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Lula deve apresentar iniciativa de paz quando visitar Israel MARCELO NINIO ENVIADO ESPECIAL AO CAIRO O governo brasileiro pretende dar um passo além da retórica em seu desejo de ter um papel político relevante no Oriente Médio. O chanceler Celso Amorim disse ontem no Cairo que a ideia é apresentar alguma iniciativa de paz durante a visita do presidente Lula a Israel e territórios palestinos, prevista para meados de março. Até lá, o ministro continuará mantendo encontros com representantes dos principais países da região, para avaliar como o Brasil pode contribuir no processo de paz. Após o Egito, a próxima parada é a Turquia, no início de janeiro. "Isso vai criando as condições para que você possa oferecer uma coisa concreta. Não é algo que se elabora num gabinete", disse Amorim em entrevista à Folha. Ele não quis dizer de que tipo será a proposta. "Pode ser de conteúdo ou de procedimento. Até março teremos algo específico." As tensões regionais foram o principal tema dos encontros mantidos pelo ministro brasileiro em sua rápida passagem pelo Cairo. Na agenda, conversas com o ditador Hosni Mubarak, o chanceler, Abul-Gheit, e o chefe do serviço de inteligência, Omar Suleiman, além do secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa. Foi a primeira viagem do chanceler brasileiro ao Oriente Médio desde as visitas em série de personalidades da região a Brasília, no mês passado, e uma chance de avaliar como é recebida num dos mais importantes países do mundo árabe a penetração do Brasil. Na entrevista conjunta de Amorim e Abul-Gheit, um jornalista egípcio perguntou como as presenças dos presidentes de Israel, da Autoridade Nacional Palestina e do Irã em Brasília em menos de duas semanas se encaixavam nas ambições do Brasil para a região. "Não temos uma fórmula mágica para resolver os problemas", respondeu o chanceler. "Mas acreditamos que novos atores trazem novos ares, e isso pode ajudar." A proposta de "arejar" as negociações já havia sido apresentada por Amorim em janeiro, durante visita a Israel, Síria, territórios palestinos e Egito, em plena ofensiva israelense contra a faixa de Gaza. Na época, o ministro sofreu severas críticas, inclusive de seus dois antecessores no cargo, por praticar uma diplomacia de muita visibilidade e pouco resultado. Mas em sua terceira visita ao Egito neste ano, o chanceler brasileiro disse que está convencido de que o desejo brasileiro de ser mais atuante no Oriente Médio é cada vez mais bem-vindo na região. Ele deu como exemplo o pedido feito por Mubarak para que o Brasil faça parte da força de manutenção da paz entre Israel e Egito, estacionada no deserto do Sinai. Amorim respondeu que o pedido terá de ser avaliado do ponto de vista legal. Com o envolvimento crescente do Brasil na região e o interesse do país em se fazer ouvir, diz o chanceler, é natural que surja uma proposta concreta para lidar com o conflito. "A proposta surge quando você participa do diálogo. O Brasil não vai criar um plano de fora, mas, estando dentro do diálogo, ele pode surgir."
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Muere el capitán del barco de refugiados Exodus Yitzhak (Ike) Aharonovitch, el capitán del famoso barco de refugiados Exodo, murió a la edad de 86 años. Nacido en Alemania en 1923, Aharonovitch llegó a Israel con su familia en 1932. "Ike era un soñador y un luchador. Formó parte de una generación que vivió la historia, tanto en el pasado como en el presente", dijo su hermano, Deddy. El Exodo zarpó de Francia en 1947, llevando a 4.554 pasajeros - la mayoría de los cuales eran sobrevivientes del Holocausto – con rumbo a la entonces Palestina controlada por los británicos. La Marina británica capturó el buque y deportó a todos sus pasajeros a Europa. La amplia cobertura de los medios a la odisea humana, sin embargo, pronto obligó a los británicos para encontrar una solución. Dentro del año de regreso a Europa, más de la mitad de los pasajeros del Exodo 1947 hicieron otros intentos de emigrar a Palestina. Autoridades del Mandato británico detuvieron a muchos de ellos sin juicio en los campos de prisioneros en Chipre hasta enero de 1949, cuando se reconoce formalmente el Estado de Israel y todos los pasajeros sobrevivientes hicieron aliá. El funeral de Aharonovitch se celebrará el viernes en el cementerio del Kibutz Givat Jaim. Le sobreviven dos hijas, siete nietos, y un bisnieto de 2 años de de edad.
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Judeus de seis braços. - Pilar Rahola

O texto eh longo, mas eh tao esclarecedor que vale a pena le-lo. Herman Richter Judeus de seis braços. Pilar Rahola Esta é a conferência que deu Pilar Rahola em 16/12/2009 no Global forum for Combating Antisemitism, que se celebra nestes días em Jerusalém. Para qualquer informação adicional, a web deste importante forum é: http://www.gfantisemitism.org/Pages/default.aspx Segunda-feira à noite, em Barcelona. No restaurante, uma centena de advogados e juizes. Reuniram -se para ouvirem minhas opiniões sobre o conflito do Oriente Médio. Sabem que eu sou um barco heterodoxo, no naufrágio do pensamento único que impera em meu país, sobre Israel. Querem me escutar. Alguém razoável como eu, dizem, por qué se arrisca a perder a credibilidade, defendendo os maus, os culpados? Digo-lhes que a verdade é un espelho quebrado, e que todos nós temos algum fragmento. E provoco sua reação: “todos vocês acreditam ser expertos em política internacional, quando falam de Israel, mas na realidade não sabem nada. Vocês se atreveríam a falar do conflito de Ruanda, da Cachemira, de Chechenia?”. Não. São juristas, seu terreno não é a geopolítica. Mas com Israel vocês se atrevem. Todo o mundo se atreve. Por qué? Porque Israel está sob a permanente lupa mediática, e sua imagem distorsida, contamina os cérebros do mundo. E, porqué forma parte do politicamente correto, porqué parece solidário, porqué é grátis falar contra Israel. E assim, pessoas cultas, quando leem sobre Israel estão dispostas a acreditar que os judeus teem seis braços, como na Idade Média acreditavam em todo o tipo de barbaridades. Sobre os judeus de antigamente e os israelenses de hoje, vale tudo. A primeira pergunta, pois, é porqué tanta gente inteligente, quando fala sobre Israel, se torna idiota. O problema que temos, os que não demonizamos Israel, é que não existe o debate sobre o conflito, existem os letreiros; não nos cruzamos com idéias, nos deparamos com consignas; não gozamos de informações sérias, sofremos de periodismo de hamburguer, fast food, cheio de preconceitos, propaganda e simplismo. O pensamento intelectual e o periodismo internacional, demitiu-se em Israel. Não existe. É por isso que quando se tenta ir além do pensamento único, passa-se a ser suspeito, não solidário e reacionário, e é imediatamente segregado. Por qué? Há anos que tento responder a esta pergunta: por qué? Por que de todos os conflitos do mundo, só interessa este? Por que se criminaliza um pequeno país, que luta por sua sobrevivência? Por que triunfa a mentira e a manipulação informativa, com tanta facilidade? Por que tudo, é reduzido a uma simples massa de imperialistas assassinos? Por que as razões de Israel nunca existem? Por que nunca existem culpas palestinas? Por que Arafat é um herói, e Sharon um monstro? E por fim, por que, sendo o único país do mundo ameaçado de destruição, é o único que ninguém considera vítima? Não creio que exista uma única resposta a estas perguntas. Da mesma forma que é impossível explicar completamente a maldade histórica do anti-semitismo, torna-se impossível explicar a imbecilidade atual do anti-israelismo. Ambas bebem das fontes da intolerância, da mentira e do preconceito. Se, além disso, aceitamos que o anti-israelismo é a nova forma de anti-semitismo, concluimos que mudaram as contingências, porém mantêm-se intactos os mitos mais profundos, tanto do anti-semitismo cristão medieval, como do anti-semitismo político moderno. E esses mitos se despejaram no relato sobre Israel. Por exemplo, o judeu medieval que matava crianças cristãs para beber seu sangue, conecta-se diretamente com o judeu israelense que mata crianças palestinas, para ficar com suas terras. Sempre são crianças inocentes e judeus obscuros. Por exemplo, os banqueiros judeus que queriam dominar o mundo através do banco europeu, segundo o mito dos Protocolos, conecta-se diretamente com a idéia de que os judeus de Wall Street dominam o mundo através da Casa Branca. O domínio da imprensa, o domínio das finanças, a conspiração universal, tudo aquilo que configurou o ódio histórico contra os judeus, desemboca hoje no ódio aos israelenses. No subconsciente, pois, lateja o DNA anti-semita ocidental, que cria um eficiente terreno fértil. Mas, o que lateja no consciente? Por que surge hoje com tanta virulência uma renovada intolerância, agora centralizada, não no povo judeu, senão no estado judeu? Do meu ponto de vista, isso tem motivos históricos e geopolíticos, entre outros o cruel papel soviético durante décadas, os interesses árabes, o antiamericanismo europeu, a dependência energética do Ocidente e o crescente fenômeno islâmico. Porém surge também de um conjunto de derrotas que sofremos como sociedades livres e que desemboca em um forte relativismo ético. Derrota moral da esquerda. Durante décadas, a esquerda levantou a bandeira da liberdade alí onde existía a injustiça, e foi a depositária das esperanças utópicas da sociedade. Foi a grande construtora de futuro. Apesar de que a maldade assassina do estalinismo afundou essas utopías e deixou a esquerda como o rei nu, despojada de vestimenta, conservou intacta sua auréola de luta, e ainda marca as pautas dos bons e dos maus do mundo. Inclusive aqueles que nunca votariam posições de esquerda, outorgam um grande prestígio aos intelectuais de esquerda, e permiten que sejam eles os que monopolizam o conceito de solidaridade. Como sempre fizeram. Assim, os lutadores contra Pinochet, eram os lutadores da liberdade, mas as vítimas de Castro, são expulsos do paraíso dos heróis, e convertidos em agentes da CIA, ou em fascistas disfarçados. Lembro perfeitamente como, na juventude, na Universidade combativa da Espanha de Franco, ler Solzhenitsyn era um anátema… E assim, o homem que alçava o grito desde o buraco negro do Gulag estalinista, não podia ser lido pelos lutadores antifranquistas, porqué nem existiam as ditaduras de esquerda, nem as vítimas que as combatiam. Esta traição histórica à liberdade, se reproduz no momento atual, com precisão matemática. Também hoje, como ontem, essa esquerda perdoa ideologias totalitárias, se enamora de ditadores e, em sua ofensiva contra Israel, ignora a destruição de direitos fundamentais. Odeia os rabinos, mas se enamora dos imans; grita contra Tzahal, mas aplaude os terroristas do Hamás; chora pelas vítimas palestinas, mas despreza as vítimas judias; e quando se comove pelas crianças palestinas, somente o faz se pode culpar os israelenses. Nunca denunciará a cultura do ódio, ou sua preparação para a morte, ou a escravidão que sofrem suas mães. E enquanto alça a bandeira da Palestina, queima a bandeira de Israel. Há um ano, no Congresso da AIPAC em Washington, fiz as seguintes perguntas: “Que patologias profundas afastam a esquerda de seu compromisso moral? Por que não vemos manifestações em París, ou em Barcelona contra as ditaduras islâmicas? Por que não há manifestações contra a escravização de milhões de mulheres muçulmanas? Por que não se manifestam contra o uso de crianças bombas, nos conflitos onde o Islã está implicado? por que a esquerda, só está obsecada em lutar contra duas das democracias mais sólidas do planeta, e as que sofreram os atentados mais sangrentos, Estados Unidos e Israel?”… Porqué a esquerda que sonhou utopías deixou de sonhar, quebrada no Muro de Berlím de seu próprio fracasso. Já não tem idéias, senão letreiros. Já não defende direitos, senão preconceitos. E o maior preconceito de todos é o que tem contra Israel. Acuso, pois, de forma clara: a principal responsabilidade do novo ódio anti-semita, disfarçado de anti-israelismo, provém daqueles que teriam que defender a liberdade, a solidarieedad e o progresso. Longe disto, defendem déspotas, esquecem suas vítimas e calam-se diante das ideologias medievais que querem destruir a civilización. A traição da esquerda é uma autêntica traição à modernidade. Derrota do periodismo. Temos um mundo mais informado do que nunca, mas não temos um mundo melhor informado. Ao contrário, as autopistas da informação nos conectam com qualquer ponto do planeta, mas não nos conectam nem com a verdade, nem com os fatos. Os periodistas atuais não necessitam mapas, porque têm Google Earth, não necessitam saber história, porque têm Wikipedia. Os históricos periodistas que conheciam as raizes de um conflito, ainda existem, mas são uma espécie em vias de extinção, devorados por este periodismo de hamburguer que oferece notícias fast-food, a leitores que desejam informação fast-food. Israel é o lugar do mundo mais vigiado e, sem duvida, o lugar do mundo menos compreendido. É claro, também influi a pressão dos grandes lobbys do petrodólar, cuja influência no periodismo é sutil mas profunda. Qualquer mídia de massa sabe que se fala contra Israel, não terá problemas. Porém o que acontecerá se critica um país islâmico? Sem dúvida, então, se complicará a vida. Não nos confundamos. Parte da imprensa que escreve contra Israel, se vería refletida em uma aguda frase de Goethe: "ninguém é mais escravo que aquele que se julga livre, sem sê-lo". Ou tambén em outra, mais cínica de Mark Twain: “Conheça antes os fatos e então distorsa-os quanto queiras”. Derrota do pensamento crítico. A tudo isto, cabe somar o relativismo ético que define o momento atual, e que se basea, não na negação dos valores da civilização, senão em sua banalização. O que é a modernidade? Pessoalmente eu o explico com este pequeno relato: se me perdesse em uma ilha deserta, e quisesse voltar a fundar uma sociedade democrática, só necessitaria três livros: as Tábuas da Lei, que estabeleceram o primeiro código da modernidade. “O não matarás, não roubarás,…” fundou a civilização moderna. O código penal romano. E a Carta de Dereitos Humanos. E com estes três textos, voltaríamos a começar. Estes princípios, que nos garantem como sociedade, são relativizados, inclusive por aqueles que dizen defendê-los. “Não matarás”…, depende de quem seja o objetivo…, pensam aqueles que, por exemplo em Barcelona, se manifestaram com gritos a favor do Hamás. “Vivam os direitos humanos”…, depende a quem se aplicam, e por isso não os preocupam milhões de mulheres escravas. “Não mentirás”…, depende se a informação é uma arma de guerra a favor de uma causa. A massa crítica social se adelgaçou e, ao mesmo tempo, engordou o dogmatismo ideológico. Nesta dupla virada, os valores fortes da modernidade foram substituídos por um pensamento débil, vulnerável à manipulação e ao maniqueísmo. Derrota da ONU. E com ela, uma rotunda derrota dos organismos internacionais que devem velar pelos direitos humanos, e que se converteram em bonecos quebrados em mãos de déspotas. A ONU somente serve para que islamofascistas como Ahmadineyad, ou demagogos perigosos como Hugo Chávez, tenham um altofalante planetário de onde escarrar seu ódio. E, é claro, para atacar sistematicamente Israel. Também contra Israel, a ONU vive melhor. Finalmente, derrota do Islã. O Islã das luzes sofre hoje o violento ataque de um virus totalitário que tenta frear seu desenvolvimento ético. Este virus usa o nome de Deus para perpetrar os horrores mais inimagináveis: apedrejar mulheres, escravizá-las, usar grávidas e jovens com atraso mental como bombas humanas, educar no ódio, e declarar guerra à liberdade. Não esqueçamos, por exemplo, que nos matam com telefones celulares via satélites conectados… com a Idade Média… Se o estalinismo destruiu a esquerda, e o nazismo destruiu a Europa, o fundamentalismo islâmico está destruindo o Islã. E também tem, como as outras ideologias totalitárias, um DNA anti-semita. Talvez o anti-semitismo islâmico seja o fenômeno intolerante mais sério da atualidade, não em vão afeta a mais de 1.300 milhões de pessoas educadas, massivamente, no ódio ao judeu. Na encruzilhada destas derrotas, se encontra Israel. Órfãos de uma esquerda racional, órfãos de um periodismo sério e de uma ONU digna, e órfãos de um Islã tolerante, Israel sofre o violento paradigma do século XXI: a falta de compromisso sólido com os valores da libertade. Nada surprende. A cultura judaica encarna, como nem um outra, a metáfora de um conceito de civilização que hoje sofre ataques de todos os lados. Vocês são o termômetro da saúde do mundo. Sempre que o mundo teve uma febre totalitária, vocês sofreram. Na Idade Média espanhola, nas perseguições cristãs, nos progroms russos, no fascismo europeu, no fundamentalismo islâmico. Sempre, o primeiro inimigo do totalitarismo tem sido o judeu. E nestes tempos de dependência energética e desconcerto social, Israel encarna, em sua própria carne, o judeu de sempre. Uma nação pária entre as nações, para um povo pária entre os povos. É por isto que o anti-semitismo do século XXI vestiu-se com o eficaz disfarce do anti-israelismo. Toda a crítica contra Israel é anti-semita? Não. Mas, todo o anti-semitismo atual se tornou no preconceito e na demonização contra o Estado judeu. Uma nova vestimenta para um velho ódio. Disse Benjamin Franklin: “onde mora a liberdade, alí está a minha pátria”. E acrescentou Albert Einstein: “a vida é muito perigosa. Não pelas pessoas que fazem o mal, senão por aquelas que se sentam para ver o que passa”. Este é o duplo compromiso aquí e hoje: não sentar-se nunca para ver passar o mal e Defender sempre as pátrias da liberdade. Obrigada. Pilar Rahola 16/12/2009
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Meus Gloriosos Heróis - Meus Gloriosos Heróis

Meus Gloriosos Heróis por Sheila Sacks

Se a década de 1940 marcou a história do século 20 pela barbárie da Shoá, por sua vez também iluminou o mundo com personagens especiais, genuínos heróis de todas as épocas. Dois deles, Mordechai Anilevitch e Howard Fast merecem ser lembrados nesse dezembro de 2009, quando mais uma vez celebramos a fé, a coragem e a liberdade na festa das Luzes. Líder da revolta do Gueto de Varsóvia, o jovem polonês Anilevitch tinha apenas 24 anos quando foi dizimado pela máquina nazista, em 1943. Já a salvo na Romênia, retornou à Polônia para organizar a resistência e mostrar ao mundo uma face judaica milenar, ancorada nos feitos e atos de nossos patriarcas e profetas. Membro do movimento sionista socialista Hashomer Hatzair, sua história de vida tem inspirando, ao longo do tempo, gerações de jovens judeus a trilharem o caminho do idealismo, do amor à liberdade e de respeito e defesa aos valores tradicionais de nosso povo. Também o escritor Howard Fast (1914-2003) era um jovem de 34 anos quando escreveu a versão literária sobre a luta e a resistência tenaz do sacerdote Matatias e de seus cinco filhos, tendo à frente Judá, o macabeu, diante da ordem arbitrária de um poder central que impunha o culto, as leis e os costumes gregos na terra de Israel. Um épico sobre a saga dos irmãos guerrilheiros de Modiin, belíssimo enredo de audácia e persistência vivido há mais de 2 mil anos - algo em torno de 165 antes da era comum – por uma geração aquinhoada com as bênçãos da fé, da firmeza e da devoção. Um hino à liberdade e à coragem A obra Meus Gloriosos Irmãos foi publicada em 1948 e tem a mesma idade do estado de Israel. É um hino à liberdade e à coragem, tendo marcado a adolescência de milhares de jovens judeus em todo o mundo. Era uma época particularmente difícil para os judeus, pós-holocausto e de implantação de uma nação. O livro de Fast foi um talismã dos mais importantes para muitos jovens que, militando em movimentos sionistas, deixaram o aconchego de seus lares e ignorando os apelos de pais preocupados se engajaram na luta pela terra prometida. A determinação, a perseverança e a crença inabalável dos hashmoneus em seus objetivos encontravam semelhança e afinidade no heroísmo dos jovens da Haganá, durante aqueles anos difíceis. O escritor trouxe o bandeira de Judá para bem perto destes jovens audazes e sonhadores que liam e reliam aquelas páginas estimulantes, com o olhar e o coração em Sion. Apesar do seu passado de militante comunista (foi preso em 1950) Fast sempre exaltou as suas raízes judaicas. Autor de mais de 80 livros traduzidos em 82 idiomas (dos quais 20 se transformaram em filmes ou seriados de TV – o mais conhecido é Spartacus, de 1960), ele considerava o movimento dos kibutzim a mais importante experiência socialista do século. Em carta ao jornalista e escritor anglo-israelense Daniel Gravon, ele conta que quando era jovem sonhava em atravessar a pé a Galiléia e ir até o sul de Israel. Isto nunca aconteceu, mas em 1944, durante a 2ª Guerra Mundial, o escritor teve a oportunidade de ver, pela primeira vez, a cidade de Jerusalém e outras áreas de Israel. Ele estava a bordo de um avião militar, cujo destino era o Líbano. “Eu pedi ao piloto para que voasse em baixa altitude, e ele, de bom grado, atendeu ao meu pedido”, lembra Fast. “Nós passamos por Jerusalém e seguimos para o norte. Eu observava Israel , as áreas desertas e devastadas com alguns raros borrões verdes de um kibutz, ali e acolá. Trinta e cinco anos depois, quando retornei, a mudança era enorme.” Mensagem permanece atual Dois anos antes de falecer, Fast manifestou a sua tristeza por não ter condições físicas para mais uma vez visitar Israel. “Eu gostaria de retornar, mas receio que isso seja só mais um sonho. Afinal, faço 87 anos no próximo mês de novembro. Eu caminho devagar e me canso facilmente”. Corria o ano de 2001 e Fast também revelou a sua preocupação com o destino de nossa civilização, depois do ataque de 11 de setembro “Vivemos em um mundo que está ficando insano e percebo que as pessoas estão evitando viajar. Eu sinto que nunca mais verei Israel e isso, para mim, é um pensamento doloroso.” É interessante notar que passados mais de 60 anos da publicação de Meus Gloriosos Irmãos, o livro continua a constar na bibliografia recomendada aos madrichim para ser utilizada nas atividades com crianças e jovens, durante o período de Chanucá. Apesar do contexto sócio-cultural ter sofrido mudanças radicais e a juventude atual em nada ser semelhante àquela dos anos 40 e 50 – onde não existiam a globalização e a tecnologia avançada dos meios eletrônicos - o conteúdo da obra de Fast permanece irretocável em seu sentido mais profundo: o de transmitir valores como o heroísmo e a bravura que não se acovardam mesmo diante de inimigos poderosos. Com o livro de Fast, a festa de Chanucá ganhou novo contorno e uma mensagem mais moderna e vibrante. O combate dos macabeus fundiu-se com a própria luta pelo nascimento e perpetuação do Estado de Israel, que mesmo nos dias que correm ainda mantém-se em alerta e de prontidão na defesa de sua cultura, de seu modo de ser, de sua religião e de sua liberdade. Em tempo: a esses dois heróis de nossa história devo em grande parte o possível mérito do conto “Araguaia, meu amor”, premiado e incluído na coletânea Escritos Revelados. De Anilevitch, o modelo de coragem solidária, e de Fast o exemplo de uma arte narrativa engajada e inspirada.
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Bíblia, Buda e Nova Era: a ''fé mix'' está de moda

Bíblia, Buda e Nova Era: a ''fé mix'' está de moda A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no jornal Il Giornale, 14-12-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto. Sincretismo e fé "faça-você-mesmo". Enquanto em Roma se conclui o grande encontro organizado pelo cardeal Camillo Ruini com prelados e homens de cultura que se interrogam sobre a presença de Deus na sociedade contemporânea, dos Estados Unidos surge uma pesquisa, publicada neste domingo na primeira página do jornal USA Today, que apresenta os cidadãos norte-americanos atentos aos problemas do espírito, mas com uma crescente desenvoltura para passar das igrejas aos templos budistas, da paixão pela cabala judaica à atração pelas crenças ancestrais, do catecismo católico à reencarnação. Segundo a pesquisa, realizada pelo Pew Forum on Religion & Public Life, 65% dos adultos norte-americanos, incluindo protestantes e católicos, adotam elementos das religiões orientais e da Nova Era. O sincretismo parece, portanto, em crescimento do outro lado do Atlântico, e 35% dos norte-americanos que participa das celebrações dominicais admite ter mudado mais de uma vez de igreja, não apenas no sentido de paróquia, mas saltando de uma confissão a outra e até de uma religião a outra. Entre as curiosidades que aparecem na pesquisa está o dado sobre quantos norte-americanos acreditam que as estrelas e nos planetas podem influenciar na vida das pessoas (25% da população e 23% dos cristãos) e que estão convencidos de que os indivíduos podem renascer reencarnando-se mais de uma vez (24% da população e 22% dos cristãos). Enquanto isso, 16% dos norte-americanos (e 17% dos cristãos) acreditam que pessoas com "o olhar diabólico" podem lançar malefícios e prejudicar as pessoas. Entre 47% e 59% dos norte-americanos teriam mudado de religião ao menos uma vez. A questão do sincretismo e do supermercado das fés está muito no coração de Bento XVI, que, desde o início do seu pontificado, durante a Jornada Mundial da Juventude de Colônia, na Alemanha, disse que "junto com o esquecimento de Deus existe um 'boom' do religioso". Ele fala de uma religião que "não raramente torna-se quase um produto de consumo. Escolhe-se o que se gosta, e alguns sabem até como tirar proveito disso. Mas a religião buscada à maneira do 'faça-você-mesmo' no fim não nos ajuda". Os dados da pesquisa norte-americana correspondem à realidade? E qual é a situação em um país tradicionalmente católico como a Itália? O Il Giornale dirigiu a pergunta a Massimo Introvigne, diretor do Cesnur, o centro de estudo sobre novas religiões. "Eu também recebi os dados da pesquisa e gostaria de dizer que há alguma perplexidade não tanto sobre os resultados, mas sim sobre a sua novidade: desde o pós-guerra a religiosidade dos EUA é descrita desse modo". Quanto ao sincretismo italiano, Introvigne observa que, enquanto "cai o número dos italianos que acreditam na reencarnação – eram 15% há alguns anos, hoje são só 10% - cresce notavelmente por exemplo o percentual, também entre os católicos, daqueles que se dizem certos de que Jesus era casado. É o efeito 'Código da Vinci'". Na Itália, mais do que a Nova Era, Introvigne vê o triunfo da "Antiga Era", isto é, da crença na magia, nos ritos dos feiticeiros, que obtém o consenso de 30% dos italianos e de 10% dos italianos que vão à missa. Um dado significativo que surge de uma recente e aprofundada pesquisa do Cesnur que durou um ano, referente aos fiéis católicos praticantes, que oscilam entre 18% e 20% da população. "Estão em diminuição, mas cresce a qualidade da sua participação nos sacramentos. Enfim, são uma minoria, mas com convicções enraizadas".
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Atividades da Marcha no Brasil

Atividades de recepção da Equipe Base no Estado de PernambucoOlinda Dia 16/12• Horário: 10h• Local: Concentração na Praça do Carmo• Atividade: Marcha até a Prefeitura, recebida pelo Prefeito e a Câmara de Vereadores. Percurso: Praça do Carmo, sobe Rua Prudente de Morais, depois Rua 27 de Janeiro e chega a Prefeitura.• Descrição: Apresentação de Grupos de Afoxé, movimentos sociais, coletivos, bonecos de Olinda farão parte do evento.Recife Dia 16/12• Horário: 15h• Local – Concentração no Palácio do Governo.• Atividade: Cerimônia de recepção da Equipe Base no Estado.• Descrição: Recepção da comitiva da Marcha pelo Governo do Estado.Recife Dia 16/12• Horário: 16h• Atividade: Marcha• Descrição: Percurso - Praça da República, Ponte Maurício de Nassau, Rua Marques de Olinda, Rua Bom Jesus e Praça do Arsenal.Recife Dia 16/12• Horário: 17h30• Local: Praça do Arsenal• Atividade: Show• Descrição: Apresentação de bandas comemorando a chegada da Marcha na Cidade.1º - Chinelo de Iaia - coco de roda2º - Beth de Oxum - coco de umbigada3º - Tokada - Samba4º - Tiger - HIP HOP5º - Dj Zero - Música Eletrônica6º - Nação Corrompida - Hard CoreAtividades de recepção da Equipe Base no Estado da BahiaSalvador – Dia 17/12• Horário: 15:HS A 19:HS• Local: PRAÇA DO CAMPO GRANDE (HOTEL DA BAHIA) A PRAÇA MUNICIPAL• Atividade: Ato Público/Show• Descrição: Apresentação da Equipe base à população da cidade. Show com Marquinhos Marques ex- cantor do Olodum/Aloísio Menezes/Banda Tomalira /Grupo Nova Saga/Clube do Samba/Movimento Poeta da Praça/ Grupos de Teatros/Grupos de Danças,Grupos de Hip Hop. Organizações: Mundo sem Guerra-Instituto Martin Luther King Jr- Coletivo de Entidades Negras-Movimento Salvador Pela Paz-Instituto Mão Amiga- Prohomo- Família Eclesial Missionária da Redenção.Atividades de recepção da Equipe Base no Estado de BrasiliaDistrito Federal – Dia 16/12• Horário: As 18h,• Local: Palácio do Itamarati• Atividade: Solenidade em apoio à Marcha Mundial pela Paz e a Não Violência• Descrição: Atividade promovida pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, contando com a presença de todos os embaixadores dos países que receberam a Equipe Base. Quem promove é o próprio Ministro Paulo Vannuci.Atividades nos 10 dias que antecedem à chegada da Equipe Base ao Estado do Rio de Janeiro.Rio de Janeiro Dia 08/12• Horário: à Partir das 13:30• Local: Teatro do SESI, na FIRJAN – Avenida Graça Aranha, nº 1, Centro/ RJ• Atividade: Entrega do prêmio Beija-Flor, pelo RIOVOLUNTÁRIO, aos que mais se destacaram no ano por seu trabalho voluntário.• Descrição: Premiação à Marcha Mundial pela Paz e a Não Violência na categoria evento/Campos dos Goytacazes Dia 10 /12• Horário: 14h• Local: Câmara de Dirigentes Lojistas Rua Sete de setembro esquina com a Rua dos Goytacazes (antiga Rua do Gás)• Atividade: diplomação dos que mais compartilharam com o trabalho dos direitos da mulher - Diploma Cidadão Comdim/2009.• Descrição: Entrega de Diploma cidadão pelo Conselho Municipal dos Direitos da mulher.Rio de Janeiro Dia 10 /12• Horário: 8h• Local: Praça da Cinelândia, em frente à Câmara Municipal.• Atividade: Ato público de comemoração à passagem da Marcha Mundial pela Paz e a Não Violência pela cidade, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação.• Descrição: 1000 alunos de 17 escolas do Estado. À partir das da manhã, irão apresentar seus trabalhos desenvolvidos durante o ano no Tema da Cultura de paz e não Violência. Apresentação das ações desenvolvidas pelos comitês de não violência em escolas pelo mundo (Ana Paula Pinto, pedagoga,membro da rede internacional de educadores humanistas). Ao final, os jovens construirão um símbolo da não violência.Campos dos Goytacazes-Dia 11/12• Horário: 15h• Local: Jardim São Benedito• Atividade: Marcha da paz• Descrição: A Marcha partirá do local citado transitando até a Praça São Salvador, bandas de música das escolas participantes acompanharão a marcha.• Horário: 16h• Local: Praça São Salvador• Atividade: Evento cultural com a presença da Sra. Prefeita e autoridades locais/show• Descrição: Evento com palestrantes, vídeos da marcha, capoeira, corais, grupos de Hip-Hop e bandas escolares. Haverá uma revoada de pombos,será feito um símbolo de não-violência com crianças de 10 escolas e pedidos de paz serão colocados em um grande balão.Mesquita - Dia 11/12• Horário: 19h• Local: Local: em frente à Prefeitura Municipal de Mesquita• Atividade: Apresentação da Marcha Mundial pela Paz e a Não Violência no Ato solene de encerramento da Jornada de Direitos Humanos da Baixada.• Descrição: Atividade promovida pela Organização ComCausa, durante toda semana, terá seu encerramento, com a presença do ministro Paulo Vanucci. O Prefeito, que já aderiu à Marcha, se pronunciará.Campo Grande – Dia 13/12• Local: Na frente do Clube dos Suboficiais e Sargentos na Rua Magnesita Santíssimo• Horário: 11 até 13 h - Concentração• Atividade: Marcha por ruas da Cidade.• Descrição: Marcha de Motos e Carros com Trio Elétrico pela cidade, divulgando o evento posterior.Escolha do casal que representará Campo Grande na Marcha em 19 de dezembro.Campo Grande – Dia 13/12• Local: Clube dos Suboficiais e Sargentos.• Horário: 15h até 20h• Atividades: Evento de apresentação da Marcha Mundial pela Paz e a Não Violência à população.• Descrição: Homenagens a parentes de vitimas de violência, Show de música e dança, diploma a pessoas destacadas na luta contra a violência. O ingresso para o evento será 1 Kg de alimento não perecível. Estes serão doados a:“Creche “Minha Casa” e “Centro de Recuperação de Dependentes Quimicos Maranatá”.Atividades de recepção da Equipe Base no Estado do Rio de JaneiroNiterói Dia 18/12• Horário: 17h• Local: Câmara Municipal de Niterói• Atividade: - Solenidade de recepção da Marcha na cidade.• Descrição: Nesta ocasião, os vereadores do conselho Municipal pela Paz – ComPaz – se pronunciarão. Presença das organizações parceiras. Apresentação do Coral do Colégio Pedro II, do bairro Barreto, e a banda do Liceu Nilo Peçanha Espera-se a presença do Prefeito, que também aderiu.Niterói Dia 18/12• Horário: 19h• Local: Em frente à Camara de Vereadores• Atividade: Ato/Show• Descrição: Apresentação da Marcha Mundial à população. Saudações da Equipe Base. Show no qual Dominguinhos da Estácio já confirmou presença.Cidade do Rio de Janeiro Dia 18/12• Horário: 19h• Local: Câmara vereadores da Cidade do Rio de Janeiro• Atividade: Solenidade de Recepção da Equipe Base da Marcha Mundial na Cidade.• Descrição: Com a presença de representantes das organizações que ajudam a promover a Marcha na cidade como o Mundo Sem Guerras, o Partido Humanista, a Convergência das Culturas, os Conselhos Permanentes de Não Violência nas Escolas, VivaRio; Ação da Cidadania contra a Fome e Pela Vida, O Centro Mundial de Estudos Humanistas, A Comunidade para o Desenvolvimento Humano, o MHUDE, dentre outros, a Equipe Base será homenageada com o pronunciamento de vereadores. Com a presença do Vereador Reimont e a participação de deputados, como Molon e Gilberto Palmares.Cidade do Rio de Janeiro Dia 18/12• Horário: Sem informação• Local: Comunidade da Maré• Atividade: Inauguração do Muro da Paz na Maré com Show de artistas locais.Cidade do Rio de Janeiro Dia 19/12• Horário: à partir das 8h• Local: Praia Copacabana - Concentração Figueiredo Magalhães• Atividade: Caminhada e ato.• Descrição: Além das organizações promotoras, estarão presentes representantes da Federação de motoclubes RJ, do projeto longevidade da Prefeitura/Dom Pixote, do Centro de Democratização da Informática, Mães da Cinelândia, PeaceNow. Artistas confirmados: Priscila Camargo, Sandra de Sá, Rhana Abreu, Jorge Israel, Banda Canastra, entre outros. Na caminhada, todos no chão. Ao final, se fará um ato com o pronunciamento da Equipe Base da Marcha Mundial e os artistas apresentarão algumas músicas no tema da Paz e da não violência.Cidade do Rio de Janeiro Dia 19/12• Horário:• Local: Santa Teresa• Atividade: Evento de comemoração da passagem da Marcha Mundial pela cidade• Descrição: Promovido pela sub-prefeitura do bairro, ainda não informaram os detalhes.Cidade do Rio de Janeiro Dia 19/12• Horário: 19h – concentração no saguão do Bondinho. Evento: de 20h até 22h• Local: Corcovado• Atividade – Evento exclusivo para 150 convidados, celebrando a Marcha Mundial.• Descrição - Recepção no saguão com apresentação de vídeos da Marcha pelo mundo.No alto do corcovado haverá o pronunciamento da Equipe Base. Logo depois, um Ato Interreligioso. Jorge Vercillo cantará algumas músicas e fechando o evento, palavras do Porta Voz da Marcha no Rio, Marcos Pantoja.Atividades de recepção da Equipe Base no Estado de São PauloCotia Dia 20/12• Horário: 13h• Local: Rua Katoji Sogabe, 195 – Bairro Caucaia do Alto• Atividade: Encontro pela Paz e pela e a Não Violência no Parque Caucaia• Descrição: Caminhada pelo Parque, apresentações culturais e musicais, pedido pela Paz e pelo Desarmamento NuclearCidade de São Paulo Dia 20/12• Dia: 20/12• Horário: 14h• Atividade: Marcha e Show pela Paz e pela Não-violênciaDescrição: o show com a apresentação de Max de Castro, Simoninha, Vange Milliet e outros artistas.Local: Concentração da Marcha na Rua Barão de Itapetininga com a Av. Ipiranga indo até a Praça da Sé onde começará o Show.Atividades de recepção da Equipe Base no Estado do ParanáLondrina - Dia 22/12• Horário:15h• Local: Concentração na Pça Santos Andrade.• Atividade/Descrição: Recepção na Câmara dos vereadores e Coletiva imprensa à equipe base da Marcha Mundial.Londrina - Dia 22/12• Horário:17h• Local: Saul Elkind• Atividade cultural• Descrição: Apresentação cultural com o grupo de capoeira GERAÇÃO BRASILLondrina - Dia 22/12• Horário:18h• Local: Concentração em frente à Câmara dos vereadores• Atividade: Carreata.• Descrição: Com a Equipe base, com a escolta do Corpo de Bombeiros e a CMTU.Londrina - Dia 22/12• Horário:18:30h• Local: Praça Tomi Nakagawa• Atividade: “Abraço à Praça”• Descrição: Com a participação de todos, junto à equipe base, será realizada uma grande roda, simbolizando a união necessária para a construção de uma cultura de Paz e Não Violência.Curitiba – Dia 22/12• Horário:14h• Local: Concentração na Pça Santos Andrade.Atividade: Marcha• Descrição - Marcha segue pela rua XV até a Boca Maldita. Grupos espiritualistas e culturais como maracatu e capoeira acompanham a atividade.Curitiba – Dia 22/12• Horário: 15h30 às 18h• Local: Boca Maldita• Atividade: Ato/Show• Descrição: Pronunciamentos do Porta-voz da Marcha Mundial em Curitiba Regis Garret, e dos membros da Equipe Base. Logo após, começa um show com bandas e no chão, em tendas, uma feira com oficinas, palestras, apresentações culturais. Organizações confirmadas até agora: Curitiba Medita, Voa Voa (Maracatu), Hare Krishna.Atividades de recepção da Equipe Base no Estado de Santa CatarinaÀ confirmarAtividades de recepção da Equipe Base no Estado do Rio Grande do SulPorto Alegre Dia 24/12• Horário:• Local: Rodoviária de Porto Alegre• Atividade: coletiva de imprensa e divulgação da chegada da Marcha à Cidade• Descrição: Encontro com jornalistas. Logo após, saída em ônibus de turismo da Prefeitura da cidade, acompanhado por carro de som que anunciará a chegada e a agenda da marcha mundial na cidade.Porto Alegre Dia 24/12• Participação da Equipe base no mega-show de Natal da TV RBS e da Prefeitura de Porto Alegre.Porto Alegre Dia 25/12• Horário:18h• Local: Às margens do Guaíba (próximo a Usina do Gasômetro Centro Cultural de POA)• Atividade: Mística com a Marcha Mundial• Descrição: durante o pôr-do-sol, Expressões livres artísticas, culturais e espirituais,Canoas Dia 26/12• Horário:15h• Local: Biblioteca Municipal da Cidade de Canoas• Atividade: Coletiva de imprensa com o Prefeito Jairo Jorge, o Porta-voz da Marcha em RS e com a Equipe base da Marcha Mundial.• Descrição: Mesa redonda do Prefeito, porta-voz RS e delegação internacional da Marcha Mundial; Confraternização e exibição de vídeos da viagem da Marcha Mundial;Canoas Dia 26/12• Horário: 23:30h• Atividade: Confraternização da Equipe Promotora da Marcha em RS com a Equipe base e viagem de todos rumo a Montevidéu, Uruguai, próxima parada da Marcha Mundial, rumo à Punta de vacas, Argentina.
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ENTREVISTA ECOSSOCIOECONOMISTA IGNACY SACHS

Ignacy Sachs, diretor do Centro de Pesquisas do Brasil Contemporâneo na Escola de Altos Estudos de Ciências Sociais (Paris) 18/11/2009 - Acreditar que a economia não deve ser desvinculada de valores sociais e cuidados ambientais é um dos principais paradigmas defendidos por Ignacy Sachs, um brasilianista de 81 anos, a quem se deve o mérito de trazer à cena contemporânea o conceito de desenvolvimento sustentável. Por defender essa tese ao longo da vida, esse polonês naturalizado francês costuma ser chamado de ecossocioeconomista. Foi de seu escritório na capital francesa que ele conversou, via Skype, com a equipe da Envolverde. A entrevista, que você confere a seguir, foi publicada no suplemento Carta Verde, uma parceria da agência com a Revista Carta Capital. Judeu refugiado no Brasil, Sachs estudou em São Paulo, formou-se em Economia no Rio de Janeiro, fez doutorado na Índia e há mais de 40 anos dedica-se à pesquisa sobre as dinâmicas das economias dos países em desenvolvimento. Foi em 1972, quando trabalhou na organização da Primeira Conferência da ONU de Meio Ambiente e Desenvolvimento, em Estocolmo, que formulou o conceito de ecodesenvolvimento – mais tarde rebatizado pela ONU de desenvolvimento sustentável. Também participou da Cúpula da Terra, a Eco-92, como conselheiro especial das Nações Unidas na Conferência do Rio de Janeiro. Autor ou organizador de mais de 40 livros, Sachs é um dos mais aguerridos defensores de uma economia baseada em biomassa e biodiversidade – ou biocivilização, como ele prefere. Consultor de vários governos – incluindo o brasileiro, onde atua no Ministério de Desenvolvimento Agrário – e de organismos internacionais. É, também, professor emérito da Escola de Altos Estudos de Ciências Sociais, em Paris. Ali criou o Centro de Pesquisas do Brasil Contemporâneo, que ainda dirige. Foi de seu escritório na capital francesa que ele concedeu essa entrevista, via Skype. Abaixo, os principais trechos da conversa com o lúcido e bem-humorado professor que afirma querer comemorar seu centenário – daqui a 19 anos – numa praia brasileira. Carta Verde - Mantidos os atuais níveis de demanda de energia e os mesmos paradigmas de conforto, consumo e obsolência tecnológica planejada, o planeta entrará em colapso em 30 anos. Qual o caminho para a adoção de um novo modelo de crescimento econômico, antes que o atual se esgote totalmente? Ignacy Sachs - Só entraremos em colapso se não tivermos um jeito de ajustarmos nossas políticas às mudanças climáticas. Temos ainda um elenco de energias renováveis a serem aperfeiçoadas e implementadas e há uma enorme margem para aumentar a eficiência no uso das energias disponíveis. É possível pensar em paradigmas de consumo energético, caracterizados por mais sobriedade. Será mesmo necessário comer frutas tropicais transportadas por avião a jato por 15 mil km? Não estou pregando contra o comércio exterior, mas é preciso introduzir um pouco de bom senso na demanda pra que haja uma organização espacial mais racional. Fizemos da globalização uma caricatura do que deveriam ser as relações econômicas. A crise financeira tem o aspecto positivo de acabar com o mito neoliberal de que os mercados são capazes de se auto-regular. Além de nos levar a questionar o papel do Estado no desenvolvimento de uma economia mista, onde o mercado precisa ser regulado. Precisamos tomar decisões urgentes em todos esses aspectos, mas não tenho nenhuma bola de cristal para dizer como vão se desenvolver os processos políticos para que isso ocorra. Uma boa ocasião para discutir essas questões será a conferência de Copenhague. Carta Verde - O senhor distingue desenvolvimento de crescimento econômico. Poderia falar um pouco mais sobre isso? Ignacy Sachs - Desenvolvimento é um conceito relacionado a critérios sociais e ambientais. Eles andam juntos em busca da viabilidade econômica. Existe a condicionalidade ecologia, que requer o uso do intelecto para organizar as decisões de maneira a fazer bom uso dos recursos naturais. Rotas reais de desenvolvimento trazem resultados sociais positivos e não se traduzem por resultados ambientais profundamente negativos. Rotas de crescimento econômico, que são destruidoras do meio ambiente e levam a desigualdades sociais cada vez mais avassaladoras, não podem ser chamadas de desenvolvimento. Trata-se, no melhor dos casos, de um mau desenvolvimento. Carta Verde - É possível acreditar na implantação de uma economia de baixo carbono num mundo que gira em torno do petróleo e de toda sua cadeia produtiva? Ignacy Sachs - Construir uma economia de baixo carbono é construir uma estratégia de saída progressiva do petróleo, tarefa que vai levar décadas e que também não deve subestimar o poder de fogo das forças conservadoras no Brasil e no mundo. A biocivilização ainda está sendo inventada e requer planejamento a partir de agora. Os geólogos nos dizem que estamos nos aproximando do pico do petróleo. Quando ele se tornar mais raro e sua extração mais difícil, os preços altos vão nos empurrar para a busca de soluções mais viáveis. O problema é que, nos últimos 30 anos de contrarreforma neoliberal, perdemos a capacidade de pensar a longo prazo. Estamos atrelados ao imediatismo, pretendendo que o mercado regule tudo. O mercado é míope e insensível às questões social e ambiental. Então precisamos reintroduzir o hábito de planejar para fazer a transição para a economia de baixo carbono. Carta Verde - A descoberta do pré-sal não muda esse cenário? Ignacy Sachs - Não muda, apenas dá ao Brasil a vantagem de ter uma nova fonte de petróleo, embora de difícil manejo e com alto custo de exploração. O importante é saber utilizar os recursos energéticos para construir essa estratégia de transição, financiando pesquisas que permitam a evolução dos biocombustíveis, por exemplo. Reservar o petróleo para finalidades químicas e petroquímicas, que são usos mais nobres do que a queima para combustível. Investir na terceira geração de biocombustíveis, a partir de algas marinhas, e na energia eólica em regiões desérticas – assim não serão subtraídas áreas destinadas à agricultura. Ainda temos muito chão pela frente. Não quero parecer um otimista tecnológico inveterado, nem quero aceitar o pessimismo dos que acham que estamos na eminência de uma catástrofe. Carta Verde - senhor preconiza que o Brasil é um dos países mais preparados do mundo para ser a locomotiva da economia de baixo carbono, pois tem a maior área disponível para a produção de excedentes agrícolas para energia, matéria-prima e alimento. O que falta para chegarmos lá? Ignacy Sachs - Falta decisão política. E não há razão para que essas decisões não sejam tomadas. Existem recursos, conhecimentos, a pesquisa brasileira hoje, especialmente a agronômica e biológica, é de alto nível. Na próxima eleição a discussão será essa. O Brasil tem a maior floresta tropical em pé, tem dotação de recursos naturais, clima favorável e um mundo a ser conquistado a partir da biomassa: produção de alimentos, ração animal, fibra plástica, todo o conjunto de produtos para as biorrefinarias, fármacos e cosméticos. O verdadeiro desafio para a política brasileira da próxima década será mostrar as soluções para produzir mais biocombustível sem afetar a segurança alimentar. E também apontar os impactos sociais decorrentes dessas soluções. A biomassa oferece um enorme potencial para o desenvolvimento das cidades ao longo do litoral e da Amazônia. Além disso, há muita área a ser cultivada, pastos que podem ser recuperados com a reformulação da pecuária. Não há razão para que a atividade continue sendo desmatadora, quando se pode reduzir em 50% a área de pastos, apenas dobrando o número de rezes por hectare. Carta Verde - E qual seria o reflexo disso na geopolítica internacional? Essa expansão acontecerá num ritmo satisfatório para atender à demanda por energia dos países em desenvolvimento? Ignacy Sachs - O grupo que se chama hoje de países emergentes tem todas as condições de pesar mais na geopolítica mundial nas décadas futuras. Entre os países tropicais, o Brasil aparece como líder natural e acho que, se as coisas caminharem em direção ao baixo carbono, o papel dos países onde há abundância de sol vai ser cada vez maior. As vantagens comparativas naturais dos países tropicais devem ser potencializadas pela pesquisa focada na biodiversidade, na biomassa e na biotecnologia. Dessa forma será possível encontrar soluções intensivas em conhecimentos e mão-de-obra – atacando um dos grandes problemas do século que é a falta de trabalho – e poupadoras de recursos naturais e financeiros. Se souberem avançar nesta direção, tudo indica que poderão modificar significativamente a geoeconomia e, portanto, a geopolítica mundial. Nessa visão de biocivilização moderna, a cooperação técnica e científica Sul-Sul (eixo Brasil-índia, África, países asiáticos, América Latina) é absolutamente decisiva. Cria-se uma desforra do mundo tropical. Para dizer “O Petróleo é nosso”, o brasileiro precisou sair às ruas, bater-se, evocar a história da Petrobras. Para dizer que o sol é nosso, não precisa de nada disso. Carta Verde - Na economia da biomassa e da biodiversidade, será possível incluir os mais pobres? O número de famintos e de refugiados ambientais cresce em todo mundo, o preço da comida aumenta, como equacionar desenvolvimento sustentável num cenário em que a inclusão social continua tão distante dos planos dos governantes. Ignacy Sachs - Desenvolvimento se define em termos de menos gente faminta, menos gente pobre, menos gente dormindo nas ruas. A fome no mundo não decorre da escassez de alimentos e sim do poder de compra insuficiente dos consumidores potenciais, como demonstrou cabalmente o economista indiano Amartya Sem (prêmio Nobel de Economia em 1998, por suas teorias éticas e humanísticas, que desnudaram as múltiplas facetas da pobreza). Todos nós temos o direito à comida, à educação, à saúde, portanto é preciso redifinir desenvolvimento em termos do acesso aos direitos universais – incluindo-se aí o direito coletivo ao meio ambiente. Cabe ao Estado pôr em prática um conjunto de políticas que facilitem o acesso à terra com assistência técnica permanente e promovam a construção de variadas formas de empreendedorismo coletivo. No século 21 ainda vai haver um novo ciclo de desenvolvimento. A ideia falsa do progresso como sinônimo de urbanização prosperou no século 20. É um conceito que tem de ser bastante criticado, quando se sabe que, na África, mais de 70% dos chamados urbanizados estão em favelas. Os pequenos agricultores e suas famílias correspondem a 2,5 bilhões de pessoas no mundo. Então, não dá para pensar numa agricultura sem homens como solução, porque teríamos que jogar toda essa gente nas favelas – e isso seria um problema gigantesco. Na civilização da biomassa, teremos de dar atenção ao desenvolvimento territorial e ao fortalecimento da agricultura familiar, que tem enorme papel a desempenhar nesse processo. Alguém tem de produzir a biomassa de maneira a manter a biodiversidade, as paisagens, enfim, de maneira a fazer bom uso da natureza – e não pilhagem. Este será o século de re-equilíbrio entre o desenvolvimento urbano e o rural. Se os biocombustíveis levarem ao latifúndio e à monocultura, eles não vão resolver o desafio. Não podemos fugir dessa dimensão política que acompanha a biomassa e vai além da simples agricultura. Trata-se de descentralizar as atividades econômicas, de transferir a produção para localidades menores, junto com algumas vantagens da civilização moderna. É uma nova estratégia de desenvolvimento, que leva para o campo também o processamento e a transformação dos produtos, a manufatura e os serviços. Hoje, com transporte razoavelmente rápido e o uso inteligente da informática e da comunicação, posso imaginar uma estruturação mais equilibrada do espaço. O conceito fundamental é o da polivalência da população rural. Quem mora no campo não precisa só cultivar a terra, pode fazer muitas outras coisas. Essa nova visão de desenvolvimento – territorial, descentralizado e agrário – é mais inclusiva. Carta Verde - Os resíduos agrícolas, excetuados os da cana-de-açúcar, representam uma disponibilidade energética equivalente a 747 mil barris diários de petróleo, praticamente não aproveitada. Enfrentar esse desperdício histórico seria um bom começo, o senhor concorda? Ignacy Sachs - Na segunda geração de biocombustível, à base de celulose, esses resíduos podem ser aproveitados. Aliás, do ponto de vista do desenvolvimento sustentável, o conceito resíduo não deveria existir, prefiro a palavra subproduto, porque se transforma em insumo para outra cadeia produtiva. Por exemplo, a extração de óleo vegetal para a produção de biodiesel gera grande volume de tortas, que podem ser aproveitadas como ração animal – ajudando a transformar uma pecuária extensiva em semi-intensiva, menos dependente de grandes áreas de pastagem. Temos de ter habilidade em construir sistemas integrados de produção de alimento e energia adaptados a diferentes biomas - e não cadeias justapostas. Nesse contexto os subprodutos são valorizados. Nós todos que trabalhamos com o tripé da sustentabilidade aprendemos uma enorme lição com um exemplo que vem da China, de muitos séculos. Você tem um tanque de água, aí bota lá vários tipos de carpa, que vivem em nichos diferentes, então não competem pelos mesmos recursos. Acima delas coloca os patos, porque o esterco deles vai fertilizar a lagoa. Ao redor da lagoa planta verduras. Aí o pato sai e come os bichos que atacam as verduras, cujas folhas são jogadas na água para alimentar as carpas. Isso é um sistema integrado. Acho que temos muito chão pela frente até aprender a fazer melhor uso da natureza e essa é uma mensagem otimista, mas que não deve ser interpretada como pretexto para fechar os olhos da necessidade de mudanças radicais e rápidas do nosso comportamento. Carta Verde - Os países do G77 defendem a criação de um mecanismo de transferência de tecnologia que reduza os preços e facilitem o acesso das nações em desenvolvimento às tecnologias protegidas por patentes. Qual sua opinião sobre o tema? Ignacy Sachs - As patentes são um enorme problema, regredimos muito em relação às ideias disseminadas depois da Segunda-Guerra. Entramos num processo acirrado de privatização de conhecimentos, e é claro que precisamos fazer pressão política em favor da democratização do acesso à tecnologia. Acho importante reagir contra a privatização excessiva dos direitos a patentes, sobretudo em relação a medicamentos. Mas entendo como cada vez menos importante a transferência de tecnologia dos países industrializados para os menos desenvolvidos. O mais importante é não ficar atrelado a isso, mas investir no desenvolvimento da pesquisa nesses países, dar condições de trabalho aos cientistas e insistir na cooperação Sul-Sul, entre países com problemas similares a resolver. É preciso construir essa solidariedade do Sul. Em termos de número de votos nas Nações Unidas, em termos de população mundial, esses países representam a imensa maioria. China, Índia e Brasil, juntos, vão pesar cada vez mais também do ponto de vista econômico. Mas ainda tem de aprender a usar esse peso, do ponto de vista político. Carta Verde - O senhor acha que haverá avanços na reunião de Copenhague, com tantos blocos de países defendendo interesses tão diferenciados? Ignacy Sachs - Faço votos para que haja, mas por enquanto, tomando como referência as reuniões preparatórias, não há avanços. Mas no Brasil um passo importante é a criação do Fundo Amazônia, do BNDES, com aporte de recursos da Noruega. Uma forma de enfrentar o desmatamento, o principal responsável pelas emissões brasileiras. Não sou fã do sistema de créditos de carbono, porque se o meu vizinho solta fumaça e eu tenho problemas respiratórios, não fico muito satisfeito, quando ele diz estar financiando o reflorestamento na Patagônia na Argentina, porque continuo a tossir. Comprar o direito de continuar poluindo é como comprar indultos. O escritor inglês George Monbiot tem uma página sobre isso no seu best-seller Calor - Como Impedir o Planeta de Arder (lançado em Portugal pela Via Optima). Ele compara créditos de carbono com as compras da indulgência na Europa Medieval. Da mesma maneira que no século 15 ou 16 você podia dormir com a sua irmã, matar ou mentir sem medo de danação eterna, hoje pode viver sem pôr em perigo o clima – basta dar o seu dinheirinho a uma companhia que vende os indultos. Então é preciso parar de criar mercados artificiais e partir para a construção de uma política mais séria, ajudando os países que ainda tem uma floresta a conservá-la. Entrevista publicada originalmente no suplemento Carta Verde, editado em parceria pela Envolverde e revista Carta Capital. Por Denise Ribeiro, da Envolverde, especial para a Carta Verde © Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
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O Projeto Cultivar tem o objetivo de plantar 1 milhão de árvores de Mata Atlântica e conscientizar a sociedade sobre a necessidade de enfrentar o problema das mudanças do clima. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e o Instituto Bio Atlântica lançaram ontem (30) o Projeto Cultivar, cujo objetivo é plantar 1 milhão de árvores de Mata Atlântica e conscientizar a sociedade sobre a necessidade de enfrentar o problema das mudanças do clima. O projeto será levado a todos os cursos do Serviço Social da Indústria e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Sesi/Senai). Ontem, no lançamento do projeto, 400 alunos do Sesi e do Senai e de escolas públicas plantaram as primeiras mil mudas na comunidade do Batan, em Realengo, na zona oeste da cidade. Matriculam-se anualmente nas duas instituições cerca de 200 mil alunos e todos eles terão incluído o conteúdo sobre mudanças climáticas e reflorestamento entre as disciplinas estudadas. O gerente de Meio Ambiente do Sistema Firjan, Luís Augusto Azevedo, informou que a meta de plantio de 1 milhão de árvores de Mata Atlântica deverá ser alcançada nos próximos cinco anos. "É um projeto educacional que visa à mudança de consciência, de atitude das pessoas, e isso será feito de forma prática, plantando árvores”, disse Azevedo, em entrevista à Agência Brasil. O projeto identificou 52 espécies nativas da Mata Atlântica e prevê o plantio de 200 mil mudas anualmente. Com o lema “O Sistema Firjan planta, o Rio de Janeiro colhe”, a entidade pretende mostrar que a preocupação com o meio ambiente não é novidade para as indústrias fluminenses. "A questão das mudanças climáticas é muito séria e envolve mudança de atitude, economia de energia, mudança de combustíveis. Enfim, uma série de questões que já foram acordadas", afirmou. De acordo com Azevedo, faltava ainda uma ação que envolvesse os alunos do Sistema Sesi/Senai e a sociedade. "Por isso, resolvemos expandir essa preocupação, essa mobilização para a sociedade como um todo. E plantando Mata Atlântica, que é um patrimônio do nosso estado”. O Projeto Cultivar não se restringirá à capital fluminense. Ao todo, são 13 áreas selecionadas, que englobam vários municípios e incluem parques nacionais e estaduais. “Nossa ideia é buscar regiões onde se possa fazer alguma coisa significativa em termos de recomposição de trechos de Mata Atlântica e mobilizar as pessoas para essa tarefa, acrescentou Azevedo. Segundo ele, a Firjan espera a adesão de outras instituições empresariais e da sociedade. “Estamos ansiosos por parceiros e abertos a todo tipo de apoio.” A Firjan foi a primeira entidade empresarial brasileira a fazer um inventário de emissões de gases causadores do efeito estufa. O plantio de mil mudas, hoje no Batan, faz parte do esforço de compensação das emissões das 58 unidades do Sistema Firjan em 2008, que totaliza 12 mil árvores. O inventário referente a 2009 deverá estar concluído até março do ano que vem. As compensações serão feitas também dentro do Projeto Cultivar. “O inventário possibilita não apenas compensar nossas emissões, mas identificar onde elas são mais relevantes e agir para diminuí-las”, concluiu o representante da Firjan. Fonte: Agência Brasil
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Destino do 'Cemitério das Polacas' provoca polêmica

Destino do 'Cemitério das Polacas' provoca polêmica Abandonado por muitos anos, o Cemitério Israelita de Inhaúma está hoje no centro de uma delicada discussão no seio da comunidade judaica do Rio. O campo-santo é atualmente administrado pela diretoria do Cemitério Comunal Israelita do Caju, que apresentou à Prefeitura um plano de recuperação da área. O projeto prevê a reconstrução de uma capela e de uma área de preparação dos corpos, entre outras intervenções que permitirão a realização de novos enterros no local, oferecendo uma alternativa à necrópole do Caju, que está lotada, enquanto a de Inhaúma ainda tem cerca de 50% de área ociosa. A historiadora Beatriz Kushnir denuncia o projeto como uma tentativa de expurgo da memória das mulheres que constituíram a Associação Beneficente Funerária e Religiosa Israelita. Beatriz aponta que a reforma incluiria o cercamento dos túmulos já existentes, através de muros ou cercas-vivas. A historiadora atribui a medida às normas judaicas que estabelecem o isolamento de prostitutas e suicidas nos cemitérios. — O que se quer fazer é, à força, colocar muretas, cercas-vivas, ou o nome que se der, no cemitério, e condená-las definitivamente como párias. Isso apagaria a memória do local, tiraria dele a ideia de sítio histórico — critica Beatriz. O presidente do Cemitério Comunal Israelita do Caju e vice-presidente da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro, Jayme Salomão, alega que o projeto não isolaria os túmulos. Segundo Salomão, não seriam construídos muros e as cercas-vivas apenas dividiriam o terreno em quadras: — Queremos preservar o legado deixado por nossas antepassadas. Mas a ideia não é transformar Inhaúma num museu, e sim reaproveitá-lo como um cemitério. Salomão afirma que o objetivo do projeto é permitir que a venda de novos túmulos gere receita para bancar a manutenção do cemitério. O projeto para a construção de novas instalações está orçado em R$ 800 mil. A restauração das lápides depredadas teria um custo estimado de cerca de R$ $1,2 milhão, calcula. Segundo Salomão, o dinheiro para as reformas seria coletado entre a comunidade judaica, sem participação do município. Determinada a preservar o caráter de sítio histórico do cemitério, Beatriz propõe uma solução alternativa para o impasse. A pesquisadora lembra que a última presidente da associação, Rebecca Freedman, morta em 1984 aos 103 anos, foi enterrada no Cemitério Comunal Israelita do Caju ("sem cerca em volta da lápide", ironiza). Beatriz sugere que o corpo de Rebecca seja transferido para Inhaúma, junto das companheiras de associação, e que seu jazigo no Caju seja vendido. Mesmo reconhecendo as dificuldades colocadas pelas normas judaicas para a exumação de corpos, a historiadora acredita que o valor arrecadado seria suficiente para financiar a restauração das lápides de Inhaúma. Beatriz criou uma petição virtual em defesa da preservação do Cemitério Israelita de Inhaúma. A petição, que recebeu até hoje 528 assinaturas, pode ser acessada no blog da historiadora: http://polacas.blogspot.com.
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