Hassen Chalghoumi é hoje o mais polêmico imã da França, mostra a Der Spiegel. E não é por causa de uma pregação radical contra o Ocidente, ou outras imbecilidades do gênero, mas, pelo contrário, em razão de sua militância em favor da paz e da boa convivência religiosa no país.
Chalghoumi, por exemplo, ousou concordar com a lei que baniu a burca na França. Além disso, aproximou-se dos judeus e condenou publicamente os horrores do Holocausto, uma raridade entre líderes muçulmanos.
Como resultado dessas opiniões, Chalghoumi ganhou o apelido de “imã da paz”, mas passou a ser perseguido pelos muçulmanos de sua própria congregação. Sua casa foi invadida, seu carro foi atacado, sua família é ameaçada e ele precisa andar com seguranças. Durante um sermão, foi interrompido por agressores que o chamaram de “imã dos judeus” e “traidor”.
Abdelhakim Sefrioui, um dos líderes dos muçulmanos que fazem campanha contra Chalghoumi, diz que “o islã está sendo atacado na terra do secularismo” e que o governo francês “estabeleceu secretamente mesquitas para destruir o islã por dentro”. Para Sefrioui, o “imã da paz” não passa de um “idiota útil”.