http://www1.folha.uol.com.br/poder/792706-marina-afirma-que-nao-daria-audiencia-a-ahmadinejad.shtml#anc714629
A candidata a Presidência da República pelo PV, Marina Silva, criticouna noite desta quarta-feira a política externa do governo Lula frente aolíder do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. "Não daria a audiência dada aoAhmadinejad, que causou um estranhamento nas democracias ocidentais e naChina também", afirmou.
Em entrevista ao "Jornal da Globo", a candidata disse que em um eventualgoverno orientaria a política externa do país por meio de princípios eque não faria "nenhum movimento para favorecer qualquer atitude que não acooperação pacífica dos povos".
"A defesa dos direitos humanos, a defesa da democracia, isso é umprincípio. Quando você orienta a política externa por princípios, vocêse relaciona com quem quer que seja, mas não relativiza os princípios eaí os teus interesses comerciais, os teus interesses particulares nãosão tratados apenas no caso a caso."
"Ninguém pode ser criticado pelo diálogo, mas não se pode fazer em nomedo diálogo um movimento político que acaba favorecendo um ditador, quenão respeita direitos humanos, que tem presos políticos e que tem comoobjetivo fazer a bomba atômica". Para Marina, não deveria ter sido dado otipo de atenção dispensado pelo governo a um país que diz que o "Estadode Israel deve ser riscado do mapa".
Questionada sobre o desenvolvimento do Acre durante o governo Lula, doqual foi ministra do Meio Ambiente, Marina comparou o Acre a São Paulo eRio de Janeiro. Segundo a candidata, muito foi feito e "não haviaestado de direito" no Acre.
"Difícil é imaginar que o Estado mais rico do país tenha uma situaçãocomo a que eu vi na favela da Mata Virgem", disse em relação a SãoPaulo. "Por isso que eu estranhei que no programa de José Serra eletenha apresentado uma favela virtual", criticou.
A candidata também criticou o que chamou de "guerra entre vermelho eazul" ao citar os seus concorrentes Dilma Rousseff e José Serra.
A candidata defendeu o plebiscito para a decisão sobre o aborto. Paraela, é necessário haver um debate qualificado e "não o debate raivoso,onde os que são contra o aborto ficam tachando as outras pessoas",afirmou.
Sobre o agronegócio, Marina defendeu o aumento no uso da tecnologia para evitar o desmatamento de novas áreas.
"Aqui em São Paulo, a produção agrícola e a produção de carne têmaltíssima tecnologia. Por que não pensar em fazer o mesmo na Amazônia?Por que quando é o Cerrado, a Amazônia, o Pantanal, a caatinga, aspessoas acham que podem fazer de qualquer jeito? Esse não é o melhorcaminho".
Comentários