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Todos os nomes Escrito por Yair Mau - Conexão Israel

Em Novembro de 2013, em comemoração ao dia internacional das crianças, a Agência Central de Estatística de Israel publicou dados do ano de 2012 sobre as crianças deste país. Daí aprendemos que dos 171 mil bebês nascidos, 73% são judeus, enquanto 21% são árabes. Oito por cento das crianças judias vivem em famílias uniparentais (apenas pai ou mãe, mas não ambos), e 1365 jovens entre 12 e 17 anos já fazem algum curso de graduação em uma das universidades israelenses. Para mim, o mais interessante mesmo é a parte que traz o ranking dos nomes mais dados às crianças nascidas no último ano. Todo Novembro eu adoro ler as listas de nomes, procurar padrões e fazer as minhas reflexões. Compartilho com vocês agora um pouco dos dados e o que passou pela minha cabeça.

Adel

O nome que cresce mais rapidamente em Israel é Adel. Na verdade, em hebraico o nome é אדל, que pode ser transliterado também como Adele, mas fico com a versão fonética Adel mesmo. Em 2012 foram registradas 851 meninas chamadas Adel, e pelo gráfico abaixo vemos como a popularidade do nome vem crescendo. Um olho não treinado poderá pensar que o crescimento é recente, sendo a popularidade da cantora britânica Adele uma possível explicação do fenômeno. O primeiro álbum da cantora foi lançado apenas em 2008, mas o nome Adel vem crescendo rapidamente há mais de duas décadas.

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Abaixo vemos um outro gráfico produzido com os mesmos dados do gráfico anterior. A diferença é que usei a escala logarítmica (de base 2) para descrever o número de meninas. O gráfico é muito mais significativo que o anterior porque nos mostra que entre os anos 1993 e 2011 o nome Adel vem crescendo de maneira exponencial, o que é indicado pela reta vermelha pontilhada. A inclinação da reta é de 1/5.1, o que significa que em média a cada 5.1 anos a popularidade do nome dobra (por isso escolhi o logarítmo de base 2). Extrapolando a tendência atual, podemos prever que daqui apenas 30 anos todas as meninas nascidas em Israel se chamarão Adel! A previsão é obviamente absurda, e nos ajuda a entender o crescimento assustador deste nome. Por que então Adel, que nem mesmo tem origem hebraica? Não tenho a mínima ideia. O leitor está convidado a especular nos comentários.

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Variedade de nomes

Mais de 20% dos meninos muçulmanos nascidos em 2012 tem os mesmos três nomes: Muhammad (10.7%), Ahmed (5.3%) e Mahmad (5.1%). Eu não falo árabe, e não pude encontrar em nenhum lugar o nome Mahmad (מחמד), então provavelmente esta é uma grafia alternativa de Muhammad (מוחמד), e eu não sei ler direito, o que faria do nome do profeta (que a paz esteja com ele) um nome incrivelmente popular, com mais de 15% de name share. Será que os muçulmanos são menos originais que os judeus na hora de dar nome aos seus filhos e filhas? Sim e não.

O gráfico abaixo nos mostra a porcentagem de bebês nascidos em 2012 em função do número de nomes. Em azul e vermelho vemos que meninos judeus e meninas judias (respectivamente) seguem aproximadamente o mesmo padrão. Cinquenta por cento de cada uma das populações tem os mesmos 44 nomes. Já entre muçulmanos a diferença entre meninos e meninas é enorme. A variedade de nomes dados aos meninos é muito pequena, e apenas 23 nomes correspondem a metade da população (curva verde). Os nomes das meninas muçulmanas são muito mais variados (curva amarela), inclusive bastante mais que os judeus, e para se chegar a metade da população são precisos 72 nomes.

originalidade

Unissex

A lista dos nomes mais populares de 2012 tem 400 nomes para meninos e meninas judeus. Escrevi um simples programa de computador para comparar as duas listas e encontrar nomes unissex, isto é, nomes que aparecem em ambas as listas. Eu já estava cansado de saber que em Israel são muitos os nomes aceitos para ambos os sexos, mas o resultado da minha comparação me surpreendeu. Dos 400 nomes de cada lista, 104 são unissex! Entre eles, os 20 nomes mais comuns, isto é, os que figuram mais alto em ambas as listas, são: Ariel, Noam, Daniel, Yuval, Ori/Uri, Amit, Elya, Yahli, Halel, Or, Orya, Lior, Maayan, Liam, Omer, Shachar, Ofir, Shai, Liel, Aviv.

É de se supor que todo nome começa apenas em um dos sexos, e com o tempo o outro sexo pode adotá-lo. Dos 20 nomes unissex mais comuns, quem roubou mais de quem? Meninas se apossaram do nome de meninos, ou vice-versa? Se o nome é originalmente masculino e hoje também é usado para meninas, é lógico que seu ranking na lista dos meninos seja mais alto, pelo menos nas primeiras décadas. Apenas seis nomes dos 20 citados acima figuram mais alto na lista das meninas: Yuval, Yahli, Halel, Orya, Maayan e Liel. Está claríssimo então que em Israel o mais comum mesmo é que nomes tradicionalmente masculinos passem a ser femininos também. Alguns exemplos do processo contrário são: Libi, Michelle/Michel, Agam, Roni, Noy, Michal, Shir.

Meu tio Sylvio, irmão do meu pai, se casou com a Silvia, mas estes não são exatamente o mesmo nome. Em Israel não é difícil conhecer casais com exatamente o mesmo nome. Uma das melhores amigas de minha esposa se chama Chen (חן), e se casou com um cara também chamado Chen. A primeira filha do casal foi chamada de Eli, mesmo nome de seu avô materno.

Nomes raros e proibidos

A tabela no fim deste artigo lista apenas os nomes mais populares. E os nomes menos populares? O que em Israel é considerado raro, estranho, e até mesmo ofensivo? Eu bem sei que não é fácil viver em um lugar onde todos estranham o seu nome, e para mim foi um grande alívio dizer meu nome em Israel e não ter que repetir 3 vezes nem soletrar (Yair é o 15o nome mais popular para meninos). Suponho que meus colegas do Conexão Israel — João, Marcelo, Bernardo, Claudio — com nomes ‘normais’ no Brasil, sintam na pele o saco que é explicar o seu nome o tempo todo. Eu não devia, mas sinto um pouco de Schadenfreude, fazer o quê.

Em Janeiro de 2012 a comissão ministerial de assuntos constitucionais discutiu uma proposta de lei que permitiria o Ministro do Interior vetar nomes que possam causar dano à criança. Foram citados nomes como Nana (נענע = menta), Eshkolit (אשכולית = grapefruit), Etrog (אתרוג = cidra), Chalon (חלון = janela), Shulchanit (שולחנית = mesinha), Adolf (אדולף), Menora (מנורה = lâmpada) e Snait (סנאית = esquila), entre outros. A proposta ficou para ser debatida mais tarde, e nunca voltou, por falta de apoio da coalisão. Houve um movimento contrário à proposta de lei, argumentando que esta é uma intrusão inconstitucional, e que isso estagnaria o desenvolvimento natural da sociedade. De toda forma, atualmente o Ministro do Interior já pode vetar um nome que “engane ou que atinja as condutas públicas ou seus sentimentos”, então efetivamente ninguém pode ser chamado de Adolf ou Kadafi. Em vários países do mundo existem restrições aos nomes, por exemplo, o Ministério da Justiça de Portugal tem uma lista de “Vocábulos Admitidos ou Não Admitidos como Nomes Próprios“.

Sobrenome que soa como nome

Ler o nome de alguém e não saber dizer o sexo já é um desafio. Um outro grande desafio é o fato de muitos sobrenomes em Israel serem também prenomes. Em algumas circunstâncias a ordem é antes o sobrenome e depois o prenome, como em escolas, exército, etc. Isso sem contar pessoas que preferem escrever o sobrenome antes do prenome, porque sim.

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Avraham Tal

O rabino chefe sefaradi se chama Yitzchak Yosef. Eu tinha dois colegas de universidade chamados Amir Erez e Alon Yaniv. Alguns nomes de cantores e compositores: Avraham Tal, Meir Ariel, Idan Yaniv, Chaim Moshe, Tomer Sharon. Troque a ordem dos nomes e o resultado será um outro nome completamente normal e aceitável. Esse exercício funciona muito mais com homens, pois prenomes masculinos (isto é, tradicionalmente masculinos, pois já vimos que ‘quase tudo’ pode ser unissex) muitas vezes também podem ser sobrenomes.

Aliás, apenas mencionei pessoas com um prenome e um sobrenome. Essa é a norma em Israel. Pouquíssimos tem dois sobrenomes, e embora ter dois prenomes não seja tão incomum, quase ninguém é chamado pelos dois prenomes (nada de José Carlos ou Ana Júlia). Os únicos que me ocorrem agora são o pai do Sionismo Binyamin Zeev Herzl, e o poeta nacional Chaim Nachman Bialik. Conclusão, até você fundar um país, esconda o seu nome do meio, pelo menos em Israel.

Demais considerações

No gráfico do crescimento do nome Adel, parece que entre 2011 e 2012 o crescimento se acelerou ainda mais, e os 5 anos em média necessários para que o nome dobrasse sua popularidade talvez tenham se encurtado para apenas um ou dois anos. Em Novembro de 2014 saberemos melhor, aguardem. É possível que o mais rápido aumento sim seja por causa da crescente popularidade da cantora Adele, que deu um empurrão mais forte a um nome que já crescia rapidamente. Contudo, é difícil demonstrar causalidade, certamente com os dados que tenho (cuidado com a falácia post hoc ergo propter hoc).

Transliterei os nomes mais comuns dados às crianças judias, vejam a tabela abaixo. Para você que tem um nome em hebraico, procure em que lugar está na lista, e saia contando a todos os familiares, mas apenas nesta próxima semana, senão fica chato. Se você é mulher e não tem um nome em hebraico, ainda há esperança! Enquanto transliterava todos os 800 nomes percebi que quase não há nomes de origem não hebraica entre os meninos, mas são muitos os nomes estrangeiros entre as meninas. Alguns exemplos são Elisabeth, Nicole, Sofia e Frida. Apesar de alguns nomes como Amy virem do inglês, eu os transliterei foneticamente para evitar confusões, então Amy ficou Eymi. Alguns nomes aparecem mais de uma vez na mesma coluna, pois embora tenham grafia distinta em hebraico, eu os transliterei da mesma forma, por exemplo o nome feminino Lihi, que pode ser escrito ליהי (lugar 106) e também ליהיא (lugar 109). O campeão de diferentes grafias é Ilay, que pode ser escrito de 8 maneiras: איליי, עילי, אילי, עיליי, אילעאי, אילעי, עלאי, עילאי. Outros nomes como Mishel e Daniel tem versões masculinas e femininas em outras línguas (Michel / Michelle, Daniel / Danielle), mas isso não faz a menor diferença em hebraico, já que soam a mesma coisa.

Encontrei muitos artigos na imprensa israelense sobre os nomes mais populares, mas todos eram muito parecidos, e basicamente repetiam os pontos principais do relatório preparado pela Agência Central de Estatística. É uma pena que nenhum veículo pôde oferecer a seus leitores algo a mais. As análises feitas por mim foram relativamente simples, e usei dados que estão disponíveis ao público em geral. Para terminar: estão faltando mais pessoas que gostam e sabem um pouco de matemática nos veículos de informação, para poderem nos oferecer leituras originais e para colorir nossas vidas com a magia dos números, e não nos fazer comer a mesma informação enlatada de sempre.

 


Materiais extra: Estudo completo, preparado pela Agência Central de Estatística (hebraico) Planilha com os dados, preparada pela Agência Central de Estatística (hebraico)

Foto de capa: adaptação de flickr Foto de Avraham Tal: wikipedia Os gráficos foram produzidos pelo autor, vide licença abaixo:

Creative Commons License Graphics by Yair Mau is licensed under a Creative Commons Attribution-NoDerivatives 4.0 International License.

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SHABAT SHALOM – Religião e Tolerância

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Professar uma fé é algo pessoal e certamente para a vida dentro da sociedade. Estabelecerem-se padrões de comportamentos que tenha a haver com a moral é importante e faz bem a alma e a sociedade, pois teremos provavelmente uma convivência harmoniosa e pacífica entre as pessoas, e será muito mais fácil convivermos com as dificuldades da vida.

Agora quando professamos uma fé que exclui os outros, tipo assim: estou salvo, e você não; a minha religião é que é a verdadeira a sua não, isso aí é um comportamento doentio e acima de tudo intolerante. Tem um determinado deputado que se diz profeta, que é odiado não por ser religioso, mas porque acha que o bam bam da vida, que ele vai pró céu, determinados grupos minoritários não, cita até a Biblia, mas sua vida não produz a paz.

Professe sua fé, mas deixe ou outros em paz. Procure na Toráh os ensinamentos do Criador e seja um vaso de bênção e não de maldição. A salvação ou a Redenção é um ato do Criador que restabelecerá a ordem no Comos, e aí, está incluído o homem e a natureza, não é propriedade nem de pessoas que se dizem ungidas, nem de instituições que afrontam a Toráh, a Lei do Eterno. O mundo será inevitavelmente salvo, Redimido. O Mashiach está chegando. SHABAT SHALOM!

By Moreh Altamiro de Paiva

 

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O Hassidismo como visão de mundo.

Bom Dia!

Tem textos que trazem um pensamento que muitos têem, mas que ninguem diz.

Este não só me encanta pela idéia; mas também pela forma em que é transmitida. Sendo que o mais me chamou a minha atenção foi a palavra paradoxo; que no âmbito religioso é o "fiel da balança".

Sim, neste contexto vivemos sempre a nos questionar o certo ou errado. Particularmente, vejo as ordenanças do Eterno como o caminho perfeito a ser trilhado; mas como ser completamente; absolutamente fiel aos mandamentos do Criador uma vez que somos uma vez que somos apenas criaturas? Aquele que afirma fidelidade plena pode estar andando no caminho da hipocrisia.

A evolução do pensamento humano passa pela permissão da verdade que Adonai permite que conheça-mos nos diferentes estágios dessa evolução.

Ética, esta, também, foi uma pralavra que me sensibilizou; porquê: nela reside princípios de conduta verdadeira. O que realmente podemos fazer de melhor (dentro de nossas limitações) para atender a vontade do Eterno e aplicar em nossas vidas, sem escondermos parte do que somos atrás de uma folha de parreira; assumindo assim, de forma verdadeira, sem hipocrisia o que realmente somos e do que somos capazes de fazer. Ruim é mostrar-se o que não é; e pior, fazer os outros acreditarem nisso.

Shabat Shalom.

Sérgio Freitas Oliveira.  

 

 

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En estos momentos especiales es oportuno recordar este aspecto de la vida de Nelson Mandela. Vaya como homenaje al "Padre de la Nación" como le llaman los sudafricanos y a todos los que lucharon contra el apartheid y contra la opresión en general.

Es conocida la mutua admiración entre Mandela y miembros de la comunidad judía sudafricana, de la cual surgieron destacados luchadores contra el apartheid.

Esta simpatía se remonta a la juventud de Mandela; en los años '40, antes de obtener su título de abogado por la Universidad de Witwatersrand en Johannesburgo, Mandela fue contratado como pasante por Lazar Sidelsky, socio de la firma de abogados Witkim, Sidelsky y Eidelman, Mandela en su autobiografía expresó sobre estos abogados: "Los socios eran judíos y en mi experiencia, éstos suelen tener una mentalidad más abierta que la mayoría de los blancos sobre las cuestiones de raza y la política, tal vez porque ellos mismos han sido históricamente las víctimas de prejuicios. El hecho de que Lazar Sidelsky, uno de los socios de la firma, aceptara a un joven africano como pasante –algo casi increíble en aquellos días- es buena muestra del liberalismo del que hablo"(1).

A modo de anécdota es interesante recordar el encuentro de Mandela con el hijo de Lazar Sidelsky durante la visita de Mandela a Israel en 1999. El entonces Primer Ministro, Ehud Barak sorprendió a Mandela al presentarle a Barry "Dov" Sidelsky, quien reside en Jerusalén.

El hijo del abogado le comentó a Mandela: "La última vez que lo vi, fue el día de su matrimonio con Winnie. Yo tenía seis años"(2).

La historia de la relación de Lazar Sidelsky con Mandela está documentada en el libro "Mandela's Boss: The Sidelsky - Nelson Mandella Connection" escrito por Barry "Dov" Sidelsky y su hermano Colin. Lazar falleció en el año 2002 en Johannesburgo a la edad de 90 años.

Como estudiante de la Universidad de Witwatersrand ("witts") también se vinculó con estudiantes judíos: "En Witts conocí a Joe Slovo y a su futura esposa Ruth First. Ya entonces, como después, Joe tenía una de las mentes más aceradas e incisivas que jamás haya conocido. Era un ferviente comunista. (...). Ruth tenía una personalidad extrovertida y era una escritora de talento. Ambos eran hijos de inmigrantes judíos"(3).

Slovo fue arrestado por oponerse al apartheid en 1956 y en 1960, luego debió partir al exilio desde donde continuó militando contra el apartheid, regresó a Sudáfrica en la década de los '90, fue Ministro de Vivienda durante la presidencia de Mandela, falleció en ejercicio de su cargo en 1995. Ruth fue arrestada en las mismas oportunidades que su marido, en 1982 fue asesinada en su exilio en Mozambique al recibir una carta-bomba(4).

A partir de octubre de 1961, Mandela se alojó –en el marco de su clandestinidad- en la granja Lilliesleaf, en las afueras de Johanesburgo, la granja fue un centro de organización de actividades clandestinas contra el apartheid. Una persona clave en estas actividades fue Arthur Goldreich, quien se instaló en la granja con su familia. Sobre Goldreich, Mandela comentó: "La presencia de Arthur era una buena tapadera para nuestras actividades. Era artista y diseñador de profesión (...). Sus simpatías políticas eran desconocidas para la policía (...). En los años cuarenta, Arthur había combatido en el Palmach, la rama militar del Movimiento Nacional Judío en Palestina. Era un buen conocedor de la guerra de guerrillas y me ayudó a rellenar muchos vacíos de mis conocimientos. Arthur era una persona extrovertida y aportó a la granja una atmósfera animosa"(5).

Goldreich había nacido en Johanesburgo en 1929, concretó su aliá antes de la creación del Estado de Israel, regresó a Sudáfrica en 1954. En julio de 1963 se produjo una redada en la granja y fueron detenidos varios dirigentes del Congreso Nacional Africano, entre ellos Mandela y Goldreich, quien logró escapar junto con otros compañeros un mes después. Se instaló en Israel nuevamente en 1964, donde fue un destacado docente de la prestigiosa Academia de artes y diseño Bezalel . Falleció en Israel en el año 2011 a la edad de 82 años, había estado de nuevo en Sudáfrica en 1994 para participar en un evento en la granja Lilliesleaf(6).

Otro compañero de lucha de Mandela es Albie Sachs, nacido en Sudáfrica en 1935, sus padres eran inmigrantes judíos lituanos. Desde los años '50 militó contra el apartheid por lo que fue arrestado y luego debió marchar al exilio. "El 7 de abril de 1988 el reconocido abogado defensor de los derechos humanos voló en pedazos en Maputo, capital de Mozambique, tras la explosión de una bomba que había sido colocada en su automóvil. Agentes de las fuerzas de seguridad sudafricanas intentaron asesinarlo y estuvieron cerca. Debió aprender a caminar otra vez y a escribir con la mano izquierda. (...) Como miembro activo del Congreso Nacional Africano, fue designado por Nelson Mandela para integrar la nueva Corte Constitucional"(7). Ejerció dicho cargo entre 1994 y 2009.

En su visita al Río de la Plata en el año 2004, Sachs visitó Uruguay, dio una conferencia en el Paraninfo de la Universidad "Evolución de los Derechos Humanos en el mundo actual"(8) y visitó una muestra del artista plástico uruguayo y miembro de la organización Afroamérica XXI, Julio Olivera (ahora fallecido) en la sede de la ALADI(9).

Mención especial merece la actitud institucional de algunos grupos judíos durante el apartheid, según consta en el sitio del Hashomer Hatzair de Australia, en los años 70, durante el apartheid, el Hashomer Hatzair de Sudáfrica fue cerrado debido a sus actividades antigubernamentales(10). En wikipedia se menciona que miembros del Hashomer Hatzair de Sudáfrica fueron arrestados por realizar actividades educativas anti-apartheid.

(1) Mandela, Nelson, El Largo Camino Hacia la Libertad. Ediciones Aguilar, Madrid. 1995. Pág. 81.

(2) Independent Online (medio de prensa sudafricano en inglés), 19 de octubre de 1999. http://www.iol.co.za/news/politics/mandela-meets-mentor-s-son-in-israel-1.16697?ot=inmsa.ArticlePrintPageLayout.ot

(3) Mandela, Nelson, op. Cit. Pág. 100.

(4) El País de Madrid. JUEVES, 19 de agosto de 1982 http://elpais.com/diario/1982/08/19/internacional/398556007_850215.html

(5) Mandela, Nelson, op. Cit. Pág. 292

(6) Sitio: South African History Online: http://www.sahistory.org.za/people/arthur-goldreich

(7) Entrevista a Albie Sachs por Hugo Alconada Mon en Diario LA NACION, Buenos Aires. Domingo 5 de diciembre de 2004.

(8) Diario El País. Montevideo 23 de octubre de 2004. http://historico.elpais.com.uy/04/10/23/pnacio_117903.asp

(9) Sitio de la ALADI http://www.aladi.org/nsfweb/fototeca/espanol/image219.htm

(10) http://www.hashy.org.au/?page_id=81

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HISTORIA E MEMORIA

Dedicado a Otto klein

sobrevivente da shoa e do campo de concentração de Auschwitz

 

Otto klein nasceu em 1932 em Hongria et foi seleccionado com o seu irmão gémeo desde a sua chegada ao campo; separado dos pais, imediatamente exterminados, e da sua irmã, que lá esteve durante o mesmo periodo; os 3 irmãos sairam salvos no momento da liberaçâo. 

 

Otto klein nos dis a sua experiência no bloco do doutor *Josef Mengele :

 

- "Nós tinhamos 12 anos, eu e o meu irmão... podemos dizer que o doutor era un gentleman conosco; ele examinava as orelhas, a cabeça, os braços e até o dedo mais pequenino...

 

Nós ficamos 7 meses no campo, num periodo durante o qual se praticavam já menos experiências e o fim da guerra se aproximava; nós não sabemos exactamente o que nos fizeram...

Um dia o doutor pôs um produto nos meus olhos, que me queimou e fiquei assim durante alguns dias... sem ver nada à minha volta... Hoje estou quase cego; um professor me disse que a minha vista está lesada por causa desse produto.

 

Nos primeiros dias respondemos às perguntas administrativas tais que data e lugar de nascimento.

Lembro-me ainda da pergunta do doutor : - "dis-me o que sabes da religião cristã ?"

à qual eu respondi : - "o judaísmo."

 

tinhamos guardado as nossas roupas e cabelos; ao terceiro dia fizeram-nos uma tatuagem no braço : o meu numero A5332 ... de manhà nos chamaram para ir ao oftalmologo e ao dentista; tudo estava programado...

Nós tinhamos muitos exames; menos que as raparigas... e ao contrario dos outros prisioneiros, nós não trabalhavamos, mas viviamos em frente do crematório ÏII... viamos as filas - das pessoas - que entravam e desapareciam... grandes lavaredas todo o tempo...

 

Por volta de 60 pares de gémeos seleccionados, só 7 sobreviveram no momento da liberação."

 

Essas experiências eram o resultado dum delirio, da obsessão do doutor, cujo objectivo era de encontrar uma maneira de facilitar a reprodução dos seres superiores que seriam os arianos alemães; o doutor fazia um catálogo dos traços fisicos, mas não era especialista no domínio da genética; era um coleccionador de anomalias fisicas - anoes tambem serviam às suas experiências.

 

No campo existia um jardim para as crianças, um terreno com areia e baloîços; Otto dizia que os SS chogavam à bola com eles; nesse jardim estavam também regrupadas as crianças com menos de 6 anos, destinadas a servir de cobaias para o doutor; todos gémeos, serviam ao estudo que tinha por vocação de penetrar no mistério da gemeologia.

 

Nos primeiros dias as crianças recebiam leite, manteiga, pão branco, molho de carne e chocolate; o doutor era descrito como sendo bom e dedicado; trazia brinquêdos e doçarias para as criança, que lhe chamavam papa ou tio.

 

Esse jardim era uma vitrina para a propaganda dos Nazis e muito visitado pelos SS de alto cargo. Otto se lembra também da visita da cruz vermelha, que não se apercebeu de nada, considerou tudo como sendo normal... nesse dia Otto recebeu o suplemento dum torrão de açucar da parte duma enfermeira da Cruz Vermelha !

 

O doutor praticava experiências pseudo medicaís duma grande crueldade : 90 castraçoes, 10 ablaçoes dos ovarios; elle teria praticado experiências en cirurgia sem analgesia e transfusoes de sangue dum gémeo ao outro; injecçoes de germes infecciosos inoculação da tuberculose, e tentativas de mudar a cor dos olhos - passar do castaho ao azul.

 

traduzido de HISTORIA E MEMORIA : Mengele à Auschwitz www.philippedevigneulles.blogspot.com  fotografias e outdros vidios em françês : Otto klein l'un des jumeaux cobaye de docteur Mengele

sobre josef Mengele www.wikipedia.org

este doutor utilisava as crianças para as suas experiências medicais, examinava as cobaias, tirava medidas e assassinava-as para dissecar os corpos.

 

Otto klein vive hoje em Suissa; depois da liberação voltou à Hongria e fez a sua Bar Mitzva, ainda hoje se lembra de tudo o que aprendeu na Tora e Talmud; durante vàrios anos esteve hospitalizado en Suissa para cura-se da tuberculose; depois, fez um diplôma de contabilité e criou uma pequena empresa com 3 empregados no serviço de vendas; Resta-lhe a sua familia, uma esposa, primos que vivem em Israël e 3 sobrihas na América; Otto faz um  imenso trabalho, participa à Transmissâo, testemuha nas escolas, acompagna grupos ao campos de Auschwitz, deixou un registo de mémoria para as geraçoes futuras.

elle aprecia receber correio e comentàrios sobre o seu trabalho.

 

 

 

 

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LUA NOVA DE TEVET – CAPRICORNIO - 5774

“Soprai o Shofar na Lua Nova, no tempo fixado como dia da nossa festa. (Tehilim (Salmos) 81:4, Biblia Judaica).

11419594059?profile=originalA partir deste dia 02 de Dezembro/2013 estamos no mês de Tevet, no calendário Cabalístico Judaico. No Zodiaco o signo é o de Capricórnio, a tribo de Dan, que significa julgamento.

O Livro da Formação, escrito por Abraão, o Patriarca, há mais de 4000 anos atrás, revela que Saturno é responsável pelas distrações, doenças, morte, prisão, pobreza, desgraças, vergonha e muitos outros obstáculos que atormentam as nossas vidas.

Capricórnio é um dos três meses mais difíceis do ano, mas graças ao feriado de Chanuká, que se estende aos primeiros dois dias de Tevet, recebemos uma injeção da força da Luz que pode nos sustentar durante esse mês, tornando-o mais adocicado.

Os Signos apesar de serem individuais, na Kabbaláh Judaica cada um corresponde também a um mês, tendo como limites a Lua Nova de cada um. Este mês requer muita disciplina e fidelidade. Há uma tendência nesse mês a não se dar crédito as coisas espirituais e que alguns projetos tendem a não se executar, daí ter de recomeçar posteriormente.

Em razão de lidar-se com a recusa das coisas espirituais o Universo parece não conspirar ao seu favor. Paradoxalmente o Capricorniano sabe intuitivamente que a pessoa está "prestes a perder algo" e por isso tem a tendência de querer segurar próximo e forte o que é seu - o que só o faz a pessoa perder mais rápido ainda.

Capricórnio é um signo de terra, com uma forte conexão com o mundo material. Há uma tendência no mês de dedicação a família e ao Lar e se preocupam com a situação financeira de amanhã. Esses temores impedem muitos nesse mês de capricórnio de se tornarem mais espirituais e ficarem muito ligados as coisas materiais, daí a necessidade de exercer o livre arbítrio.

Ao nos colocar neste mundo o Criador estabeleceu critérios para que possamos ter como informações para o nosso dia-dia. Não somos escravos ou manipulados pelos signos, mas eles nos servem como sinalização para exercermos o livre arbítrio a quem interessar possa. Shalom!

By Moréh Altamiro de Paiva

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Estamos vivenciando CHANUCHÁ, um acontecimento histórico, quando os selêucidas adentraram a Yeruschalaim para a profanação do Templo. A resistência do Macabeus (165 a.e.c) assegurou a vitória sobre os invasores, e o óleo utilizado para apenas um dia para acender a menorar, a fez brilhar por oito dias.

Os Kabalistas concebem CHANUCHÁ não apenas como um fato histórico, que resultou em uma celebração religiosa, mas como um ensinamento do Criador para com a humanidade. O período que tem o tom festivo, trás consigo um período de enfrentamentos, de lutas, mas também de resistência a estes conflitos, sinalizados com um gosto de vitória.

O inimigo grego agora dentro de nós é o nosso EGO, que se opondo ao desejo de compartilhar, pode motivar um curto circuito entre nós e o Criador. É um período para revermos alguns paradigmas que ainda impedem nosso crescimento espiritual. Ao acendermos as velas da festa, renovamos o sentido da vida simbolizada pelo fogo, de que há esperança, mesmo que a luta continui. Chag Chanuká Samêach! (Feliz Festa de Chanuká!).

 

By Moreh Altamiro de Paiva

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