palestinos (4)

Saiu o Índice de Desenvolvimento Humano da ONU. Os territórios palestinos aparecem em 114º lugar, no bloco dos países com desenvolvimento “médio”. Frequentemente classificados como “campo de concentração a céu aberto” pela militância engajada em demonizar Israel, os territórios palestinos têm um nível de desenvolvimento superior ao da África do Sul e da Índia, dois dos festejados “Brics”. A vida por lá também é melhor do que na Síria e no Iraque e equivalente à do Egito, se a ideia é comparar com países da região. É evidente que a situação na Palestina poderia ser muito melhor se não fosse a vergonhosa ocupação israelense. Por outro lado, o cenário por lá certamente é bem menos dramático do que a propaganda anti-Israel faz supor. Cada vez que surgem dados que expõem os exageros retóricos dessa militância, fica claro que o objetivo dela não é chamar a atenção para o drama palestino, e sim deslegitimar Israel. http://blogs.estadao.com.br/marcos-guterman/a-realidade-teima-em-desmentir-a-militancia-anti-israel/
Saiba mais…
Acusação de que o país impõe aos árabes-israelenses e aos palestinos uma separação similar à vivida na África do Sul é injusta e mentirosa e busca retardar as negociações de paz A solicitação apresentada pela Autoridade Palestina para tornar-se membro pleno da ONU põe em xeque a esperança de uma solução de dois Estados. A necessidade de reconciliação entre israelenses e palestinos nunca foi tão grande. Portanto, é importante separar as críticas legítimas a Israel aos ataques cuja finalidade é isolá-lo, demonizá-lo e despi-lo de sua legitimidade. Segundo um boato particularmente pernicioso e persistente que surge mais uma vez, Israel adota políticas típicas do apartheid. No sábado, uma organização não governamental de Londres, que se intitula "Tribunal Russell sobre a Palestina", realizará na Cidade do Cabo uma "audiência" para decidir se Israel é "culpado" pelo crime de apartheid. Na verdade não se trata de um "tribunal". A "prova" será unilateral e os membros do "júri" são críticos cujas posições intransigentes em relação a Israel são notórias. Embora o termo "apartheid" tenha um significado mais amplo, em geral lembra a situação vivida na África do Sul antes de 1994. Trata-se de uma calúnia injusta e mentirosa contra Israel, que busca retardar, em lugar de acelerar, as negociações de paz. Conheço perfeitamente a crueldade do nefando sistema do apartheid da África do Sul, no qual os seres humanos caracterizados como negros não tinham direito ao voto, nem podiam exercer cargos políticos, nem usar toaletes ou praias destinadas aos "brancos", casar com brancos, morar em áreas reservadas aos brancos ou mesmo circular por essas áreas sem um "passe". Os negros gravemente feridos em acidentes de automóveis eram deixados sangrando até a morte se não houvesse uma ambulância para "negros" para levá-los a um hospital só para "negros". Os hospitais de "brancos" eram proibidos de salvar sua vida. Ao analisarmos a acusação de que Israel adota políticas típicas do "apartheid", que por definição dizem respeito principalmente a raça ou etnia, será importante, em primeiro lugar, distinguir a situação em Israel, em que os árabes são cidadãos, e nas áreas da Cisjordânia que continuam sob o controle israelense na falta de um acordo de paz. Em Israel, não existe apartheid. Lá nada se aproxima à definição de apartheid contida no Estatuto de Roma de 1998: "Atos desumanos... cometidos no contexto de um regime institucionalizado de opressão e dominação sistemáticos por um grupo racial contra qualquer outro grupo racial ou grupos e cometidos com a intenção de preservar aquele regime". Os árabes-israelenses - 20% da população de Israel - votam, têm partidos políticos, representantes na Knesset (Parlamento) e ocupam posições de prestígio, até mesmo em sua Corte Suprema. Os pacientes árabes ocupam leitos ao lado de pacientes israelenses nos hospitais de Israel e recebem idêntico tratamento. Evidentemente, existe uma separação de fato entre as populações israelense e árabe que os israelenses não deveriam aceitar. Em grande parte, tal situação é decidida pelas próprias comunidades. E dela decorre às vezes certa discriminação. Mas não se trata de apartheid, que adota conscientemente a separação como um ideal. Em Israel, a igualdade de direitos é a lei, a aspiração e o ideal; as iniquidades são frequentemente contestadas nos tribunais. A situação da Cisjordânia é mais complexa. Mas aqui também não existe a intenção de manter "um regime institucionalizado de opressão e dominação sistemática de um grupo racial". Tal distinção é crucial, embora aqui Israel use a opressão em relação aos palestinos. A separação racial forçada da África do Sul buscava beneficiar permanentemente a minoria branca, em detrimento das outras raças. Mas Israel aceitou teoricamente a existência de um Estado palestino em Gaza e em quase toda a Cisjordânia, e insta os palestinos a negociar os parâmetros a ser adotados. Analogia. Mas enquanto não existir uma paz com dois Estados, ou pelo menos enquanto os cidadãos de Israel permanecerem sob a ameaça de ataques da Cisjordânia e de Gaza, Israel usará barricadas e as medidas que considerar necessárias para sua defesa, mesmo que os palestinos se sintam oprimidos. Na atual situação, aos ataques de uma das partes, a outra parte revida com contra-ataques. E as profundas disputas, reivindicações e contrarreivindicações só se agravarão quando for invocada a analogia ofensiva do "apartheid". Os que querem promover o mito do apartheid israelense muitas vezes enfatizam os confrontos em que os soldados de Israel agem fortemente armados e os palestinos atiram pedras na Cisjordânia, ou a construção do que chamam de "muro do apartheid", e um tratamento diferenciado nas estradas da Cisjordânia. Embora tais imagens aparentemente sugiram uma comparação superficial, é desonesto usá-las para distorcer a realidade. A barreira de segurança foi construída para deter os incessantes ataques terroristas; embora tenha causado enormes dificuldades em alguns lugares, a Suprema Corte israelense ordenou ao governo em muitos casos que seu traçado seja modificado a fim de reduzir ao máximo dificuldades irracionais. As restrições impostas nas estradas agravam-se depois de ataques violentos e melhoram quando a ameaça se reduz. Evidentemente, o povo palestino tem aspirações nacionais e direitos humanos que todos devem respeitar. Mas a atitude dos que confundem as situações em Israel e na Cisjordânia e as comparam à antiga África do Sul não ajuda em nada os que alimentam esperanças de justiça e paz. As relações entre judeus e árabes em Israel e na Cisjordânia não podem ser simplificadas invocando apenas uma suposta discriminação por parte dos judeus. Existe hostilidade e desconfiança de ambas as partes. Israel encontra-se em estado de beligerância com muitos de seus vizinhos que se recusam a aceitar sua existência. Até mesmo alguns árabes-israelenses, por serem cidadãos de Israel, às vezes tornam-se alvo de suspeitas por parte de outros árabes em consequência dessa longa inimizade. O reconhecimento mútuo e a proteção da dignidade humana de todas as pessoas são indispensáveis para pôr fim ao ódio e à ira. A acusação de que Israel é um país do apartheid é falsa e maliciosa e impede, em vez de promover, a paz e a harmonia. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,israel-e-a-calunia-do-apartheid-,793571,0.htm
Saiba mais…
Fonte: http://www.odiario.info/?p=1926 Entrevista a Yehuda Shaul, ex oficial Israelense “Criámos um monstro: A Ocupação" Catherine Schwaab* Nesta entrevista ao Paris Match do ex-oficial do Tsahal (exército israelense) Yehuda Shaul, ex-oficial do exército israelita com 28 anos, e autor de Breaking the Silence [Ouvir o silêncio], fica claro que a política do tandem Israel-EUA não só não resolve o problema, como assenta numa série de crimes contra a humanidade exercidos sobre os palestinos. A mentira e o terrorismo de estado pode durar mais de seis décadas, como acontece na Palestina, mas não durarão sempre… Catherine Schwaab (CS): O seu livro é uma bomba pelas suas revelações: que efeito concreto espera? Yehuda Shaul (YS): Espero poder enfim suscitar uma verdadeira discussão séria em Israel pois, desta vez, os nossos testemunhos são numerosos, verificados, incontestáveis: são 180 e tiramos deles uma análise, o que é novo. Pensa que a opinião pública ignora o que significa a ocupação militar dos territórios palestinianos? O público tem clichés na cabeça que incitam à aprovação cega. Por exemplo, em hebreu, a política israelita nos territórios ocupados resume-se a quatro termos que não se pode contestar: «sikkul» (a prevenção do terrorismo), «afradah» (a separação entre a população israelita e a população palestina), «mirkam hayyim» (o «fabrico» da existência palestiniana) e «akhifat hok» (a aplicação das leis nos territórios ocupados). Na realidade, sob esses nomes de código escondem-se terríveis desvios que vão do sadismo à anarquia e rejeitam os mais elementares direitos da pessoa. Isso vai até aos assassinatos de indivíduos inocentes que se calcula serem terroristas. E não falo das prisões arbitrárias e dos assédios de toda a espécie. CS: Qual é o objectivo disso? YS: Está claramente definido: é o de mostrar a presença permanente do exército, de produzir o sentimento de ser-se perseguido, controlado, em suma, trata-se de impor o medo a todos na sociedade palestina. Opera-se de maneira irracional, imprevisível, criando um sentimento de insegurança que quebra a rotina. CS: A ocupação dos territórios não será necessária para evitar «surpresas» terroristas? YS: Não! A ocupação sistemática não se justifica, pois ela abrange uma série de interdições e de entraves inadmissíveis. Queremos discutir sobre isso agora. Nem no seio do exército nem no seio da sociedade civil ou política se quer enfrentar a verdade. E essa verdade, é que nós criámos um monstro: a ocupação. CS: Pode esperar-se que discussões sérias sobre a paz melhorem a situação? YS: Não, tentar acabar com o conflito é uma coisa, acabar com a ocupação é outra. Estamos todos de acordo para procurar a paz, mas esquecemos a ocupação. Ora, é preciso começar por aí. CS: Os vossos testemunhos revelam a incrível impunidade de que beneficiam os colonos, verdadeiros assistentes militares: eles brutalizam os vizinhos palestinianos, levam os seus filhos à agressividade e ao ódio dos árabes… YS: Certamente, mas não são eles o problema. É o mecanismo de ocupação que lhes deu esse poder desmedido. Eu, quando era militar em Hebron, não podia deter um colono que estivesse a infringir abertamente a lei sob os meus olhos. Eles fazem parte desse sistema imoral. CS: Pensa encontrar um apoio na opinião israelita? YS: Por enquanto, somos minoritários mas optimistas! Temos de sê-lo, pois vivemos tempos sombrios, a opinião israelita é apática, as pessoas estão fartas. E o preço a pagar por esta ocupação não é pesado. É a razão por que não há vontade política. Em contrapartida, o preço moral é enorme. CS: É a primeira vez que são feitas tais revelações? YS: Não, há um ano, tínhamos contado as pilhagens na faixa de Gaza e tínhamos sido atacados por todos os lados: pelo exército, pela sociedade civil e a sociedade política. Netanyahu acusou-nos de termos «ousado quebrar o silêncio». Mas que silêncio? É um silêncio vergonhoso sobre um escândalo estrondoso! Eles fizeram tudo para nos desacreditar. Saiu-lhes mal, pois nós somos todos antigos oficiais que vivemos esses acontecimentos terríveis. CS: Precisamente, muitos soldados e oficiais que se expressam parecem traumatizados pelo que tiveram de fazer. Um sofrimento que permanece. YS: Sim… Enfim, não nos enganemos: as vítimas, são os palestinos que aguentam esse controlo. Hei-de sempre recordar a resposta de um comandante do exército durante uma discussão televisiva em 2004. Tínhamos organizado uma exposição de fotografias com um vídeo de testemunhos. Ele disse-me: «Concordo com o que vocês mostram, mas é assim, temos de aceitá-lo, isso chama-se crescer, tornar-se adulto». Fiquei sem palavras. CS: Algumas pessoas pensam que Israel tem interesse em manter o conflito e que os palestinianos nunca terão as suas terras. YS: É falso. É impossível erradicar uma população de 3,5 milhões de habitantes. O problema não está em dar-lhes uma terra, mas na obsessão de querer controlá-los. CS: Serão as jovens gerações dos 20-30 anos mais permeáveis ao vosso ponto de vista? YS: Nem toda a minha geração está de acordo comigo, mas ninguém pode dizer que minto. Somos todos ex-membros do exército nacional, pagámos o preço, ganhámos o direito de falar. É preciso que os espíritos mudem a partir de dentro. CS: Você é judeu ortodoxo e tem um discurso estranhamente aberto. A sua fé ajuda-o neste combate? YS: Nem por isso… Mas eu sei o que significa ser judeu religioso: não ficar silencioso perante o que está mal. E quero trazer uma solução, não um problema. * Jornalista do Paris Match A versão em português deste texto foi publicada em: www.egaliteetreconciliation.fr
Saiba mais…

um plebiscito mortal

Um Plebiscito Mortal

Sérgio e Angela estão levando uma conversa interessante na qual resolvi me intrometer. Vi que a Ângela anda lendo o KUZARI a quem chama de sionista ( isto no sec. XI?). Aí achei que seria interessante relembrar como a conversa com o rei Kazar foi retomada centenas de anos depois pelo grande sábio israelense Yeshaaiau Leibowitz.

O seu artigo de 1953/4 “Depois de Kivia” ( Leahar Kivia) foi escrito após a destruição da aldeia de Kivia por um grupo de soldados do Tzahal chefiados por Ariel Sharon. Eles foram enviados para a Jordania numa ação de retaliação a um ataque terrorista que causou algumas mortes em israel. Foi depois desta ação que despertou uma crise internacional que Yeshaaiau publicou o artigo desencadeando uma intenso discussão em Israel.

Chocado com acontecimento onde foram mortos crianças,velhos e mulheres,os assassinos tinham fugdo da aldeia, o sábio relembrou em seu desabafo aquilo que o rei Kazar respondeu ao protagonista judeu do debate medieval cirtado pela Angela. O personagem que encarna o sábio Judeu ( Pag 93 e 94 da edição da Sefer) afirma que a proximidade com Deus deve ser aquilatada “com base em nosso estado de degradação,mais do que tivéssemos logrado grandeza neste mundo”. Embora a tradução brasileira seja meio truncada, Yeshaaiu nos ensina em hebraico o sentido da resposta dada pelo Kuzari e de quebra permite entender melhor o original medieval.

Na mesma medida em que Halevi enaltece o sofrimento judaico e o dá como mérito da proximidade a Deus e não aos valores de força e poder, o próprio autor coloca na boca do Kuzari uma resposta instigante. Vejamos como Halevi debate com o seu próprio argumento enaltecedor.

"Isto seria correto se vocês aceitassem este estado de miséria de livre vontade. No entanto este não é o caso: se pudessem destruir os seus inimigos, seguramente o fariam" Ou seja, enquanto povo dominado e “fora da historia”, um povo meta-histórico como ensinou Franz Rozenzwieg, os judeus viviam em uma encubadeira sem poderem testar o seu poder de dominar e destruir. Foi quando saímos desta situação privilegiada é que nos vimos sem o conforto da falta de liberdade que permitia orgulhar-se dos valores da própria tradição. Como hoje continuamos fazendo.

Com a entrada na história as coisas tomaram outro rumo nos transformando em testemunhas de que Halevi/Kuzari tinha uma visão sofisticada da realidade psicológica do ser humano.

Hoje, dia 5/6 de setembro, em Israel o Rabino Ovadia chefe da comunidade Sefaradi e influente líder político, aquele que disse que os seis milhões de mortos da Shoá tinham almas de pecadores reencarnadas em seus corpos, ele esta sendo o foco de um novo debate racista. O Rav declarou dias atrás em sua sinagoga, arrancando gritos de exaltação e améns fervorosos em profusão, que o povo palestino a quem chamou de “ismaelitas” deveria morrer em sua totalidade por obra e graça dos poderes de Elohim.

Tomando ao pé da letra este pedido vindo de uma figura tão venerada por sua sapiencia e religiosidade, podemos considerar que dentro de poucos dias os judeus participarão sem o saber de um enorme plebiscito ao longo de suas orações: deve ou não Hashem Itbarach destruir o povo palestino em sua totalidade bemeherá beiamenu?

Saiba mais…

Tópicos do blog por tags

  • e (5)

Arquivos mensais