Amor ao próximo – conceito

Amor ao próximo – conceito

 O amor é um valor fundamental da Tora. Cada judeu possui uma alma,  que é uma parcela da Divindade. Deste ponto de vista, todos são idênticos e o corpo físico, sendo apenas um acessório, não pode constituir uma verdadeira distinção entre as pessoas. O Talmud Yeruchalmi compara dois Judeus aos dois braços, que são parte integral de um só e mesmo corpo. Do mesmo jeito que é incompreensível que a mão direita inflija um castigo à mão esquerda, um Judeu não pode prejudicar  um outro Judeu. Muito mais, ele pode atingir  a perfeição se ele demonstra verdadeiro amor ao próximo.

 Esse sentimento de amor é necessário mesmo em relação àquele que a gente não conhece, que é moralmente muito rude e desagradável. Ele permite considerar positivamente o próximo, percebe todas as suas qualidades e minimizar seus defeitos. Amar um Judeu significa também aproximá-lo da Torá e dos Mitsvot, que são as fontes do bem.

  O Baal Chem Tov explicou, uma vez a outro Judeu, que uma alma pode descer  aqui e viver setenta ou oitenta anos unicamente para fazer o bem. O Admor Hazaken instituiu que fosse dito todas as manhãs, antes da oração, “eu aceito sobre mim a Injunção positiva de: tu amarás o próximo como a si mesmo”. Ele ensinou também que ajudando um outro Judeu, “teremos um cérebro e um coração mil vezes mais puros”. O Rabbi destacou que este número não era dado ao acaso, mas era particularmente preciso. Fazendo bem a um outro Judeu, pode-se em uma hora, entender uma passagem da Torá na qual mil horas de esforços teriam sido além do mais necessárias.

        O Rabbi fez da Ahavat Israel um das 10 campanhas de judaísmo, dez Mivtsaim, explicando que o antídoto do “ódio gratuito”, causa do exílio, é o amor gratuito”. Do mesmo jeito que a unidade de Israel foi antes de tudo indispensável ao dom da Torá, ele será também o meio de ter a liberação messiânica. O Rabbi destaca que o segundo Templo foi destruído por causa do “ódio gratuito” do outro, um ódio sem fundamento, sem justificativa intelectual. A hassidut rejeita irremediavelmente qualquer ataque ao próximo, mesmo verbal. Assim, disse um ditado hassidico “um tapa passa, uma palavra fica”. O meio de deixar o exílio é então um “amor gratuito” do outro, mesmo quando este não pode se explicar, mesmo se ele parece injustificado.

 O Tsemach Tsédek destacou que as quatro primeiras letras do alfabeto hebraico são as iniciais de quatro palavras que significam: amor Ahava, bênção Beraha; orgulho e arrogância  Gaava, pobreza Dalut.

 

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