Interpretações - Os 4 Filhos da Hagadá de Pessach

- Uma interpretação

O seder de Pessach é profundamente simbólico.

No seder, estão presentes 4 filhos que representam quatro modos de perguntar conhecidos por cada um de nós.

Cada modo de perguntar está presente em algum momento de nossa vida. Hora somos sábios e fazemos perguntas inteligentes, hora somos tolos e aceitamos sem procurar entender. Há também aquele momento em que somos malvados, fazendo perguntas maldosas, e aquele outro que de tão estarrecidos não sabemos o que perguntar.

Não é fácil elaborar as perguntas, e para isso, nós como filhos devemos confiar na orientação de nossos pais. Assim, formamos o honrado papel do diálogo, tão importante ao judaísmo.

 

- Uma outra interpretação

O seder de Pessach nos ensina muita coisa.

Os quatro filhos presentes na hagadá são chamados sempre com o predicado “um”, que antecede o seu nome. Por exemplo: um filho inteligente, um filho tolo, e assim por diante. Nesse sentido, a hagadá nos ensina que a unidade de Deus está presente em todos os quatro filhos, e, portanto em nós mesmos.

Ao mesmo tempo em que os quatro filhos existem dentro de nós, Deus existe dentro nós também. Portanto, devemos manter o diálogo com todos à nossa volta, pois qualquer “um”, seja esperto, ingênuo, tolo ou malicioso, é a representação de nós mesmos e de Deus.

Assim como Moisés tentou dialogar com aquele que nos fez escravos, não vamos deixar de respeitar aquele sentado ao nosso lado direito, esquerdo, frente ou trás.

 

- Uma interpretação variada

O seder de pessach traz ensinamentos tão importantes que podem ser interpretados de diversas maneiras.

Os quatro filhos, por exemplo, são interpretados por Sorj e Bonder, no livro “O Rabino e o Sociólogo” não unicamente pela sua essência diversa e difusa. Sabemos que nenhum filho é igual ao outro, mas a grande importância dos quatro filhos na hagadá é o fato de que todos estão sentados na mesma mesa com seus pais. É na relação entre os quatro filhos e seus pais que o judaísmo se mostra presente e relevante.

Assim como Martin Buber afirma que não existe EU sem co-existir com TU, Sorj e Bonder afirmam que não há judaísmo longe do diálogo entre pais e filhos, e entre os mais diversos tipos de judeus possíveis.

Para terminar, Buber no Livro “Eu e Tu” escreveu:

“Os sentimentos residem no homem, mas o homem habita em seu amor.”

“O amor se realiza entre o EU e o TU.”

Assim, devemos respeitar todas as relações que a vida nos propõe, pois, são nelas que crescemos como indivíduos, como judeus, e também como humanidade. 

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