Todos os posts (13)

Classificar por

Dessa vez o “A.” não é para Albert, mas para Arieh, ou Arik. Talvez esse sobrenome seja realmente abençoado.

Eu não tive muita escolha. Minha mãe e meu tio são grandes fãs do Arik e cresci vendo as fitas de vídeo infantis que ele gravou. O tema do meu bar mitzvá foi “Uf Gozal”, e como a maioria das coisas da cerimônia, isso não foi escolha minha, hehehe. Mas me lembro exatamente do momento em que o Arik Einstein se tornou um gosto meu. Eu tinha 15 anos, e dormia no sofá num almoço de dia dos pais na casa do meu tio, no Rio de Janeiro. O que tocava na sala era um cd do Arik Einstein, “Anashim Ohavim Lashir”. De repente eu acordei, e a primeira coisa que pensei foi “caraca, esse música é linda”. Peguei esse cd e escutei repetidas vezes a noite toda. Pronto. Quando adquiri proeficiência no hebraico, se romperam todas as barreiras, e eu mergulhei de cabeça no mundo de poesia do Arik.

Sempre admirei o mundo da poesia. Como fiz muitos anos de teatro, tive contato com muitos textos, muitos poetas, e o Arik foi a minha porta de entrada para o mundo da poesia em hebraico. A poesia é distinta de outras formas de arte. Ao invés de utilizar cores, formas, sons, movimentos, texturas, ou outros elementos, a poesia utiliza única e exclusivamente palavras. A poesia pode ser sobre o tema mais triste do mundo, mas pela simples escolha das palavras, as rimas, a combinação, isso se torna bonito. O triste pode se tornar belo, e a poesia se utiliza de uma mágica para tornar isso possível. E prova que, diferentemente da matemática, a ordem dos fatores pode sim alterar o produto. E o que já é belo por si só, a poesia o torna eterno e etéreo.

Um dia, descobri  que o Arik não escreveu a letra de muitas das músicas que ele cantou. Isso me deixou um pouco decepcionado, me fez achar que perdeu um pouco a graça. Mas quanto mais eu descobria os diferentes autores das músicas que ele cantava, mais fui abrindo a minha cabeça para um fato muito simbólico. Grandes poetas da língua hebraica tiveram suas palavras entoadas pela voz macia e aveludada do Arik Einstein: Avraham Halfi, Bialik, Lea Goldberg, Rachel, Naomi Shemer, Natan Yonatan, Meir Ariel, Shalom Chanoch, Yonatan Gefen, e muitos outros. Eu não sei quantos deles escolheram pessoalmente, ou tiveram suas homenagens póstumas na voz do Arik, mas sei que quando tantos poetas geniais, muitos deles também músicos, escolhem ou tem escolhidas as suas poesias para serem cantadas pelo mesmo intérprete, algo de especial ele deve ter. Além da voz linda, percebe-se que o Arik coloca a sua alma na música. No vídeo da música “Tzaar Lach”, que ele canta com a jovem Yehudit Ravitz, entre eles o piano de cauda do Yoni Rechter, o olhar dele quando canta “assim indicam os olhos” já me dizem tudo. A interpretação da poesia “Atur Mitzchech Zahav Shachor” (“Sua testa está adornada com ouro preto”), do Avraham Halfi e melodia do Yoni Rechter, com o Arik, a Yehudit Ravitz e a Korin Alal parece uma música do paraíso que sem querer caiu na terra, e ficamos com ela. O Arik abriu a minha cabeça para o fato de que poesia não é só um arranjo de palavras. Poesia pode ser um ato. O Arik Einstein transformou o ato de cantar em poesia.

Depois que o Rabin foi assassinado, lançaram um álbum duplo chamado “Shalom Chaver”, com músicas em homenagem ao primeiro ministro assassinado. A maioria das músicas já existiam, mas quando colocadas num contexto de lembrança do Rabin, ganhavam um sentido especial. Esse foi o caso da música “Livkot Lecha”, que o Aviv Gefen compôs e escreveu para um amigo que morrera muito antes num acidente de carro. A música ganhou uma versão linda do Arik Einstein, que foi escolhida para ser a primeira música do primeiro disco. A primeira música do segundo disco também é do Arik, e se não me engano, é a única do álbum duplo que foi escrita especialmente para a ocasião. Essa foi escrita pelo Arik e composta pelo Shem Tov Levi. Enquanto todas as atenções se voltavam para o homem que morreu, Arik pensou na mulher que ficou viva, sozinha. A música é dedicada à viúva de Rabin, Léa. O nome da música é “Ze Pitom Nafal Alea” (“De repente se abateu sobre ela”). A genialidade é que, no hebraico, quando se usa uma preposição como “al” (“sobre) ou “el” (“para”), junto com o pronome pessoal “hi” (“ela”), junta-se numa palavra só. Ao invés de “al hi” ou “el hi” fica “alea” e “elea”. Mas pode-se usar também com um substantivo “al José”, “el Ana”, e, é claro “al Lea” e “el Lea”. A música é toda feita na base desse trocadilho, e esse é um dos motivos da minha paixão pela poesia.

O Arik me ensinou diversas coisas, pelas quais serei eternamente grato:

Em “haBalada al Yoel Moshe Salomon” aprendi que a vida é para quem acredita.

Em “Lama li Lakachat la Lev” aprendi “vá devagar com isso, e então você poderá simplesmente correr desde o início”.

Em “Tze miZe” aprendi “pegue agora um livro bom, lá com certeza você vai encontrar no que pensar”.

Como em “Cafe Turki”, “o que ele tinha, o povo está esperando”.

Em “Ma Iti”, “O que há comigo, o que há comigo, o que há comigo? Não me entendo comigo mesmo”

Em “Don Kishot”, “Don Kishot, você pode descansar, tem tantos moinhos de vento…”

Em “Avshalom”, “Por quê não agora, o que certamente virá amanhã?”

Em “Guitara ve Kinor”, “Ele é um violão, ela é um violino”

Em “beLeilot haKaitz haChamim”, “Nas noites quentes de verão, nada acontece”.

Em “Dmaot shel Malachim”, “Quando os anjos choram em outro mundo, então nesse mundo nós ficamos ainda mais tristes”.

Em “haOr baKatze”, “A vida, minha menina, é uma história séria. As vezes eu morro de medo”.

Em “Haiom haShir Sheli Aztuv”, aprendi que as vezes, quando estamos tristes, “Não há o que fazer, não há o que mudar, só resta esperar que chegue a noite amanhã”.

Em “haShikor”, “Pode ser que você já não volte para a casa que você mora”.

Em “haShaot haKtanot Shel haLayla”, “As pequenas horas da noite (madrugada) são talvez as grandes horas na verdade”.

Em “Chofim”, “As praias, às vezes, sentem saudades do rio”.

Em “Kama Tov sheBata haBaita”, aprendi que às vezes é bom ver outras cores, pode nos tornar mais felizes.

Em “Yoshev al haGader”, aprendi que é bom estar “Sentado sobre a cerca, perna pra cá perna pra lá. Sentado sobre a cerca, de boa com todo mundo”.

Em “Yesh biAhava”, “Tenho amor em mim, e ele vencerá”.

Em “Ma sheYoter Amok Yoter Kachol”, aprendi que quando o Sol está para nascer “Já não é mais ontem, e ainda não é amanhã”.

Em “Sa Leat”, aprendi que é bom deixar “os pensamentos correrem em todas as direções. Não vão começar sem a gente, vá devagar”. Em “Sa Leat b”, um pouco mais radical, “que comecem sem a gente, vá devagar”.

Em “Prag”, aprendi que mesmo em Israel, logo após a Guerra dos Seis Dias, é possível sonhar com uma música sobre Praga.

Em “Pessek Zman” aprendi que é bom dar um intervalo, ou literalmente pegar um pessek zman (chocolate), e não se preocupar, afinal, “Talvez isso seja apenas uma crise pequena, que já vai passar. Talvez eu simplesmente estava um pouco cansado”, e a alma precisa de um descanso.

Em “Shabat baBoker” aprendi que é permitido fazer um monte de coisas no Shabat, e que ver por esse lado é mais agradável do que ficar repetindo o que é proibido.

Adon Shoko” me lembra a minha infância, e dá vontade de tomar leite com Nescau.

Em “Shir haShaiara” sempre dou um sorriso quando penso que temos que deixar O Velho (David Ben Gurion) feliz.

Em “Sus Etz”, aprendi que “Não tema, você não ficou de fora”, e que às vezes simplesmente escutamos o riso do destino.

Em “Ki Shikor Ani” ainda me arrepio com a interpretação dele no vídeo. “A luz vai iluminar alguém como eu?”, “Você sabe o caminho”.

arik einsteinObrigado, Arik, por me ajudar a sublimar as minhas angústias, celebrar minhas alegrias, apreciar minha tranquilidade, viver meu amor, e me ensinar lições de vida.

Agradeço muito à minha mãe e ao meu tio Elias que, por me apresentarem ao mundo do Arik Einstein tão cedo me permitiram ir muito longe nas minhas explorações de suas poesias. Explorações que ainda não terminei, e quem quiser está convidado a me acompanhar.

Agradeço também ao meu querido amigo Jonja, pelo convite para escrever este texto. Vou guardar com carinho os momentos que passamos sentados na varanda da minha casa, escutando muitas músicas do Arik Einstein.

Esse é um poster de um evento que aconteceu no kibutz Yotvata em 2012. Moradores de todos os kibutzim da Aravá se organizaram e cada um cantou sua música preferida do Arik Einstein, numa noite em homenagem a ele, já que todos já se conformaram que ele não faz shows. Atores interpretaram um teatro contando histórias da vida dele entre as músicas. Foi uma noite muito agradável e especial, e, o melhor, a primeira foi bem no meu aniversário!

IMG_2441

Rafael Stern é formado em Geografia pela Universidade Federal Fluminense, e atualmente faz mestrado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Durante o ano de 2012 viveu em Israel, quando estudou no Machon Aravá, e depois ficou trabalhando no Instituto Weizmann.

http://www.conexaoisrael.org/a-einstein-o-genio/2013-11-28/colaborador

Saiba mais…

 

É praticamente um consenso que o Estado Palestino deve emanar de negociações entre israelenses e palestinos. Quase uma obsessão para o presidente Obama, uma exigência do presidente da Autoridade Palestina Mahamoud Abbas (Abu Mazen), e admitido pelo 1º Ministro Binyamin Netanyahu, poucos são os ultrarradicais que sequer admitem que um dia veremos dois Estados no território que se encontra entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo. O problema é que até agora os dois lados, nas poucas vezes que negociaram, não chegaram a um acordo. Há decisivos pontos de impasse, e nem Israel nem os palestinos estão dispostos a ceder. Foi assim em Camp David em 2000, em Taba em 2001 e em Anápolis em 2008. E segue sendo assim: Netanyahu e Abbas, nos últimos quase cinco anos, sequer passaram da primeira rodada de negociações, pois antes de cumprimentar-se já demonstram discordâncias. Mas um grupo jura ter a solução: seu nome: Iniciativa de Genebra.

(Acha que não sabe o suficiente sobre o conflito israelense-palestino para compreender este texto? Clique aqui)

Logo-topEm 2002, durante a 2ª Intifada, e após os fracassos das negociações de Camp David II e Taba, delegações não oficiais israelenses e palestinas se encontraram no exterior a fim de discutir qual seria o melhor caminho para que se alcançasse a paz. Representavam Israel o ex-Ministro da Justiça Yossi Beilin, além de outros nomes como o ex-general e político Amran Mitzna (atualmente no HaTnua) e o escritor Amos Oz. Do lado palestino o principal nome é Yasser Abed Rabbo. As conversas fluíam em direção a um entendimento, e aos poucos foram tornando-se um movimento. Entre os dias 9 e 13 de outubro de 2003, através de reuniões marcadas na Suíça, surge um movimento, dono de uma poderosa proposta, chamado “Iniciativa de Genebra”. Apoiada por antigos líderes de grande importância como Jimmy Carter, Mikhail Gorbatchev e Frederick De Klerk, o movimento repercutiu positivamente na comunidade internacional e entre celebridades e acadêmicos (ou parte destes, pelo menos), mas não contou com o apoio dos governos Sharon e Arafat. O contexto da Intifada e da Retirada Unilateral de Gaza não favoreceu as propostas deste grupo, que acabou por finalmente cair no ostracismo durante o governo Netanyahu, assumidamente contrário à proposta.

Yossi Beilin

Yossi Beilin

Mas que propostas seriam estas? O leitor pode conferi-las, retiradas do próprio site do movimento, disponível em português, clicando aqui.

Status permanente

O Acordo de Status Permanente (doravante “este Acordo”) encerra uma era de conflito e inaugura uma nova era baseada na paz, cooperação e boa vizinhança entre as Partes.

A implementação deste Acordo conciliará todas as reivindicações das Partes relacionadas a eventos anteriores à sua assinatura. Nenhuma reivindicação relacionada a eventos anteriores a este Acordo poderá futuramente ser levantada por qualquer Parte.

O reconhecimento mútuo

O Estado de Israel reconhecerá o Estado da Palestina (doravante “Palestina”) a partir de seu estabelecimento. O Estado da Palestina reconhecerá imediatamente o Estado de Israel.

Território

  1. De acordo com as Resoluções 242 e 338 do Conselho de Segurança da ONU, a fronteira entre os Estados da Palestina e de Israel deverá ser baseada nas linhas divisórias de 4 de Junho de 1967, com modificações recíprocas na base de 1 para 1, como apresentado no Mapa 1 (abaixo)
  2. As Partes reconhecem as linhas divisórias, conforme dispostas no Mapa 1, como fronteiras internacionais permanentes, seguras e reconhecidas entre si.

  Mapa Genebra

Assentamentos

O Estado de Israel será responsável pelo reassentamento dos israelenses residentes no território soberano da Palestina para fora deste

Segurança

As Partes reconhecem que o entendimento mútuo e a cooperação em assuntos de segurança constituirão  parte significativa de suas relações bilaterais e aumentarão a segurança regional. Palestina e Israel basearão suas relações de segurança na cooperação, na confiança mútua, em relações amistosas entre vizinhos e na proteção de seus interesses comuns. (…)

Israel e Palestina trabalharão com seus vizinhos e com a comunidade internacional para construir um Oriente Médio seguro e estável, livre de armas de destruição em massa, tanto convencionais como não-convencionais, no contexto de uma paz abrangente, duradoura e estável, marcada pela reconciliação, boa vontade e pela renúncia ao  uso da força. (…)

Nenhuma força armada, além do especificado nesse Acordo, será usada ou baseada na Palestina.

Yasser Abed Rabbo

Yasser Abed Rabbo

Terrorismo

As Partes rejeitam e condenam o terrorismo e a violência em todas as suas formas e seguirão políticas públicas nesse sentido. Além disso, as Partes se refrearão de ações e políticas que possam nutrir  o extremismo e criar condições propícias para o terrorismo em qualquer dos lados.

Jerusalém

As Partes reconhecem os significados cultural, espiritual, religioso e histórico universais  de Jerusalém e sua santidade venerada no Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Em reconhecimento a este status, as Partes reafirmam seus compromissos em preservar seu caráter, santidade e liberdade de culto na cidade e em respeitar a divisão existente das funções administrativas e práticas tradicionais entre as diferentes denominações. (…)

As Partes terão suas capitais mutuamente reconhecidas nas áreas de Jerusalém sob suas respectivas soberanias.

Refugiados palestinos

As Partes reconhecem que, no contexto de dois Estados independentes, Palestina e Israel, vivendo lado a lado em paz, uma  solução acordada para o problema dos refugiados é necessária para a obtenção de uma justa, ampla e duradoura paz entre si. (…)

Aos refugiados deve ser  assegurada uma compensação pela sua condição  e pela perda de propriedade.(…)

O status de refugiado palestino será extinto após o estabelecimento no Local de Residência Permanente  (PPR) do refugiado individual como determinado pela Comissão Internacional.

(veja mais em www.haeskem.org.il)

TelAvivDemonstration

Iniciativa de Genebra em uma manifestação em Tel-Aviv.

A proposta da Iniciativa de Genebra desagrada à direita israelense, que não admite que seja criado um Estado Palestino com base nas fronteiras de 1967. Movimentos ultra-direitistas acusam a iniciativa de ser pró-Palestina e de extrema esquerda, mas, na realidade, é uma proposta que se afasta bastante do pacifismo de determinados grupos. Eu, particularmente, a considero de forma geral pragmática. Apesar disto, alguns membros de movimentos como o Paz Agora 1, por exemplo, já admitem que, apesar de não concordarem 100% com a proposta, é ela a mais viável e possível de ser executada. Diversos políticos de partidos como o HaTnua, Kadima, Trabalhista (Avoda) e Meretz apoiam oficialmente a iniciativa. A proposta possui aceitação desde o centro até a esquerda.

Por meio do diálogo, israelenses e palestinos elaboraram uma pauta bastante interessante. Pode não ser a mais justa, mas quem conhece a situação sabe que a satisfação completa é impossível de ser atingida neste caso. Alguns podem alegar que o lado palestino não aceitaria a proposta, justificando sua opinião na recusa de Arafat às propostas de Barak em Camp David e Taba. A proposta da Iniciativa de Genebra, no entanto, se baseia fortemente na contra-proposta de Arafat a Barak em Taba (o leitor pode encontrá-la no site do movimento). Isto me dá a sensação de que, atualmente, quem tende a não concordar com ela não é o lado palestino, mas sim o lado israelense. Gostaria que chegasse o dia em que o nosso 1° Ministro propusesse algo nos termos do acordo da Iniciativa de Genebra. Seria no mínimo um bom começo.

 

 

(Naftali Bennet, líder do partido HaBait HaYehudi, utilizou a mesma linguagem de vídeo para lançar seu programa de anexação parcial da Cisjordânia, prontamente respondido pelo grupo Paz Agora. Relembre aqui)

Iniciativa de Genebra mostrando como se chega a paz em dois minutos.

 

Notes:

  1. O ex-líder do Paz Agora e membro do partido Meretz Mossi Raz, sugeriu em entrevista ao conexaoisrael.org a proposta da Iniciativa de Genebra como solução definitiva.

http://www.conexaoisrael.org/iniciativa-paz-genebra/2013-11-22/joao

Saiba mais…

 

                                                

Não há dúvidas de que o assassinato de Rabin foi uma afronta à legitimidade democrática e de que Yigal Amir ultrapassou os limites concebíveis da intolerância política. Não há dúvidas quanto a tendência de grupos sociais e de parlamentares a aderirem posições extremas diante de posturas ou decisões governamentais fundamentais. Em ‘18 Anos Depois’, João K. Miragaya traz uma brilhante análise dos eventos que culminaram no assassinato de Yitzhak Rabin. Além da perspectiva histórica, o autor chama a atenção para a intolerância frente as decisões governamentais e ao freqüente desrespeito à legitimidade democrática que marcam a atual realidade israelense. Referindo-se as recentes negociações de paz com os palestinos, Miragaya comenta que “novamente vemos grupos atacarem de forma aberta a tolerância e a democracia, como fizeram alguns parlamentares nesta semana na Knesset.” O autor acrescenta ainda que “(. . .) este 4 de novembro nos diz que o assassinato foi muito bem sucedido. Perdemos esta batalha, e se não nos manifestarmos de forma ativa, perderemos a guerra também.”

De fato, observar a política como uma guerra nos ajuda a entender um pouco de sua natureza. A política, assim como a guerra, requer a existência de oponentes; adversários que representem diferentes idéias, interesses ou ideologias. A política demanda estrategistas, líderes, e militantes. A política não existe sem suas armas, seus confrontos, emboscadas e mediadores. No entanto, a política também necessita de regras. Regras que delimitem o papel da oposição e do governo; regras que preservem o caráter democrático de sua dinâmica.

Já se passaram 18 anos desde a morte de Rabin e nenhuma regra ou lei que trate da função da oposição política em uma democracia fora estabelecida em Israel. Infelizmente, desde aquele marcante 4 de Novembro de 1995 inúmeras perguntas que poderiam conduzir à formulação dessas regras permanecem em aberto. Por que Netanyahu estava errado ao incitar a derrubada do governo Rabin durante as negociações de Oslo? E, se estava errado, por que não foi condenado? Não estaria ele cumprindo sua função de oposição política? Qual é o limite de “posições extremas” em uma democracia? Quando uma oposição a um governo torna-se uma oposição a ordem democrática? Quais são os limites dessa oposição? O que pode e o que não pode ser dito publicamente pela liderança opositora? Como o governo deve responder a ela?

Respostas às questões acima são fundamentais para “aprendermos a lição com o caso Rabin”. Elas são parte do debate que deveria se tornar público; elas são a análise pendente. Para que a sociedade israelense possa, realmente, evoluir há que se analisar o que, ao meu ver, encontra-se no cerne da “questão democrática” no caso Rabin: as regras do jogo político democrático; especificamente, os limites da oposição política em uma democracia. O texto que segue trata dessa questão.

Em um regime democrático a oposição e o governo devem cumprir três objetivos básicos: (1) preservar os valores democráticos; (2) manter o controle parlamentar sobre o executivo; e (3) sustentar a representação da maioria e das minorias de forma efetiva. Para que essas condições sejam obtidas, a oposição deve assumir três funções fundamentais:

(1) Representação de interesses. A oposição deve opor, não obstruir. Para que a democracia seja protegida, tanto a oposição quanto o governo devem preservar a sociedade, ajudando a transformar diferentes interesses privados em políticas públicas. A oposição tem como função dar voz ao interesse daqueles grupos que não estão representados no governo. A questão é como compatibilizar eficiência e legitimidade governamental com a representação daqueles que não se encontram no governo.

Para respondermos a essa questão temos que distinguir valores de interesses. Valores são princípios morais; interesses são desejos imediatos que uma pessoa, grupo ou sociedade almeja satisfazer. Liberdade e igualdade são valores; a demanda por um melhor sistema de saúde ou por melhorias na qualidade de ensino são interesses. Democracia é um valor; a exigência por eleições justas é um interesse. Interesses e valores estão, certamente, relacionados. Valores compõem a base para a formulação de interesses. Dessa forma, para julgar os valores de uma pessoa ou grupo social basta observar os desejos imediatos (os interesses) que estes almejam satisfazer. Apesar da intrínseca relação entre os dois, um conflito de interesses é muito diferente de um conflito de valores. O primeiro é uma competição entre partes para que obtenham suas demandas atendidas. O segundo é um desafio a ordem moral de uma sociedade, pois em um embate entre princípios morais em que há “um certo e os demais errados”, apenas um lado pode sair vitorioso.

Esse foi o problema no caso Rabin: a oposição não representava os interesses de grupos sociais, mas valores de uma parcela da população. Afirmações como “não estamos dispostos a continuar a jogar pelas regras do jogo democrático” fogem do conflito de interesses e colocam a discussão em um nível moral. Dessa forma, a oposição tornou impossível uma resolução política por regras democráticas. Se tivesse apresentado propostas concretas em uma instância parlamentar, teria preservado a legitimidade democrática do Estado e, dessa forma, exercido sua função de manifestar os interesses dos grupos sociais não representados pelo governo vigente.

(2) Prover informação. Outra importante função da oposição é prover informação sobre a reação pública a uma política governamental. O ponto é que, uma vez no poder, as fronteiras entre o partido político dominante e o Estado se obscurecem. Como líder do governo, o maior partido tende a não mais considerar a opinião pública na formulação de suas políticas; parlamentares tendem a agir como “profissionais do poder”, funcionários da “empresa Estado”. Como apontou o sociólogo alemão Max Weber, a “política como vocação” já não é mais a realidade; o Estado em seu sentido moderno exige profissionais competentes, não mais para serem representantes do povo, mas para dirigir os problemas da “empresa-Estado”. Para que esse processo de profissionalização não afete o caráter democrático do Estado, o maior partido no parlamento deve-se manter responsável tanto pelo interesse da maioria que o elegeu como pelo interesse da minoria que encontra-se sob o seu governo. Para que isso ocorra, a oposição deve exercer a função de atualizar constantemente o governo da opinião pública geral. O governo, por sua vez, deve utilizar essa opinião pública na formulação das suas políticas a fim de manter a legitimidade de seu mandato.

(3) Criticar e oferecer alternativas. A oposição tem como responsabilidade criticar e oferecer sugestões alternativas as políticas públicas. Essa função, sendo devidamente exercida, auxilia o governo na definição de metas e na produção de satisfação pública.

Essas são as três funções da oposição política em uma democracia. Essas são as lições que não tiramos do assassinato de Rabin; as regras que não foram estabelecidas. Muitos argumentam que Yigal Amir não puxou o gatilho sozinho. Não concordo. Tampouco concordo com a forma pela qual a oposição a Rabin ocorreu. De fato, lideres opositores já não mais representavam os interesses de minorias, mas uma ordem de valores que obstruía a ordem democrática; a direita já não provia informação sobre a reação pública aos acordos, mas produzia, ela mesma, essa informação a fim de manipular a opinião popular; a oposição já não trazia mais críticas construtivas e propostas alternativas, mas lutava pela derrubada do governo a qualquer custo. Ainda assim, não culpo Netanyahu e demais figuras públicas pela morte de Rabin. Como dito anteriormente, a “guerra política” necessita de regras claras para que a ordem democrática seja mantida; essas regras não vigoravam (e ainda não vigoram) em Israel. Com regras claras, torna-se dever do judiciário impedir qualquer violação a elas. São funções da oposição representar o interesse da minoria, prover informação, criticar e oferecer alternativas; para que essas funções sejam exercidas democraticamente o judiciário deve distinguir a incitação à violência da violência em si; a oposição política da oposição pessoal; o conflito de interesses públicos do conflito de valores morais. Dessa forma, a democracia seria duplamente preservada: primeiro, pela divisão de poderes e, segundo, pela implementação de regras claras para o melhor exercício da oposição política. Ainda há tempo para aprendermos a lição com o assassinato de Rabin; basta fazermos as perguntas corretas e, ao invés de lamentarmos o vazio que Rabin deixou, devemos preenchê-lo com respostas enriquecedoras. A democracia israelense agradece …

Saiba mais…

FISBA é uma organização de sociedade religiosa

11419595268?profile=originalhttps://www.facebook.com/fisba.org

FISBA é uma organização de sociedade religiosa de interesse público(Org.) cuja principal meta é a AÇÃO SOCIAL independente de vínculo religioso.Pela aplicação do conhecimento, possibilitará comunidade local a ter acesso a uma vida digna, saudável e economicamente sustentável.Somos uma associação de cooperativismo social de forma independente , de acordo com a lei de associação do Brasil. Fundada em 01 de outubro de 1997, Nossa instituição trabalha em prol do desenvolvimento social e econômico, para combater o anti-semitismo e promover a cultura e o assistencialismo.

Nosso objetivo principal defender os interesses dos descendentes de judeus sefaradim, no resgate dos b,nei anussim de todo Brasil e inserção na comunidade oficial através dos procedimentos halachicos.

Saiba mais…

“A Kabbaláh ensina que o Shabat é o dia mais poderoso da semana, porque este período entre sexta-feira do entardecer, e ao anoitecer de Sábado é o único momento em que os mundos espirituais e o físico estão unidos. Todas as semanas neste dia podemos transformar nossa realidade – tanto pessoalmente como globalmente – usando o poder especial do Shabat”. Karen Berg

COMENTÁRIOS DO MORÉH ALTAMIRO11419595096?profile=original

Estamos vivenciando o percurso iniciado na Lua Nova de Sagitário, no mês de Kislev, rumo a Chanucáh, onde as vitórias sobre o oponente, o EGO, se manifestam. A chegada do descanso nos trás novas esperanças para a transformação deste mundo tão castigado pelo egoísmo e pela injustiça social, e nos aponta para um grande Shabat mundial, a chegada da Era Messiânica. SHABAT SHALOM!

Saiba mais…

11419595255?profile=original

 

O crescimento urbano nos era desconhecido, até que surgem inesperadamente situações que nos chamaram a atenção: A expansão imobiliária; a migração rápida para as cidades pequenas; crise econômica mundial, com maior ênfase na Europa e América; violência sem contenção; desmoralização dos órgãos de contenção, originando uma segurança pública fragilidade; corrupção política na maioria dos políticos; justiça inoperante vencida pela burocracia, e impunidade generalizada.

Esse é o Caos que nos encontramos no país chamado Brasil. Não temos mais certeza de quem nos tirará desse estado de desonestidade predominante, e de uma saúde que mais nos lembra aqueles nossos que foram exterminados pela maldade humana no Holocausto. Os nossos filhos já estão sofrendo a crise do desemprego, e da má gestão administrativa, que faz pagar salário desumano ao professor, que faz atrasar salários, e que  não cuida dos seus idosos, fazendo-os sucumbirem nas macas imundas dos hospitais, cujos recursos foram desviados pela corrupção.

O que nos reservará o futuro, o que poderá advir do governo humano? Este mundo somente passará por uma transformação duradora se nós primeiro mudarmos, enquanto isso precisamos lutar conosco mesmo, contra o nosso EGO, para vencendo o oponente, possamos nós gerar uma sociedade melhor. Fiquem certo de uma coisa, que o Universo, o Criador não está alheio ao que se encontra ocorrendo, e um dia, o mundo terá uma resposta inesperada, a chegada daquele que regerá o mundo com justiça social, mas com braço forte e poderoso. A Chegada do Mashiach, e que seja já!

By Moréh Altamiro de Paiva

Saiba mais…

O maior medo do israelense, maior do que uma guerra nuclear com o Irã, maior que o medo da morte, é o medo de ser Frayer. Em uma palavra, frayer é o otário, mas nós já vamos entender melhor o que isso significa. O pavor de ser frayer acaba modelando a vida do indivíduo e da sociedade como um todo, e conhecer isto é indispensável para se poder entender o que é ser israelense.

Etimologia

Frayer (פראייר) vem do alemão Freier, que significa “pretendente”, um homem solteiro que procura uma mulher (Frau). De pretendente, freier ganhou o novo significado de “aquele que costuma ir a prostitutas”, e também “aquele que é fácil engana-lo, rouba-lo, a vítima de uma trambicagem”. A palavra migrou ao Leste, e entrou no polonês e no russo. Em polonês freier significa ladrão. Já no início do século XX, freier ganhou na linguagem popular russa o significado de “aquele que se deixa levar, pessoa ingênua, boba e sem experiência, no melhor dos casos apenas um cara que não é nem ladrão nem criminoso”. A palavra chegou ao hebraico pelo idish, língua dos judeus da Europa oriental, e a gíria “frayer” claramente tem um significado bastante parecido ao do russo. Em hebraico se usa frayer com o verbo sair: ser otário se diz sair frayer (latzet frayer = לצאת פראייר).

Exemplos

Antes de discutir sobre o que significa ser frayer, citarei dois exemplos para entrarmos no clima. Todos são verdadeiros, e vivenciados por mim (aproximadamente). A pergunta que o israelense sempre faz, e que guia o seu comportamento, é: Que-que é? Eu tenho cara de otário?? (Ma, ani frayer? = מה, אני פראייר ).

1 – Domingo é o dia em que os soldados de todo o país voltam para suas bases, após o fim de semana. Jovens de 18 a 21 anos se amontoam nas rodoviárias tentando pegar o primeiro ônibus que puderem, e a cena não é nada bonita. Não existe fila para subir no ônibus, não existe respeito pelo espaço do outro. Quem tiver cotovelos mais ousados vai ganhar um lugar. Os civis que também querem subir no ônibus não tem tratamento diferenciado, eles também empurram e são empurrados. É cada um por si, e Deus por todos. A velhinha pede passagem, e o soldado com espinhas na cara não dá, senão não vai ter mais lugar na janela. “Que que é? Eu tenho cara de otário?”

2 – Saguão de embarque de um aeroporto em uma capital européia. Destino: Tel Aviv. Aos poucos os israelenses que estão voltando para casa se reúnem em volta do portão de embarque e amigavelmente conversam com seus compatriotas sobre as agradáveis histórias das férias. Todos embarcam sem demais complicações, e o avião decola. Ao longo do curto voo, uma inquietação crescente pode ser sentida. Tão logo o avião aterrisa, os amigaveis compatriotas tornam-se feras, a cordialidade desaparece e cada um só pensa em ser o primeiro a sair do avião, o primeiro a passar pela imigração, o primeiro a pegar as malas. Dois colegas de voo, que sentaram juntos na fileira 17, agora se ignoram, e fazem a conhecida ‘marcha atlética’ em direção ao primeiro táxi livre. “Que que é? Eu tenho cara de otário?”

O que significa ser frayer?

Gadi, o personagem principal do sitcom israelense A Vida Não É Tudo (hachaim ze lo hakol = החיים זה לא הכל), explicou desta forma:

gadi“Para ser um frayer é preciso de duas pessoas: O frayer e aquele que faz do frayer um frayer”.

Uma pessoa não pode ser frayer apenas porque se deu mal em certa situação. O frayer surge quando alguém tem medo de ser transformado em frayer, e como estratégia preventiva, faz de outro um frayer. Esse raciocínio é conhecido como “a armadilha hobbesiana”. Em “O Leviatã”, Hobbes escreve: “Pois a natureza dos homens é tal que, embora sejam capazes de reconhecer em muitos outros maior inteligência, maior eloqüência ou maior saber, dificilmente acreditam que haja muitos tão sábios como eles próprios”. Acertou em cheio, taí uma boa caracterização do israelense médio. Hobbes continua: “E contra esta desconfiança de uns em relação aos outros, nenhuma maneira de se garantir é tão razoável como a antecipação; isto é, pela força ou pela astúcia, subjugar as pessoas de todos os homens que puder, durante o tempo necessário para chegar ao momento em que não veja qualquer outro poder suficientemente grande para ameaçá-lo.” Nota 10 para o Thomas.

O mecanismo descrito acima funciona quando o Leviatã (o Estado) não está presente, e esta é a grande diferença entre o não-frayer israelense e o jeitinho brasileiro. A grande maioria dos casos de “frayerismo” (frayeriut = פראייריות) são os de furar fila, empurrar, grosseria verbal para ganhar alguma vantagem, etc. Muitas são as vezes que um amigo israelense me conta uma história e eu a imagino acontecendo no Brasil. Uns colegas foram acampar ilegalmente numa reserva natural no deserto do Negev, e foram surpreendidos por um fiscal. Eles pagaram a multa (cara) sem dizer nada e foram levados embora. Ninguém pensou em molhar a mão de ninguém. Neste caso eles não foram frayerim, pois ninguém os fez de frayer, mas esta é exatamente a perfeita situação para o jeitinho brasileiro entrar em ação.

Os israelenses estão aprendendo a fazer fila, embora num ritmo pouco satisfatório para o meu gosto. Apenas há alguns anos atrás senhas com números foram introduzidas em farmácias e bancos para dar ordem na bagunça. Na agência de correio perto de casa não há senhas, e quem chega pergunta “quem é o último?”, essa é a regra. As pessoas não ficam de pé em fila, ficam cada um em seu canto, lendo jornal ou jogando candy crush no celular. Nos 10 ou 15 minutos que normalmente levo para ser atendido, eu tenho que ficar esperto pra ver se ninguém vai furar a fila, é uma tensão constante. Na última vez que fui à farmácia um cara sem senha queria ser atendido quando o meu número foi chamado. “Eu não sabia que tinha que pegar uma senha”. Acabamos discutindo e fazendo um mini-barraco, até que eu fui atendido. Eu estava segurando a minha filha de um ano e meio no colo, e ele estava acompanhado do filho de 10 anos. Ele não teve vergonha nenhuma de mostrar ao filho como é que se faz para não dar uma de frayer, mas eu sim fiquei com vergonha de ter caído na “armadilha hobbesiana”.

A intervenção do Estado não é a única maneira de controlar a “síndrome do frayer”. Normas sociais são tão ou mais importantes. Os pesquisadores Luis Roniger e Michael Feige publicaram em 1992 o artigo “A cultura do frayer e a identidade israelense” no periódico Alpaim, onde explicam o fenômeno do frayer como uma mudança de identidade de gerações na sociedade israelense. A primeira geração, a das primeiras aliot (primeiras ondas de imigração judaica à Palestina), se auto identificava como pioneira, a segunda geração como sabras (israelenses natos), e a terceira geração é caracterizada pela cultura do não-frayer, que surgiu como crítica interna à cultura das gerações que a antecederam. A primeira geração de pioneiros queria realizar um ideal, e por isso o sacrifício pessoal para o bem do coletivo era bem visto e esperado. Sempre houve a opção de não contribuir com o coletivo, mas não havia a mesma legitimação como há hoje. A cultura do não frayer é uma expressão profundamente anti-ideológica, seus heróis não se sacrificam pelos outros, muito pelo contrário, lutam pelos seus interesses pessoais. A cultura do não-frayer nos mostra a mudança na percepção do que é força: para os pioneiros, a força do indivíduo derivava de sua integração na narrativa de renascimento nacional e sua abdicação pessoal para o bem de todos. O frayer simboliza a queda da fonte de poder do coletivo ao indivíduo. Se o indivíduo não está disposto a se sacrificar, a força do coletivo sofre, e a longo prazo os próprios interesses do indivíduo podem ser atingidos. Esse é o paradoxo que Roniger e Feige indentificam na cultura do frayer.

O “Protesto dos Otários” (mechaat hafrayerim = מחאת הפראיירים) vem lutar exatamente contra uma crescente percepção de que aquele que faz exército e se sacrifica pelo país é frayer. Assim como as “vadias” da Marcha das Vadias e os palmeirenses que se chamam orgulhosamente de “porco”, esses “otários” surgiram após os grandes protestos sociais de 2011 para exigir que a lei de serviço militar obrigatório fosse cumprida por todos, sem exceções. Se o jovem judeu ortodoxo é liberado de três anos de um duro serviço militar e pode ficar estudando Talmud no conforto de sua yeshiva, por que um jovem laico teria que carregar o fardo adicional em seus ombros, e dar uma de otário? O protesto dos otários veio tentar acabar com a crescente espiral que levaria o serviço militar a entrar na lista de coisas onde é aceitável e esperado de cada um lutar por si só, como na fila de correios e bancos, trânsito e tantos outros.

Toda a discussão acima trata do significado mais restrito do que significa ser frayer: uma pessoa que se dá mal porque fulano (normalmente seu par, peer em inglês) o ferrou antes que ele mesmo tivesse se dado mal. Existe também o sensu lato, ou seja, uma pessoa que apenas se deu mal, sem um agente externo que propositadamente pôs uma pedra em seu caminho. Exemplo clássico: se eu compro um produto e depois, conversando com um amigo, fico sabendo que ele pagou muito menos, eu claramente dei uma de frayer. Se eu pago altos preços por certos produtos que são sujeitos a um monopólio, ou se pago altos impostos, também posso me sentir um frayer. O famoso grupo de hip hop HaDag Nachash escreveu a música “Não Somos Otários” (Lo Frayerim = לא פראיירים), onde o refrão diz ironicamente “Faremos serviço de reserva do exército, pagaremos os impostos, Ficaremos no engarrafamento, ninguém nos fode, Nós com certeza, certeza, certeza não, Nós com certeza não somos otários”.


 

Para terminar, não gostaria de passar a impressão de que Israel é uma selva, e que por aqui “homo homini lupus” em toda circunstância. São relativamente poucos os que se preocupam muito em não dar uma de frayer o tempo todo, mas eles certamente fazem muito barulho e estrago. Visitar Israel e voltar dizendo que “tem muita gente mal educada” não ajuda nada, e espero ter contribuido para explicar um pouco o choque que alguns novatos (e veteranos também) sentem quando são postos à prova por aqui. A sociedade israelense não é unicamente caracterizada pela síndrome do não-frayer, e há muitos outros fatores que a caracterizam, pelo bem e pelo mal. Em futuros textos abordarei outras características da sociedade israelense, como o “espaço pessoal”, a “inter-conectividade” e outros.

Fontes:

- Steven Pinker, The Better Angels of Our Nature: Why Violence Has Declined - Thomas Hobbes, O Leviatã - Luis Roniger e Michael Feige, Tarbut haFrayer vehaZehut haIsraelit. Para ler o artigo em hebraico, entre neste site e faça download do terceiro artigo. - Canção “Lo Frayerim”, da banda HaDag Nachash. Letra em hebraico, português e transliteração no site Shirim em Português.

http://www.conexaoisrael.org/o-israelense-otario/2013-11-07/yairmau

Saiba mais…

CONEXÃO DE SHABAT – Vayetse - E ele partiu

 

CONEXÃO DE SHABAT – Vayetse - E ele partiu

Parashá Mística - Bereshit (Gn. 29:1-30, Os.11:7-14),

ZOHAR VOL. 05 - Vayetse

  

16. "Eu te servirei sete anos"

Esta passagem misteriosa interpreta os sete anos Ya'akov serviu a Lavan para ganhar a mão de Rachel simbolizando a sétima Sfirot. “O segredo sobre o assunto está na frase “, e estes lhe pareceram como poucos dias" - uma vez que foram unidos pelo mundo espiritual.

A relevância desta11419594852?profile=original Passagem

Um homem não pode ganhar a mão de sua alma gêmea, até que ele a mereça através de seu próprio crescimento espiritual e transformação. Ya'akov  trabalhou por sete anos corresponde ao ano, ou vidas, que devemos perseverar antes da reunificação das duas metades. Quando essa verdade espiritual estiver em nossa consciência, e se formos pró-ativos na remoção dos nossos traços negativos, então podemos apressar a chegada da nossa verdadeira alma gêmea.

129. “O segredo da questão está na frase “, e estes lhe pareceram como poucos dias." Pergunta-se: O que é "alguns (Heb. achadim) dias?" ...... Eles estavam ligados um ao outro. "... “Pelo o amor que ele tinha por Rachel...” Significa que ele a amava, porque ela era para ele como o UNIÃO espiritual das Sefirots.

COMENTÁRIOS DO MORÉH ALTAMIRO DE PAIVA

Ya’akov foi a procura da sua amada Rachel, no entanto após trabalhar por sete anos, seu sogro entregou a outra filha mais velha, Léah. Sentindo-se ludibriado foi até a Lavan, e este disse que também lhe daria Rachel, mas ele precisava trabalhar por mais sete anos.

Na porção de Vayetse a Torá relata que Ya’akov trabalhou mais sete anos para Lavan para poder se casar com sua filha mais nova, Rachel. A Torá diz que os sete anos pareceram para Ya’akov como uns poucos dias, por causa do amor que ele sentia por Rachel. Podemos aprender que todo esforço é válido para encontrar-se a alma gêmea, aquela com a qual dividiremos a nossa existência e felicidade, mormente percalços da aprendizagem em Machut. Quando amamos o que estamos fazendo, o tempo parece passar mais rápido. Ame ao Criador e a sua Toráh. Shalom!

By Moreh Altamiro de Paiva

 

 

 

Saiba mais…

Quando surgem as primeiras estrelas no céu, numa sexta à noite, e quando as vemos como nosso Patriarca Avraham viu, entendemos que estamos no limiar do Shabat. Para religiosos fora do Judaismo, o SABADO, é penas um dia de descanso porque o Criador encerrou as atividades da Criação, e abençoou este Dia.

A compreensão dos Judeus Kabalistas vai além 11419594291?profile=originaldessa razão, ultrapassam os umbrais da segunda subida de Moshê ao Sinai, e agora o quarto mandamento não apenas faz referencia a Criação, mas fala de libertação dos Israelitas das mãos do Faraó, com mão forte e poderosa. O Shabat passou agora a ser um dia de Libertação.

O Zohar, livro sagrado dos Kabalistas, faz referência ao Shabat, como um portal Cósmico, do qual energias poderosas fluem, e aqueles que o recebem, também recebem uma alma adicional. É esse estado místico que nos envolve não apenas como um término de semana, mas como um desabrochar de novas energias as quais nos são entregues pelo Criador. Shabat Shalom!

Moréh.  Altamiro de Paiva

 

 

 

Saiba mais…

Pela primeira vez, uma refugiada síria deu à luz em um hospital israelense no domingo. A mulher, uma enfermeira de 20 anos, cruzou a fronteira sozinha, e deu à luz a um menino saudável de 3,2 kg (£ 7).


Quando a mulher sentiu que o bebê estava vindo, ela se encontrava encurralada em sua casa perto de Quneitra, sem acesso a um hospital sírio e sem atendimento médico na cidade. Então, ela decidiu correr um enorme risco pelo o bem de seu filho que ia nascer e seguiu em direção à fronteira.
"Eu temia pelo bem-estar do bebê, se o parto passasse por complicações em casa", disse ela. "Para minha alegria, o exército israelense viu que eu estava sofrendo com dores terríveis, me levantaram e me transferiram para o hospital".
Quando o exército a encontrou, na noite de sábado,  na fronteira, ela já se encontrava em trabalho de parto. Eles a trouxeram para o Ziv Medical Center, em Safed, onde muitos das dezenas de casos médicos sírios são levados, dentro de Israel, para serem tratados.
Uma vez que ela cruzou a fronteira, sem família, as parteiras do hospital tomaram para si este papel, segurando suas mãos e orientando-a durante o parto. "No final do parto ela agradeceu a todos e abraçou a todos com alegria", disse uma das enfermeiras.
"A equipe de parteiras e médicos israelenses me trataram com sensibilidade e respeito", observou a mãe.
"Ela recebeu atendimento acolhedor e abrangente de toda a equipe de parto", disse Mira Eli, uma das enfermeiras que estava na sala de parto do Ziv, "como toda mãe precisa receber -, E até mais ainda".
Mae+sir%C3%ADa.jpg
Depois de sobreviver com uma dieta de arroz nos últimos dois meses, a mãe recebeu carne e legumes no hospital.
"Eu realmente não sinto que estou em um país inimigo, todos estão me ajudando e cuidando de mim", ela disse ao Canal 2 (Síria e Israel, estão formalmente em guerra, e já travaram três grandes conflitos -, Em 1948, 1967 e 1973).
Desde fevereiro, mais de 250 civis sírios foram internados em hospitais israelenses para tratamento. Muitos casos, menos graves, foram tratados por equipes médicas israelenses em um hospital de campo das FDI nas Colinas de Golã.
Israel tem dito que oferece o atendimento como um ato de assistência humanitária, se esforçando ao mesmo tempo para ficar de fora da guerra Síria, na qual se estima que cerca de 100 mil pessoas foram mortas desde março de 2011.
Saiba mais…

                                            

O Primeiro Ministro Itzhak Rabin foi assassinado em praça pública no dia 4 de novembro de 1995. A razão? Desde 1993, Rabin, o mesmo Chefe das Forças Armadas israelense responsável por conquistar os territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia em 1967, iniciava um processo de paz com o povo palestino. Seu assassino era um fundamentalista judeu, um religioso ultranacionalista, que não admitia que os judeus não detivessem em suas mãos todo o território da Terra de Israel segundo o entendimento bíblico. O assassino julgou-se maior do que a democracia, já que o 1º Ministro eleito, com maioria no parlamento, estava realizando as mudanças que julgava serem necessárias. Ignorou os 10 mandamentos e a lei israelense, pois ambos condenam o assassinato. Passou por cima da tolerância e da coexistência, negando aos palestinos o direito clamado pelos judeus durante décadas e só concretizado às custas de muito sangue, em 1948. Democracia, respeito à vida e tolerância não faziam parte dos princípios do assassino. Mas ele não foi o único culpado. E parece que não aprendemos muito com o caso ocorrido.

Desde que Rabin e Yasser Arafat iniciaram o processo que se desencadeou nos Tratados de Oslo, houve um período marcado por forte incitação à violência contra o 1º Ministro. No dia do seu assassinato, inclusive, Rabin discursou justamente contra este tipo de ação. Havia uma forte oposição, que certamente tinha o direito de manifestar-se, mas jamais desta forma. Daremos exemplos nomeados, pois o lema da “Atzeret do Rabin” 1 é justamente “não esquecer e não perdoar”. E eu incluirei aqui, de forma pouco convencional, outros culpados. Um só dedo puxou o gatilho, mas muitas vozes de incentivo o ajudaram a tomar esta decisão.

O rabino Chanan Porat, ex-líder dos partidos União Nacional e Tkuma foi um deles. Chegou a afirmar: “Não estamos dispostos a continuar a jogar pelas regras do jogo democrático. Não estamos dispostos a obedecer as leis do governo”. O Rabino Menachen Felix, um dos fundadores do grupo de colonos Gush Emunim, afirmou: “o atual regime não tem uma maioria judaica na Knesset para ratificar a rendição à OLP”, em clara alusão racista, como se os árabes não tivessem direito a voto em um Estado democrático. Democracia, aliás, não parece ser um valor importante para estas pessoas. O ex-rabino chefe ashkenazita durante o período 1972-83, Shlomo Goren 2, emitira uma nota em 1993 afirmando que a lei religiosa judaica exigia que os soldados desobedecessem possíveis ordens para demolir os assentamentos. Ou seja: não só os poderes executivo e legislativo deveriam ser desobedecidos, como também o judiciário. E o exército não seria excluído desta regra geral.

RabinMas não só religiosos fanáticos auxiliaram a incitação e a deslegitimação do governo. Importantes políticos colaboraram com a propagação do ódio, e, mesmo que consideremos que nenhum deles tinha ideia do que aconteceria, no mínimo deveriam ter sido mais responsáveis. O líder do Moledet 3, Rahavam Zeevy, afirmara que o governo era “insandecido e decidiu cometer o suicídio nacional”. O então parlamentar Ariel Sharon disse que Rabin havia “colaborado com uma organização terrorista”. Afirmar que Rabin era um colaborador dos terroristas era quase como chamá-lo de traidor. O discurso de Sharon foi realizado no dia 5 de outubro de 1995. A consequência deste protesto foi um ataque a pedradas dos manifestantes ao ministro da Habitação Binyamin Ben-Eliezer e ao carro vazio de Rabin, que fora destruído. Mas ainda em 1993, o então líder da oposição Binyamin Netanyahu aprovou uma declaração da oposição que afirmava: “O povo se ergue contra a traição do governo Rabin”. O atual Premier não parou por aí: fez discursos inflamados a frente de cartazes com fotos de Rabin trajando uniformes de terroristas árabes, faixas com a inscrição “Morte a Arafat” e clamou o povo a derrubar Rabin e Peres antes das eleições. Fotos de Rabin trajando um uniforme da Gestapo também foram vistas e divulgadas, e há uma exposta hoje em dia no Museu de Israel localizado no Centro Rabin, em Tel-Aviv. 4

Eu poderia seguir exemplificando a incitação à violência e o ataque à democracia, mas acredito já ser o suficiente. Não à toa eu me refiro à incitação utilizando exemplos nos quais Rabin fora chamado de traidor e nazista: são os dois únicos casos a partir dos quais a justiça israelense pode declarar a pena de morte. Os traidores da pátria podem ser condenados à morte por tribunais militares. E Adolf Eichmann, ministro nazista responsável pelo plano da Solução Final, que desencadeou no genocídio de seis milhões de judeus durante a 2ª Guerra Mundial, foi condenado à pena capital pela justiça israelense em 1961. Estas ações, no mínimo irresponsáveis, têm sua parcela de responsáveis pelo assassinato de Rabin. E não é pouca.

Mas por que eu resolvi tocar neste tema após 18 anos? Nesta semana foram liberados pelo Estado 26 militantes palestinos, presos por Israel acusados de ações terroristas antes mesmo da assinatura dos Acordos de Oslo, parte do plano de negociações. Não pretendo entrar na discussão se eles deveriam ou não ser libertados. Neste momento eu desejo abrir a discussão sobre as novas incitações: a Ministra da Justiça Tzipi Livni (HaTnua), que acumula o cargo de responsável pelas negociações diretas com os palestinos, foi vítima de ataques durante toda a semana. Seu companheiro de partido Amran Mitzna condenou o partido HaBait HaYehudi por repetirem a postura que culminaria no assassinato de Rabin. Acusam a Livni, que sequer é a responsável por tomar tal decisão, de entregar o país aos terroristas em troca de acordos que só prejudicarão a Israel. O partido nacionalista religioso criou um clima pesado na Knesset, mas curiosamente eximiu Netanyahu de responsabilidade. Completar 18 anos aparentemente deu ao assassinato a maioridade, eximindo outros incitadores de responsabilidade com suas palavras, já que o último caso de grande relevância gerado por tais ações já seria responsável por seus atos, tal qual um adolescente quando atinge tal idade.

Junto a isto eu tomei conhecimento do grupo de humor (?) Latma (golpe, em hebraico), que produz esquetes ironizando políticos e sátiras musicais. Os artistas têm forte enfoque direitista (laico), e são críticos inclusive à política de Netanyahu. O vídeo abaixo mostra uma sátira da canção Shir LaShalom (Canção de Paz), eternizada por Miri Aloni e Itzhak Rabin na manifestação que ocorreu do dia do seu assassinato (clique aqui para escutar a canção com letra traduzida). A sátira debocha da juventude das velas (que de forma pessimista lamentaram o assassinato do 1º Ministro por anos), ironiza a Atzeret Rabin, que anualmente ocorre em Tel-Aviv, e ataca a esquerda pacifista. Confira você mesmo:

 

O assassinato de Rabin causou raiva em muitas pessoas, como no meu amigo e companheiro de site Nelson Burd, que tornou seu sentimento explícito neste seu artigo. Podemos afirmar que não houve reações violentas de defensores de Rabin, de segmentos localizados mais à esquerda. Até os dias de hoje, no entanto, o contrário volta a acontecer. Cidadãos israelenses se manifestam publicamente, como na sátira acima, afirmando que não sentem nada quando são lembrados que um 1º Ministro fora assassinado por questões políticas. Membros radicais voltam a incitar a violência contra políticos moderados, mesmo que suas ações tenham respaldo do regime democrático. Novamente vemos grupos atacarem de forma aberta a tolerância e a democracia, como fizeram alguns parlamentares nesta semana na Knesset. Só nos falta uma nova tragédia nacional como cereja do bolo. Passaram-se 18 anos e parece que parte grande da sociedade israelense não aprendeu muito com o trágico assassinato político de Rabin. E este 4 de novembro nos diz que o assassinato foi muito bem sucedido. Perdemos esta batalha, e se não nos manifestarmos de forma ativa, perderemos a guerra também.

Notes:

  1. Evento que ocorre todos os anos na Praça Rabin, onde ele foi assassinado. Já escrevi sobre este acontecimento há um ano atrás. Se você se interessar, clique aqui.
  2. Primeiro oficial do exército a desempenhar tal função
  3. Partido de extrema direita que já não disputa mais as eleições de forma independente
  4. Todas as citações dos dois últimos parágrafos foram extraídas do livro “Yitzhak Rabin. O Soldado da Paz” (1996), escrito pela Equipe do Jerusalém Report. Ed. Nova Fronteira. Rio de Janeiro. Editado por David Horovitz.
Saiba mais…

LUA NOVA DE KISLEV – SAGITÁRIO - 5774


11419594253?profile=original

“Soprai o Shofar na Lua Nova, no tempo fixado como dia da nossa festa. (Tehilim (Salmos) 81:4, Biblia Hebráica).

 

Neste dia 03 de Novembro Já estamos no mês de Kislev, no calendário Cabalístico Judaico. No Zodiaco o signo é o de Sagitário, a tribo é a de Binyamin e a festa bíblica conhecida como CHANUKÁ, ou a festa da dedicação e das luzes.

O mês de Kislev está relacionado com o acontecimento da guerra do Hasmoneus, contra o invasor Antiocus, rei da Síria, que foi apoiado por milhares de soldados de seu exército. Em 165 AEC, os Macabeus resistiram de maneira heróica. Durante oito dias, e aquele óleo do templo que iluminava apenas por um dia, brilhou de forma milagrosa iluminando a cidade santa vitoriosa.

A letra Samech, associada a Sagitário fala da relação do homem com o tempo. Tem a forma de uma aliança, representando o pacto e a necessidade de se optar por estar dentro ou fora dele.

A letra Guímel está associada a júpiter regente de Sagitário, representando o desejo de compartilhar, porém sem necessitar de qualquer reconhecimento. Quando meditamos nessas duas letras compreendemos melhor os ciclos do tempo, e excluímos a estagnação.

Se o mês anterior nos trouxe algumas dificuldades, o início desta lua nova, nos trás as energias das vitórias do nosso povo sob o inimigo invasor. É um mês de milagres no qual iremos realizar sob a mão poderosa do Criador, todos os nossos desejos úteis, e transpor todos os obstáculos em todas as áreas. Fiquemos conectados ao Eterno, e veremos a sua Shehinah, a sua glória.

Scanear essas letras da direita para a esquerda durante este período nos dar poder para enfrentarmos os desafios do dia a dia. A Astrologia Judaica não é preditiva, ela apenas sinaliza situações, em que se utilizando o livre arbítrio, poderemos vencer determinadas situações em nossa caminhada. Shalom!

Moré Altamiro de Paiva

Saiba mais…

Tópicos do blog por tags

  • e (5)

Arquivos mensais