Esqueleto humano inteiro data possivelmente do século 16.
Ossada deve permanecer no local, em respeito à tradição religiosa.
O esqueleto completo, de um sepultamento judaico, possivelmente do século 16, foi encontrado pela equipe do Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) que vem acompanhando as escavações da obra do Túnel da Abolição, no Recife.
O achado surgiu a pouco mais de um metro e meio de profundidade. Os técnicos usaram pincel para tentar preservar os ossos, já bastante degradados.
O coordenador do Laboratório de Arqueologia, Marcos Albuquerque, explicou por que a certeza da origem judaica. "Na tradição cristã, normalmente os braços são cruzados sobre o tórax ou sobre a bacia. No caso de um sepultamento judaico, a primeira providência antes que seja iniciado o processo de rigidez cadavérica é colocar o corpo estirado, com os braços ao lado do corpo, que está despojado de qualquer pertence, de qualquer joia, como é comum na tradição cristã. Na tradição judaica, todos são enterrados com o mesmo tipo de mortalha e sem mobiliário funerário. O esqueleto é de um adulto. Para definir exatamente a datação, teríamos que retirar um pedaço do osso para fazer o teste de carbono. Mas em respeito à questão religiosa, se houver a possibilidade, achamos por bem deixá-lo permanecer no local, coberto com um lençol".
De acordo com o topógrafo da obra, José Felix, o esqueleto vai poder permanecer no local. "A ossada encontra-se embaixo da linha de limite do meio-fio da alça de retorno, não estando dentro da área do túnel".
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