes entre diversos ensinamentos da Halachá e uma sociedade democrática e solidária, mostrando a amplitude de interpretação que dá margem a orientações de vários rabinos que vão no sentido contrário ao que costumamos entender por valores judaicos.
  • algumas pessoas mostraram frustração por não haver nenhuma conclusão etc.
  • Mas eu acho que houve sim. Decidimos dar força ao Kabbalat Shabat de 18/2, que o Pedro Seincman colocará nos Eventos aqui do ning, com mais detalhes.

Bem, há mais coisas, mas falarei em outros posts.

Um abraço a todos

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