Kailash Satyarthi é ativista de direitos das crianças na Índia. Aos 17, Malala é a mais jovem vencedora do Nobel da Paz.
O indiano Kailash Satyarthi e a paquistanesa Malala Yousafzay ganharam o Nobel da Paz de 2014 "pela sua luta contra a supressão das crianças e jovens e pelo direito de todos à educação", anunciou o comitê organizador do prêmio na manhã desta sexta-feira (10). Satyarthi, de 60 anos, é um ativista de direitos das crianças na Índia e a menina Malala sobreviveu a uma tentativa de assassinato dos talibãs em 2012 por sua militância a favor da educação das meninas em sua região natal do noroeste do Paquistão.
Com o prêmio, Malala, de 17 anos, se torna a mais jovem ganhadora do Nobel, superando o cientista australiano-britânico Lawrence Bragg, que compartilhou o Prêmio de Física com o pai, em 1915, aos 25 anos. Em sua conta no microblog Twitter, Malala disse: "Obrigada por todo apoio e amor".
Depois de receber tratamento médico intensivo, Malala se mudou para o Reino Unido. Em 2013, ela recebeu o prêmio Sakharov para a liberdade de consciência, concedido pelo Parlamento Europeu.
"As crianças precisam ir para a escola e não serem exploradas financeiramente. Nos países pobres do mundo, 60% da população atual tem menos de 25 anos. É prerrequisito para um desenvolvimento global pacífico que os direitos das crianças sejam respeitados", disse o presidente do Comitê Nobel norueguês, Thorbjoern Jagland.
'Tradição de Gandhi'
"Kailash Satyarthi, mantendo a tradição de Gandhi, liderou várias formas de protestos e manifestações, todas pacíficas, focando na grave exploração das crianças para ganho financeiro. Ele também contribuiu para o desenvolvimento de importantes convenções internacionais sobre o direito da criança."
"Apesar de ser jovem, Malala Yousafzay já lutou por vários anos pelo direito das crianças pela educação, e mostrou pelo exemplo que crianças e jovens também podem contribuir para melhorar sua própria situação", disseram os membros do comitê, no anúncio do prêmio.
O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, afirmou que Malala é o "orgulho do Paquistão".
Satyarthi afirmou que estava "encantado" com a notícia, segundo a agência Press Trust of India. "Agradeço ao comitê Nobel por este reconhecimento do sofrimento de milhões de crianças", disse o premiado.
Satyarthi abandonou a carreira de engenheiro eletricista em 1980 e passou a fazer campanha contra o trabalho infantil e a organizar numerosas formas de protesto pacífico e manifestações contra a exploração de crianças para ganho financeiro.
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