Os Kibutzim

Os Kibutzim
kibutz ("reunião" ou "juntos") é uma forma de comunidade comunitária em Israel. Apesar de existirem em outros países empresas comunais (ou cooperativas), em nenhum outro país as comunidades coletivas voluntárias desempenharam um papel tão importante como o papel dos kibutzim em Israel; os kibutzim tiveram um papel essencial na criação de Israel.
Combinando o
socialismo e o sionismo no sionismo trabalhista,operario os kibutzim são uma experiência única no mundo, e parte de um um dos maiores movimentos comunais seculares na história. Os kibutzim foram fundados numa altura em que a lavoura individual não era prática. Forçados pela necessidade de uma vida comunal e inspirados pela sua ideologia socialista, os membros do kibutz desenvolveram um modo de vida comunal que atraiu interesse de todo o mundo. Enquanto que o kibutzim foram durante várias gerações comunidades utópica, hoje, eles são pouco diferentes das empresas capitalistas às quais supostamente seriam uma alternativa a essa estrutura. Hoje, os kibutzim apesar de manter uma comunidade de economia solidaria, adicional contratados trabalhadores que vivem fora da esfera comunitária e que recebem um salário, como em qualquer empresa normal.
Os kibutzim deram a Israel uma parte desproporcionalmente importante dos seus líderes intelectuais, políticos e militares. Apesar de o movimento dos kibutz nunca ter excedido 7% da população de Israel, ele poderá ter contribuido para fundar uma identidade cultural ao pais como poucas instituições em Israel.
Historicamente com a colonização do Estado Israelense, criado pela
ONU em 1948, os kibbutzim também exerceram um importante papel estratégico militar quando dos primeiros conflitos árabes-israelenses, funcionando como verdadeiras bases avançadas, com colonos com treinamento militar e armas combatendo exércitos inimigos até uma intervenção do Tzáhal (Exército israelense).
As condições de vida do
Império Russo na virada do século XIX para o século XX eram ruins para todos os súditos, mas ainda piores para os judeus. Causar a emigração de um terço dos judeus, o batismo de outro terço e a morte por inanição do terço restante era um objetivo oficial do Império. Com a excessão de uma minoria de ricos, os judeus eram obrigados a viver na região fronteiriça chamada de cherta osedlosti (ou região de assentamento); e mesmo dentro desta, não podiam morar em cidades grandes como Kiev, ou tampouco em vilarejos com menos de 500 habitantes. Para aqueles que se aventuravam a chegar à capital Moscou, a polícia local estabeleceu uma recompensa para a captura de um judeu com valor equivalente à da captura de dois ladrões. (Dubrow, Vol III)
O número de judeus convocados para o exército do
tzar era desproporcionalmente alto. Enquanto em outros países todos os militares eram tidos como dignos de honrarias, estes soldados judeus eram vítimas de profunda discriminação. Por exemplo, ainda que o serviço militar os levasse para longe da cherta osedlosti ou até mesmo para o extremo oriente russo, estes soldados eram obrigados a retornar para a região de assentamento quando em dispensa. Além disso, durante a Guerra Russo-Japonesa, vários juízes ucranianos aproveitaram-se da ausência dos soldados judeus para livrar-se de suas famílias, baseando-se em uma lei que permitia a expulsão de famílias judias sem um chefe-homem que lhes garantisse o sustento. Esta última agressão foi de fato tão extremada que o governo russo opôs-se a ela; mas os termos da reprimenda do general Vyacheslav Plehve a seus subordinados eram claramente discriminatórios: "as famílias dos judeus convocados devem ser deixadas onde estão até o fim da guerra."
A ameaça aos judeus cresceu após a posse do tzar Alexandre III. O seu governo não só permitia, como também estimulava as agressões dos lavradores insatisfeitos a seu vizinhos judeus. As chamadas Leis de Maio, promulgadas pelo imperador em maio de
1882, proibiram a moradia de judeus em cidades com menos de 10.000 habitantes expulsando várias famílias que há várias gerações viviam no mesmo lugar e estabeleceram cotas que impediram o acesso de um enorme número de judeus a universidades e profissões. Era portanto especialmente forte a repressão aos judeus na Rússia da virada do século.
As reações dos judeus a estas dificuldades foram variadas. Alguns optaram por envolver-se na luta pelo Socialismo no país; outros decidiram emigrar para o ocidente. Houve judeus que, mantendo-se ortodoxos, ignoraram os problemas à sua volta; enquanto outros buscaram ser assimilados pela sociedade russa. Ainda outros judeus os de maior interesse para o nosso tema -- tornaram-se partidários do
sionismo, cuja idéia central era construir uma nação judaica na terram em que o judaísmo nasceu: a Palestina (ou Eretz Israel).
Até então, os judeus que migravam para a Palestina o faziam ou em idade avançada para lá morrer, ou quando jovens para freqüentar as yeshivás ao redor de
Jerusalém e Heron. Nos dois casos, o motivo da migração era religioso e não político, e estes individuos, que não se sustentavam do próprio trabalho, viviam de doações de judeus de outras paragens.
Já o movimento sionista, não obstante suas profundas raízes na história judaica, só passou a ser uma força significativa por na década de 1880. Nela, 15.000 famílias oriundas principalmente do sul da Rússia mudaram-se para a Palestina com a intenção de lá viver -- e não apenas morrer -- e de trabalhar com a lavoura ao invés de estudar. Esta primeira leva de judeus dispostos a viver uma vida normal na Palestina recebeu o nome de "Primeira Aliá", e a seus membros chamou-se de "Biluim".
Aqui é importante que se observe que o trabalho na terra é uma componente importante do sionismo. É bastante difundida a idéia de que este era um movimento de cunho nacionalista. Deve-se notar, no entanto, que sua componente econômica pregava o retorno ao cultivo da terra como principal ocupação dos judeus, substituindo assim as ocupações típicas dos judeus europeus: possuir
pensões e lojas de penhora, praticar "comércio pequeno", etc.

De fato, a geração da Primeira Aliá acreditava que a decadência dos judeus da Diáspora era explicada pela aversão destes ao trabalho físico. Eles não só defendiam que do cultivo da terra palestina adviria a redenção física e espiritual do povo hebraico, como chegavam a acreditar que o solo da Palestina tinha o poder mágico de transformar os fracos comerciantes judeus em lavradores nobres e fortes. Uma manifestação desta crença pode ser vista na edição de 1883 de The London Jewish Chronicle, "os pálidos e curvados comerciantes judeus de alguns meses atrás" tornaram-se "lavradores bronzeados, de mãos calejadas e másculos" (Silver-Brody).
Em espírito semelhante ao da "religião do trabalho" exposta acima, o manifesto dos Biluim proclamava orgulhosamente a intenção de "encorajar e fortalecer a imigração e colonização de Eretz Yisrael através da criação de uma colônia agrícola, de base cooperativa social". Afinados com a ideologia sionista (que até então ainda não houvera recebido este nome), os Biluim também exortavam o povo judeu a um renascimento sócio-político, espiritual e nacional na Palestina.
A esperança dos Biluim de sucesso na lavoura era grande, mas seu entusiasmo era maior do que sua habilidade agrícola. Em apenas um ano os Biluim já eram dependentes de caridade como os estudantes que os precederam. Mas os Biluim investiam o dinheiro recebido em terras e equipamentos, e as doações vindas tanto de judeus riquíssimos como o Barão de Rotschild quanto dos "normais" leitores de The London Jewish Chronicle, os permitiram prosperar. Suas cidades, Rishon LeZion e Zichron Yaakov, tornaram-se comunidades saudáveis e atraentes. A vitória, no foi concomitante ao fato de que já virada do século os imigrantes empregavam árabes em suas terras, ao invés de lavourá-las eles mesmos (como inicialmente pretendiam). A revolução econômica sionista ainda estava por vir.
http://es.wikipedia.org/wiki/Kibutzim
A Segunda Aliá e a fundação dos primeiros kibutzim
Os
pogroms surgiram novamente na Rússia nos primeiro anos do século XX. Em 1903 em Kishinev as massas campesinas eram incitadas a agir contra os judeus depois de um massacre que ficou conhecido como o primeiro Pogrom de Kishinev. Revoltas aconteceram de novo logo após a derrota da Rússia na Guerra Russo-Japonesa e na Revolução de 1905. A ocorrência de novos pogroms inspiraram a emigração de outra leva de judeus russos. Na década de 1880, a maioria dos emigrantes ia para os Estados Unidos, mas a minoria ia para a Palestina. Era a geração que incluiria os fundadores dos kibutzim.
Como os membros da Primeira Aliá que vieram antes deles, a maioria dos membros da Segunda Aliá queria ser fazendeiro na Palestina. Aqueles que viriam a fundar os kibutzim primeiro iam a um vilarejo dos Biluim, Rishon LeZion, para encontrar trabalho lá. Os fundadores dos kibutz ficaram moralmente arrasados pelo que eles viram nos colonos judeus lá "com seus supervisores judeus, trabalhadores camponeses árabes e guardas beduínos." Eles viram as novas vilas e foram lembrados dos lugares que haviam deixado no Leste Europeu. Ao invés de um começo de uma comunidade judaica pura, sentiram que o que eles haviam visto recriava a estrutura sócio-econômica judaica dos Assentamentos, onde os judeus trabalhavam em empregos limpos, enquanto outros grupos faziam o trabalho sujo. (Gavron, 19)
Joseph Baratz, que viria a fundar o primeiro kibutz, escreveu acerca de sua época de trabalho em Zikhron Yaakov:
Estávamos suficientemente felizes trabalhando na terra, mas sabíamos mais certamente que as maneiras dos velhos assentamentos não eram para nós. Essa não era a maneira que esperávamos colonizar o país — essa velha maneira com judeus em cima e árabes trabalhando para eles; enfim, pensávamos que não deveria haver empregadores e empregados de forma alguma. Deve haver um jeito melhor. (Baratz,)
Apesar de Joseph Baratz e outros trabalhadores quererem cuidar da terra eles mesmos, tornar-se fazendeiro independente não era uma opção realista em 1909. Como
Arthur Ruppin, um propositor da colonização agrícola judaica da Palestina diria mais tarde, "A questão não era se o assentamento coletivo era preferencial ao assentamento individual; era uma das formas de assentamento coletivo nenhum assentamento." (Rayman)
A Palestina
Otomana era um ambiente duro, que nada se pareciam com as planícies russas que os imigrantes judeus estavam familiarizados. A Galiléia era pantanosa, os morros rochosos e o sul do país, o Negev, era um deserto. Para tornar as coisas ainda mais desafiadoras, a maioria dos colonos não tinha experiência prévia com agricultura. As condições de saneamento também eram pobres. A malária era mais que um risco, era praticamente uma garantia. Juntamente com a malária, também havia o tifo e a cólera.
Em adição à ter um clima difícil e solo relativamente infértil, a Palestina Otomana era sob alguns pontos de vista um lugar sem leis.
Beduínos nômades atacavam frequentemente fazendas e áreas de assentamento. Sabotagem de canais de irrigação e queima de colheitas também eram comuns. Viver em coletividades era simplesmente a maneira mais lógica para estar seguro em uma terra que não os desejava.
Acima de considerações de segurança, havia também considerações de sobrevivência
econômica. Estabelecer uma nova fazenda na área era um projeto de grande capital; coletivamente os fundadores dos kibutzim tinham os recursos para estabelecer algo que durasse, enquanto independentemente eles não tinham.
Finalmente, a terra que ia ser assentada por Joseph Baratz e seus camaradas foi comprada pela grande
comunidade judaica. De todas as partes do mundo, judeus depositavam moedas em pequenas "caixas azuis" para a compra de terras na Palestina. Uma vez que esses esforços foram em nome de todos os judeus da área, não teria feito sentido a compra de suas terras para interesses individuais.
Em
1909, Joseph Baratz, nove outros homens e duas mulheres se estabeleceram na porção sul do Mar da Galiléia próximo a uma vila árabe chamada "Umm Juni." Esses adolescentes haviam até então trabalhado como diaristas drenando pântanos, como pedreiros, ou braçais nos velhos assentamentos judaicos. Seu sonho agora era de trabalhar pra si mesmos, cuidando da terra. Eles chamaram sua comunidade de "Degania", em homenagem aos cereais que eles cultivavam ali. Sua comunidade se desenvolveria como o primeiro kibutz.
Os fundadores de Degania trabalhavam duramente tentando reconstruir aquilo que eles viram como sua terra ancestral e espalhar a revolução social. Um pioneiro mais tarde disse "o corpo está esgotado, as pernas falham, a cabeça dói, o sol queima e enfraquece." Em alguns momentos metade dos membros do kibutz não podiam se apresentar para trabalhar. Muitos homens e mulheres jovens deixaram o kibutz para vidas mais fáceis nas cidades da Palestina judaica ou na
Diáspora.
Apesar das dificuldades, os kibutzim cresceram e proliferaram. Em 1914, Degania tinha cinquenta membros. Outros kibutzim foram fundados ao redor do Mar da Galiléia e no próximo
Vale Jezreel. Os fundadores de Degania logo deixaram Degania para tornarem-se apóstolos de agricultura e socialismo para novos kibutzim.
http://es.wikipedia.org/wiki/Kibutzim
Os kibutzim durante o mandato britânico
O fim do Império Otomano logo após a I Guerra Mundial, e o início do
Governo Britânico da Palestina foi bom para os yishuv e kibutzim. As autoridades otomanas tinham tornado a imigração para a Palestina difícil para os judeus e eles também faziam com que a compra de terras fosse problemática. Isso afetava os muçulmanos, cristãos e judeus igualmente. Os otomanos eram péssimos administradores também.
Apesar da mudança de governo na Palestina, os kibutzim e toda a yishuv cresceu como resultado do aumento do anti-semitismo na Europa. Em contraste com a previsão anti-sionista que os judeus tinham feito antes da I Guerra Mundial, a disseminação de idéias liberais não era irreversível e a posição de judeus em muitas sociedades da Europa Central e do Leste realmente deterioraram.
Os judeus sofreram severamente na
Guerra Polonesa-Soviética e a Guerra Civil Russa. Apesar das mortes serem pouca coisa se comparadas com o derramamento de sangue da recente I Guerra Mundial, os pogroms de 1918-1920 realmente fariam os pogroms dos anos 1880 e 1900 parecerem cócegas.
"Os primeiros grandes pogroms aconteceram em Zhitomir e Berdichev, velhos centros judaicos", Walter LaQueur escreveu em seu A History of Zionismo (Uma História do Sionismo),
de onde eles se espalharam para Proskurov (onde mil e quinhentos judeus foram mortos) e arredores. Ao todo, por volta de quinze mil judeus foram mortos nesses ataques e muitos mais feridos. Muito das propriedades dos judeus foi destruído. O número de mortes foi muito maior do que nos progroms pré-guerra. A vida humana havia se tornado sem valor após 1914, e enquanto que a morte de algumas dúzias de vítimas em Kishinev causou uma onda de protestos no mundo civilizado, o assassinato de milhares 1919–1920 não causou qualquer movimentação. (LaQueur,)
Ao passo que os pogroms após a morte de Alexandre II e os pogroms de Kishinev causaram Aliás em massa, tambémo fizeram os pogromsda guerra civil russa. Dezenas de milharesde judeus russos imigraram para a Palestina no começo dos anos 1920, em uma onda chamada de "Terceira Aliá".
Após a consolidação de poder
Bolchevique, os judeus da Rússia e Ucrância foram assegurados de sua integridade física, apesar que nenhum deles podia emigrar. No resto dos anos 1920 judeus imigrantes para a Palestina viriam de todo o resto da Europa Central e Oriental, a "Quarta Aliá". Esses imigrantes da Terceira e Quarta Aliá de fato fariam mais pelo crescimento do movimento kibutz que os imigrantes de grupos de imigrações prévias.
Os três milhões de judeus da
Polônia sofreram como resultado de boicotes em massa de seus negócios. O número de judeus praticando medicina e direito foi deliberadamente reduzido. Em 1930, antes que a Grande Depressão tivesse sequer chegado, um terço da comunidade judaica da Polônia era incapaz de pagar impostos específicos para a comunidade judaica. O governo polonês geralmente mantinha a justiça e a ordem, mas haviam muitos pogroms menores.
Os
romenos judeus também eram vítimas de intenso anti-semitismo. Os judeus eram retirados de muitas ocupações e grupos formados, como a Liga de Defesa Cristã Nacional e a Guarda de Ferro, cujos objetivos era a expulsão de todos os judeus.
Em outros países, o anti-semitismo institucional não foi tão alijante quanto foi na Polônia ou Romênia, apesar que havia virulento anti-semitismo generalizado.
Parcialmente baseado nos movimentos juvenis alemães e os
Escoteiros, movimentos juvenis sionistas judaicos floresceram nos anos 1920 em virtualmente todas as nações européias. Movimentos juvenis vieram em cada sombra do espectro político. Haviam movimentos direitistas como o Betar e movimentos religiosos como o Bachad, mas a maioria desses movimentos juvenis sionistas eram socialistas como Dror, Brit Haolim, Kadima, Habonim e Wekleute. Dos movimentos juvenis esquerdistas o mais significante na história do kibutz foi o marxista Hashomer Hatzair. Nos anos 1920 os movimentos juvenis com orientação de esquerda se tornariam alimentadores dos kibutzim.
Em contraste a aqueles que vieram como parte da Segunda Aliá, esses membros de grupos juvenis tinham algum treinamento agricultural antes de embarcarem. Membros da Segunda e da Terceira Aliá também tinham menos chance de serem russos, uma vez que a emigração da Rússia estava bloqueada após a
Revolução Russa de 1917. Os judeus europeus que se assentaram em kibutzim entre as Guerras Mundiais eram de outros países na Europa Oriental, incluindo a Alemanha. Finalmente, os membros da Terceira Aliá estavam à esquerda dos fundadores de Degania, e acreditavam que o voluntarismo socialista poderia funcionar para qualquer um. Eles se consideravam um movimento vanguardista que inspiraria o resto do mundo.
Degania nos anos 1910 parece ter confinado suas discussões para assuntos práticos, mas as conversações da próxima geração nos anos 1920 e 30 eram discussões abertas do cosmos. Ao invés de haver reuniões em uma sala de jantar, reuniões aconteciam ao redor de fogueriras. Ao invés de começar uma reunião com uma leitura de minutos, uma reunião começaria com uma dança grupal. Relembrando sua juventude em um kibutz às margens do Mar da Galiléia, uma mulher recordou "Ó, que lindo que era quando todos participávamos das discussões, [eram] noites de busca de um pelo outro - é assim que chamo aquelas noites santificadas. Durante os momentos de silêncio, me parecia que de cada coração uma faísca saltaria, e as faíscas se uniriam em uma grande chama penetrando os céus…. Ao centro de nosso acampamento uma fogueira queima, e sob o peso da Hora a terra geme um gemido rítmico, acompanhado por músicas excitantes." (Gavron,)
Os kibutzim fundados nos anos 1920 tinham a tendência de serem maiores que os kibutzim como Degania que foram fundados antes da I Guerra Mundial. Degania tinha doze membros em sua fundação. Ein Harod, fundado apenas dez anos depois, começou com 215 membros.

Concomitantemente os kibutzim cresceram e floresceram nos anos 1920. Em 1922 eles eram meros 700 indivíduos vivendo em kibutzim na Palestina. Em 1927 a população do kibutz estava se aproximando dos 4.000. Ao final da
II Guerra Mundial a população de kibutz era de 25.000, 5 por cento de toda a população da yishuv.
O crescimento dos kibutzim permitiu ao movimento diversificar em diferente facções, apesar que as diferenças entre kibutzim eram sempre menores que suas similaridades. Em 1927, alguns novos kibutz que foram fundados pelo
HaShomer Hatzair se uniram para formar uma associação de alcance nacional, Kibutz Artzi. Por décadas, Kibutz Artzi seria a esquerda dos kibutzim. Em 1936, a Federação do Kibutz Artzi fundou seu próprio partido político chamado a Liga Socialista da Palestina mas popularmente conhecida como Hashomer Hatzair. Fundiu-se com outro partido de esquerda para se tornar Mapam uma vez que o Estado de Israel foi estabelecido.
Os kibutzim da Artzi eram mais devotados à
igualdade dos sexos que outros kibutzim. Uma mulher de um kibutz da era dos anos 1920, 1930 chamaria seu marido ishi — "Meu homem" — ao invés da palavra usual hebraica, ba'ali, que literalmente significa "Meu mestre".
Em 1928, o kibutz Degania e outros pequenos kibutzim formaram juntos um grupo chamado "Chever Hakvutzot", a "Associação de Kvutzot". Os kibutzim do Kvutzot deliberadamente ficaram abaixo de 200 em população. Eles acreditavam que para a vida coletiva funcionar, os grupos deveriam ser pequenos e íntimos, ou então a confiança entre os membros seria perdida. Os kibutzim do Kvutzot também abriram mão de afiliações com movimentos juvenis na Europa.
A corrente principal do movimento kibutz ficou conhecida simplesmente como "Kibutz Unido", ou "Kibutz Hameuhad". Kibutz Hameuhad acusou Artzi e os kvutzot de elitismo. Hameuhad criticaram Artzi por pensar em si mesmo como uma elite socialista, e eles criticaram os kvutzot por permanecerem pequenos. Os kibutzim do Hameuhad abrigaram quantos membros eles podiam. Givat Brenner consequentemente chegou a ter mais de 1.500 membros.
Também haviam diferenças na religião. Os kibutz do Kibutz Artzi eram
seculares, mesmo firmemente ateus, orgulhosamente tentando ser "monastérios sem Deus". A maioria dos kibutzim da corrente principal também desdenhavam o Judaísmo Ortodoxo de seus pais, mas eles queriam que suas novas comunidades tivessem características judaicas mesmo assim. As noites de Sexta-feira ainda eram "Shabat" com um pano de mesa branco e comida de qualidade, e trabalho não era feito aos Sábados se pudesse ser evitado. Mais tarde, alguns kibutzim adotaram o Yom Kipur como o dia para discutir receios em relação ao futuro do kibutz. Os kibutzim também tinham bar mitzvás coletivos para suas crianças.
Se os kibutzniks não rezavam diversas vezes ao dia, marcavam festividades como
Shavuot, Sucot e Pessach com danças, banquetes e celebrações. Um feriado judaico, Tu B'shvat, o "aniversário das árvores" era substancialmente revivido por kibutzim. Em todos eles, feriados com algum componente natural, como Pessach e Sucot, eram os mais importantes para os kibutzim.
O movimento kibutz desenvolveu uma facção ultra-religiosa tardiamente em sua história, um grupo hoje chamado
Kibutz Dati. O primeiro kibutz religioso foi Ein Tzurim, fundado em 1946. Ein Tzurim era localizado primeiro próximo a Safad, depois próximo a Hebron no que agora é chamado de Cisjordânia, e por fim no Negev. Kibutzim religiosos são obviamente religiosos, mas eles eram e são igualmente coletivistas que os kibutzim seculares. Alguns kibutzim religiosos agora se identificam com o "Hassidismo hippie" de rabinos como Shlomo Carlebach.
http://es.wikipedia.org/wiki/Kibutzim
Os kibutzim na construção do Estado israelense
Em tempos otomanos os kibutzim se preocupavam com violência criminal, não violência política. A falta de hostilidade árabe se dava devido ao pequeno número de judeus no país naquela época. A oposição árabe aumentou na medida em que a
Declaração de Balfour e a onda de aliás de judeus à Palestina começou a desequilibrar o balanço demográfico da área. Houve sangrentos protestos anti-judaicos em Jerusalém em 1921 e em Hebron em 1929. No final dos anos 1930 a violência árabe-judaica se tornou virtalmente constante, uma época chamada de o "Grande Levante" na historiografia Palestina.
Durante o Grande Levante, os kibutz começaram a assumir um papel militar mais previdente do que eles tinham anteriormente. Rifles foram comprados ou fabricados e mais membros de kibutz executavam manobras e exercícios e praticavam tiro.
Yigal Allon, um soldado israelense e político explicou o papel dos kibutzim nas atividades militares da yishuv.
O planejamento de desenvolvimento de assentamentos sionistas pioneiros foram desde o início pelo menos parcialmente determinados por necessidades político-estratégicas. A escolha da localização do assentamento, por exemplo, era influenciada não apenas por considerações de viabilidade econômica mas também e sobretudo pelas necessidades de defesa local, estratégia de assentamento global, e pelo papel que tais blocos de assentamento poderiam desempenhar em algum futuro, talvez decisivo em qualquer confronto. Dessa forma, terra era comprada, ou muitas vezes melhorada, em partes remotas do país. (citação em Rayman,)
Os kibutzim também ajudaram a definir as fronteiras do futuro estado de Israel. No final dos
anos 30, quando a Palestina estava prestes a ser dividida entre árabes e judeus, foram criados kibutzim em locais remotos para aumentar as chances da terra ser incorporada a Israel, não a um estado palestino. Muitos deles foram feitos, literalmente, da noite pro dia. Em 1946, um dia depois do Yom Kippur, doze novos kibutzim precários foram feitos às pressas no norte do Deserto de Negev para reclamar essa área seca, mas estratégica, para Israel.
Nem todos os habitantes do kibutzim procuraram expandir o território do futuro estado judeu. A facção esquerdista e
marxista do movimento Kibutz, Kibbutz Artzi, foi a última grande força entre os yishuv a favor de um estado binacional, e contra a divisão. O Kibbutz Artzi, entretanto, ainda queria a livre imigração judaica, à qual os árabes se opunham.

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de JUDAISMO SECULAR HUMANISTA.

Join JUDAISMO SECULAR HUMANISTA

Tópicos do blog por tags

  • e (5)

Arquivos mensais