Celebrando o Dia Internacional da Paz por Lia Bergmann

Há 31 anos, a Assembleia Geral da ONU proclamou 20 de setembro o Dia Internacional da Paz, como uma data de cessar-fogo e de não violência em todo o mundo. Em 2006, Kofi Annan afirmou: “Desde então a ONU tem celebrado este dia, cuja finalidade não é apenas que as pessoas pensem na paz, mas sim que façam também algo a favor da paz”.

Em 2000, a ONU criou a Década de Cultura de Paz. Dez anos não foram suficientes para estabelecer uma mentalidade de resolução não violenta de conflitos, mas este período deu margem a inúmeras atividades para conscientização da sociedade, em especial no Brasil, onde foi criado o primeiro Conselho Parlamentar por uma Cultura de Paz (ConPAZ), no âmbito de uma Assembleia Legislativa, a de São Paulo (Alesp).

Através de debates, palestras, cinema, diálogo inter-religioso, iniciou-se um processo de conscientização de parlamentares, funcionários e da sociedade em geral. Alguns deputados aderiram e “vestiram a camisa”. A ideia foi levada por seu criador, o então presidente da Alesp, Walter Feldman para a Câmara dos Deputados em Brasília. Estendeu-se a outras cidades, estados e diversos países.

Para Edgar Lagus, vice-presidente da B’nai B’rith do Brasil (Região Centro-Sul), membro da Comissão Executiva do ConPAZ, “a paz deve começar em nós mesmos”, para depois podermos fazer algo em prol dos outros.

“A cultura de paz é uma busca natural do ser humano, é sonho e objetivo de todos os seres humanos viverem em paz e assim cada grupo religioso vai procurando o seu espaço, o seu nicho, para contribuir com a cultura de paz”, ressalta Tata Motamoride, das religiões de matriz africana.

Flavio Azm Rassekh, representante da religião bahaí, originária da Pérsia (atual Irã, onde seus membros são perseguidos e assassinados e que tem seu principal templo em Haifa, Israel), nos deixou um breve texto como contribuição para a reflexão sobre a Paz Mundial:

A Unidade Mundial é baseada no reconhecimento de uma só espécie humana, da interconectividade entre todas as coisas criadas e entre todos os seres vivos.

“A ordem mundial só pode ser fundada sobre uma consciência inabalável da unidade da humanidade, uma verdade espiritual que todas as ciências humanas confirmam. A Antropologia, a Fisiologia e a Psicologia reconhecem uma só espécie humana, ainda que infinitamente variada no que se refere aos aspectos secundários da vida. O reconhecimento desta verdade requer o abandono dos preconceitos – de todos os tipos de preconceitos – relacionados com a raça, a classe social, a cor da pele, a crença religiosa, a nacionalidade, o sexo e o grau de civilização material. Em suma, de tudo aquilo que faz com que as pessoas se considerem superiores umas às outras”.

“A aceitação da unidade da humanidade é o pré-requisito fundamental para a reorganização e a administração do mundo como um só país – como o lar da humanidade. A aceitação universal deste princípio espiritual é essencial para o êxito de qualquer tentativa de estabelecer a paz mundial. Deveria, portanto, ser universalmente proclamado, ensinado nas escolas, e constantemente reafirmado em todas as nações como preparação para a transformação orgânica da estrutura da sociedade que isso implica.” – “Promessa da Paz Mundial”, 1985.

Célia Regina Palma, da AFALESP e do xamanismo, depois de muito refletir sobre a atual turbulência do mundo, que torna difícil falar em coisas boas e amorosas de Cultura de Paz, acredita que não se pode perder a fé e a esperança no mundo, lembrando a canção de John Lennon:

“Imagine não existir países, Não é difícil de fazê-lo, Nada pelo que lutar ou morrer.
E nenhuma religião também. Imagine todas as pessoas vivendo a vida em paz.
Você pode dizer, que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único.
Eu tenho a esperança de que um dia, você se juntará a nós, e o mundo será como um só.
Imagine não existir posses. Me pergunto se você consegue, sem necessidade de ganância ou fome.
Uma irmandade humana. Imagine todas as pessoas, compartilhando todo o mundo.
Você pode dizer, que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único.
Eu tenho a esperança de que um dia, você se juntará a nós. E o mundo viverá como um só”.

Para o reverendo Elias de Andrade Pinto, da Casa das Religiões Unidas: “No Dia Internacional da Paz de 2012 olhando para a frente, aguardamos uma era de paz na integração dos princípios masculino e feminino, gerando contínua cooperação e reconciliação com a natureza, até que o planeta seja sagrado para todos sem exceções”.

Todos estas afirmações sobre a paz são de integrntes do Conselho Parlamentar por uma Cultura de Paz da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Nesta sexta-feira e no final de semana estão programadas inúmeras celebrações. Espaço para atuar não falta. É preciso vontade política e individual, para que estas ações se multipliquem em todos os fóruns e em todos os níveis. É importante educar para a paz e não para o ódio e a guerra, somente assim teremos paz no futuro, ainda que longínquo.

fonte: BBpress

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