ENTRE A HUMANIDADE E ANIMALIDADE - ANTONIO MOURA
A filosofa Cecília de Sousa Neves, na introdução de seu artigo - A questão do humano: entre o humanismo e o pós-humanismo, nos trás uma importante reflexão sobre o humanismo no tempo em que vivemos. Segundo a referida autora, citando o antropólogo inglês Tim Ingold, "o fator decisivo para a formatação de uma perspectiva acerca do que é ser humano dependerá em cada autor (ou corrente) da centralidade que se confere aos termos 'natureza humana': Se a ênfase recai sobre a noção de 'natureza', conforme o paradigma das ciências, é a animalidade o aspecto central do fenômeno humano; ao passo que se o acento recai no termo 'humano', conforme o paradigma das humanidades e da filosofia, é a espiritualidade, a consciência ou a 'aptidão para a cultura' que constitui a qualidade distintiva do humano. Tais oposições nos encaminham para a paradoxal concepção ocidental do homem como ser dilacerado, dividido entre a condição física de sua animalidade e a condição moral de sua humanidade". Segundo a referida autora, "a dicotomia humanidade/animalidade é o dogma antropológico fundamental associado ao humanismo, isto é, a ideia de que o humano se realiza transcendendo o âmbito da mera animalidade e materialidade. A eminência conferida ao polo humano cuja natureza específica seria objeto das disciplinas literárias, responsáveis pela educação e formação espiritual do homem, constitui o cerne originário do humanismo, assim como a base da representação do mundo humano como um mundo á parte do restante da natureza."
Shalom a todos!
Antonio Moura
A filosofa Cecília de Sousa Neves, na introdução de seu artigo - A questão do humano: entre o humanismo e o pós-humanismo, nos trás uma importante reflexão sobre o humanismo no tempo em que vivemos. Segundo a referida autora, citando o antropólogo inglês Tim Ingold, "o fator decisivo para a formatação de uma perspectiva acerca do que é ser humano dependerá em cada autor (ou corrente) da centralidade que se confere aos termos 'natureza humana': Se a ênfase recai sobre a noção de 'natureza', conforme o paradigma das ciências, é a animalidade o aspecto central do fenômeno humano; ao passo que se o acento recai no termo 'humano', conforme o paradigma das humanidades e da filosofia, é a espiritualidade, a consciência ou a 'aptidão para a cultura' que constitui a qualidade distintiva do humano. Tais oposições nos encaminham para a paradoxal concepção ocidental do homem como ser dilacerado, dividido entre a condição física de sua animalidade e a condição moral de sua humanidade". Segundo a referida autora, "a dicotomia humanidade/animalidade é o dogma antropológico fundamental associado ao humanismo, isto é, a ideia de que o humano se realiza transcendendo o âmbito da mera animalidade e materialidade. A eminência conferida ao polo humano cuja natureza específica seria objeto das disciplinas literárias, responsáveis pela educação e formação espiritual do homem, constitui o cerne originário do humanismo, assim como a base da representação do mundo humano como um mundo á parte do restante da natureza."
Shalom a todos!
Antonio Moura
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