A guerra de 1967 durou apenas seis dias. Mas, estas três guerras não foram os únicos confrontos árabe-israelense. De 1948 até hoje, muitos confrontos aconteceram. Alguns deles foram pequenos conflitos e muitos foram batalhas generalizadas, mas não aconteceram grandes guerras afora as acima mencionadas. O conflito árabe-israelense é o conflito mais complicado que o mundo já viu. No aniversário da guerra de 1973 entre árabes e israelenses, muita gente no mundo árabe está começando a levantar muitas questões relativas ao passado, o presente e o futuro do conflito árabe-israelense.
As questões agora são: Qual o custo real destas guerras para o mundo árabe e para o seu povo. E a questão mais difícil que nenhum cidadão árabe quer perguntar é: Qual o custo real pelo não reconhecimento de Israel em 1948 e por que os países árabes não gastaram seus recursos na educação, saúde e infraestrutura em vez de gastá-los com guerras? Mas, a questão mais dura que nenhum cidadão árabe quer ouvir é se Israel é o verdadeiro inimigo do mundo árabe e deu povo.
Eu decidi escrever este artigo após ver fotos e matéria sobre uma criança faminta no Iêmen, ver um antigo mercado árabe de Alepo, na Síria, ser queimado, ver o sub desenvolvido Sinai no Egito, ver carros bomba no Iraque e os prédios destruídos na Líbia. As fotos e as reportagens foram mostradas na rede Al-Arabiya, que é o mais visto e respeitado canal de notícias do Oriente Médio.
A única coisa comum entre tudo o que eu vi foi que a destruição e as atrocidades não foram feitas por um inimigo externo. A fome extrema, os assassinatos e a destruição nestes países árabes são causadas pelas mesmas mãos que deveriam proteger e construir a unidade destes países, além de proteger suas populações. Então, a questão agora é quem é o verdadeiro inimigo do mundo árabe?
O mundo árabe perdeu centenas de bilhões de dólares e dezenas de milhares de vidas inocentes lutando contra Israel, que eles consideravam ser o seu inimigo declarado, um inimigo cuja existência eles nunca reconheceram. O mundo árabe tem muitos inimigos e Israel deveria estar no último lugar da lista. Os verdadeiros inimigos do mundo árabe são a corrupção, a falta de uma boa educação, a falta de uma boa assistência médica, falta de liberdade, falta de respeito pela vida humana e, finalmente, o mundo árabe teve muitos ditadores que usaram o conflito árabe-israelense para reprimir o seu próprio povo.
As atrocidades cometidas por estes ditadores contra o seu próprio povo são de longe piores do que as guerras generalizadas entre árabes e israelenses.
No passado, nós falamos sobre a razão de alguns soldados israelenses atacarem e maltratarem os palestinos. Além disso, vimos aviões e tanques israelenses atacarem vários países árabes. Mas, será que esses ataques se igualam às atuais atrocidades que estão sendo cometidas por alguns estados árabes contra o seu próprio povo?
Na Síria, as atrocidades vão além da imaginação de qualquer pessoa. E, não são os Iraquianos os únicos que estão destruindo seu próprio país? Não foi o ditador da Tunísia quem foi capaz de roubar 13 bilhões de dólares dos pobres tunisianos? E como pode ter uma criança morrendo de fome no Iêmen se suas terras são as mais férteis do mundo? Por que os cérebros iraquianos deixam o país, um país que faz 110 bilhões de dólares de exportação de petróleo? Por que os libaneses fracassaram em governar um dos menores países do mundo? E o que fez os Estados árabes começarem a afundar para dentro do caos?
No dia 14 de maio de 1948, o estado de Israel foi declarado. E apenas um dia depois, em 15 de maio de 1948, os árabes declararam guerra à Israel para conseguir a Palestina de volta. A guerra terminou no dia 10 de março de 1949. Ela durou nove meses, três semanas e dois dias. Os árabes perderam a guerra e chamaram esta guerra de Nakbah (guerra catastrófica). Os árabes não ganharam nada e milhares de palestinos se tornaram refugiados.
Em 1967, os árabes, liderados pelo Egito, governado por Gamal Abdul Nasser, declararam guerra à Israel e perderam mais terras palestinas e criaram mais refugiados palestinos que vivem da misericórdia dos países que os abrigaram. Os árabes chamaram esta guerra de Naksah (frustração). Os árabes nunca admitiram a derrota em ambas as guerras e a causa palestina ficou mais complicada. E agora, com a interminável Primavera Árabe, o mundo árabe não tem tempo para os refugiados palestinos ou para a causa palestina, porque muitos árabes são agora, eles mesmos, refugiados e estão sob constantes ataques de suas próprias forças. Os sírios estão abandonando seu próprio país, e não é porque os aviões israelenses estejam jogando bombas neles. É a Força Aérea Síria quem está jogando as bombas. E agora, os mais inteligentes cérebros árabes muçulmanos iraquianos,estão trocando o Iraque pelo Ocidente. No Iêmen, a peça mais triste da tragédia humana está sendo escrita pelos Iemenitas. No Egito, o povo do Sinai está esquecido.
Finalmente, se muitos dos estados árabes se encontram em tamanha desordem, então o que aconteceu com o inimigo declarado dos árabes (Israel)? Israel agora tem os mais avançados centros de pesquisa , universidades de ponta e uma infra-estrutura avançada. Muitos árabes não sabem que a expectativa de vida dos palestinos que vivem em Israel é muito maior do que a de muitos estados árabes e que eles gozam de muito mais liberdade política e social do que muitos de seus irmãos árabes. Mesmo os palestinos que vivem sob a ocupação israelense na Cisjordânia e na Faixa de Gaza desfrutam de mais direitos políticos e sociais do que em alguns lugares do mundo árabe. Não seria um dos juízes que mandaram um ex-presidente de Israel para a cadeia um israelense-palestino?
A Primavera Árabe mostrou ao mundo que os palestinos são mais felizes e se encontram em melhor situação do que seus irmãos árabes que lutaram para os liberar dos Israelenses. Agora, é tempo de parar com o ódio e com as guerras e de começar a criar melhores condições de vida para as futuras gerações árabes.
Tradução: Ivan Kelner – Blog Pass ItOn Fonte: Liveleak
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