Há tempo explicamos a perseguição que sofrem os cristãos nas mãos dos muçulmanos no Oriente Médio. As provas mais contundentes vieram das mãos da sinistra organização Estado Islâmico, com suas crucificações, decapitações, conversões forçadas, execuções em massa e expulsões de cristãos no Iraque e na Síria.

Em Israel, há anos, a comunidade árabe cristã tenta separar-se de sua identidade árabe e abraçar a identidade israelense, por entenderem que não funcionou muito bem sua histórica aliança com o pan-arabismo do século passado e com a nação árabe em geral.  Começou como um movimento pelo recrutamento obrigatório dos cristãos no exército israelense, um direito-dever que os drusos-israelenses há muito solicitaram e lhes foi concedido.

Agora, o passo seguinte: o Ministério do Interior israelense aceitou o pedido dos cristãos israelenses para que, em seus documentos de identidade, no campo “Etnia” (em hebraico, usa-se Leom, Nação), em vez de Árabe, conste Arameu. Trata-se de uma luta de ano, e ontem  1o ministro do interior, Gideon Saar, soube tomar a decisão correta.

“Não somos árabes, apenas cristãos que falam árabe”, aplicam, mas até a conquista árabe no século VII, falavam aramaico, por séculos o idioma mais comum na Palestina/Terra de Israel. Neste idioma se falava em Canaã e na Península Arábica pré-Maometana, inclusive pelos hebreus, de maneira que parte do Talmud está escrito neste idioma. Provavelmente, Jesus falava aramaico e, até hoje, esta é a “Língua Sagrada” das igrejas orientais.

Tentativa de tornar-se parte

Na década de 1950, cristãos como Michel Aflaq, um dos ideólogos do pan-arabismo e um dos pensadores fundadores do partido Baath no país, tentaram com esta doutrina superar a barreira religiosa que os separava dos muçulmanos e elevar a identidade nacional como uma esfera superior ao paradigma religioso, caracterizando-se como sua principal tentativa de integrar-se ao mainstream e ao establishment do Oriente Médio.

O experimento, entretanto, não terminou bem à medida que o paradigma islamista se expandia e, em muitos lugares, o Oriente Médio hoje regride cerca de mil e quatrocentos anos. Não apenas no Iraque e na Síria. Belém, uma das cidades cristãs mais importantes do mundo, foi esvaziada de cristãos nos últimos vinte anos. Hoje, é uma cidade muçulmana, com uma minoria de 1,5% de cristãos.

Israel, por outro lado, é um único país no Oriente Médio onde a comunidade cristã cresce, o que vem ocorrendo desde 1948.  Ainda assim, e mesmo que com menos violência, ainda são maltratados por seus supostos compatriotas, os árabes-israelense muçulmanos. Ontem, os cristãos conseguiram oficialmente o divórcio.

Shaadi Halul, líder da Associação Aramaico-Cristã e capitão do exército israelense, emocionou-se e felicitou a decisão do ministro Saar. “É uma decisão histórica e uma guinada histórica nas relações entre cristãos e judeus no Estado de Israel”.

E acrescentou: “Isto invalida o argumento de todos os antissemitas, que caluniam o povo judeu e o Estado de Israel. É a prova de que Israel cuida de seus cidadãos e das identidades das minorias que vivem no país, diferentemente de todos os países árabes ao nosso redor”.

Agora, poder-se-á falar de três igrejas, ou correntes, cristãs israelenses: a Igreja Aramaica-Maronita (cuja maioria dos seguidores encontra-se no Líbano), a Igreja Aramaica-Católica e a Igreja Aramaica-Ortodoxa. Em Israel, no total, trata-se de uma comunidade de 133 mil arameu. Seu reconhecimento como etnia separada dos árabes pode ter implicâncias importantes, como a possibilidade de um sistema educacional separado do árabe: até o momento, nos escolas árabes apenas se estuda a herança árabe, e o islã.

A partir de agora, todo cristão poderá optar por registrar “Arameu” em sua carteira de identidade. A nação aramaica renasceu, foi em Israel. Viva!

http://www.conexaoisrael.org/renasce-nacao-aramaica-e-em-israel/2014-11-22/colaborador

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