Amigos: Em anexo, uma carta publicada sexta feira passada pelo Instituto Winnicott de Israel, traduzida por mim. Se vocês puderem me dar a honra de lê-la, leiam por favor também o parágrafo seguinte, de minha autoria.

Dear friends: I'm annexing above the translation I made into Portuguese of a letter written by Israeli author Yehudah Atlas and sent to me by The Winnicott Centre in Israel. Since it will make no sense to most of you, I'm annexing also the Hebrew original text, hoping at least some of you will be able to read it. Please read also the last paragraph I added after the letter.
Thank you very much.
Amigos: Convido todos vocês a aderir a uma GREVE DE FOME que estou promovendo, a se iniciar no Domingo dia 29 de Agosto, para forçar o Ministro do Interior Eli Yishai a CANCELAR A EXPULSÃO DOS FILHOS DOS TRABALHADORES ESTRANGEIROS EM ISRAEL. Muito provavelmente, caso um grande número de pessoas aderir a essa greve, e a notícia sobre a mesma chegar a Israel a tempo, como uma ameaça, esse cancelamento se tornará realidade e a greve será também cancelada. Se poucas pessoas aderirem, isto não será suficiente para obrigar o Ministro a fazer seja o que for, e de nada adiantará o esforço de uns poucos indivíduos. Portanto, peço-lhes que divulguem esta mensagem para todos que estiverem ao seu alcance. Por favor confirmem sua adesão com um e-mail dirigido a mim com a palavra CONCORDO.
Davy Bogomoletz.

My good friends: I invite you to join me in a HUNGER STRIKE, which will be started at Sunday, August 29, in order to make Minister Eli Yishai to revoke his order of expulsion of the sons of foreign workers in Israel. If a large number of people join us, and the message about the strike reaches Yishai on time, the expulsion decree will be canceled and so will be the strike. If only a few will agree to join, it will not be enough to move Yishai from his ruthless decree. So please let this message reach as many people as you can, and ask them to send me a message saying just 'I agree'.
Davy Bogomoletz


Yehudah Atlas, escritor israelense:

Estas crianças somos nós.


Carta aberta ao Primeiro Ministro.


Ilmo. Senhor Primeiro Ministro:

O momento se aproxima cada vez mais. Em algumas semanas, ou menos, irão se reunir equipes de televisão e jornalismo de todo o mundo para fotografar, registrar e exibir para muitas platéias ao redor do mundo como Israel expulsa crianças aqui nascidas, com suas famílias, apenas porque lhes faltavam um ou dois anos, ou alguns meses, para preencher os ‘critérios’ decididos por seu governo. O exílio dessas crianças – e se trata com certeza de exílio – sem sombra de dúvida – será visto nos quatro cantos da Terra e ficará marcado na memória coletiva como uma crueldade, um gesto desumano e uma torpeza sem igual de um povo e de um governo que nada aprenderam com sua própria história. Pessoas de todas as cores, algumas de olhos amendoados, outras de cabelo encrespado, algumas cristãs, outras muçulmanas, mas todas elas seres humanos, abraçarão seus filhos em pranto, e serão empurradas, talvez com a ajuda dos relhos da famosa Unidade ‘Oz’, para o interior dos aviões. Algumas levarão, por falta de alternativa, os mil dólares da indenização – na verdade um ‘cala a boca’ por sua ‘concordância’ em deixar o país que seus filhos vêm como sua pátria.

Erich Kastner, num de seus livros, escreveu que as lágrimas de uma criança não são menores que as de um adulto. Lágrimas de adultos é possível esquecer. Lágrimas de crianças são inesquecíveis, e não serão perdoadas jamais. Elas chamuscam a alma, e quem as provocou será para sempre lembrado como um homem mau, cruel, como alguém que não se apieda de crianças pequenas. E você será esse homem. Como Primeiro Ministro, a responsabilidade recairá sobre você.

De fato, depois de ‘Chumbo Fundido’ e da ‘Flotilha’, e todos os outros acontecimentos e circunstâncias que nos tornaram afamados no mundo, este outro episódio será mais um reforço à excelente campanha de relações públicas ultimamente realizada para a glória do Estado de Israel.

Mas não estou, agora, interessado em relações públicas, e sim em relações humanas. Os pais dessas crianças não entraram em Israel como clandestinos, ou aqui chegaram graças a empresas de recursos humanos, para roubar nossas riquezas e aqui viver como reis. Eles vieram para cá fugindo da miséria, vieram para ganhar a vida. E ganhá-la modestamente. Pergunte a seus assistentes, com seus salários de várias dezenas de milhares de shekels mensaid, quanto ganha o lavador de pratos num restaurante, o faxineiro, ou aquele que cuida de pessoas incapacitadas. Eles de modo algum ‘chuparam o nosso tutano’. Não vieram atrás de diamantes, ou de petróleo. Eles não vieram aqui ‘passear’, como os descreveu o seu Ministro do Interior (Eli Yishái). Vieram trabalhar e nos servir com fidelidade e por uma remuneração modesta, e por esse motivo merecem de nós um agradecimento, não a expulsão. Eles limparam nossas casas e cuidaram de nossos doentes crônicos, dos quais nós não nos dispusemos a cuidar. Fizeram aqui todos os trabalhos ‘sujos’, difíceis, desagradáveis, em que nós, os mimados, não queríamos sujar nossas mãos.

Mas na verdade eles também viveram aqui. Amontoaram-se em vizinhanças pobres. Rezaram para os seus deuses. Enviaram dinheiro para suas famílias. Alguns encontraram com quem se relacionar, alguns amaram, alguns tiveram filhos. Não há lei no mundo que impeça as pessoas de amar, e de trazer ao mundo o fruto de seu amor.

Gostaria de sugerir a você que deixe seus afazeres por algumas horas e venha visitar a escola Bialik-Rogozhin em Tel Aviv. Você verá ali essas crianças, e não conseguirá acreditar no que vê. Se ainda restam neste país alguns lugares que lembram o ‘lindo Israel’ de antigamente, este é um dos mais emocionantes e maravilhosos. Nessa escola estudam uns oitocentos alunos, em sua maioria filhos e filhas desses trabalhadores imigrantes e de refugiados vindos de uns cinquenta países, e freqüentam desde a educação infantil obrigatória até a décima segunda série. Uma equipe maravilhosamente devotada de professores e outros funcionários transformou essa escola num pedaço do paraíso para essas crianças. A equipe está à sua disposição 24 horas por dias. Eles recebem ali três refeições diárias. Estudam. Cantam músicas hebraicas e as canções das nossas festas. Em Purim eles fazem um colorido desfile pelo bairro. Têm à sua disposição uma biblioteca incrível em hebraico, como não há em nenhuma outra escola. E eles lêem! Eles falam, cantam e dançam em hebraico. Escrevem poesias em hebraico. Os alunos da décima segunda série estudam para o Exame de Madureza (exame de conclusão dos estudos obrigatórios, em Israel), e seu índice de aprovação é de 70%! Eles querem prestar o serviço militar, e preferem justamente servir nas unidades de combate. E não, definitivamente não por acaso, a escola fica na esquina das ruas ‘haAliyáh’ (a imigração a Israel) e ‘Molédet’ (Nossa Pátria).

Nessa escola funciona um comitê de voluntários, presidido pela Sra. Rina Zamír. Uma estrutura de mais de cem voluntários protege como um guarda chuva essas crianças e seus pais, e os ajuda em tudo, nos estudos, em sua defesa, com recursos de todos os tipos. Os voluntários provêm de um amplo espectro de ocupações e instituições: da indústria, dos escritórios de tecnologia avançada, da Academia, da Justiça, de lugares como a Organização pelos Direitos Humanos, de instituições de ensino como o Seminário dos Kibutzím, do Centro de Auxílio a Cidadãos Estrangeiros, dos ‘Médicos pelos Direitos Humanos’, e de outros mais. Entre esses voluntários há pessoas que fizeram contribuições decisivas ao País em diversos campos.

Qualquer pessoa que visita essa escola apaixona-se por ela imediatamente. Apaixona-se pelos alunos e por seus professores, e torna-se voluntário/a na mesma hora. Esse é um amor ao Bem, à Generosidade, ao Ser Humano. O múltiplo colorido e a profusão de semblantes, de tipos de cabelo e de matizes epidérmicos criam uma sinfonia festiva universal magnífica, uma Festa da Família Humana, que demonstra a possibilidade de vivermos todos, apesar das muitas diferenças, juntos em paz e afeição. Visitei essa escola muitas vezes, e a cada vez senti novamente que qualquer um de seus alunos poderia ser – e de fato é – eu mesmo.

Devido às decisões de seu governo uns cem de seus alunos estão ameaçados de expulsão, além de cerca de outros trezentos que estudam em outros lugares. Quatrocentas famílias vivem à sombra do medo e da incerteza, da ruptura e da separação, devido à expulsão. Trata-se de pais que aqui derramaram seu suor para nos servir, e de crianças que sentem este país como o deles, e o hebraico como sua língua. Crianças que adoram as flores que aqui crescem, que são loucas por falafel e por humos e por tahine, crianças que jogam queimado (mahanáyim) e brincam de pegar (tofésset), crianças que cantam ‘Hava Naguíla’ e ‘Lo Shárti Lach Artzí’ (‘Não Cantei para Ti, minha Terra’).

Oitocentas crianças, que preencherão os ‘critérios’, ficarão. Quatrocentas, que não preencherão, serão arrancadas daqui de modo cruel. Como explicar a uma criança por que seu amigo ficou e ela teve que ir? Como você suportará as suas lágrimas? O que, afinal, perderá o Estado de Israel se ele superar o impulso de expulsar que o atacou e permitir que todas as crianças e suas famílias fiquem aqui? Está claro para todos nós que eles não representam nenhuma ameaça demográfica ao país. A verdadeira ameaça demográfica é o aumento da crueldade, o estranhamento e a maldade entre nós, e a indiferença pelo destino alheio.

Diante da enxurrada de imigrantes ao país e da dificuldade em selar nossas longas fronteiras, são realmente necessárias leis e regulamentos e critérios. Mas que sua vigência se volte para o futuro. As crianças que já estão aqui conosco, as criaturas que em nada pecaram, a essas temos que deixar aqui. A gratidão das crianças e das famílias que permanecerem só fará bem ao Estado de Israel. Assim como Ben Gurion ansiava por um Chefe do Exército yemenita (isto é, descendente de judeus vindos do Yémen), nada impede que um dia tenhamos um Primeiro Ministro que descende dessas crianças que aqui ficarem.

Os tubarões das empresas de mão de obra, e disto você bem sabe, já enriqueceram o bastante com a importação de trabalhadores. Seu único interesse agora é a reciclagem – que venham novos trabalhadores, para que eles lucrem ainda mais. Corte as quotas de novos ‘importados’ e dê um status legal aos que aqui já estão. Inclusive àqueles que, pelos ‘critérios’, são ‘residentes ilegais’. Eles não se infiltraram no país para lucrar, vieram porque estavam na miséria. Não são pessoas mal intencionadas. São apenas gente que tentou – e tenta – sobreviver num mundo difícil e cruel. Mesmo que tenham transgredido a lei, seus filhos em nada pecaram. Não é aceitável, não é humano, que justo o povo judeu, um povo de imigrantes, os expulse de dentro de si de modo tão insensível. Judeus não expulsam crianças.

As muitas vozes de pessoas com consciência, que a cada dia aumentam mais em todos os segmentos da população, pedem a você e ao seu governo que revele humanidade e compaixão e deixe que fiquem no País TODAS essas crianças. Essas pessoas todas não o perdoarão, nem a você nem ao seu governo, se as crianças forem expulsas. O mundo também não perdoará. E você tampouco vai conseguir perdoar a si próprio.

Por favor, deixe todas as crianças ficarem!

Seu,

Yehudáh Atlas.

Tel Aviv, 13/08/2010



יהודה אטלס

והילדים האלה הם אנחנו!

מכתב גלוי לראש הממשלה

אדוני ראש הממשלה.

המועד הולך וקרב. בעוד שבועות ספורים, אולי פחות, יתקבצו צוותי עיתונות וטלוויזיה מכל העולם, כדי לצלם, לתעד ולהראות לקהלים רחבים על פני הגלובוס איך מגרשת ישראל ילדים שנולדו בה, עם בני משפחותיהם, רק מפני שחסרו להם שנה, שנתיים או כמה חודשים ל"קריטריונים" שעליהם החליטה ממשלתך. הגליית הילדים הללו – וזוהי ללא ספק הגליה! – תיראה בכל העולם ותחרת בזיכרון הקולקטיבי כאכזריות, כחוסר הומאניות וכערלוּת-לב של עם ושל ממשלה שלא למדו דבר מההיסטוריה הלאומית שלהם. אנשים מכל גווני העור, חלקם מלוכסני עיניים, חלקם מקורזלי שיער, חלקם נוצרים, חלקם מוסלמים, כולם בני-אדם, יחבקו את ילדיהם הבוכים ויידחפו, אולי במגלבי יחידת 'עוז' המהוללת, אל בטן המטוסים. חלקם אולי ייקחו, בלית ברירה, את אלף הדולר שיושטו להם כפיצוי-פיתוי על "הסכמתם" לעזוב את המקום שילדיהם רואים בו מולדת.

אריך קסטנר כתב, באחד מספריו, שדמעות של ילדים אינן קטנות יותר מדמעות של מבוגרים. דמעות של מבוגרים ניתן לפעמים לשכוח. דמעות של ילדים אינן נשכחות ואינן נסלחות לעולם. הן חורכות את הנפש, ומי שגרם לדמעות האלה ייזכר כאיש רע ואכזר, כמי שאינו מרחם על ילדי הגן. ואתה תהיה האיש. כראש-ממשלה, האחריות תחול עליך.

אכן, אחרי "עופרת יצוקה", ה"משט" וכל שאר האירועים והנסיבות שהוציאו לנו 'מוניטין' בעולם, יהיו אלה יחסי ציבור לתפארת מדינת ישראל.

אבל, אני לא רוצה לדבר על יחסי ציבור אלא על יחסי אנוש. על בני-אדם. הורי הילדים הללו לא הסתננו לארץ, או הגיעו אליה דרך חברות כוח האדם, כדי לבזוז את אוצרותיה וכדי לחיות בה חיי תענוגות. הם הגיעו לכאן מחמת המציק, כדי להתפרנס. ולהתפרנס בצניעות. שאל את עוזריך, עם המשכורות של רבבות שקלים לחודש, כמה מקבל שוטף כלים במסעדה, מנקה בתים או מטפל בחולה סיעודי. הם בהחלט לא מצצו את טוב הארץ. הם לא כרו פה יהלומים ולא שאבו נפט. הם לא עשו פה "טיול", כמו שהתבטא שר-הפנים שלך. הם עבדו ושירתו אותנו בנאמנות ובזול, באפס מחיר, ועל כך מגיעה לכולם תודה מכולנו, לא גירוש. הם ניקו את בתי השימוש שלנו, פינו את האשפה, בנו בניינים, טאטאו את הרחובות, סעדו את הורינו הקשישים וטיפלו בחולים כרוניים, שאנחנו השתמטנו מלטפל בהם. הם עשו כאן את כל העבודות השחורות, המלוכלכות, הקשות, שאנחנו, המפונקים, לא רצינו לזהם בהן את ידינו.

תוך כדי כך הם גם חיו. הם הצטופפו במשכנות-עוני. הם התפללו לאלוהיהם. הם שלחו כסף למשפחותיהם. חלקם מצאו בני זוג, חלקם אהבו, חלקם הולידו ילדים. אין חוק ואין מגבלה בעולם שימנעו בעד אנשים מלאהוב ומלהביא לעולם את פרי אהבתם.

אני רוצה להציע לך לעזוב את עיסוקיך לכמה שעות ולסור לביקור בבית-ספר ביאליק-רוגוזין בתל-אביב. תראה בו את הילדים הללו ולא תאמין למראה עיניך. אם נותרו בארץ כמה פיסות של ארץ ישראל היפה, זו אחת המרגשות והנפלאות שבהן. בבית-ספר זה לומדים כשמונה-מאות ילדים, רובם בנים ובנות למהגרי-עבודה ולפליטים שבאו מכחמישים ארצות, מגן חובה ועד סוף י"ב. צוות מדהים ומסור של מורים ואנשי סגל הפך את בית הספר לפינה של גן-עדן עבורם. הצוות עומד לרשותם ולרשות הוריהם 24 שעות ביממה. הם מקבלים במקום שלוש ארוחות מדי יום. הם לומדים. הם שרים שירי מולדת ושירים של חגי ישראל. בפורים הם יוצאים למצעד עדלאידע צבעוני בסביבה. עומדת לרשותם ספריה עברית מדהימה, שכמוה לא תמצא בשום בית-ספר אחר, והם קוראים! הם מדברים ושרים ורוקדים בעברית. הם כותבים שירים בעברית. תלמידי י"ב לומדים לבגרות, ושיעור ההצלחה שלהם בבחינות הבגרות מגיע לשבעים אחוז! הם רוצים להתגייס לצה"ל, ודווקא ליחידות הקרביות. לגמרי לא במקרה, כפי שצוין בכתבה אודותיהם בטלוויזיה, ניצב בית הספר בצומת הרחובות 'העלייה' ו'מולדת'.

בבית-הספר פועל ועד-פעולה של מתנדבים, בראשות הגב' רינה זמיר. מעטפת של יותר ממאה מתנדבים סוככת על הילדים ועל הוריהם ומסייעת להם, בלימודים, באמצעים, בהגנה, בחיזוקים. המתנדבים באים מקשת רחבה של עיסוקים וגופים: מהתעשייה, מההיי-טק, מהאקדמיה, מהמשפט, מארגונים שונים כמו האגודה לזכויות האזרח, ממוסדות חינוך כמו סמינר הקיבוצים, מהמוקד לסיוע לאזרחים זרים, מ'רופאים לזכויות האדם' ואחרים. בין המתנדבים אנשים שהרימו למדינה תרומה מכרעת בתחומים שונים.

כל אדם שמבקר בבית ספר זה הופך מייד לאוהבו, לאוהב תלמידיו ומוריו, לאחד ממתנדביו. זוהי אהבת הטוב, אהבת הנתינה, אהבת האדם באשר הוא אדם. הצבעוניות ומגוון הקלסתרים, מקלעות השיער וגוני העור מצטרפים לחגיגה ססגונית אוניברסלית נפלאה, חגיגה של משפחת האדם, שמדגימה כי כולנו, בעצם, על כל השוני שבינינו, יכולים לחיות יחד בשלום ובאחווה. ביקרתי בבית-הספר כבר פעמים רבות וכל פעם הרגשתי מחדש שכל אחד מתלמידיו יכול להיות – ואכן הינו – 'והילד הזה הוא אני'.

אחרי החלטת ממשלתך מאויָמים כמאה מתלמידי בית-הספר בגירוש, בנוסף לכשלוש מאות אחרים, במקומות אחרים. ארבע מאות משפחות חיות בחרדה של אי-ודאות, של קרע, של ניתוק, של הגליה. אלה הורים ששפכו כאן את זיעתם כדי לשרת אותנו, וילדים שחשים כי הארץ הזאת היא מולדתם והשפה העברית היא שפתם. ילדים שמכירים ואוהבים את הכלניות ואת חצבי-הסתיו שלנו, ילדים שאוהבים פלאפל וחומוס וטחינה, ילדים שמשחקים במחניים ובתופסת, ילדים ששרים 'הבה נגילה' ו'לא שרתי לך ארצי'.

שמונה מאות ילדים, שיעמדו בקריטריונים, יישארו. ארבע מאות, שלא יעמדו, ייקרעו מכאן באכזריות. איך תסביר לילד קטן למה חברו נשאר כאן והוא מגורש? איך תעמוד בפני דמעותיו? מה כבר תפסיד מדינת ישראל אם תתגבר על רפלקס הגירוש העיקש שתקף אותה ותתיר לכל הילדים הללו ולמשפחותיהם להישאר כאן? הרי לכולנו ברור, ששום סכנה דמוגרפית לא נשקפת מהם למדינת ישראל. הסכנה הדמוגרפית האמיתית היא התגברות הרוע, הניכור והאכזריות בינינו והאדישות לגורל הזולת.

נוכח נהיית המהגרים לארץ והגבולות הפרוצים יש לגבש, כמובן, כללים ותקנות וחוקים. אבל, אלה יכוונו כלפי העתיד. הילדים שכבר איתנו כאן, הצאן שלא חטאו, את אלה אנחנו חייבים להשאיר בארץ! אסירוּת התודה של כל הילדים והמשפחות שיישארו איתנו רק תיטיב עם מדינת ישראל. כמו שבן-גוריון התגעגע לרמכ"ל תימני, כך יבוא יום ומקרב הילדים שיישארו כאן יקום לנו אולי ראש ממשלה.

כרישי כוח האדם, זאת ודאי ידוע גם לך, כבר התעשרו דיים מיבוא מהגרי העבודה. האינטרס היחיד שלהם הוא תחלופה, כדי שייַבאו עוד עובדים וירוויחו עוד. קצץ במכסות הבאים החדשים והענק לאלה שכבר כאן מעמד חוקי. גם לאלה, שעל-פי הקריטריונים הם 'שוהים בלתי חוקיים'. הם לא הסתננו לכאן מרוב טובה אלא ממצוקה. הם לא אנשים זדוניים. הם בסך-הכול אנשים שניסו – ומנסים – לשרוד בעולם קשה ואכזרי. גם אם עברו על החוק, הילדים שלהם לא פשעו. לא נאה, לא אנושי, לא מתקבל על הדעת, שדווקא בני העם היהודי, עם של מהגרים, יקיאו אותם מקרבם באופן כל-כך אכזרי. יהודי לא מגרש ילדים!

הקולות הגוברים והמתרבים של מאות ואלפי אנשי מצפון, מכל שדרות הציבור, קוראים לך ולממשלתך לגלות אנושיות וחמלה ולהשאיר את כל הילדים האלה כאן. כל האנשים הללו לא יסלחו לך ולממשלתך אם תגרש את הילדים. גם העולם לא יסלח. גם אתה לא תסלח לעצמך.

בבקשה, השאר את כל הילדים כאן!

שלך,

יהודה אטלס

תל-אביב, 13.8.10




Amigos: Convido todos vocês a aderir a uma GREVE DE FOME que estou promovendo, a se iniciar no Domingo dia 29 de Agosto, para forçar o Ministro do Interior Eli Yishai a CANCELAR A EXPULSÃO DOS FILHOS DOS TRABALHADORES ESTRANGEIROS EM ISRAEL. Muito provavelmente, caso um grande número de pessoas aderir a essa greve, e a notícia sobre a mesma chegar a Israel a tempo, como uma ameaça, esse cancelamento se tornará realidade e a greve será também cancelada. Se poucas pessoas aderirem, isto não será suficiente para obrigar o Ministro a fazer seja o que for, e de nada adiantará o esforço de uns poucos indivíduos. Portanto, peço-lhes que divulguem esta mensagem para todos que estiverem ao seu alcance. Por favor confirmem sua adesão com um e-mail dirigido a mim com a palavra CONCORDO.
Davy Bogomoletz.

My good friends: I invite you to join me in a HUNGER STRIKE, which will be started at Sunday, August 29, in order to make Minister Eli Yishai to revoke his order of expulsion of the sons of foreign workers in Israel. If a large number of people join us, and the message about the strike reaches Yishai on time, the expulsion decree will be canceled and so will be the strike. If only a few will agree to join, it will not be enough to move Yishai from his ruthless decree. So please let this message reach as many people as you can, and ask them to send me a message saying just 'I agree'.
Davy Bogomoletz

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