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Perdão não faz sentido. Por que perdoaríamos os desafetos, os inimigos, os injustos e os caluniadores? Os políticos e os agressores? Os egoístas e os censores? Os críticos e os traidores? Mesmo assim este é o dia. Esse é o dia para fazer isso. Não se trata de uma superestimulação intelectual, nem de uma adesão acritica ao dogma religioso. Perdão faz parte de uma longa viagem que termina nesta janela aberta. Atravessemo-la ou recusemo-la. Não importa sua decisão, ela continua real e se recusa a desaparecer. A janela do perdão fica sobre um espelho muito maior. O tal quadro que nos viabiliza como sujeitos. Perdoar não é um aceno à ingenuidade mas um passo forçado para a integração. A maturidade real e não aquela que se exige de adultos, que disfarçam as neuroses com a seriedade. Despistamos as angustias com trabalho e carreiras. Perdoar é dar passo em falso. É cair no terreno das coisas não respondidas e das correspondencias extraviadas. Perdoar é como brincar sem (nenhuma) razão. Perdoe e pronto. O sentido, pode, talvez, ser redescoberto depois ou nunca. Faça-o ou não, mas tente esquecer que a vida adulta nos traz responsabilidades e crescimento como torturas necessárias. Desculpem-se Dobrem-se ao postulado infantil, desçam ao transbordante poço das incoerencias que está para bem além de perdoar: a vontade e a necessidade de ser perdoado. – Mas e se não fiz nada para ter que ser perdoado? – Desculpe, melhor ainda, non sense é o que vale.
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Alguém já pensou que talvez só façamos sentido porque vivemos juntos? Que é o outro que nos dá o sentido de existir? Vale dizer, será que só vivemos porque outros podem nos testemunhar? Não sei. Mas sei de um sentido comum que nos une: viver como pessoas singulares. Essa é a beleza de uma ética e de uma mudança na consciência das pessoas. Posso estar delirando – é o mais provável – mas parece que não está mais fazendo sentido viver só para si, nem viver como os outros ou conforme os outros. Há, sim, um mistério. Talvez mais que isso, um paradoxo desafiador. Precisamos ser cada vez mais o que somos e ao mesmo tempo aprender a conviver na diversidade. A generosidade que advém da moral pregada em ensinamentos dogmáticos não pode alcançar isso: só fazemos sentido se o outro também puder fazer sentido. Admito, parece complicado. Mas perguntem-se, não seria maravilhoso? Alguém pergunta: — Você pensa mesmo isso?
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“Shalit, tienes suerte con tu patria… Ojalá que todos fuéramos como tú, Shalit… Que Allah te bendiga en tu país… 

Imagínense… no, esto no se puede imaginar, es la verdad… 1000 machos y 27 hembras con plenas facultades… 1027 hombres y mujeres árabes colocados en un lado de la balanza. 
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El fiel cayó por el exceso de peso debido a la gran cantidad: un joven israelí, delgado, con ojos profundos, fue puesto en el otro lado del fiel. El fiel de la balanza de los 1027 árabes subió hasta llegar al nivel de Shalit, el único israelí.”

“¿Ustedes saben porque tengo envidia de Shalit?... ¿Porqué deseé estar en su lugar y porqué lo bendije por su país? Es por el valor del ser humano y su importancia en su patria… En nuestro mundo árabe el gobierno es el que mata. Y el que arresta y que le hace desaparecer al sol de sus ciudadanos y ciudadanas… Yo rezo día y noche ser como Shalit en mi país. 
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Que los medios se interesen por mí… Ser como Shalit y que ejerzan presiones de todas las maneras y modos posibles para que pueda regresar a mi círculo familiar, si me alejaran de la misma por servir a mi patria y ser como Shalit como un número grande y principal en cambio de una serie de números y más números. Shalit , disfruta ser ciudadano de esa patria. 

Disfruta tu importancia y tu valor. Disfruta que todo el mundo sigue, y no sólo en tu país, los acontecimientos en tu favor desde el primer día de tu abducción… Shalit, tienes suerte con tu patria…”
 
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by Magal JERUSALÉM - A libertação de Gilad Shalit é carregada de simbolismo. Ao longo dos cinco anos em que ficou em cativeiro nas mãos do Hamas, uma verdadeira campanha midiática foi feita em torno do nome do soldado, transformado em ícone por adesivos, cartazes e comerciais de televisão. Publicitários e outros especialistas contratados pela família de Shalit conduziram uma campanha sofisticada, com a participação de celebridades, músicos e um batalhão de voluntários. Tudo para pressionar Israel - durante os cinco anos foram dois primeiros-ministros - a negociar a libertação do soldado, capturado na fronteira com Gaza em 2006. O acordo para a libertação do soldado é fruto, em parte, dessa pressão propagandística - além da flexibilidade das autoridades envolvidas. Quando foi capturado, Shalit tinha 19 anos e servia na unidade de tanques na fronteira com Gaza. O grande mérito da campanha, dizem especialistas, foi transformar o soldado em um rosto comum, que, num país onde o serviço militar é obrigatório, poderia ser de qualquer jovem israelense. - O que nós fizemos foi estrategicamente identificar a mensagem principal da campanha, a de que Gilad era o filho de todo mundo - disse Benny Cohen, um dos chefes da agência de publicidade contratada em 2007 pela família de Shalit. Essa imagem de Shalit é facilmente vista nas ruas de Israel em outdoors, bandeiras e adesivos. Do lado de fora da residência do primeiro-ministro, um contador marca os dias que o soldado ficou cativo - ponto de convergência de ativistas e curiosos. Benny Cohen diz que uma das razões que impulsionaram a campanha pró-Shalit em relação a reféns de outras décadas foi a nova era dos meios de comunicação. Segundo ele, novidades dos últimos anos, como as redes sociais, foram fundamentais para mobilizações. A campanha parece ter dado certo. Apesar de o acordo contemplar a libertação de centenas de presos palestinos, uma pesquisa divulgada pelo jornal "Yedioth Ahronoth" na segunda-feira mostrou que 79% dos israelenses apoiam a a troca. O apoio é ainda maior entre as mulheres (84%).
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 Me interesso por assuntos da ordem de justiça e fraternidade desde os 8 anos, e agindo - na ótica de uma criança - desejei me interessar por judaísmo aos 16 e deduzi que não fosse algo do meu mundo. Agora aos 36 faz 10 anos que abracei o judaísmo enquanto amor, identificação, lealdade e entrega á cultura hebraica. Como brasileiro nascido em país cristão e realmente educado á esta maneira, houve um porquê e bem expressivo. De tanto estudar a bíblia (incluindo o novo testamento) me foquei na estrutura máxima da mensagem de amor incondicional e em seguida na sua raiz estrutural. Em alguns meses minha atenção era para este enfoque na Tanach, logo nela e nas personalidades que a refletiram através da nossa história. De repente mergulhei na Torah com minhas limitações tendo por foco o amor incondicional na pessoa de Iehouah Elohim e sua expressão tanto no judaísmo como na humanidade. Um tanto isolado por 3 anos não notei o desenvolvimento do judaísmo humanista enquanto movimento, até que ontem (17/10/11) minha esposa indagou se não haveria alguma opção judaica para mim em Campinas - cidade próxima de Indaiatuba -. Ela sabe que há membros do judaísmo anoussita - causa que também apoio respeitando os limites culturais de nossa época -, mas não me vê ainda envolvido. Tenho percebido todas as formas de judaísmo como essenciais - acredito que tal qual a filosofia expressa no grupo - e a ação das mesmas como vitais para o florescer da consciência humana individual e coletiva.

 Até pouco me parecia, á parte das personalidades judaicas envolvidas, que 'humanismo' sempre fosse antítese a qualquer noção de judaísmo - mesmo reconstrucionista - e usado de forma egocêntrica bem como imatura por muitos dos envolvidos declinando mais para um radicalista humanocentrismo do que uma consciência global, frutífera e sadia.

 Pelo que pude perceber o movimento do Judaísmo Humanista resgata com perfeição - minha perfeição inclui variação(erro) - o humanismo sempre presente nas relações e manifestações históricas do judaísmo desde a noção de pai e mãe da humanidade até o filho (a) mais recente nascido de pai e mãe. Sou muito grato aos responsáveis, primeiro pelo esforço inicial e então pela continuidade do mesmo. Todá Rabá.

 

 

 

 

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A inclusão de Husan Badran na lista de prisioneiros palestinos que Israel libertaria em troca do soldado Gilad Shalit não foi uma notícia "agradável", mas parte de uma medida "compreensível", na opinião de uma brasileira que perdeu o pai em um atentado organizado por Badran. O militante planejou o ataque suicida que há dez anos matou Giora Balazs, pai da museóloga paulistana Deborah Brando Balazs da Costa Faria, em Jerusalém. O ataque feriu Deborah e sua madrasta, que estavam juntos com o pai. "Não é agradável, não é a notícia que eu gostaria de ouvir. Mas é uma política de governo. Quem sabe isso não é uma semente para a paz?", diz Deborah, hoje com 54 anos, em entrevista à BBC Brasil. No dia 9 de agosto de 2001, Giora Balazs, na época com 68 anos, caminhava com a filha Deborah e a segunda mulher, Flora Rosembaum, quando um militante suicida detonou explosivos em frente a uma pizzaria em Jerusalém. Deborah e Flora ficaram hospitalizadas por vários dias em Israel, antes de voltar a São Paulo, onde continuam a viver. Husan Badran, condenado por planejar o ataque, foi incluído na lista inicial apresentada pelo Hamas de 477 prisioneiros que seriam libertados antes da soltura de Shalit, sequestrado havia cinco anos por militantes palestinos. O acordo foi fechado entre o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu e o grupo islâmico Hamas, que controla o território palestino da Faixa de Gaza. A libertação de Shalit se tornou uma causa nacional em Israel. Os pais do soldado chegaram a montar um acampamento em frente à residência do primeiro-ministro para pressionar o governo. Recursos Deborah, Flora e outros membros da família têm voltado todos os anos para Israel, para visitar o túmulo de Giora Balazs, enterrado em Ashkelon, no sul do país. A viagem é paga pelo governo israelense, como parte da indenização dada à família. Segundo Deborah, Flora Rosembaum tem opinião parecida à sua sobre o acordo que inclui a libertação de prisioneiros palestinos. Algumas famílias de vítimas israelenses, no entanto, entraram com recursos contra o acordo. As petições foram analisadas e rejeitas na segunda-feira pela Suprema Corte de Israel. Otimismo? Deborah diz que "não sabe responder" à pergunta sobre se é uma otimista com o futuro de Israel e sobre a paz na região. Ela também acha "complicado" e prefere não emitir opiniões sobre o governo de Netanyahu, que enfrenta fortes críticas internacionais por manter a expansão de assentamentos israelenses em territórios palestinos. "A gente nunca sabe muito bem o que irá acontecer (em Israel). Quem sabe isso não abra uma nova brecha (para a paz)?", se questiona http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5419232-EI308,00-Filha+de+brasileiro+morto+em+Israel+troca+pode+ser+semente+da+paz.html
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Rami Elhanan, pai da jovem Smadar, 14 anos, que morreu em um atentado suicida em Jerusalém em 1997, apoia o acordo. Foto: Arquivo Pessoal/BBC Brasil

Rami Elhanan, pai da jovem Smadar, 14 anos, que morreu em um atentado suicida em Jerusalém em 1997, apoia o acordo

A libertação de 1.027 prisioneiros palestinos, em troca do soldado israelense Gilad Shalit, gerou reações de protesto mas também de apoio entre parentes de vitimas de atentados em Israel.

Parte de familiares de vítimas de atentados atribuídos a prisioneiros palestinos se disse indignada com o acordo de troca firmado entre o governo de Israel e o grupo islâmico Hamas, mas outra parte, em contrapartida, vê o acordo como um passo positivo na busca por entendimento entre israelenses e palestinos.

A BBC Brasil ouviu argumentos dos dois lados. Shalom Rahum é o pai do adolescente Ofir, de 16 anos, que foi assassinado em 2001, depois ser capturado em uma emboscada armada pela palestina Amna Muna.

Muna, condenada à prisão perpétua, deverá ser libertada na próxima terça-feira, mas não poderá retornar à sua casa na Cisjordânia e será deportada para a Faixa de Gaza.

Em 2001, ela fez contato com Ofir pela internet e, se apresentando como turista, combinou um encontro com ele em Jerusalém. Ofir foi ao local combinado, onde era esperado por Muna e outros militantes palestinos, que o sequestraram e o assassinaram a tiros.

"Me sinto traído"
"Me sinto muito mal hoje, sinto que fui traído pelos políticos que tinham me prometido que perseguiriam os assassinos de meu filho até o fim", disse Shalom Rahum à BBC Brasil.

De acordo com Rahum, "o único consolo" que ele tinha após o assassinato do filho era saber que Muna não sairia da prisão até o fim de seus dias.

"Agora me tiraram até esse pequeno consolo", afirmou. "Esse é um acordo de rendição, e os terroristas libertados ainda poderão matar muitos israelenses."

Rahum também afirmou que não pretende entrar com um recurso junto à Suprema Corte de Justiça de Israel, contra a libertação de Amna Muna.

"Isso não passa de um teatro, todos sabem que a Corte não costuma interferir em decisões políticas do governo, é uma perda de tempo tentar recorrer", concluiu.

"Cuidar dos vivos"
Já Rami Elhanan, pai da jovem Smadar, 14 anos, que morreu em um atentado suicida em Jerusalém em 1997, apoia o acordo. Smadar Peled Elhanan passeava no calçadão Ben Yehuda, no centro de Jerusalém, quando um homem-bomba se explodiu perto dela.

"Não sei, não me interessa e não quero saber se o responsável pelo atentado que matou Smadar está na lista", disse Elhanan à BBC Brasil. "Se estiver, provavelmente a mãe dele ficará contente com sua libertação", acrescentou. Para Elhanan, "é necessário cuidar dos vivos, os mortos nós não podemos reaver".

"Acho que a libertação dos prisioneiros palestinos é uma medida positiva, pois poderá amainar o conflito. A questão dos 6 mil prisioneiros palestinos que estão nas cadeias israelenses é um dos fatores que causam muito ressentimento por parte da população palestina e, para que haja paz, todos os prisioneiros devem ser libertados", acrescentou Elhanan, que pertence ao Fórum das Famílias Enlutadas pela Paz, Reconciliação e Tolerância, que reúne famílias israelenses e palestinas.

O pai de Smadar também disse que entende a dor de Shalom Rahum, pai de Ofir. "A tendência natural das pessoas é de se concentrar no próprio sofrimento, mas temos que entender que do outro lado também há mães e pais que sofrem, temos que romper esse circulo vicioso, para que não haja mais famílias enlutadas", concluiu.

Lista oficial
A lista oficial dos 477 prisioneiros que serão libertados nesta terça feira foi publicada no site da Autoridade Penitenciária de Israel no domingo. A partir da publicação, cidadãos israelenses que quiserem protestar contra a libertação de prisioneiros específicos, poderão apresentar recursos perante a Suprema Corte.

Segundo o acordo entre Israel e o Hamas, mais 550 prisioneiros deverão ser libertados dentro de dois meses. Com a soltura dos primeiros 477, o soldado israelense Gilad Shalit, que está no cativeiro do Hamas na Faixa de Gaza desde junho de 2006, deverá ser libertado

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Há desestabilização por toda parte no Oriente Médio e o poder norte-americano está diminuindo. A avaliação é do filósofo e sociólogo senegalês Gilbert Achcar, 60. Professor da Universidade de Londres, ele chama atenção para o avanço do movimento sindical no Egito e para a aproximação entre os EUA e muçulmanos. Achcar, que estará no Brasil para o 35º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) no final deste mês, acha que a primavera árabe pode chegar aos palestinos. Aqui ele analisa por que o movimento social ganhou ímpeto no mundo. E prevê para o mês que vem a maior onda de protestos na Grã-Bretanha em muitas décadas. Nesta entrevista, ele trata da guerra na Líbia, onde vê especial interesse dos países ocidentais na reconstrução. Discute a política de Israel, do Irã e fala sobre a China: "A China não está imune a crises sociais e econômicas. É preciso não superestimar a ascensão chinesa". Folha - O que há em comum e de diferente nas rebeliões no norte da África e no Oriente Médio? Gilbert Achcar- O que têm em comum são insurreições contra pontos comuns nos Estados na região: despotismo ou falta de democracia, corrupção. Há também a emergência de uma nova geração, jovens que vieram a partir de uma confluência política através da mídia moderna. Eles têm um papel importante na organização dos protestos. Há também forças mais tradicionais, como os islâmicos. As diferenças são muitas e estão relacionadas à natureza das forças sociais e também à natureza dos Estados. As forças sociais em alguns países como Iêmem ou mesmo a Líbia, há ainda elementos fortes de tribalismo. E em países como Tunísia ou Egito há importante papel da classe trabalhadora. Há enormes diferenças na questão do Estado. No Egito ou na Tunísia, se pode fazer uma distinção entre o autocrata e o aparato do Estado, o regime. Por isso nesses dois países o conflito derrubou o autocrata, mas o regime permaneceu. No Egito, por exemplo, as Forças Armadas, que sempre foram a espinha dorsal do regime, está ainda no poder. Mas em países como a Líbia ou a Síria ou até no Iêmen as forças-chave estão muito próximas do grupo de governo. Por isso nesses países onde as forças centrais estão ligadas a famílias, a tribos sectárias e ao autocrata, não vemos, como no Egito ou Tunísia, o mesmo cenário: o governante saindo do país, ou sendo derrubado ou renunciando e o Estado continuando. Por isso na Síria, na Líbia e no Iêmen estão ocorrendo embates. Como na Líbia, onde a insurreição se tornou uma guerra civil. Agora estamos vendo o início de uma coisa parecida na Síria e no Iêmen. Qual o papel dos sindicatos e os partidos de esquerda nesse contexto? A esquerda organizada não é muito importante. Na Tunísia, o movimento sindical é tradicionalmente muito forte. A esquerda atua nas organizações sindicais. Não há uma organização de esquerda forte, mas há muitos ativistas de esquerda nos sindicatos. Os sindicatos tiveram um papel muito importante na transformação, em derrubar Bem Ali. Desde então não estão tendo um papel proeminente na política, o que é uma pena porque têm potencial para fazer isso. No Egito, a federação sindical estava totalmente sob o controle do Estado. Mas o ocorreu foi o desenvolvimento de um movimento forte de greves dos trabalhadores, de baixo antes da queda de Hosni Mubarak. Entre 2006 e 2009 foi muito intensa a atividade dos trabalhadores, realizando greves, sem a federação sindical. Coisas que levaram ao início de criação de um sindicato independente. E agora no Egito há uma federação independente de sindicatos de trabalhadores que já tem um milhão de membros. Há a emergência de um novo movimento de trabalhadores, o que é muito importante. O que lembra o ABC no Brasil, o que levou à criação da CUT e depois ao PT. Há elementos assim no Egito. Mas a dimensão política é menos proeminente até agora. Podemos enxergar uma CUT, mas não vemos um PT agora. Os muçulmanos terão um papel importante na eleição no mês que vem? É difícil dizer porque há estimativas conflitantes. Mas é certo que os muçulmanos terão um papel importante, sem dúvida. Se terão uma parte importante do parlamento ou apenas 25% ninguém pode dizer. A mais importante força política organizada no Egito é a islâmica, especialmente a Irmandade Muçulmana, uma forte organização. No passado eles também eram a organização mais forte, mas não havia outras organizações. Agora, desde a queda de Mubarak, há muitas outras forças políticas. Precisamos ver o que vai acontecer na primeira eleição como essas forças vão se comportar. Até agora a Irmandade Muçulmana tem sido uma aliada das Forças Armadas, por isso eles recusaram tomar parte nas mobilizações contra o conselho militar que está no poder. Eles têm tensões com os militares. Mas basicamente há um tipo de aliança, cada um com os seus interesses, contra outras forças. Também o movimento dos trabalhadores. Nos últimos dias houve uma nova onda de greves, muito impressionantes: transportes, professores, operários. Muitos dizem que essa enorme quantidade de greves vai levar a uma greve geral. Há o avanço das lutas sociais, não só políticas. A aliança das Forças Armadas com a Irmandade Muçulmana se opõe a essa onda de greves. E esse movimento pode desaguar num partido político, como foi o PT depois das greves do final dos anos 70? Há uma grande fraqueza nas forças políticas em relação ao que houve na América Latina. Assim, podemos ter algo como a CUT, mas ainda, nesse momento, não se enxerga nada como o PT. Mas já há algo como a CUT. A guerra na Líbia é sobre o petróleo? A guerra da Otan na Líbia é, claro, sobre petróleo. É cristalino: se vê a diferença entre as atitudes na Líbia e na Síria. Na Líbia, após alguns dias ou semanas, eles intervieram imediatamente. Na Síria o movimento já tem muitos meses e só agora há condenações genéricas. A rapidez da ação na Líbia é relacionada ao fato de que a Líbia é um importante fornecedor de petróleo. Seria um problema importante para economia mundial se houvesse um grande massacre na Líbia (como foi possível em março) e se fossem obrigados a impor sanções. Nas condições do mercado de petróleo hoje seria um problema importante. Essa é a razão pela qual eles tiveram que intervir na Líbia. E com o começo da intervenção, tentaram controlar os eventos, apesar de não enviarem tropas terrestres. Na minha visão eles fracassaram completamente porque eles não podem controlar um país se não têm tropas. Eles não têm tropas lá. Até o conselho criado não controla os eventos de fato. A situação na Líbia está fora de controle de nenhuma força específica. É mais um fracasso de uma intervenção de queria controlar e que falhou em controlar, como no Iraque. Embora no Iraque tenha havido uma ocupação. Na Líbia não há uma ocupação. O que vai acontecer lá? O país será dividido? Na Líbia as Forças Armadas eram como forças privadas de Muammar Gadaffi, como milícias. Por isso as Forças Armadas não poderiam retirar Gadaffi. É por isso que a insurreição foi rapidamente para a guerra civil. Depois da liberação de Trípoli toda a estrutura do Estado entrou em colapso. Agora estão tentando fazer alguma coisa. Eles nem tem o monopólio das armas. Como se sabe, o Estado é o monopólio das armas antes de qualquer coisa. Há vários grupos com armas nas ruas. Ninguém os controla. Como se vê em muitas guerras civis, quando as Forças Armadas se desintegram há a emergência de muitos grupos armados. É o que ocorre na Líbia e o que ocorreu no Líbano em 75, 76, no início da guerra civil. Numa situação assim o Estado se desintegra. Eles vão tentar reconstruir um novo Estado na Líbia. Podem ter sucesso, mas não vai ser fácil. O que vai acontecer com o petróleo líbio? Basicamente as companhias de petróleo do ocidente já tinham contratos lá com Gadaffi. O novo regime disse que não vai mudar os contratos. Por enquanto nada vai mudar. Não acho que vá haver uma nova redistribuição de contratos. O que os países ocidentais como o Reino Unido, a França, e também a Itália, realmente buscam é ganhar grandes contratos de reconstrução. Porque houve muita destruição, destruíram as Forças Armadas de Gadaffi, aviões, tudo. Agora eles querem vender para o novo Estado líbio tudo isso. Essa é uma nova guerra colonial? Não. Uma nova guerra colonial é como se pode chamar a invasão do Iraque em 2003. Houve a invasão e o país foi dirigido por um governador norte-americano. Foi como uma colônia. Na Líbia não, porque só puderam intervir com os aviões, não com tropas terrestres. Por isso eles não têm controle da situação líbia. Nem o conselho nacional líbio tem o controle. Não é uma guerra colonial, mas se pode dizer que é uma guerra imperial no sentido de que é uma guerra motivada por imperialismo, é claro. Na minha visão vai ser um novo fracasso, depois do Iraque, do Afeganistão, no sentido de que o país não terá condições de controlar a situação. O poder dos EUA na região está decadente? Sim, está diminuindo certamente. O enfraquecimento de seus aliados, no Egito especialmente e nas monarquias do Golfo, especialmente da monarquia da Arábia Saudita _que hoje se sente muito insegura e há novamente manifestações lá, sem falar no Baheim. Há desestabilização por toda a parte. Por isso para os EUA a situação está ficando mais precária. É preciso agregar que os EUA fracassaram no Iraque, o que ficou muito claro agora que eles estão deixando o país. Mostra o enfraquecimento, sem mencionar a situação no Afeganistão. Basicamente no Oriente Médio, como resultado de todos esses fatos, os EUA são mais fracos hoje. Por isso eles tentam compensar esse enfraquecimento buscando construir novas alianças com a Irmandade Muçulmana. Washington está tentando construir novas formas de cooperação com o movimento muçulmano. E também depende de seus aliados na Turquia e Qatar para conseguir tecer essas novas relações. Como fica a situação de Israel? O governo de Bejajamin Netanyahu acredita que por causa desse enfraquecimento dos EUA eles são preciosos para os EUA. E por isso acham que podem fazer o que quiserem. Que ninguém nos EUA vai fazer pressão sobre eles. Por isso eles se comportam dessa maneira extremamente provocativa: eles não se importam. De fato, a administração Obama mostra um conluio com Israel e não faz pressão real. É mais um aspecto da fraqueza dos EUA na região. Isso fica muito claro ao vermos uma pessoa como Mahmoud Abbas, o chefe da autoridade palestina, que era um amigo extremamente dócil de Washington, foi às Nações Unidas contra Washington. Mostra o nível de enfraquecimento dos EUA. Mesmo uma pessoa como Abbas está se rebelando contra Washington. O que vai acontecer com o veto norte-americano à criação da Palestina? Com o veto vão criar uma situação onde os palestinos vão ficar ainda mais desiludidos com Washington. E isso pode levar a uma nova insurreição entre os palestinos, um novo protesto popular. Porque está claro que nenhuma negociação vai fazer Israel parar os assentamentos _na verdade eles os estão ampliando todo o dia na Cisjordânia. Então, a única maneira de conseguir algo é fazer como os egípcios, os tunisianos, os sírios, os ienemitas: lutar, fazer movimentos de protestos. Isso pode acontecer, não é uma previsão. Que pode ser a versão palestina do que houve em outros países da região. Liderada pelo Hamas? Não, liderada pelos jovens, não por nenhuma força específica. Hamas tem o controle de Gaza, evitando qualquer manifestação lá. Hamas está fazendo o papel de reprimir. Eles têm sua briga própria com a Autoridade, mas há também negociações com o Cairo, com os militares e a Irmandade Muçulmana, tentando acertar um acordo entre Abbas e o Hamas. E qual o papel do Irã nesse contexto? Irã, no início, estava feliz com o que estava acontecendo no Egito e na Tunísia, onde os governos eram hostis ao Irã. Também estavam felizes porque enxergavam uma via aberta para as forças muçulmanas que tinham boas relações com Teerã, incluindo a Irmandade Muçulmana no Egito. Mas últimos acontecimentos mudaram esse quadro. Um deles é o fato de a Irmandade Muçulmana começar essa nova relação com Washington e, por isso, parou sua relação com o Irã da forma que existia antes. Há também o início do movimento na Síria. E a Turquia está se movendo para uma posição de choque com o Irã, e pode operar mais próxima dos EUA. Isso também não é bom para o Irã. No conjunto, o Irã está muito preocupado com o que está acontecendo na região. E quem vai ganhar com tudo isso? Depende de onde. Mas quem vai ganhar basicamente é o povo. É uma revolta popular em toda a região e pela primeira vez o povo da região está falando, organizando protestos, derrubando regimes. É primeira vez que o povo dessa parte do mundo está tomando a cena. Até então havia ditaduras, regimes despóticos como havia na América Latina nos anos 1960 e 1970. Mas a América Latina já tinha mais tradição de rebeliões populares. No Oriente Médio é a primeira vez que temos insurreições populares. Isso é muito importante. Então o ganhador é o povo. Nesse lugar ainda longe de saber o que é democracia. Democracia significa o poder do povo e lá não havia democracia, mas ditaduras. A Revolução iraniana de 1979 é um precedente? Houve uma revolução em 1979, mas liderada pelo clero e figuras carismáticas. Instalaram um regime ditatorial, baseado na religião. É uma diferença em relação ao que ocorre hoje. Hoje, no Egito, na Líbia, na Síria não há uma figura carismática. É um movimento sem líderes. É muito de baixo, muito interessante. O risco de uma nova ditadura--é claro que existe especialmente em países como o Egito, onde as Forças Armadas estão no poder --é muito menor do que o que jamais houve no Irã. No Irã, ficou claro que se Khomeini chegasse ao poder haveria uma nova forma de ditadura. Não se pode dizer nada parecido sobre nenhum país na região árabe hoje. O futuro está aberto, ninguém pode prever o que vai acontecer. O melhor é possível, mas também o pior. Pode haver a emergência de forças religiosas e elas conseguem poder, o que seria muito negativo. Mas está aberto. Não é como o Irã em 1979. Há ligação entre esses movimentos e os que ocorrem na Grécia, na Europa, no Chile ou em Nova York? Sim, a ligação é o fato de que estamos vivendo uma crise econômica muito profunda a partir de 2008, a mais importante desde 1930. É o resultado de duas ou três décadas de neoliberalismo, que afetaram as proteções e os ganhos sociais. As condições das novas gerações são muito precárias. Há aumento de preços, nos preços dos alimentos. Há muitas razões comuns ligadas à economia global e que leva a esses protestos em todo o lugar. Acima de tudo, há o exemplo dos povos do Egito e da Tunísia, que o mundo viu pela TV. Então as pessoas vão para as ruas, jovens, porque eles acreditam agora que ação de massas pode levar a alguma coisa. Então estão tentando se mover. É o que há em comum. O Ocupe Wall Street faz parte disso. Sou simpático, mas é uma questão de tamanho. Infelizmente é um movimento pequeno nos EUA se comparado aos que existem na Espanha ou na Grécia. O poder ideológico do capitalismo nos EUA é ainda muito forte. As pessoas são mais focadas na arena eleitoral e nas eleições presidenciais do que o que acontece nas ruas. Mas é um início. Houve um movimento de trabalhadores em Wisconsin no início do ano. Na Grã-Bretanha haverá uma greve geral em novembro, houve uma em março. O movimento social ganhou ímpeto. Há alguma radicalização nas forças sociais. Está previsto para novembro o maior movimento social na Grã-Bretanha em muitas décadas. É o resultado da crise econômica global. Como o sr. avalia o avanço da China? O PIB da China em alguns anos será maior do que o dos EUA, o maior do mundo. Mas a China continua sendo um país pobre, ser olharmos o PIB per capita é muito baixo em relação à Europa ou aos EUA, ou Japão. Vai demorar muito para ela se tornar um país rico. Mas o tamanho da China, a sua população, sim, se tornará a maior economia do mundo. Mas para se tornar um poder mundial, ter uma enorme economia não é suficiente. É necessário tecnologia, e os chineses estão atrás dos EUA e do Japão em tecnologia. É necessário uma força militar. A força militar chinesa é muito pequena e fraca comparada a dos EUA. Os EUA sozinhos gastam em suas forças militares mais do que todos os outros países juntos. Há ainda uma enorme diferença nesse terreno. A China não está imune a crises sociais e econômicas. É preciso não superestimar a ascensão chinesa. O sr. é socialista. As ideias socialistas foram execradas depois da queda do Muro de Berlim e do fim da URSS. Há uma emergência agora desse pensamento e do marxismo? Sim, há um interesse renovado em Marx, mas apenas entre os intelectuais. Porque a crise econômica atual é a confirmação da análise de Marx sobre da tendência nata do capitalismo a crises. No tempo de Clinton se falava da nova economia e que não haveria mais crises. Eram os 1990. Pessoas diziam que o capitalismo tinha encontrado o caminho para o progresso sem crises. Naquela época se dizia que Marx estava morto. O que vemos agora é que estamos numa crise de fundo, uma enorme crise. Basta olhar a Europa hoje, que está numa crise muito séria. Então as pessoas estão se voltando para as análises de Marx sobre a dinâmica do capitalismo. Mas eu faria uma diferenciação entre o interesse intelectual e o tema do socialismo, visto popularmente como uma alternativa ao capitalismo. Desse ponto de vista, a situação está praticamente empatada. Talvez em alguns países latino-americanos, como na Venezuela, exista uma maioria que acredite no socialismo como uma alternativa. Mas não se pode dizer que a Venezuela possa ser um modelo para o mundo. Podemos ver todas as limitações no que acontece na Venezuela, incluindo o fato de ser ainda um modelo caudilhesco. Não há nada ainda em nível mundial que possa criar uma nova credibilidade ou fé no socialismo. É preciso mais experiências. O que vemos agora não é o aumento de um movimento pelo socialismo, mais o aumento de um movimento contra o capitalismo. As pessoas sabem o que não querem, mas não sabem de fato o que querem. Por isso não há o avanço da esquerda, por exemplo, na Europa. Sim, a esquerda é muito fraca na Europa, apesar da crise. Mas observe que esses novos movimentos na Grécia, na Espanha e norte da África não são de partidos políticos. Como no Egito e no mundo árabe: o avanço dos movimentos sem líderes, sem partidos. Isso é novo. Tínhamos nos acostumado, no século 20, a movimentos de massa liderados por partido ou forças organizadas. O que vemos agora são movimentos de massa que são liderados por jovens organizados pelo Facebook. http://www1.folha.uol.com.br/mundo/990823-poder-dos-eua-diminui-no-oriente-medio-diz-sociologo.shtml
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El Judaísmo Humanista Secular (por Egon Friedler)

A lo largo de los años el judaísmo humanista secular se ha ido convirtiendo en un movimiento y en una corriente judía con contenido, postulados y comunidades florecientes.

¿Qué hace un rabino si pierde la fe en Dios? ¿Se busca otra profesión y trata de pasar desapercibido en la comunidad? ¿Se aleja del judaísmo y oculta su pasado? ¿Cae en una profunda depresión y termina suicidándose?

humani16.jpgSherwin Wine, un rabino reformista joven, dejó de creer en el Dios bíblico en 1963, pero no adoptó ninguna de estas tres opciones. Llegó a la conclusión de que el judaísmo era algo demasiado importante como para que dependiera de la fe. El judaísmo, decidió, es historia compartida, cultura, sentimiento de comunidad, vivencias comunes, folklore, humor, literatura y también ritual.

 

Pero como los rituales del pasado no podían responder a una nueva concepción de la vida judía, era necesario proceder a renovarlos, a crear nuevos, a dejar de lado la excesiva reverencia por el pasado y estimular una creatividad renovadora. Todo eso obviamente no fue fácil. Sólo ocho familias de Detroit en setiembre de 1963 apoyaron al audaz rabino que pretendía tocar algo tan santificado como la tradición y que sostenía que centrar toda la vida judía en torno a la Torá y olvidar toda la restante riqueza espiritual del judaísmo significaba empobrecerlo.

Siguiendo en cierto modo a Mordejai Kaplan, el padre de la corriente reconstruccionista, que veía al judaísmo como una civilización, Sherwin Wine, incorporó toda la herencia cultural laica de los últimos 200 años al acervo de su nueva corriente. Obviamente fue duramente atacado por sectores religiosos y tradicionalistas. La publicación de un artículo en el Detroit Free Press en 1964 sobre el "rabino ateo" sólo hizo recrudecer los ataques. En febrero de 1965, la revista Time dio notoriedad nacional y mundial al entonces naciente movimiento, y Sherwin Wine recibió entre otras muchas, una significativa carta de felicitación del prominente humanista y biólogo británico Julian Huxley.

En 1967, Wine convocó a siete rabinos que se sentían cercanos a sus ideas, con la idea de crear un movimiento nacional. Entre ellos, hubo un rabino de Deerfield, Chicago, llamado Dan Friedman, quien habría de formar una de las comunidades humanistas más importantes y mejor organizadas de los Estados Unidos. En 1969, las tres primeras comunidades humanistas, el Templo Birmingham y las congregaciones en Westport, Connecticut y Deerfield, Illinois, se reunieron para formar la Sociedad para el Judaísmo Humanista.

El crecimiento institucional

Al año siguiente tuvo lugar la primera asamblea formal de la nueva organización con la asistencia de 150 delegados. Hoy la Sociedad tiene 39 comunidades asociadas en los Estados Unidos y Canadá. En 1981 hubo una importante reunión en el Kibutz Shfaim en Israel, donde se inició una fecunda relación con el Movimiento israelí, conocido entonces como Tehilá. En 1982, Sherwin Wine convocó a una reunión en Farmington Hills, Michigan, de organizaciones seculares de distinto carácter, en la que además de la Sociedad para el Judaísmo Humanista, estuvieron presentes el Congreso de Organizaciones Judías Seculares, Poalei Zion, el Círculo Obrero, los sionistas laboristas y los Norteamericanos para un Israel Progresista. En este encuentro se decidió celebrar reuniones periódicas del liderazgo de estas instituciones ahora federadas en la conferencia de Judíos Seculares y Humanistas, así como la publicación conjunta de una revista.

 

En 1985, en un encuentro en Jerusalem, representantes de América del Norte, Israel y América Latina, establecieron el Instituto Internacional para el Judaísmo Humanista Secular que debía constituirse en el brazo educativo de la organización para la formación de nuevos líderes.

 

En 1986, representantes de 11 países se reunieron en el templo de Birmingham para crear la Federación Internacional de Judíos Humanistas Seculares. Desde entonces, el movimiento ha ido creciendo y difundiendo su mensaje, realizando conferencias cada dos años en distintas ciudades como Bruselas, Chicago, Tel Aviv, Moscú, París y Nueva York. En los años en que no se realizan conferencias, el templo Birmingham organiza coloquios de alto nivel sobre distintos temas de la vida judía, no sólo con líderes e ideólogos del movimiento sino también con importantes personalidades invitadas. Las agendas de los coloquios son de por sí desafíos intelectuales: "Los judíos no afiliados", "Judaísmo laico y espiritualidad", "Judíos y no judíos en el mundo moderno" y otros muchos temas que siempre congregan a un numeroso público, no sólo perteneciente al movimiento humanista, sino también de judíos curiosos en el mejor sentido.

 

humani17.jpgEl Instituto de Judaísmo Humanista Secular en Farmington Hills en las afueras de Detroit comenzó en la década del ochenta a formar madrijim o "wegwaizers", pero pronto se comprendió que eso no sería suficiente. En 1990 se inició un programa rabínico (que obliga a todo un currículo paralelo de estudios universitarios) y hacia 2001 ya se habían graduado cuatro rabinos. Con la incorporación al movimiento del destacado filántropo y dirigente judío europeo, Felix Posen, el movimiento comenzó a hacer hincapié en la enseñanza del judaísmo como cultura a nivel secundario y universitario, en Israel y en la Diáspora. Meitar y Alma, creadas en 1996 en Tel Aviv fueron las primeras instituciones en Israel dedicadas a enseñar a estudiantes, maestros e inmigrantes el judaísmo como cultura.

 

En 2001, tres universidades y tres colegios en Israel (Universidad Hebrea de Jerusalem, Universidad de Tel Aviv, Universidad Bar Ilán, Seminario Levinsky, Colegio Ajvah y Colegio Académico de Tel Aviv) comenzaron a enseñar judaísmo secular como materia en la que es posible obtener títulos de BA y MA. Asimismo hay un fondo que permite otorgar becas para realizar trabajos de doctorado en este campo.

 

En febrero de este año, un equipo dirigido por Dalia Goren realizó un relevamiento de todos los materiales educativos sobre el judaísmo como cultura editados en Israel. Actualmente hay negociaciones en curso para la enseñanza del judaísmo como cultura en las universidades de Harvard, Berkeley y Michigan en los Estados Unidos y se ha comenzado a trabajar en una enciclopedia del Judaísmo Secular cuyo editor-jefe es el Prof. Irmihau Iovel, ganador del Premio Israel y director del Instituto Spinoza. Este año se abre un centro cultural con un programa sumamente ambicioso en la sede de la Federación Internacional de Judíos Humanistas Seculares en Nueva York.

 

Es indudable que todos estos cambios no se habrían producido sin la habilidad negociadora, el carisma, la flexibilidad y la apertura a nuevas ideas de Sherwin Wine, un líder que como pocos sabe disfrutar del contacto humano a todo nivel.

Wine, el ideólogo

Pero Wine no es sólo el gran líder comunitario, el notable maestro, el orador y conferencista capaz de mantener en vilo a cualquier auditorio, es además uno de los principales ideólogos del judaísmo humanista. A diferencia de otros pensadores del movimiento como el desaparecido juez de la Suprema Corte de Justicia, Jaim Cohn, o el gran especialista en el Holocausto Prof. Iehuda Bauer, sistematizó sus ideas en un libro. En Judaism beyond God (El judaísmo más allá de Dios) cuya primera edición fue publicada en 1985, definió con claridad sus ideas, que combinan admirablemente un pragmatismo típicamente norteamericano con una profunda sabiduría judía.

 

Por ejemplo, respecto del rol humano en nuestra historia escribe: "Si la historia judía tiene un mensaje, es el requerimiento de que confiemos en nuestras propias fuerzas. En un universo indiferente nadie puede salvarnos de nuestro destino. O asumimos la responsabilidad por nuestro destino o nadie lo hará. Un mundo sin garantías divinas y justicia divina es inquietante. Pero también es la fuente de la libertad y la dignidad humana."

 

Wine describe con precisión quirúrgica la realidad del pueblo judío: "No hay creencias teológicas comunes que unan a todos los judíos. Muchos no tienen ninguna fe teológica. Muchos denuncian a la religión abiertamente. Muchos son abiertamente ateos. Sin embargo, su identidad judía sigue intacta. Los judíos se sienten orgullosos de Sigmund Freud y Albert Einstein como miembros de la tribu."

"Los intentos reformistas de definir a los judíos como una denominación religiosa y nada más, fracasó. Excluía a demasiada gente obviamente judía. Una definición que excluye a Theodor Herzl y Golda Meir no puede ser convincente."

 

Por otra parte, ha planteado con gran claridad el tema de la identidad judía contemporánea: "La identidad judía está íntimamente ligada a la memoria judía. Y la memoria judía es una enciclopedia de razones para el agnosticismo, el escepticismo y las aspiraciones humanas de crear un mundo mejor. La tradición teísta del establishment judío, que está totalmente reñida con la experiencia judía, hace que el mensaje humanista resulte más pertinente que nunca. Ser judío, teniendo una conexión auténtica y realista con la historia judía, es una forma de reforzar el enfoque humanista de la vida, una manera de fortalecer nuestra conciencia de la importancia de la razón y la dignidad humanas."

 

"El judaísmo (como lo señalamos al comienzo de este libro) es una doctrina sobre el valor de la identidad judía. El viejo judaísmo encuentra valores teológicos en la identidad judía. El nuevo judaísmo encuentra valores humanistas en la identidad judía."

Refrescando el viejo sionismo secular

Sherwin Wine tiene ideas muy claras sobre la estrecha relación del Estado de Israel y la Diáspora, así como del vínculo indisoluble de Israel y el judaísmo. Luego de censurar los intentos de los "cananeos" israelíes de desvincularse de la Diáspora, escribe: "No importa con cuánta pasión algunos israelíes traten de ser israelíes sin ser judíos: han de fracasar en este intento. A los ojos del mundo, Israel es un estado judío con una conexión profunda con los judíos de todo el mundo. Así como los gentiles norteamericanos identifican a los judíos norteamericanos con la conducta del estado de Israel, del mismo modo la opinión pública identifica a los judíos, estén donde estuvieren. Esta conexión no puede ser rota. Israel es el centro de habla hebrea de una entidad social más amplia denominada el pueblo judío, que de acuerdo a las convenciones internacionales vigentes, no posee un status político oficial."

 

Sherwin Wine ve la experiencia judía como algo totalizador, mucho más vasto que el que puede ofrecer, con toda su importancia, la literatura bíblica sacralizada. En otro de sus libros, Celebration, escribe: "Elhumani18.jpg humor judío es el legado de la experiencia judía. No surgió de la Biblia ni del Talmud. No fue creado por sacerdotes, profetas y rabinos. Tampoco es la creación de escritores famosos. El humor judío es la respuesta de judíos ordinarios a los extraordinarios horrores de la historia judía. Frente a un mundo injusto e indiferente al sufrimiento humano, los judíos aprendimos a reírnos en lugar de rendirnos y morir."
En otro pasaje del mismo libro, afirma Wine la legitimidad del pluralismo judío: "El judaísmo debe afirmarse como un marco cultural y estético en el cual es posible una variedad de enfoques filosóficos. Tanto el teísmo místico como el humanismo empírico son legítimos. Las costumbres y las ceremonias judías constituyen experiencias poéticas variables, que pueden servir a un amplio espectro de valores y tradiciones humanas."

 

Por último, cabe citar el ideario de este gran pensador judío contemporáneo, planteado en frases cortas y tajantes al final de Judaism beyond God.
  • "Los judíos humanistas quieren unificar sus creencias y su conducta para manifestar su integridad como seres humanos. Por ello desean afirmar:
  • "Que son discípulos de la Revolución Secular."
  • "Que la Revolución Secular fue buena para los judíos."
  • "Que la razón es el mejor método para el descubrimiento de la verdad."
  • "Que la moralidad se deriva de las necesidades humanas y constituye la defensa de la dignidad humana."
  • "Que el universo es indiferente a los deseos y aspiraciones de los seres humanos."
  • "Que el hombre en última instancia sólo puede confiar en su prójimo."
  • "Que la historia judía constituye el testimonio de la ausencia de Dios y la necesidad de la autoestima humana"
  • "Que la identidad judía es valiosa porque conecta a los judíos con su historia."
  • "Que la personalidad judía se deriva de la historia y no de los textos oficiales que pretenden describirla."
  • "Que la identidad judía sirve a la dignidad individual y no a la inversa."
  • "Que el pueblo judío es una familia universal que tiene su centro en Israel y sus raíces en la Diáspora."

 

Desde http://www.anajnu.cl/tendencias.htm

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Iom Kipur

Darío es filósofo argentino, profesor de la Universidad de Buenos Aires y del seminario rabínico Latinoamericano.

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-Estoy muy contento de estar acá. Quiero agradecer a todos los que me invitaron y la recepción que tuve desde que llegué, con mucho amor que no es poco en el día de Iom Kipur. Traje un par de ideas con las que vengo trabajando en Argentina en sintonía con Bernardo Sorj. Es una serie de ideas que lo que buscan es problematizar los judíos; no porque los judíos sean un problema, al revés. Me parece que en general vivimos institucionalmente una comunidad que se maneja demasiado en el ámbito de las “tartejas”. Problematizar a los judíos tiene que ver con tratar de abrir esas zonas en las que por lo menos en la realidad institucional del país se nos presenta un judaísmo bastante cerrado, demasiado crítico y con un objetivo ligado estricta y directamente con cuestiones de administración de la aliá judía, o sea con el poder. En ese sentido lo primero que deseo contar es que hurgando, buceando en tratando de entender qué es lo judío, buscando lo que se llama la desilusión del judaísmo, después de años y años llegué a esta respuesta: Lo judío no tiene definición. Esto no significa que no haya que buscarla. Una cosa es que algo no tenga definición y otra es que suspendamos la búsqueda. Yo creo que el sentido de la vida no tiene definición. Porque justamente el sentido de la vida es buscarle el sentido a la vida. El que cree que agota el sentido de la vida porque lo encuentra y suspende la búsqueda probablemente se esté perdiendo de lo más maravilloso que tiene la vida que es estar permanentemente buscándole sentido. Pasa como con la felicidad.; uno cree que la felicidad es un lugar al que se arriba. Y en realidad la felicidad esta en uno, si arribáramos a la felicidad probablemente dejarían de tener sentido muchas cosas, ya no tendríamos que buscar. Definir es una vocación. Buscarles un sentido a los judíos es parte de nuestra identidad. Pero otra cosa es encontrarlo, establecerlo, estigmatizarlo y crear todo un sistema normativo y administrativo en función de esa certeza generando algo bastante problemático, que es que nos encontramos con un mundo judío en el cual toda definición de judaísmo necesariamente deja a muchos judíos afuera. En otras palabras el problema con el que uno se encuentra es que hay más judíos que judaísmos. Toda definición conceptual de los judíos, todo intento de ponerle un límite a qué es ser judío en el día de hoy en el momento focal en el que vivimos, en estas sociedades de identidades múltiples termina siendo un sistema, un dispositivo de exclusión. Falta definir una palabra que etimológicamente es clara. “Definido” es poner fines. “Delimitar” es poner límites. “Determinar” es poner términos. Cuando queremos definir un concepto lo que hacemos básicamente es colocar un fin para distinguir qué es parte de ese concepto y qué no lo es. Cuando a los judío intentas definirlos judíos aparece un límite. Entonces decimos quien pertenece, y quien no. Ya decía un filósofo pensador Michelle Foucaut que toda la cuestión de saber, toda la verdad, es siempre una cuestión de poder. Porque de algún modo logra instalar una verdad como una verdad naturalizada. Puede ejercer entonces, el manejo del poder sobre esos esquemas. En ese sentido cuando uno se encuentra con las diferentes definiciones de judaísmo que se establecen como genuinas, verdaderas, auténticas rápidamente uno entiende como lo que se está ejerciendo es un dispositivo que lo que intenta es demarcar a quien pertenece y a quien no pertenece ejercer el poder.

La definición tradicional de judaísmo y vale subrayar que es una definición tradicional, dice así: judío es quien es hijo de madre judía o de quien se convierte al judaísmo. Según las normas establecidas a tal efecto. En Argentina la llamamos despectivamente como la ley del vientre, porque tiene como una connotación biológica casi vacuna, como que estamos clasificando diferentes razas de vacas, cuales pertenecen o cuales no pertenecen a una determinada línea.

La ley del vientre es una manera de definir lo judío, el problema con que nos encontramos en la vida judía contemporánea es que hay muchísimos judíos que no nos sentimos identificados con esa definición, pero hay un problema mayor, hay un montón de judíos que nos sentimos judíos pero que sin embargo la definición de la ley del vientre nos deja afuera.

Ese es el caso mas prototipito de cómo definir lo judío termina convirtiéndose en un ejercicio discriminatorio, porque establece quien claramente quien puede ser parte del colectivo y quien queda afuera.

Yo creo que no hay un judaísmo , como que hay judíos que intentan cada uno en sus ámbitos, en sus comunidades, dándole sus perspectivas, diferentes interpretaciones de lo judío, buscan cada uno de ellos su propia identidad, hay veces que esas identidades llegan a acuerdos, y a veces esas identidades no llegan a acuerdos.

Quienes insisten en encontrar un fondo común que reúne a todos los judíos, es a mi entender poner una alambrada; y tal como se encuentra la fragmentación de la vida judía hoy, necesariamente toda alambrada deja judíos que se sienten judíos afuera de la posibilidad de vivir su vida judía.

En el caso argentino, yo se que aquí en Uruguay es diferente, esto tiene una consecuencia directa para quienes sienten rechazo, abandono, exilio de muchos judíos de las instituciones. Saben que el último censo que se hizo en Argentina sobre vida judía en Buenos Aires, en realidad en el Gran Buenos Aires, establece en el último estudio sociodemográfico que hay 214.000. En toda la Argentina hay 265.000, hay toda una tradición de comunidades judías en el interior de la Argentina que en los últimos años han migrado una gran cantidad de los 214.000 que se entiende que hay en capital federal, en el gran Buenos Aires solo el 39 % ha asistido por lo menos una vez en el año a una institución judía, ya que tenemos un 60 % que no pisan las instituciones comunitarias Y se sienten judíos y cuando se les pregunta ¿usted concurrió? Si, ¿y como vive su judaísmo? Bárbaro. ¿y por donde expresa su judeidad? Por un montón de lados, pero no desde un lugar que me dejan afuera. ¿Y porque te dejan afuera? Porque me piden el carné en el cual tengo que dar crédito que encajo en la definición que ellos mantienen que es ser un buen judío. Y esta situación se acrecienta en los últimos años ya que como muchos de ustedes sabrán, una de las instituciones contra las que tenemos en Argentina, La Amia, está en manos de la ortodoxia, que es una de las que mas insiste en el establecimiento como dijo desafortunadamente el presidente de La Amia, cuando en sus primeros comunicados de su gestión, insiste en establecer la diferencia entre los judíos genuinos y los judíos no genuinos , en mi barrio les decíamos bastardos de los que muchos de nosotros somos parte y con orgullo. En este sentido creo que la vida judía es diversa, el mundo judío es amplio, creo que no hay definición de judaísmo y creo que lo que hay si, hay una especie de emotiva, ética, que si hay que encontrarle un concepto y para no contradecirme con lo que digo, quiero encontrarle no una definición, sino un “aire definiciónal” yo supongo en ese sentido como un judaísmo por auto identificación o sea de última si hay que poner algún parámetro, el parámetro es judío es el que se siente judío, y sentirse judío no es no es estar a la noche en la casa rascándose la panza y decir me siento judío. Hoy a la noche y mañana, sentirse judío tiene una connotación práctica, y sentirse judío es hacerse un efecto directo en las acciones cotidianas, porque como cuando se siente enamorado obra con amor, porque si uno se siente de izquierda realiza en su vida cotidiana – no todos, otro de los problemas que tiene la izquierda pero debiera- si uno se siente de izquierda, si pasa frente un acto de discriminación debería levantar la voz, realizar acciones concretas de aquello que se siente.

Creo que realmente la victoria de nuestra cultura es una victoria de mixtura, es una victoria – y me la juego ahora – contra otros conceptos “cucos” es una victoria de asimilación, y no entendiendo asimilación como algo negativo. Una historia de asimilación en el sentido de integrarnos superadamente con ese otro que también nos constituye. Yo no estoy, o cada vez entiendo menos el pensamiento que postula que la continuidad judía está en la pureza con que los judíos se han sostenido a través de la historia, eso es ilógico o bien de una ignorancia histórica concreta porque si algo ha caracterizado al pueblo judío es a partir de su dispersión –de ahí viene la palabra diáspora- en la cual nosotros nos encontramos, es su permanente contaminación con el otro. Otro que nos ha ido constituyendo todo el tiempo nuestra judeidad. Y eso es lo más interesante, lo más rico que tienen los judíos, esa apertura que lo hace ser todo el tiempo, transformándose, resignificándose. No es lo mismo leer la Thorá desde un paradigma helénico, que desde un paradigma sefaradí. No es lo mismo leer la Thorá desde Montevideo, que desde Francia. No es lo mismo leer el libro de Jonás siendo vecino de un musulmán en los suburbios de París, que estando en New Cork. No es lo mismo un judío brasilero, que un judío uruguayo, no es lo mismo. No es lo mismo un judío de Montevideo con un judío de Rosario. No es lo mismo en Buenos Aires un judío del Once que un judío de Belgrano.

Porque no hay una esencia de lo judío, porque lo judío es lo otro, porque lo judío nació siendo lo otro.

Se acuerdan del nacimiento? Mítico, no? El relato fundacional, los relatos que el hombre escribe para construir su propio origen. Origen que no importa si existe o no existe, sino que está en la base de la que uno necesita construirse para darse a uno sentido.

Mejor lo relato. Nuestro origen es el exilio. Es un Abraham que escucha una voz que viene alumbrando -según génesis 11- con su padre de …aldea y en génesis 2 escucha una voz que le dice: Vete de la tierra de tu padre!, Vete de la casa de tu padre hacia un lugar que yo te voy a mostrar, Vete!

Una voz que dice: Partí! Un partí de lo propio, abrite a lo otro. Extranjero fuiste en la tierra y por eso debes, te debes –de deber- al otro. Es una máxima ética de las más importantes de la tradición judía.

Es muy interesante la disección que se hace de nuestra fuente judía, en nuestra literatura judía, una disección que a mí no me preocupa en la medida que uno acepta y asuma que no existe un Corpus canónico normativo de lo que es la filosofía judía. El Talmud sigue abierto. Lo han seguido escribiendo. Lo escribió Kafka, lo escribió Benjamín, incluso Marx siguió escribiendo el Talmud. El problema está en la gente que cree que el Talmud está cerrado y que el Talmud dicta las normas del verdadero judío.

Entonces diseccionamos la literatura judía por el lugar que nos conviene, leemos las…que a nosotros, a nosotros no, digo que al poder le resulta conveniente leer, pero las que no les resulta conveniente leer, no las lee. Entonces no leemos como las hijas de Loth violan a Loth, violan al padre. No leemos el episodio del hijo de Abraham con la esclava y como Sara lo echa, no leemos que después de los 10 mandamientos, hay una serie de mandamientos menores, uno de los cuales por ejemplo dice “deberás ser siempre generoso con la viuda, el huérfano y el extranjero” pero no importa porque uno disecciona como quiere.

Qué es un judío secular? Gran tema este.

No voy a entrar en la cuestión histórica, es verdad que al entrar en la modernidad hay una tradición judía ligada a lo que llamamos religión.

Ustedes saben que la palabra religión no es una palabra judía, en la tradición judía con todas sus mixturas fue incorporando la idea religión.

Es un término muy interesante, tiene dos etimologías, que de algún modo generan un debate, una oposición.

Saben que la etimología parece ser una disciplina medio lingüista, parece tener un aire a ciencia exacta. Una vez leí, no hay nada más ideológico que una etimología. Si uno logra generar, naturalizar el origen del significado de una palabra, después la palabra significa lo que uno quiere.

Entonces de religión hay dos fuentes, está la famosa “religare” que significa “volver a mirarnos con aquello de donde provenimos” que es una idea de la religión más ligada a la trascendencia, ero también está la etimología que viene del griego “releguere”. Ahí está metida mixtura, logos, lectura, está metida reunión, está releer. En verdad religión es mucho más que esto, releer los mismos textos, pero no importa de quien estamos hablando, si existen o no, sino que hay algo que nos junta, que tenemos que volver a leer los mismos textos siempre de un modo diferente. Decíamos en este sentido que el judaísmo proviene de una matriz religiosa, evidentemente con el lugar que tiene Dios como revelador de las normas que hay que cumplir para ser judío. Pero que en el medio de la dispersión judía por el mundo nos agarra, sobre todo en Europa la modernidad y la modernidad genera este bicho raro porque no termina de cuajar con nada de lo que Europa entiende que alguien tiene que poseer para tener una identidad.

Entonces el europeo le pregunta al judío ¿lo de ustedes es una religión? No, es más que una religión. ¿Pero entonces es una nación? No, porque hay judíos que no entendemos que somos parte de la nación. ¿Pero entonces que son? ¿Un pueblo? Y más o menos porque uno puede convertirse ¿Es una cultura?

Es tanto que rompe, tanto amorfo, mixturado, en el buen sentido complejo, que escapa a ese facilismo que necesita Europa en la búsqueda de la identidad. Europa no le perdonó al judío que no se definiera. No le perdonó.

¿Qué sos alemán o judío?

No, bueno, soy judío y alemán

No podes ser judío y alemán. O sos judío o sos alemán.

NO, bueno soy judío, soy alemán

Entonces sos de religión judía

No, pero soy secular, Soy judío, soy alemán, pero no creo en Dios

Pero si sos judío, sos alemán y no crees en Dios, sos sangre de otra nación, andate a Israel.

No porque soy judío, soy alemán, secular y soy judío diaspórico y soy idishista.

Evidentemente, Europa no toleró el problema judío y trató de resolver el problema judío como se tratan de resolver todos los problemas con una solución definitiva, final y así nos llegó la shoá.

Pero esa especie de lugar problemático en que la Europa coloca al judío por no entender, o no querer entender la identidad desde la definición. Por eso me indigna, cuando desde el interior mismo del mundo judío, se busca encontrar una definición fria de lo judío, ese tipo de mecanismo fue el que nos condujo a los campos de exterminio.

La necesidad de resolver lo judío y no admitir que los seres humanos somos antes que nada seres inciertos, seres ambiguos, seres contradictorios.

Yo creo que hoy vivimos en un momento donde la separación entre religión y secularismo ya no explica la complejidad del mundo en el que estamos. Creo que lo que muchos llamaban la muerte de Dios, que lo podemos traducir en un mundo sin verdades absolutas. No sólo deja sin efecto la verdad de la religión, sino que también deja sin efecto la verdad del ateísmo.

Digo que el ateo y el creyente comparten algo: los dos creen en una verdad. El ateo cree que Dios no existe y el creyente cree que Dios existe, el problema es que no hay más verdades ser ateo o creyente de manera tan pactativa. A mi entender es un problema.

Creo que en el presente poder pensar en nuestra relación con el sentido de las cosas es una relación metafórica, que nuestra relación con el sentido de las cosas es una relación-diría la ciencia- de hipótesis, de conjeturas de provisoriedad. Hay que realmente sostener una verdad como que Dios no existe o que Dios existe. Yo prefiero la búsqueda. Yo sostengo que no tengo todas las respuestas, hay una situación que sobrepasa, esa apertura que comienza en ese lugar que soy conciente que no lo se todo y estoy sobrepasado. Esa apertura, la pregunta, búsqueda, eso es para mí la religiosidad. Una religiosidad sin religión, una religiosidad que tiene que ver con esa etimología de “releguere” o sea volver a leer los mismos textos, a preguntar las mismas cosas desde lugares distintos. Entonces, Darío sos religioso? No, en un sentido tradicional, pero no les quiero dar –ya les he entregado- a los religiosos el monopolio conceptual de los …..,el monopolio conceptual….., incluso les he entregado a los religiosos el concepto de Dios. El concepto de Dios no es de los religiosos también es de los filósofos, la diferencia es que los religiosos justamente hacen de Dios algo cerrado, los filósofos hacemos de Dios algo abierto. Decía Fernando Pessoa –cita que me proveyó Hugo Mujica-“Dios existe pero no es Dios”, un poco me parece que se trata de eso. Creer en Dios es algo que cierra el mundo, hace que Dios, cualquier cosa menos de Dios. Lo interesante es eso asumir nuestra condición humana, nuestra condición finita y entender que en este lugar en el que uno se asume, limitado, no hace otra cosa como ejercicio creativo de poder saber más. Que nunca se plebiscita, es odiosa.

Pienso en algún sentido que escuchó Abraham que no existió, ni Abraham, ni la voz, pero no importa, ese relato no importa si es verdadero o falso, es nuestro. Eso es lo que importa y como es nuestro hacemos con él lo que se hace con los relatos. Nos peleamos, los cambiamos, le sacamos una parte, los damos vuelta, los resignificamos, nos peleamos con el que lo lee de otra manera. Lo grave es el que se apropia de ese relato y te dice ese relato no te pertenece porque no sos hijo de vientre judío, ahí está el límite, límite intolerable, eso es lo que hay que combatir. Democracia para los demócratas, decía Lok, democracia para los demócratas.

Vamos ahora al tema de Iom Kipur, complicado este tema ¿qué nos dice Iom Kipur?

Yo no voy al templo, los templos no me representan. No me representan por ahora, me representaron en algún momento, nunca me representaron desde un lugar de santuario, me representaron dentro de otro contexto, porque iba al templo con mi abuelo. Entonces iba al templo con mi abuelo en Iom Kipur. Este hecho de ir con mi abuelo al templo en Iom Kipur es un recuerdo, una memoria que tengo escrita que hace a mi identidad judía. Para mi no es poca cosa sentir que en Iom Kipur me pasa algo y que en algún sentido-si yo-por una cuestión de la vida tuviese que ir al templo que iba con mi abuelo, seguramente, en ese acto de ir, lo judío va a estar en mi muy patente.

Es decir lo que por ejemplo lo judío pasa por ninguna otra normativa que no sea por aquello que me convoca, trasciende cualquier definición conceptual, hoy me convoca un dolor, me convoca un barrio, me convocan imágenes del pasado, de mi adolescencia, de mi infancia, me convoca el olor a comida de la casa de mi mogue, en las fiestas judías me convoca una actitud, verlo a mi abuelo que ya no esta, ir con el al templo, no es poco; No es poco porque creo que todo empieza ahí, jarena por ejemplo decía que, de cualquier comprensión emocional hay una exposición del hombre hacia las cosas, una tradición, primero esta la emoción, La emoción se une –podes ponerle el sentido que quieras, ahora ojo porque cuando ese sentido se vuelve un gueto, una muralla, un sistema de exclusión, vamos a dar pelea, pero primero va a estar la emoción, para mi lo judío pasa por la emoción, cuando digo que judío es el que se siente judío, verbo sentir, tiene un aire de emoción, hay una misma lógica, que a mi me lleva a escribir por ahí –y por eso me tiran con las sillas- que lo judío es un hecho estético, lo estético esta tan mal visto, parece como cirugía estética, o cuando uno va al doctor, siempre carga con estas cosas diciendo que para el en realidad lo que tiene una estética judía son los lugares, porque ellos se visten de judíos, no? Pero yo creo que la palabra estético viene del griego accesis, que significa sensibilidad, emoción, perfección inmediata.

El festejo por un lado, no son dias cualquiera – para mi- no son lo que el judío religioso tradicional dice que tiene que ser , porque para mi nada es lo que otro dice que tiene que ser, básicamente, pero luego no son días distintos porque son días , en el que se hagan muy fáciles las cosas. Y me conecto con mi Talmud, mi talmud en este momento es un doctor francés que murió hace poco, llamado Derrida, que es un comentarista maravilloso, formidable, un judío argelino francés, que en realidad era de familia judía francesa nacida en Argelia, un comentarista llamado Wareinsteing, decía, poco queremos que se entienda lo que escribe Derrida, teniendo que vivir en la Argelia que odiaba a los judíos y a los franceses. Lo cierto es que Derrida tiene dos conceptos judíos muy importantes que pasa a relucir en la última parte de su obra, que son; Los suprapegos de la hospitalidad, un tema clave y que lo retro trae a fuentes griegas y a judías y el otro es el tratamiento que hace Yortime del cual traje un texto que se llama “El siglo del perdón” es un texto que en realidad escribe Mirendiong, como para tirar asi otra polemiquita, hay un pensador llamado Yanquelevich que escribe un texto que se llama “Lo imprescriptible”, lo irreparable, donde dice : todo puede ser perdonado menos el nazismo. El nazismo es imperdonable y Derrida sale a dialogar con él no a pelearse, a poner en escena la discusión entre el perdón y la justicia, tema de Iom Kipur. El tema que representa en los templos de Iom Kipur es el libro de Jonas. Cuenta la historia de un profeta que desobedece a Dios.

Hay miles de libros con diferentes interpretaciones: porqué Jonas quiere que lo mate si logró el objetivo? Porqué Jonás huye?. Lo interesante es cómo se mezcla acá el sentido de la justicia y el perdón. Yo les quiero tirar aquí dos líneas. Jonás quiere que lo maten porque está enojado con Dios, porque para Dios el perdón es más importante que la Justicia y el pueblo hebreo es pueblo de ley. Cómo vuelvo a los míos? Se pregunta Jonás, explicarles que ellos no cumplan una ley y Dios los perdona. Muy interesante, cuál es el límite entre el perdón y la justicia.

Según comentarista bíblico, justamente la presencia del libro de Jonás en el Corpus bíblico viene a mostrar que Dios será un grosso, perdonará todo, pero que quede claro la voz de la justicia. O sea el injusto debe ser castigado.

Jonás no queda conforme y pide la muerte.

Derrida dice algo peor, el único perdón válido es perdonar lo imperdonable. Perdonar lo perdonable lo perdona cualquiera, perdonar al que me pida perdón, no tiene sentido, si me pide perdón, ya se dio cuenta, no necesita de mi perdón. Si yo perdono al que me pide perdón, transformo el perdón en un contrato, una relación económica, doy porque recibo, recibo porque doy.

Perdón=latín Per=completo don=Don

Dar decimos los judíos. Dar. Parece un ejercicio muy simple y sin embargo encubre muchísimas cuestiones.

Dar sin generar orgullo. Ni orgullo en el que da, ni deuda en el que recibe.

El Perdón es el Dar más completo, ese Dar más completo que es más importante que mi yo.

Perdonar lo imperdonable es entender que el otro es más importante que yo.

Es posible ese perdón?

Barrida dice No, es el perdón imposible, pero es el verdadero perdón.

Una cosa es lo que el hombre puede hacer, otra cosa lo que el hombre debe hacer.

Si me golpean la puerta de mi casa, yo debo ser hospitalario y yo debo abrirla, pero la verdadera hospitalidad, el verdadero perdón-es lo mismo- la verdadera hospitalidad no es con el que se lo merece ser hospitalario, es fácil abrir la puerta de mi casa al que cae bien, pero no sólo necesita de mi el que me cae bien, lo que me va a hacer diferente que le abra la puerta al que no me cae bien y si cuando abro la puerta ese que no me cae bien me invade y se va y se lleva lo mío, se lleva mis propiedades que no es lo mismo que lo propio aunque tengan la misma raíz,y si abro la puerta de mi casa y se llevan mis propiedades, arremeten, volveré a estar solo en mi casa y esperaré que vuelvan a golpear la puerta como dice la dinaf, y cuando la golpeen nuevamente que hago la vuelvo a abrir o me volveré una persona egoísta?

Y termino con esto, un texto que quiero mucho que tiene que ver con mi abuelo y con una amiga y dice así:

“ En Iom Kipur se recita…. En recuerdo de los seres queridos que ya no están. Una amiga me dice que es el día que se siente más judía que nunca, sólo le basta un día para darse cuenta, un día en que la vida se comprende junto con la muerte. Lo judío es celebración de la vida sobre un horizonte histórico de muertes, son seres queridos que ya no están, fueron sobrevivientes, los judíos somos sobrevivientes. Pero intentamos combatir la supervivencia vacua con lo creativo de la vida. Nuestra cultura va fluyendo entre lo que sobrevive y lo que quiere ser vida plena. Por eso somos extranjeros, el sobreviviente nunca puede permanecer atado, porque es difícil atrapar al que fluye, como es difícil aquietar el agua entre los dedos, como es difícil someter al que siempre está cambiando. Nuestra identidad se construye a través de la memoria y se desconstruye a través de la pregunta. La memoria ata, la pregunta desata esa es nuestra tensión constitutuva, es una identidad que nunca es idéntica a sí misma. Así como un sobreviviente errante lo judío cambia todo el tiempo, en el cambio dota a la vida de sentido y se aleja de la mera vida desnuda, porque lo judío no puede estancarse en definiciones vacias para no desnudarse. Lo judío es una memoria de la pregunta y una pregunta por la memoria. En la supervivencia no hay judíos porque no hay sentido, no se recuerda vientres sino gestos. Lo judío se construye como experiencia de una ética, es una experiencia elegida sobre un trasfondo no elegido. Mi amiga se siente en ese día más judía que nunca porque recuerda a su padre ateo, llorando por la mañana.

Iom Kipur es el día donde las almas se afligen. Es un precepto escrito, como si la aflicción pudiese ordenarse, como que la felicidad fuese una obligación y el amor una orden. El contra argumento es adolescente y confirma la aflicción y como debo afligirme en Iom Kipur no me aflijo. Lo que me aflige es tener que afligirme en Iom Kipur.

Entonces porqué lloraba el padre si era ateo? Para cumplir con el precepto?

La palabra religión parece venir tanto de religare como de releguere, releer, la religión nos reúne para releer aquello que nos une, que nos lía con intensidad y a los judíos nos reúne la relectura. La religión no es patrimonio de la norma, es la libertad de conversar con quien nos inspira la búsqueda.

El padre de mi amiga lloraba en Iom Kipur en recuerdo de los seres queridos que ya no están y ese día se sentía más judío que nunca.

Si le preguntaran a nuestros muertos por aquello que hubiesen deseado que continuara, no preferirían gestos, una lágrima , un tono, en los detalles habla lo distintivo.

El padre de mi amiga lloraba porque recordaba a su padre llorando en una sinagoga, cuando oía el sonido de ….., el sonido de los sobrevivientes. Mi amiga como su padre nunca pisó una sinagoga, pero en Iom Kipur se siente más judía que nunca.

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Yoram Kaniuk Judeu sem religião - IHU

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Yoram Kaniuk publicou mais de 20 livros em sua premiada carreira, mas nunca ocupou tantas manchetes. O motivo foi a ação para apagar o judaísmo de sua carteira de identidade e ser registrado como "sem religião". Ele espera que a inédita vitória judicial seja um passo para acabar com o monopólio religioso em Israel.

A depoimento foi dado a Marcelo Ninio e publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, 06-10-2011.

Eis o depoimento.

Tomei a decisão por que não queria ser minoria em minha própria família [risos]. Sou casado há 50 anos com uma americana não judia. Minhas filhas nasceram aqui, serviram o Exército, são cidadãs israelenses, mas não são consideradas judias. Ganhei um neto e ele foi considerado "sem religião", por ser filho de não judia. Decidi que quero ser como o meu neto.

Cansei do controle da religião neste país. É um ciclo perigoso: os religiosos se fortalecem politicamente e impõem mais e mais a religião sobre nós. Até o calendário e o horário de verão são impostos pelos religiosos.

Há um controle inaceitável sobre a vida das pessoas. Querem transformar Israel num Estado religioso.

Lutei pela criação deste país. O objetivo não era um Estado judeu. [David] Ben Gurion [fundador de Israel] não sonhou com isso, ele não acreditava em religião. O que ele queria era um lar nacional para o povo judeu.

Decidi que quero ter a nacionalidade judia, não a religião. Mas Israel não reconhece isso. Bibi [premiê de Israel, Binyamin Netanyahu] fala o tempo todo que os palestinos devem reconhecer o caráter nacional judeu de Israel, mas o próprio Estado não reconhece a nacionalidade judia sem a religião.

A decisão judicial é histórica. O juiz abriu uma brecha que, espero, levará à separação entre Estado e religião. Ainda não é uma revolução, mas pode ser o começo.

Esse veredicto pode começar a quebrar o monopólio político dos religiosos. Se houver separação entre Estado e religião, eles não terão mais o mesmo poder político. Hoje, nosso modelo lembra a Idade Média. Quando a religião tem o controle, a vítima é sempre a liberdade.

Minha mulher e minhas filhas nunca sofreram por não serem judias. Vivemos em Tel Aviv, uma cidade muito liberal. Mas é humilhante, porque não são como os outros.

Todas as reações que recebi até agora foram muito boas. Milhares de pessoas esperam por isso há anos, e acho que muitas seguirão o meu exemplo. Ninguém me atacou ainda, mas espero que isso aconteça [risos]. Sou um lutador. Israel tem de decidir: pode ser país democrático ou país judeu religioso. Não pode ser os dois. Religião é dogma, não aceita a democracia.

Se em um ou dois anos não acontecer uma mudança, este país está perdido. Se tornará um Estado religioso e sem mão de obra, sem soldados para defendê-lo nem gente capacitada para desenvolver alta tecnologia.

Sustentamos centenas de milhares de parasitas. Hoje quase 50% dos alunos de classes primárias são ortodoxos, e a maioria não se integrará ao Estado.

Além de tudo, a falta de separação entre Estado e religião permite que o fascismo se espalhe. O incêndio criminoso da mesquita no norte de Israel é só um exemplo.

Há fascistas nos assentamentos que fazem o que querem e o governo não faz nada. Atacam árabes, arrancam suas oliveiras, vandalizam mesquitas e o governo faz vista grossa, pois teme perder seu apoio político.

Chegamos a um beco sem saída. Por isso o veredicto que me foi concedido é tão importante: cria uma brecha histórica para mudarmos isso, para acabarmos com a legitimidade dos fascistas que usam a religião.
Se Israel for mais democrático e menos religioso, o Estado poderá agir contra esses hooligans.
http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=48116
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Sh'muel Joseph Von Lagemann - Nobreza de Blumenau

Sim, confesso amo Blumenau. Amar Blumenau é um ato de submissão total, é um amor despretensioso, sem esperar nada, eh amor tipo o pregado no Sermão da Montanha, é um amor de Amélia, a mulher de verdade. É um amor que necessita de paciência, pois o retorno é lento, custoso e algumas vezes nem há retribuição.

Mas se Blumenau não lhe retornar o amor, vai ao Neumart e se afogue em cucas. Se não aguentar essa falta de amor, ainda há a possibilidade de suicídio, mas que o faça com “pompa e propriedade”, não nas ruas do Blu, mas que o faça na linda Pomerode, e que use a corda, para acompanharmos a tradição “Schrauloss-eada” (Aportuguesamento da expressão “parafuso frouxo”, roubada do Lydio) dessa “alemoada” tão linda e de genética tão repetida, salvo por algumas genéticas alienígenas associadas com a de Italianos, Portugueses e Indios.

Mas ontem, confesso, acho que vou perder o carinho de muitos amigos de lá, como o Hercílio, o Paulinho W., o Paulo S., a Maristela, o Lego, a Magali, o Beto, o Jair, o do Felipe e ate o da Joycinha, tão bonitinha e meiga.

Hoje confesso que tive uma recaída ao proletariado e confessarei a “mea culpa”, masoquistamente, em publico. Hoje falarei de Laje, mas, para não dar muita “bandeira” escreverei germanicamente de LAGE.

Hoje eu sou Sam Lagemann (se pronuncia LẨGAMAN) e adotei esse nome germânico para que meus queridos de Blu não sintam todo o meu “pê-de-cachorrismo” e as minhas inclinações sócio proletárias. Agora chega de “desfalce” e ai vai à verdade:

Não vejo a hora de ter uma laje.  De bater uma lage lá em casa, para o horror dos visinhos do condominio Brighton Woods.

Ontem, maviado, eu vi uma “festa de laje” numa favela do Rio pela TV e fiquei admirado com a solidariedade daquela comunidade, com muito calor humano. Ah, que linda vista do Rio em Tecnicolor Moderno, musica frenetica e assado + macarrão e feijoada.  Muita batidinha, tiragostos "colesterozos" e rios de creveja. Na laje ate os traficantes e bandidos eram somente seres humanos, na laje o universo social se encontrava num denominador comum agradavel e simpatico.

 Ah... Eu quero uma laje ou mesmo “lage”, em minha vida. Quase diria, Serei o Sam Lages. Mas, como em nome não se mexe, eu fico com o meu nome, mas, no coração, seguramente, me tornei um Lage-Man! Parece ate nome Ashkenazin: S’hmuel Lageman.

Bem, para me adequar ao terceiro mundo, é melhor colocar um "n" extra e não ser re-crucificado. Serei o Germânico Sam Von Lagemann, com o provincial “dois ns”,  tanto usado por imigrantes recém luteranizados, apostatas do judaismo.

Mas, divagações genealógicas, filosóficas e escatológicas aparte, ainda eu estou fascinado e amando o conceito, a fraternidade “lajianus”. Lá há vida, e me parece, vida abundante.

Sim, hoje me tornei um Lagemann.  Sam Joseph Von Lagemann (Como diria o Lajianus Sr. Lelé Boca-Mole: “O Sam Zé da Laje”), de genetitica da mais alta casta dos Landman, de colaboradores íntimos do fundador Hermann - e nascido e criado na Colonia de Blumenau. E para osmeus pes (pé-na-Schul e o meu pá-de-chinelismo de imigrante pobre, direi: Ich bin eine Von Lagamenn. O Sam da Laje.

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Caro Jayme Eu e o Sérgio Storch, estavámos discutindo questão alheia quando me surgiu está dúvida: é possível uma religião ser humanista? É possível um Judaísmo Humanista? Para mim uma religião possui um estrutura ritualista sob um controle sacerdotal e com isso a liberdade fica prejudicada e o humanismo impossível. Podes me ajudar sobre isso, por gentileza?

 

Caro Marcelo,

Se voce entende o Judaísmo somente como uma religião realmente essa relação Religião e Humanismo ficam bastante limitadas, apesar de alguns poucos rabinos de algumas correntes como o reformismo e os conservadores procurarem fazer um grande esforço para relacionar esse elo.

Porem na Minha opinião e de muitos do Judaísmo Humanista em Israel e no Mundo, é  que o Judaísmo nunca foi  somente uma religião!

 

 Judaísmo é  também cultura. filosofia.espiritualidade,nação,povo, tradição, concepção de vida etc..

 

O famoso rabino Modechay Kaplan que saiu da ortodoxia definiu esse tema de forma brilhante .
" judaísmo não é somente cultura, religião, nação, povo ou filosofia ele é algo muito mais amplo. Judaísmo é uma civilização" !

 

Realmente somos uma das poucas civilizações milenar que conseguimos sobreviver através do tempo como os chineses e os Hindus .


O conceito judaismo Humanista se enquadra muito bem dentro desse conceito que Judaismo é uma civilização e não somente uma religião. A religião é mais um componente dentro desse conceito e não a única e exclusiva definição do que é judaismo.

 

Judaismo Humanista vem dizer que o Homem é responsável pelos seus atos! E os problemas desse mundo como : as guerras, as fomes, as misérias, as destruições ecológicas etc.. não devemos  envolver Deus nestas questões!  devemos assumir responsabilidades humanas, responsabilidades com o "outro " ao diferente, A responsabilidade sobre o "outro" é também um Mandato de Deus que não cumprimos !

 

Na Tora esta escrito no ato da libertação do Povo judeu da escravidão do Egito,  Deus vai dizer a Moises " Herut al Tinai" (Liberdade sobre condições) e a pergunta que fazemos ate hoje porque Deus nos da a Liberdade, mais uma  liberdade condicionada. e a que?

 

Os Ortodoxos interpretam que tem que se cumprir as 61 3 Mitzvot para ser livre.

 

O Judaismo humanista interpreta essa idéia dentro da Visão do filosofo Emanuel Levinas que dizia que a Liberdade esta sob condições, porque somente seremos realmente livre quando o "outro" também seja livre a nossa liberdade esta sob condição da liberdade do outro"  

 

yeshayahu leibowitz Filosofo e religioso dizia "O Messias somente chegara quando toda a humanidade esteja em plana e absoluta liberdade. A liberdade é uma responsabilidade humana e não de Deus"

 

O Judaismo humanista se sente responsável, em cumprir a responsabilidade com o outro e como  judeu e ser Humano ser parte integral da armônia da criação de Deus.  Pois no Judaismo o mais sagrado do sagrados é a vida!  e isso devemos saber cumprir e respeitar.

 

O Famoso Hillel dizia se conseguíssemos cumprir Uma  unica mitzva que é a mais dificil de todas o "amar o proximo" era como se cumprisse todas as outras 612 Mitzvot.

 

Ele tem razão! A nossa maior dificuldade não é saber amar a Deus e sim Amar o próximo

 

Como esta escrito o judaismo se completa em 3 amores


Amar a Deus


Amar a Tora


Amar o Proximo.


Nos do Judaismo Humanista temos a função de tentar cumprir esse elo dos 3 amores ,que o judaismo religioso e os seres humanos tem a maior dificuldade que é AMAR O PROXIMO!


 


SHANA TOVA!


 


Jayme


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A CABALÁ DO ANO NOVO – 5772 ( por DAVID ZUMERKORN )

QUERO DIVIDIR COM TODOS ESSA GRANDE OPORTUNIDADE QUE RECEBI DO PRÓPRIO DAVID ZUMERKORN.COMO ELE PRÓPRIO MENCIONOU,"  Trata-se de algo motivacional que tem como objetivo a esperança e otimismo para as pessoas."

 

   A CABALÁ DO ANO NOVO – 5772

 

David Zumerkorn

 

 

Se pudéssemos expressar em uma única palavra o significado numérico do novo ano judaico – 5772 – seria “OTIMISMO”.

As combinações envolvendo o valor numérico (guimátria) deste ano podem dar alguns sinais muito importantes para o povo de Israel.

Apresentamos abaixo algumas idéias desenvolvidas:

 

Para começar, conforme está escrito no Salmo 73:1 “Mismor Leassaf: Ach Tov Yisrael – Uma canção de Assaf, (Ach) certamente “D-us” é Bom para Israel”. A palavra em hebraico Ach que é composta por duas letras, o Aleph (1) e o Kaf (20) tem valor numérico de 21. Assim, conforme interpreta o grande cabalista Arizal, podemos ler este versículo como: “21 é bom para Israel”.

Se somarmos os números que envolvem o novo ano: 5 + 7 + 7 + 2, teremos 21. Somente com este versículo já temos um bom sinal a respeito do ano que se inicia.

O número ´772, é a guimátria da frase em hebraico: Ilan Tov Nossê Pri Tov – Uma boa árvore carrega um bom fruto, ou melhor, este ano está carregado de frutos suculentos.

 De 5772 podemos separar em 57 e 72. O 57 é a guimátria de algumas palavras em hebraico. Temos (Zan – Sustento),  (Ochel – Comida) e também (Dagan – Grão), todas associadas a frase em hebraico –“Baruch   Ata    Hashem    Elokeinu    Melech    Haolam   HaZan   et   Hakol” – Bendito seja o Eterno nosso D-us Rei do universo que sustenta a todos”, cuja palavra HaZan é a . palavra da benção.

O segundo número 72 também é a guimátria de (Chessed – Bondade), além de ser a expansão de um dos Nomes de D-us. Assim podemos interpretar que este ano, com ajuda de HaKadosh Baruch Hu, será um ano que seremos sustentados com bondade.

Este ano também pode ser conhecido pelas letras em hebraico Ayin Beit. Ayin significa olho e Beit - casa.  Desta temos: De olho na casa, podendo ser: “Neste ano” Hashem estará de olho em Eretz Israel – A casa do povo de Israel.

 

Encontramos em Vaikrá Rabbah: “Todos os setes são queridos”

Assim temos:

           5 7 7 2        à       5 + 2 = 7      à     7 7 7

Este é um indicativo de que este ano é muito querido para D-us.

A letra que representa o número 7 é a Zayin, da palavra Zan (sustento). Assim como o Shabat que é o 7º. dia, provê o sustento para toda a semana, notamos que as letras que representam este ano Tav, Shin , Ayin e Beit  - “5´772”, são as mesmas da palavra Shivat (sete).

 

 

 

Uma outra configuração do ano 5772 pode ser:

 

5 77 2  

 

77 também é a guimátria de (Mazal – sorte) e de (Oz – força). O número 52 equivale a duas vezes o Nome de D-us que vale 26.

 

Por fim, as letras iniciais deste ano Tav, Shin , Ayin e Beit  - “5´772”,  podem ser lidas como Tihiê Shnat Biniam Olam - Este é o ano da construção eterna ou da construção do mundo.

 Na Amidá a 14a. benção diz respeito a Yerushalaim e Biniam Olam, desta temos que 14 = 7 + 7.

 

Em síntese, percebemos que os sinais a respeito deste ano são excelentes, cabendo a cada um de nós, com ajuda de Hashem, criarmos os receptáculos necessários para obter toda esta chuva de bênçãos.

 

Que seja a vontade do Altíssimo trazer um ano muito doce à Kol Am Yisrael, com muita saúde, sustento e felicidades, fazendo deste ano o momento para uma nova construção eterna em Jerusalém.

 

 

David Zumerkorn é autor do livro Numerologia Judaica e Seus Mistérios – Ed. Maayanot, que está indo para a 3ª. Edição no Brasil, além do mesmo ser traduzido ao espanhol e inglês. Por ser um palestrante especializado no tema, atrai muitas pessoas, tendo inúmeros artigos divulgados em jornais e revistas.

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ROSH HASHANÁ DO PARANÁ FOI UM SUCESSO!!!

Quero agradecer publicamente  a todos que proporcionaram uma noite de sábado de Grande Emoção durante a Festa que realizamos em celebração à Rosh Hashaná. Realmente tivemos uma prova de que o JUDAISMO HUMANISTA no Brasil está proporcionando um maravilhoso caminho em direção a um Intenso Ciclo de Vida Judaica.

A SINAGOGA DECORADA, A MESA FARTA E A PARTICIPAÇÃO DE TODOS, REZANDO, CANTANDO E DANÇANDO. Realmente teremos um Ano Doce e Maravilhoso!

Obrigado a todos Vocês!

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