Israel dá exemplo de recuperação ecológica para o mundo

O Vale do Hula hoje é um paraíso para aves e búfalos d'água, bem diferente dos anos 50, quando foi totalmente alterado.

Evitar danos ecológicos deveria ser um compromisso de todos: meu, seu e de governos. Conheça um lugar que foi salvo da destruição.

Os grous-siberianos enchem os céus do Vale do Hula. Eles sobrevoam o pequeno lago, onde nadam patos selvagens e aterrissam pelicanos. Localizado perto da fronteira de Israel com o Líbano e a Síria, o Vale do Hula é o paraíso para quase 400 espécies de aves que anualmente migram do norte da Europa para a África e para outros animais como o búfalo d’água e a nútria, um parente do ratão do banhado brasileiro. Os grous são as estrelas do Vale, não tanto pela quantidade que podem chegar a centenas de milhares, mas pelo imenso barulho que fazem.

Mas essa descrição quase fez parte do passado. No início dos anos 50, o lugar foi aterrado pelo governo para um projeto de agricultura. Com o ecossistema profundamente alterado, a migração de aves quase desapareceu até que no início dos anos 90, ecologistas pressionaram as autoridades. O tempo mostrou que ambientalistas estavam certos, duas décadas depois do início da recuperação, o Vale do Hula voltou a ser ponto de parada ou de passagem obrigatória para os pássaros que fogem do frio europeu em direção ao calor africano. A estimativa é que em cada outono passem pelo local entre 500 milhões e um bilhão de aves.

Hoje o Vale do Hula se transformou na maior área de observação de pássaros de Israel e uma das mais conhecidas do mundo. No ano passado, recebeu 300 mil visitantes. Uma mulher é apaixonada pelo lugar e diz que o projeto é tão bem sucedido que até pássaros ameaçados de extinção ou já considerados extintos na região lentamente voltam a aparecer. Um homem não se cansa de admirar a revoada dos pássaros no final da tarde. Para ele, a maior prova que o homem pode e deve conviver em harmonia com a natureza.