Silvaldo Leung Vieira, o Fotógrafo que registrou a morte de Vladimir Herzog, voltou ao DOI-Codi para ser ouvido pela Comissão da Verdade.
A Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo ouviiu o fotógrafo Silvaldo Leung Vieira e levá-lo, nesta segunda-feira, 27, às 11h, na antiga sede do DOI-Codi, na Rua Tutoia, 921, local em que ele registrou a imagem do jornalista Vladimir Herzog, já sem vida, há quase 38 anos. Durante a repressão militar, em outubro de 1975, o então diretor de Jornalismo da TV Cultura foi torturado até a morte por agentes do Governo em uma cela do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), na Rua Totoia, 921, no bairro do Paraíso, em São Paulo.
Silvaldo Leung Vieira, que vive nos Estados Unidos, nunca falou com a imprensa, exceto em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo em que admitiu ter sido envolvido no fato. Ele tinha 21 anos e era aluno de um curso de fotografia da Polícia Civil havia apenas 17 dias quando foi levado até a sede do DOI-Codi, para registrar um “encontro de cadáver”. Lá, produziu a imagem de Herzog morto. A fotografia tornou-se símbolo da luta contra a repressão.
“A morte de Herzog e, depois, a do operário Manoel Fiel Filho (menos de três meses depois) foram a gota d’água de um pote de mágoa e sofrimento que levou os brasileiros a reagir contra a ditadura”, diz o presidente da Comissão da Verdade, vereador Gilberto Natalini (PV). “Levar Silvaldo de volta ao DOI-Codi, após quase 38 anos, é resgatar mais detalhes do que aconteceu, realizar mais uma ação na nossa busca pela verdade, pela história que não pode ser esquecida”. Na terça, 28, às 11h, o fotógrafo Silvaldo Leung Vieira presta depoimento à Comissão da Verdade às 11h, na Câmara Municipal (Viaduto Jacareí, 100).
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