Sim, confesso amo Blumenau. Amar Blumenau é um ato de submissão total, é um amor despretensioso, sem esperar nada, eh amor tipo o pregado no Sermão da Montanha, é um amor de Amélia, a mulher de verdade. É um amor que necessita de paciência, pois o retorno é lento, custoso e algumas vezes nem há retribuição.
Mas se Blumenau não lhe retornar o amor, vai ao Neumart e se afogue em cucas. Se não aguentar essa falta de amor, ainda há a possibilidade de suicídio, mas que o faça com “pompa e propriedade”, não nas ruas do Blu, mas que o faça na linda Pomerode, e que use a corda, para acompanharmos a tradição “Schrauloss-eada” (Aportuguesamento da expressão “parafuso frouxo”, roubada do Lydio) dessa “alemoada” tão linda e de genética tão repetida, salvo por algumas genéticas alienígenas associadas com a de Italianos, Portugueses e Indios.
Mas ontem, confesso, acho que vou perder o carinho de muitos amigos de lá, como o Hercílio, o Paulinho W., o Paulo S., a Maristela, o Lego, a Magali, o Beto, o Jair, o do Felipe e ate o da Joycinha, tão bonitinha e meiga.
Hoje confesso que tive uma recaída ao proletariado e confessarei a “mea culpa”, masoquistamente, em publico. Hoje falarei de Laje, mas, para não dar muita “bandeira” escreverei germanicamente de LAGE.
Hoje eu sou Sam Lagemann (se pronuncia LẨGAMAN) e adotei esse nome germânico para que meus queridos de Blu não sintam todo o meu “pê-de-cachorrismo” e as minhas inclinações sócio proletárias. Agora chega de “desfalce” e ai vai à verdade:
Não vejo a hora de ter uma laje. De bater uma lage lá em casa, para o horror dos visinhos do condominio Brighton Woods.
Ontem, maviado, eu vi uma “festa de laje” numa favela do Rio pela TV e fiquei admirado com a solidariedade daquela comunidade, com muito calor humano. Ah, que linda vista do Rio em Tecnicolor Moderno, musica frenetica e assado + macarrão e feijoada. Muita batidinha, tiragostos "colesterozos" e rios de creveja. Na laje ate os traficantes e bandidos eram somente seres humanos, na laje o universo social se encontrava num denominador comum agradavel e simpatico.
Ah... Eu quero uma laje ou mesmo “lage”, em minha vida. Quase diria, Serei o Sam Lages. Mas, como em nome não se mexe, eu fico com o meu nome, mas, no coração, seguramente, me tornei um Lage-Man! Parece ate nome Ashkenazin: S’hmuel Lageman.
Bem, para me adequar ao terceiro mundo, é melhor colocar um "n" extra e não ser re-crucificado. Serei o Germânico Sam Von Lagemann, com o provincial “dois ns”, tanto usado por imigrantes recém luteranizados, apostatas do judaismo.
Mas, divagações genealógicas, filosóficas e escatológicas aparte, ainda eu estou fascinado e amando o conceito, a fraternidade “lajianus”. Lá há vida, e me parece, vida abundante.
Sim, hoje me tornei um Lagemann. Sam Joseph Von Lagemann (Como diria o Lajianus Sr. Lelé Boca-Mole: “O Sam Zé da Laje”), de genetitica da mais alta casta dos Landman, de colaboradores íntimos do fundador Hermann - e nascido e criado na Colonia de Blumenau. E para osmeus pes (pé-na-Schul e o meu pá-de-chinelismo de imigrante pobre, direi: Ich bin eine Von Lagamenn. O Sam da Laje.
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