Divulgamos abaixo o comunicado da World Union for Progressive Judaism a respeito das manifestações explícitas de fanatismo sexista, travestidas de mandamentos religiosos, que irromperam em Israel semanas atrás. O único antídoto à transformação do judaísmo numa religião corrosivamente fundamentalista é a vivência em comunidades judaicas modernas, inclusivas, democráticas e igualitárias.
A Resposta Reformista às Recentes Atividades da Ultra Ortodoxia em Israel e em torno do mundo
Por muitos anos, em Israel e em todo o mundo, vem acontecendo uma exacerbação preocupante no extremismo religioso judaico. Os eventos recentes em Israel mostraram ao mundo o pior lado do fundamentalismo judaico. Em muitos países este extremismo tem sido usado para excluir inúmeros judeus das comunidades. O extremismo que aflorou em Israel não é um fenômeno recente, ele vem se desevolvendo insidiosamente há décadas. Tristemente, alguns judeus entendem ser este o judaísmo “autêntico”, mas a vrdade é que ênfase extrema no ritual sobre um judaísmo inclsuvo e acessível, que encoraja o tikun olam corrompeu a muitas pessoas no mundo ortodoxo. Isto levou à exclusão e provocou o afastamento de muitos judeus do judaísmo.
É neste estágio que o mundo judaico deve começar a se perguntar o que o Judaísmo realmente professa no século 21. O Judaísmo Reformista acredita há muito tempo num Judaísmo que inclui de forma igualitária todos os judeus, independente de sexo e de orientação sexual. Somos fortemente incentivados a aprender de nossos Rabinos, homens e mulheres, e estamos empenhados a alcançar todos os judeus, estejam aonde estiverem em sua caminhada judaica. As mulheres Rabinas no mundo Reformista não apenas contribuíram em condição de igualdade com seus colegas homens, como também agregaram uma rica e inteligente interpretação dos nossos textos.Seríamos mais pobres sem a sua visão atenta. Da mesma forma, líderes laicas femininas contribuíram em pé de igualdade na construção de comunidades Reformistas vibrantes e outras instituições ao redor do mundo.
Chegou o momento de questionar seriamente os costumes que viraram “lei judaica”, tal como a proibição religiosa de mulheres cantar frente a homens ortodoxos na esfera secular. Qual a lógica desta cultura ofensiva que até mesmo requer assentos separados em eventos não religiosos, inclusive no transporte público. Esta singularização das mulheres levou à que sejam consideradas como judias de segunda classe, e provocou abusos verbais e físicos. O mundo judaico tem que agir agora antes que seja muito tarde. Não podemos permitir que o judaísmo se transforme em fundamentalismo corrosivo.
Rabbi Stephen Lewis Fuchs – Presidente WUPJ
Michael Grabiner – Presidente do Conselho WUPJ
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