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Você sabia? Jayme Fucs Bar

Você sabia? Jayme Fucs Bar
Algumas informações importantes sobre a História dos Judeus de Portugal que vale você conhecer!
• Os Judeus chegaram à Península Ibérica levados como escravos pelos Romanos, após a destruição do segundo templo, em 70 d.C. Como organização social cultural e religiosa, já viviam na Ibérica muito antes da chegada dos visigodos, árabes e cristãos portugueses.
• Dom Afonso Henriques, o rei que proclamou a independência
de Portugal, na metade do século XII, tinha como braço direito um
judeu chamado Ibn Yahya Ben Rabi.
• Muitos acreditam que cerca de um terço da população de Portugal era de judeus, até o ano de 1496, quando Dom Manuel I decretou sua expulsão.
• A Sinagoga de Tomar, em Portugal, foi construída em meados
do século XV e é uma das mais antigas sinagogas da Europa.
• O poeta Fernando Pessoa, nascido em Lisboa, era descendente
de cristãos-novos.
• O capitão Artur Barros Basto fundou a Sinagoga do Porto e a
Sinagoga de Covilhã, tendo criado um importante movimento para
o resgate dos bnei anussim, em Portugal.
• Em Belmonte existe uma comunidade judaica que sobreviveu
em segredo por 300 anos.
• Dona Gracia Nasi Mendes, cristã-nova e uma das mais ricas mulheres do seu tempo, fugiu de Portugal, boicotou o papa e foi a
patrona da cidade de Tiberíades.
• Existe uma relação próxima entre o fado, um gênero musical
típico de Portugal, e a música ladina dos judeus ibéricos.
• Os termos “bater três vezes na madeira”, “ficar a ver navios”,
“não apontar para a estrela porque nasce verruga”, “pensar na morte da bezerra”, “lá onde Judas perdeu as botas”, entre outros, muito provavelmente se relacionam com os judeus de Portugal.
• Os judeus de Portugal foram proibidos de morar fora das judiarias, onde, após o tocar dos sinos às 17 h, ninguém entrava e ninguém saía, sob vigilância dos guardas da Coroa.
• Os judeus em Portugal eram obrigados a usar distintivos especiais
nas ruas, como chapéus ou uma estrela de David no casaco, como
forma de serem reconhecidos como judeus. O costume do uso do quipá, que não está escrito na Torá, foi criado pelos rabinos em função dessa obrigação.
• Os judeus em Portugal eram impedidos de entrar na casa de um
cristão em que houvesse uma mulher sozinha e proibidos por lei de
manter qualquer tipo de relação matrimonial ou sexual com uma
pessoa cristã.
• Os judeus em Portugal eram proibidos de empregar um trabalhador cristão na agricultura ou de ter um criado ou uma criada cristã.
• Os judeus em Portugal eram proibidos de frequentar uma adega
cristã ou mesmo de tomar vinho junto a um cristão. O conceito
rabínico do vinho kasher, que também não está escrito na Torá, veio da necessidade de proteger os judeus diante dessa lei. O vinho dos judeus tinha um nome especial na época, conhecido como judeaga, o “vinho judaico”.
• Os judeus em Portugal eram obrigados a pagar um imposto
anual, o “judengo”, equivalente a trinta dinheiros e em memória da
“traição” dos “judeus” a Jesus.
• Os judeus em Portugal eram obrigados a receber o rei ou a rainha dançando nas ruas com seus Sifrei Torá “enfeitados”, como um
vergonhoso “desfile judaico”, sempre que alguém da família real
chegava a uma cidade ou aldeia.
*Todas essas informações estão no magnífico livro História dos judeus em Portugal, escrito pelo Rabino Meyer Kayserling. Essa é uma das maiores fontes de pesquisa sobre os judeus de Portugal, que foi completamente traduzida ao português. É, sem dúvida, uma leitura obrigatória para quem deseja se aprofundar sobre o tema, pois a obra também contém muitas referências bibliográficas e outras importantes fontes de pesquisa muito úteis.
Shabat Shalom!
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Diário de Guerra 38 - Emuná [fé e crença] no judaísmo - Jayme Fucs Bar
Muitas vezes judeus e não judeus me questionam e se manifestam muito contrários à forma como prático e creio no judaísmo e de como manifesto a minha própria emuná. Às vezes parece até ridículo alguém achar que somente o que ele acredita é a “verdade absoluta” e a sua emuná e as outras existentes no mundo são enquadradas como pecaminosas ou hereges.
Por isso, resolvi escrever este pequeno texto sobre emuná, para que esclareça a certas pessoas sobre esse direito legítimo de ter emunot diferentes!
Uma vez, um amigo me disse: “Eu não acredito em Deus”. Fiquei curioso e perguntei: “O que você quer dizer, na sua emuná, em não acreditar em Deus? Ou melhor: fale sobre esse Deus em que você não acredita!”.
Ele, meio inibido, me respondeu: “Eu não acredito em um Deus sobrenatural, um pai que vive no céu, que criou o mundo em sete dias, que o universo tem somente 5 mil anos e que tudo que acontece neste mundo é responsabilidade divina”.
Dei uma grande risada e disse: “Nesse Deus que você descreveu para mim, eu também não acredito! Mas isso não quer dizer que eu não acredito em Deus!
Respeito também todos aqueles que têm uma emuná em Deus diferente da forma que eu acredito!”. A emuná é um direito de cada um. Jamais devemos julgar a emuná do outro, pois ninguém tem a verdade absoluta. Cada um possui o direito de manifestar sua emuná da forma que desejar, mesmo que seja de forma diferente do que você pessoalmente acredita.
O judaísmo sempre foi muito rico nas suas diversas manifestações da emuná! O pluralismo é o que faz o judaísmo ser um tesouro de diversidade e sabedoria! Se você é agnóstico, panteísta, transcendental ou acredita no Deus Sobrenatural, ou mesmo se tem emuná no ateísmo, tudo bem! Tudo isso é legítimo!
Se você é ortodoxo, tradicionalista, caraíta, reformista, conservador, humanista, reconstrucionista, cabalista, Bnei Moshe, secular etc., todas essas correntes são legítimas no judaísmo e devem ser igualmente respeitadas.
Na minha emuná, o judaísmo não é somente uma religião: é algo muito mais amplo que uma simples crença religiosa. Talvez a melhor forma de definir o judaísmo na minha concepção é aquela ensinada por Mordecai Kaplan, que definiu o judaísmo como civilização!
Não importa o tipo de emuná que você tenha, o mais importante no judaísmo é o que você vai fazer em sua vida para si e para o outro. Não tem nenhum sentido somente em possuir uma emuná em Deus se você não tem emuná também nos seres humanos.
Acredito que uma regra básica deve existir para a sobrevivência do judaísmo, que é saber respeitar o direito do “outro” de manifestar sua emuná, mas isso exige uma só condição básica: que essa emuná não se torne nunca uma arma de opressão e de exclusão do direito do “outro” existir e ser diferente.
Eu pessoalmente me defino como judeu panteísta. Eu acredito no Único e tenho a consciência de que, como bem definiu Maimônides, “nós, seres humanos, estamos além da possibilidade humana de definir o que seja Deus e tudo que possamos definir sobre Deus não passa de simples especulações humanas”.
Eu acredito que tudo que existe neste universo é parte da criação do Único, somos todos parte dessa unicidade e, se desejamos sentir o que vem a ser esse esplendor, devemos observar que Deus se manifesta na Natureza e em nossas próprias paixões! Deus é a perfeição e o equilíbrio.
A única coisa desequilibrada na criação do Único somos nós, seres humanos, que ganhamos o livre-arbítrio e o usamos, muitas vezes, de forma incorreta e destruidora para nossa própria espécie.
Vocês não precisam concordar ou discordar de mim, essa é a minha emuná e a beleza disso é que teríamos milhares de formas e expressões diversas e extremamente ricas, se fosse possível analisar o que cada um de vocês tem como sua emuná particular.
Na minha emuná, Deus não é responsável pelos problemas da humanidade e do planeta Terra. Deus não é responsável pela guerra, fome, pela miséria e pela violência degenerada no mundo, nem mesmo pela destruição ecológica do planeta. Nós, seres humanos, temos a função de ser responsáveis por humanizar nossas vidas e saber valorizá-la.
Precisamos saber fazer da vida o “Kodesh Hakodashim”, o Santo dos Santos! Tudo isso está em nossas mãos, e não nas mãos de Deus.
Existe um conto judaico que nos ajuda a entender esse conceito de emuná. Conta-se que existia uma família judia muito pobre que fugiu dos pogroms na Polônia para a América. Como imigrantes recém-chegados, quase não tinham o que comer e rezavam muito pedindo um milagre.
De repente, ouviram uma batida na porta e, ao abrir, encontraram dezenas de pessoas. “Quem são vocês?”, perguntou o pai. Cada um dos visitantes se apresentou: “Eu sou a fé. Eu sou a felicidade. Eu sou a saúde. Eu sou o sucesso. Eu sou o poder”. A família, sem entender nada, foi esclarecida num coro único: “Nós somos os seus desejos! Mas, vocês só podem escolher um de nós para entrar em sua casa”.
Os membros da família debatiam o que seria melhor: sucesso ou saúde? Felicidade ou poder? Alegria ou riqueza? No final, tomaram sua decisão. Eles saíram de casa e falaram aos desejos: “Nós escolhemos a emuná”.
E assim a emuná entrou na casa. Então, todos ficaram surpresos, pois os outros desejos entraram junto com ela! “O que está acontecendo aqui?”. O pai ficou espantado. “Vocês disseram que nós poderíamos escolher apenas um desejo”. “É verdade que vocês só poderiam escolher um só desejo”, explicou a alegria. “Mas aonde a fé ( emuna) vai, nós vamos atrás”.
O judaísmo é composto por emunot diferentes! Você tem o direito de seguir sua emuná e ninguém tem o direito de te atrapalhar.
Se você seguir sua emuná, com certeza terá uma grande chance de ter seus desejos e sonhos realizados.
Os Meus desejos são, que essa guerra acabe, e que todos os soldados e reféns, possam voltar para suas casas, junto as suas famílias e que seja possível voltar a viver numa nova realidade sem guerra e sem violência.
Pode ser uma imagem de texto
 
 
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Diário de Guerra 37 - Os Guardiões da Paz – Jayme Fucs Bar
Muitas pessoas me perguntam de onde vem o meu judaísmo Humanista. Posso dizer que tive a sorte de, desde adolescente, ter frequentado o movimento juvenil judaico sionista e socialista - o Hashomer Hatzair. Esse movimento teve um impacto muito forte na minha vida, na formação da minha identidade judaica e como ser humano.
O Hashomer me ensinou a amar o Israel não dos reis, mas sim o Israel dos profetas. Vejam como ficou definido, na carta de sua independência em 14 de maio de 1948: "Um estado judeu em base dos princípios de liberdade, justiça e paz, ensinados pelos profetas de Israel”. Nosso compromisso com esses princípios é a essência do nosso sionismo e a forma que nos faz entender como ser judeus e judias.
Ser parte desse movimento te exige uma certa profundeza e complexidade de ver e entender o judaísmo e o mundo em sua volta. Somos um movimento que, mesmo antes da criação do estado de Israel e logicamente atualmente, sempre que foi necessário, saímos em todas as frentes de guerra para proteger e garantir a existência do estado de Israel. Mas a diferença é que nunca renunciamos à luta, sem trégua, pela necessidade de chegar a uma Paz entre judeus, árabes e palestinos.
Eu sei que para muitos pode parecer uma ideia utópica, e até contraditória, saber lutar nas guerras sem abrir mão na crença da Paz. Principalmente dentro dessa complexa realidade que é o Oriente Médio. Mas é preciso saber que essa é a nossa postura, apesar de muita gente achar que a palavra Paz nessa região perdeu totalmente o seu sentido. Nós não sabemos viver sem acreditar que a Paz um dia será possível, pois esse conceito na crença na Paz no judaísmo é milenar. Suas raízes estão totalmente inseparáveis do que está escrito na Torá.
O Hashomer Hatzair não é um movimento judaico religioso. Ele é secular humanista e vê o Judaísmo como civilização. Mas você não precisa ser religioso para usar as fontes da Torá. A Torá não é monopólio de ninguém. É uma saga humana que pertence a todos e é uma grande fonte de ensinamento e sabedoria. Nela se expressa, de forma muito clara, essa necessidade de chegar a paz, que nós tanto almejamos.
Falar e sonhar pela Paz é um valor judaico antigo. Não é uma ideia pós-moderna, de um grupo que muitos rotulam como "esquerdistas". A palavra Paz aparece em 121 versículos da Torá e está escrita de várias formas, como se fosse um grito. E um desses gritos ordena que o povo de Israel abençoe a paz. Veja que sempre que abençoamos alguém usamos a palavra Shalom (Paz).
Nos tempos antigos, as pessoas caminhavam muito a pé ou às vezes de burro. Sempre que observavam um grupo vindo em sua direção, cumprimentavam como forma de benção: "Shalom Alechem" (que a Paz esteja com vocês). E o outro lado retribuía com a mesma frase. Hoje a palavra Shalom (Paz), que usamos no nosso dia a dia, vem dessa benção.
SHALOM (Paz) é a palavra que mais aparece nas várias bênçãos que os sacerdotes faziam ao povo de Israel. Os sacerdotes entendiam que, se chegássemos a Paz, chegaríamos a um nível muito alto de perfeição. Muitos não sabem, mas nos diversos nomes de Deus um deles é SHALOM (Paz). A raiz da Palavra SHALOM (Paz) vem de SHALEM, que quer dizer perfeito, completo. Talvez os sábios quisessem nos dizer que a forma de você chegar mais perto do Criador é você conseguir, através da Paz, o equilíbrio que tanto necessitamos em nossas vidas.
Uma passagem interessante na Torá é sobre o sacerdote Aarão, irmão de Moises. Está escrito que ele era “um amante e um perseguidor da paz”. Isso significa que Aarão, apesar do povo de Israel ter que travar guerras sem fim por sua sobrevivência, enfrentando poderosos inimigos entre eles as forças egípcias, ele amava a paz e buscava obter a paz mesmo quando ela estava longe de poder ser alcançada.
Estamos vivendo aqui em Israel uma guerra terrível, com muitos mortos, dores e destruições, mas jamais devemos esquecer de procurar fazer tudo para alcançar a Paz, mesmo sabendo que talvez seja preciso nascer uma nova geração.
A Paz (Shalom) no Judaísmo é uma Mitzvah (ato de boa ação) a ser alcançado, vejam mais alguns exemplos:
1. E darei paz à terra e não haverá terror, e expulsarei uma fera maligna da terra, e uma espada não passará pela sua terra” (Levítico 206);
2. “A paz esteja no seu exército, a paz nos seus palácios” (Salmos Kekab 7).
3. “Afaste-se do mal e faça o bem, busque a paz e siga-a” (Salmos 44:15),
4. “Que Adonai levante para ti o seu rosto e te dê a paz” (Bamadbar 6:26)
5. Que aquele que cria a PAZ nas alturas traga PAZ para nós, para Israel e para todo o mundo. E digamos Amém (Livro de Jó Yoav)
Me lembrei de uma frase que ouvi de um madrich (educador) do Hashomer, o Sergio Goldenstein Z"L (infelizmente já falecido). Eu era um jovem, ainda adolescente e fazíamos uma discussão sobre a crença em Deus e alguém perguntou ao Sergio se ele acreditava em Deus. Ele respondeu assim:
"Não sei se acredito em Deus, mas se Deus existe, com certeza ele acredita no Hashomer".
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Diário de Guerra 36 – O Amalek e a Guerra na Torá – Jayme Fucs Bar
A Torá não é, como muitos pensam, um livro somente religioso. É uma saga humana e, independente se a sua formação seja religiosa, secular, liberal, tradicionalista ou se você se define como direita ou esquerda, a Torá pertence a todos e é inseparável da civilização judaica. Eu sou um judeu secular humanista, não religioso, mas sempre que tenho uma curiosidade sobre qualquer tema vou a procura do que está escrito na Torá. O surpreendente é que você vai encontrar tudo o que você pode imaginar na Torá. Por isso quero apresentar a vocês como a Torá entende a temática das Guerras.
As Guerras - no mundo antigo os homens tinham como objetivo o extermínio físico da população inimiga e quem sobrevivesse seria escravizado e deveria assimilar a cultura, a religião e a tradição dos vencedores.
Os israelitas, como um povo antigo, foram parte dessa realidade brutal e tiveram que enfrentar muitas guerras contra outras nações que faziam fronteira com a terra de Israel. Eles tiveram que aprender a sobreviver às forças dos grandes impérios e conquistadores, que por muitas vezes invadiram essa região. A maioria absoluta dessas nações e impérios deixaram de existir no curso da História.
Mas fica uma grande pergunta, ainda a ser desvendada. Por que o povo israelita conseguiu sobreviver, apesar de tudo isso?
Vocês podem até rir do que eu vou dizer, mas o judaísmo acredita que é possível que no futuro as guerras desapareçam completamente do mundo. Muitos acreditam que o judaísmo sobrevive porque acredita em profecias e uma delas é: "Nação não levantará a espada contra outra nação e não aprenderão mais a guerra”.
Não é preciso que a profecia seja realizada. O que vale é você crer na sua intensão. No judaísmo existe uma regra: o mundo pode estar um caos e na verdade estamos num caos. Mas você não pode perder a fé (emuna) e deixar de crer que um dia essas profecias possam se concretizar.
Os profetas de Israel recebiam suas profecias através de sonhos, que muitos transformaram em utopias. Mas quem não acredita em sonhos e utopias não consegue sobreviver num mundo onde reina a cultura da violência.
Mas como a Torá vê as Guerras?
A Torá nos apresenta alguns elementos importantes sobre as guerras de Israel. Ela as divide em duas categorias, que tem significados bastante diferentes: A primeira é a guerra de Preceito (mitzvah Israel). É uma guerra que expressa o conceito de uma guerra total da luta da justiça contra um mal que pode levar ao extermínio do povo de Israel. Esse tipo de guerra não está relacionado a outras nações. Ela é uma guerra exclusiva, que almeja a destruição da nação Amalequitas (Amalek).
O segundo conceito de Guerra é de Reshut (autoridade) que é uma guerra que visa expandir o domínio do Estado para além das fronteiras da Terra de Israel, por razões políticas ou econômicas. Nesse tipo de guerra a Torá ordena poupar a vida de qualquer pessoa que esteja disposta a render-se e viver sob a ocupação israelita.
A guerra de autoridade somente poderá ocorrer com permissão dos líderes do Sinédrio. Um bom exemplo são as guerras do Rei David que são citadas no Talmud como um protótipo para guerras de Reshut (autoridade). Em contraste com uma guerra de preceito (mitzvah Israel), que não existe a necessidade de autorização do Sinédrio.
Uma das diferenças entre esses dois tipos de guerra, descrito na Torá, é que antes de qualquer cerco e do início de uma guerra de Reshut (autoridade), está escrito sobre a necessidade de clamar pela paz e negociar. Antes de sair para uma guerra essa estratégia foi usada pelo reino de Judá. Graças a isso ele sobreviveu na História, diferente do reino de Israel que, apesar de ser muito maior e mais forte, saiu para uma aventura contra o império assírio e foi totalmente exterminado.
Outra curiosidade é que numa guerra de Reshut (autoridade), o cerco deve ser iniciado pelo menos três dias antes do Shabat, enquanto em uma guerra de Preceito (mitzvah Israel) não existe isso. Não se pediu paz para a nação Amalequitas (Amalek), pois o objetivo deles era nos destruir. Esse conceito é tão forte na Torá que numa guerra contra eles foi até permitido iniciar um cerco no Shabat.
Na Torá está escrito que antes de ir para a guerra, o sacerdote tinha a função de se apresentar frente aos guerreiros. Sua fala era dividida em duas partes, a primeira antes de saírem e a segunda quando estavam perto para entrar em combate.
As palavras do sacerdote era para lembrar o que está escrito na Torá: “Você não terá medo deles” e, de acordo com alguns sábios, o mandamento "não ter medo durante a guerra" explica que a proibição do medo ocorre somente durante a própria guerra. Já nos dias de paz o homem pode ter um coração fraco e temeroso.
O que chamamos hoje de estrela de David, em hebraico esse nome é escudo de David. Ele não era usado como conhecemos hoje como um símbolo judaico. Ninguém usava a estrela de David com um colar no peito. A função do escudo de David era simplesmente militar, de encorajar os guerreiros na luta contra os Inimigos. A estrela de David era um tipo de mandala que representava, em cada escudo, que esses guerreiros estavam lutando e dispostos a morrer em nome do Deus de Israel.
Nas fontes da Torá está explícito que o serviço no exército era feito apenas por homens. Mas não existe nenhuma proibição na Torá para que uma mulher se aliste no exército. De forma geral essa era a realidade aceita nessa época, que apenas os homens se alistavam e não as mulheres.
Mas é interessante que na Torá mostra, em certas ocasiões, que mulheres participaram de guerras. Neste caso elas tinham que raspar os cabelos, cortar as unhas e se vestirem como homens. Os sábios acreditam que essa era a forma de tirar a beleza da mulher guerreira e igualá-la aos homens.
Temos também provas concretas de mulheres que se tornam guerreiras e heroínas nas guerras de Israel na Antiguidade. Entre elas temos Débora, a profetisa, que salva o povo de Israel das garras dos seus inimigos, Yael, esposa de Héber, que matou o líder cananeu Sisera e a famosa Judith Bat Marari, que conseguiu chegar diante do general Holfornes e o matou.
Hoje estamos vivendo mais uma das guerras de Israel. Uma das piores desde sua reconstrução em 1948. Para quem desejar, podemos usar a linguagem bíblica de que essa guerra contra a Hamas é uma Guerra de Preceito (Mitzvah Israel), pois apesar de estarmos num período pós-moderno, ouvimos em Israel muita gente chamar o Hamas, Irã e Hezbolah de os novos Amalequitas (Amalek).
Sempre na história judaica, quando estamos em emergências podemos ver que acontecem certas reações do povo de Israel que nos surpreendem. Uma delas é a quantidade enorme de participação de mulheres em todos as funções militares, lutando corpo a corpo nas frentes de guerra, com muitas histórias de heroísmo, sacrifícios e de bravura.
Outra é a grande mobilização dos reservistas, mesmo aqueles que já deram baixa devido a idade, que comparecem como voluntários nos campos de batalhas. Também impressiona a mobilização da sociedade civil em geral que apoia, com todos os meios possíveis, todos aqueles que estão se sacrificando por suas vidas, em defesa de Israel.
E com certeza o mais curioso, e talvez muitos de vocês devam estar se perguntando: o que está acontecendo com a comunidade ultraortodoxa? E se tudo isso está escrito na Torá, por que a maioria dos ultraortodoxos se negam a servir no Exército de Israel?
A resposta é simples. Eles não aceitam a criação do Estado de Israel moderna, realizada pelos homens. Eles ainda estão a espera do Messias para essa realização.
Mas eles, que como todos que presenciaram de perto essa terrível, trágica e a sanguinária matança realizada pelo Hamas em 7.10.23, onde mais de 1300 pessoas foram assassinadas e outras centenas raptadas, pararam para pensar. E isso os levou a uma nova reflexão.
Certos setores da ultra ortodoxia começaram a ver a realidade dentro do conceito Bíblico: Hamas = Amalequitas (Amalek) e entenderam que estamos numa guerra de Preceitos (Mitzvah Israel). Independente da chegada do Messias para fazer a Geula (A Redenção), é uma mitzvah agora nesse momento se alistar no Exército de israel.
O judaísmo é amplo e muito sábio. A Cabala interpreta a palavra hebraica AMLEK (Plural Amalekim) de uma forma muito interessante. A palavra Amalek têm o valor numérico da palavra Safek, que significa “dúvida” ou “incerteza”.
O que podemos entender com isso?
Matar o Amalek não é matar somente a nação de Amalek e sim matar também as incertezas que temos dentro de cada um de nós.
Fico aqui numa grande curiosidade sobre o percurso dessa guerra.
Me pergunto se o nosso primeiro-Ministro Benjamin Nathaniel conseguirá matar as dúvidas e as incertezas que leva dentro de si.
Será que ele terá coragem de assumir todas as responsabilidades desse caos que estamos vivendo e no final saberá se demitir?
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Diário de Guerra 34- Yeshayahu Leibowitz e o judaísmo maximalista – Jayme Fucs Bar
Nesses últimos tempos, tenho observado o triste processo político que estamos vivendo em Israel e Palestina, com certeza, também em vários lugares do mundo, entre eles o Brasil. Tudo isso me fez pensar muito em uma das personalidades que admiro muito, o professor Yeshayahu Leibowitz.
Eu nunca soube como realmente defini-lo: um cientista, um rabino, um sábio ou um profeta? Talvez ele tenha sido um pouco de tudo isso em vida. Na verdade, fico até meio inibido e escrevo este texto com muita humildade, pois estou muito longe de ser um grande entendedor sobre esse grande homem.
Foi somente com o tempo e com mais idade que pude começar a compreender Leibowitz. Na verdade, eu percebi que já compreendia Leibowitz há muitos anos, dentro do meu olhar como judeu humanista. Contudo, também descobri que o pensamento dele era muito mais complexo do que o meu entendimento. Na verdade, eu não tinha compreendido nada!
Leibowitz sempre esteve totalmente conectado, sob uma visão religiosa puramente judaica, à crença na totalidade absoluta do monoteísmo maximalista, visão judaica, pouco conhecida por muitos, que entrava constantemente em choque e em contradição com os valores das correntes religiosas tradicionais do judaísmo e, por vezes, com a própria sociedade israelense.
Leibowitz não foi somente um crítico da direita nacionalista, mas também uma fonte de desespero para as correntes religiosas tradicionais e um verdadeiro tapa na cara dos socialistas trabalhistas.
Para Leibowitz, no judaísmo, a vida é a coisa mais sagrada de todas e não a terra, a pátria ou a nação. Essa visão está totalmente ligada ao conceito do monoteísmo maximalista. Segundo essa ideia, há seres humanos que se comportam como deuses em nome de ideias “santificadas” e que, de forma independente de suas origens, podem transformar suas ideias e seus líderes em religiões.
Leibowitz sempre nos alertava sobre o perigo desses pensamentos, que podem levar qualquer povo, inclusive os judeus e os palestinos, a se comportarem como fascistas. Um dos grandes legados de Leibowitz foi a sua coragem de alertar a nossa consciência judaica e humana sobre esse perigo.
Acredito que essa contribuição foi de uma grandeza sublime! Considero esse homem um profeta dos tempos modernos. Leibowitz tinha a capacidade de ver o mundo sob a ótica do olhar judaico maximalista.
Apesar de negar ser um grande humanista, ele foi e sempre será um exemplo de um grande ser humano. Para muitos, sejam ultranacionalistas, religiosos, liberais, socialistas, entre outros, as palavras de Leibowitz sempre feriram como se fossem uma faca pontuda. Ele não perdoava ninguém de uma severa crítica, mas ouvi-lo era uma boa oportunidade de libertação e de encontrar uma luz para nossa escuridão, se você não tivesse medo e desejasse ouvir e aprender algo novo em sua vida.
Leibowitz, diferente de muitos, observa o mundo judaico com um olhar totalmente diferente do comum, por isso suas palavras sempre nos machucavam: ele tinha a capacidade de nos fazer ver o reflexo de nossas próprias vidas em nossa total nudez, a nudez do medo e das incertezas que, para ele, era na verdade o espectro do fascismo existente em cada um de nós. Isso me faz lembrar de uma magnífica frase que escutei de outro mestre com quem venho aprendendo muito: o psicanalista Paulo Blank, que diz que “O fascismo é a condição natural do homem, e compete a cada um combatê-lo”.
Fico imaginando os gritos que ouviríamos de Yeshayahu Leibowitz ao ver a realidade atual de Israel e da palestina, dois lados governados por fações, religiosas, ultra nacionalista e messiânicos. Infelizmente o alerta do perigo declarado em suas profecias não foi ouvido e o resultado é a guerra, o caos, o medo e a insegurança.
Yeshayahu Leibowitz morreu em 1994, mas continua a existir em nossos corações.
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Diário de Guerra 35 – Você sabia? Jayme Fucs Bar

Diário de Guerra 35 – Você sabia? Jayme Fucs Bar

Quando eu vivia no Brasil, e ainda era um adolescente, passei umas férias em Teresópolis com alguns amigos. Lá conheci uma menina que era nascida e criada na cidade. Começamos a nos encontrar e, passado um tempo, ela me convidou para ir num Domingo em um evento social da Igreja que ela e a família frequentavam. Disse a ela que até poderia ir ao evento da Igreja, mas que eu não era cristão e sim judeu. Me lembro bem da carinha dela de espanto e as frases que se seguiram: "Você é judeu? Mas você é um cara muito legal."

Com certeza quem é judeu ou judia passou por algum tipo de situação como esta. Não que a pessoa já seja má de nascença, com pré-conceitos a judeus e judias. Mas essa é a forma que muitos são criados, aprendendo desde cedo a ver o outro como um ser demonizado.

Aprendi que a única forma, quando você não conhece o diferente, é procurar estudar e aprender um pouco sobre o outro, principalmente aqueles que tem uma cultura, religião e tradição diferentes da sua. Por isso coloquei aqui vinte (20) coisas importantes, que eu considero que você deveria saber sobre Israel e os judeus. Talvez isso ajude a nos conhecermos um pouco melhor.

1. Que os israelitas (judeus) são como os índios brasileiros. Eles são o povo originário da terra de Israel e não os árabes, que têm sua origem na península Arábia. Os árabes invadiram essa região e a conquistaram a partir de 636 d.C;

2. Que antes do uso do nome povo Judeu, esse povo teve outros nomes como: Hebreus (Período dos Patriarcas), Bnei Israel ou filhos de Israel (Período dos Juízes e Reis) e Povo Judeu (depois da destruição do primeiro templo);

3. Que Judá era um dos 12 filhos de Jacó, que originou o nome judeus e judaísmo. Dentro do relato bíblico Jacó lutou com um anjo e por isso foi rebatizado com um novo nome: Israel, que significa "aquele que luta com Deus";

4. Que a Ligação dos Judeus com a Terra de Israel não começou a partir da criação do Estado Judeu moderno em 1948. A terra de Israel é parte inseparável da civilização judaica há mais de 3000 anos;

5. Que a História dos judeus na terra de Israel sempre foi uma história de resistência aos seus conquistadores. Alguns exemplos no período em que foi dominado pelos gregos e romanos: Revolta dos Macabeus 167a.C - A grande revolta 66 d.C , - A Revolta de Kitos 115 d.C e A rebelião de Bar Kochba 132 d.C;

6. Que Jesus, Pedro, Maria a mãe, Maria Madalena e todos os discípulos eram Judeus e Judias, e toda história de vida e morte e ressureição de Jesus aconteceu nas terras de Israel;

7. Que o Nome da região sempre foi Judeia. Foi mudado em 135 d.C para palestina prima e palestina segunda, devido ao grande ódio que o imperador Adriano tinha em relação aos judeus, por ter sido humilhado na revolta de Barkova, que libertou a Judeia durante 3 anos e meio;

8. Que existe no idioma hebraico 70 nomes diferentes para definir a Cidade de Jerusalém. Entre esses nomes aparece “Sion”, de onde deriva o nome sionismo, o movimento moderno de libertação nacional do povo judeu. Que a palavra Sion não é nome feio, nem palavrão. Sion aparece nada mais, nada menos que 150 vezes na Torá (Bíblia), definindo o local onde se encontravam o Templo e a cidade de David;

9. Que a Mesquita Domo da Rocha foi construída em 685 d.C, logo após a invasão dos árabes à terra de Israel. O Domo da Rocha é considerado um dos 3 lugares mais sagrados dos Muçulmanos. A Mesquita Dourada foi construída exatamente no lugar onde ficava o primeiro templo dos israelitas, construído pelo rei Salomão 1500 anos antes da construção da mesquita;

10. Que até 1917 todo o Oriente Médio era parte do Império Turco Otomano. Não existia países, nem identidades nacionais como conhecemos hoje. Palestina, Líbano, Jordânia, Emirados Árabes, entre outros foram criados e tiveram suas fronteiras definidas a partir dos anos 40, em função dos interesses de seus novos colonizadores: ingleses e franceses. Que até o início do século XX o termo “palestino” tinha um significado exclusivamente local e não nacional;

11. Que Judaísmo é uma civilização e não uma simples religião. O Judaísmo contém cultura, história, tradição, religião, povo, nação, idioma, filosofia, espiritualidade, misticismo, e uma terra chamada Israel;

12. Que entre os Judeus não existe uma hegemonia de pensamentos, crenças e muito menos de visões políticas iguais. Você pode encontrar na diversidade judaica judeus e judias: religiosos, seculares, tradicionalistas, transcendentais, panteístas, agnósticos, ateus, místicos, cabalistas, liberais, progressistas, conservadores, reformistas, capitalistas, socialistas, comunistas, sociais-democratas, ultranacionalistas, fundamentalistas, messiânicos etc.;

13. Israel é o único país democrático no Oriente Médio, onde o sistema é parlamentar. Atualmente existem 2 partidos árabes dentro do Parlamento de Israel, com 10 representantes;

14. Israel é o terceiro país com o maior número de empreendedores no mundo. É o primeiro em número de mulheres empreendedoras com mais de 55 anos;

15. Israel é um país que, apesar de se localizar no deserto, realizou em 75 anos o maior número de reflorestamento do mundo;

16. O Judaísmo começou a utilizar o símbolo da Estrela de David na Idade Média. A primeira bandeira com a Estrela de David foi aparentemente hasteada em 1354, quando o Imperador Carlos IV concedeu aos judeus de Praga o direito de hastear uma bandeira. Eles escolheram uma bandeira com o símbolo da Estrela de David;

17. O Hebraico foi um único idioma no mundo que conseguiu reviver de uma língua morta e se transformou no idioma nacional de Israel;

18. Além de Israel ser considerado um lugar sagrado para o Judaísmo, ele também é sagrado para o Cristianismo, o Islamismo e para a religião Bahá'í. As duas cidades mais sagradas os Bahá'ím são Acre e Haifa;

19. Em Israel é obrigatório por lei o serviço militar para homens e mulheres ao completarem 18 anos, porém as minorias não têm essa obrigação. Mas existem comunidades como os Drusos que, em sua grande maioria, servem o exército. Nos últimos anos houve um aumento significativo nas forças do Exército de Israel das minorias dos beduínos, cristãos e muçulmanos;

20. A expectativa de vida em Israel está em sexto lugar no mundo: mulheres - 85,1 anos e Homens - 81,2. 

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Diário de Guerra 32 - Foda-se — Jayme Fucs Bar

Diário de Guerra 32 - Foda-se — Jayme Fucs Bar
Os judeus são o único povo do mundo que foi relegado pela eternidade a estar no banco dos réus da história. Sempre existem indivíduos, grupos, organizações, partidos políticos e até países que os acusam do grande delito de existirem.
Em muitas ocasiões, o veredito dessas acusações é a pena de morte, pois para essas pessoas a melhor fórmula de solucionar o problema dos judeus como "o mal da humanidade" é o seu extermínio.
A lista das acusações contra os judeus é enorme, difícil de contar o número de páginas que ocupariam, muitas ficaram amareladas no percurso da história.
O réu, ou seja, os judeus, não têm direito a advogado ou qualquer tipo de defesa, nem mesmo precisam de provas, o martelo do juiz já foi ouvido em público, e o réu recebeu sua sentença.
Entre as acusações estão a de matar Deus (Jesus), de negar Maomé e o Alcorão, de ter pacto com o diabo, de propagar as pestes no mundo, de usar sangue de criança para fazer pão, de ter inventado o capitalismo, o comunismo, o socialismo, a maçonaria; são imperialistas, colonialistas, genocidas, ricos e exploradores, dominam a economia, roubam as terras dos palestinos.
Agora Jesus deixou de ser judeu e passou a ser palestino. O judaísmo é uma invenção e nunca existiu. Sionismo é racismo e apartheid. Os judeus tramam uma conspiração para dominar e escravizar o mundo. Os judeus inventaram as atrocidades cometidas pelo Hamas em Israel em 7de outubro de 2023.
O Hamas é a resistência ao plano dos judeus de exterminar os palestinos. Mulheres e meninas judias podem ser estupradas, pois isso faz parte do pacote da “resistência palestina”. Sendo assim, incentivar o genocídio dos judeus é legitimo, seja nas escolas seja nas universidades, na verdade, em qualquer lugar. Crianças e civis judeus israelenses não são reféns, e sim prisioneiros de guerra.
Chega! Cansei. Sinto náusea. Essa lista poderia seguir e segui até ocupar milhares de páginas. O ódio contra os judeus, as mentiras e a reinvenção da história sobre os judeus é interminável.
Tenho 65 anos. O tempo me dá uma vantagem: faz-me entender que, com esse tipo de gente, qualquer argumentação está perdida. Não se trata de ser pessimista, e sim de ser realista, aceitar. Aqueles que nos acusam de tudo isso e mais não estão dispostos a procurar saber de fatos ou verdades. Estão com a cabeça e o coração tomados pelo ódio, ao ponto da histeria. Parece que esse ódio está enraizado no DNA das pessoas. É um sentimento muitas vezes inexplicável, até mesmo por aqueles que nos odeiam.
A história do antissemitismo sempre se repete. Muitos acreditavam que depois do Holocausto, a humanidade pudesse aprender algo, mas não é verdade. Um sábio judeu que viveu na Idade Média, e era rabino, filósofo e médico, chamado Maimônides, em sua época definiu que essas manifestações de ódio aos judeus são como "A DOENÇA DA INVEJA".
Talvez para vocês a conclusão de Maimônides pareça simplista, mas não! Neste difícil período em que nós, judeus e judias, estamos vivendo , aprendi que quanto mais você justificar e provar a inigualável contribuição do povo judeu à humanidade em todos os setores, mais essa doença da inveja parece aumentar e corroer o interior dessas pessoas.
Nem adianta apresentar documentações, fatos e processos históricos. Ninguém vai querer saber. E o pior é que as pessoas chegam a delirar de cólera e inveja quando são confrontadas com a proeza que o Estado de Israel conseguiu em somente 75 anos. Trazer ao mundo uma enormidade de inovações, científicas e tecnológicas, para todos! Aí é que você enlouquece essas pessoas.
Maimônides tinha toda a razão, essas pessoas estão contaminadas pela doença da inveja, que parece ser um mal sem cura.
Cheguei a uma conclusão. Não precisamos justificar nada, nem tentar dar explicações, muito menos pedir perdão por algo que não fizemos. Não querem nem saber. Nós, judeus, temos que nos concentrar em continuar lutando para garantir nossa sobrevivência, e deixar muito claro para quem nos ameaça, que ele também estará ameaçado, que quem desejar nos exterminar também será exterminado.
Temos sim que saber ampliar o diálogo e a coexistência com todos aqueles que nos respeitam e desejam viver num mundo de paz e tolerância, e respeitam o nosso direito de existir. Para aqueles, cujas mentes já estão irreversivelmente contaminadas pela loucura da doença da inveja e do antissemitismo, minha palavra é simplesmente Foda-se!
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Diário de Guerra 31 - Palestina e sua identidade nacional – Jayme Fucs Bar
Existiu um povo antigo que viveu na planície costeira da terra de Israel. Ele chegou nessa região durante o século XII aC. e seu nome ficou conhecido na história como filisteu. Sua origem indica uma forte conexão com a antiga cultura grega micênica e, apesar de serem conhecidos como filisteus, não sabemos realmente seu nome.
O que sabemos é que esse povo vivia nas ilhas do Mar Egeu, hoje ilhas Gregas e que, provavelmente, por causa de um grande terremoto ou causas climáticas, tiveram que abandonar seu habitat original.
Os filisteus abandonaram seu território e emigraram para a costa da área litorânea, que hoje corresponde as cidades de Asdod, Asquelon e Gaza. Na Bíblia podemos ler muito sobre os filisteus, principalmente no livro de Samuel, onde esses locais aparecem como "terra dos Plistin" (terra dos filisteus).
Esse apelido foi dado pelos próprios israelitas e é um nome pejorativo que vem da raiz da palavra hebraica POLES, que quer dizer INVASOR. Esse povo também vai aparecer na bíblia com um outro apelido, também pejorativo, de GOY YAM (os gentios do mar). Mas o uso do nome Plistin (filisteus) será o nome que ficará consagrado e conhecido na História.
O Povo Filisteu, como muitos outros povos da região como os Fenícios, Cananeus, Amonitas, Moabitas, Edomitas etc., vão desaparecer da história em consequência das invasões dos grandes impérios, que conquistaram toda essa região. Sabemos que os Filisteus deixaram de existir na conquista dos Babilônios em 604 aC.
O uso do nome “Philisteia”, hoje Palestina, foi usado para definir uma localização geográfica por um grande historiador da época antiga chamado Heródoto, que viveu no século V aC.
Segundo seu depoimento, ele visitou a planície costeira da Terra de Israel nas cidades de Gaza e Ashkelon, e lá ele aprendeu sobre os filisteus que viveram na região e foram exterminados sobre o domínio de Nabucodonosor, o rei da Babilônia. Daí o nome que Heródoto deu em seus escritos a esse pedaço de terra: Philisteia, mais tarde Palestina.
No entanto, o nome Yehuda (Judá) vai prevalecer como o grande nome dessa região, assim conhecida entre as nações do mundo antigo. A prova disso foi quando o Império Romano, em 63 a.C, assumiu o controle de Israel e chamou essa região de "Província de Judá".
Este nome também aparece nas moedas da vitória de Vespasiano, depois que seu filho Tito derrotou a grande rebelião judaica e destruiu o segundo Templo. Na moeda está escrito: Judea capta (Judéia conquistada).
Então como acontece a mudança do nome dessa região de Judeia para Philisteia/Palestina?
Com a rebelião de Bar Kochba em 132 d.C., e em consequência da expulsão dos romanos da Judeia, o imperador Adriano vai ser humilhado por um pequeno grupo de guerreiros judeus, que conseguiu realizar uma proeza considerada única naqueles tempos. Expulsaram e aniquilaram o poderoso império romano da Judeia e se tornaram uma nação livre durante 3 anos e meio.
Essa realidade levou o Imperador Adriano a uma fúria imaginável contra os judeus. Ele reconquistou a Judeia em 135 d.C, realizando uma carnificina muito bem descrita na época pelo historiador romano Cassius Dio: "985 de suas aldeias foram arrasadas. 580.000 homens foram mortos e o número daqueles que morreram de fome, doenças e incêndios era incompreensível. Assim, quase toda a Judéia ficou desolada.”
Independente do número de mortos descritos pelo historiador romano Cassius Dio parecer bastante exagerado, a ideia aqui é descrever a vitória romana sobre os judeus, não somente pelo massacre, mas também pela grande vingança de Adriano. Veja como Cassius Dio descreve, ainda nesses dias em seus escritos o nome da região como Judeia. Porém, a partir desse momento tudo vai mudar nessa região, não só o nome.
O Imperador Adriano vai ter um só intuito: procurar apagar de uma vez por todas a memória dos judeus nessa terra. Ele não vai se contentar apenas em deportar milhares de judeus sobreviventes, agora como escravos, para outras regiões do Império Romano. Ele vai também mudar o nome de Jerusalém para Helia Capitolina, além de criar no local do templo dos judeus o templo de Júpiter.
Mas o mais importante será a mudança do nome oficial da província rebelde de Yehuda (Judá) para Philisteia ou Palestina prima e Palestina segunda, um nome que ele conhecia dos livros gregos de Heródoto.
Mais tarde, o nome Palestina torna-se a designação dominante para a Terra de Israel, que passou a fazer parte dos Impérios que vão governar futuramente essa região (romanos, bizantinos, árabes, cruzados, mamelucos, turcos até chegar no Mandato Britânico).
Como surgiu a identidade nacional Palestina?
Importante entender que, anterior ao Mandato Britânico, nunca houve um país ou uma Identidade nacional chamada Palestina. A população que vivia nessa região era, em sua grande maioria, de cultura árabe muçulmana. Estes chegaram a essa região através da Península Arábica em 632 d.C, dominando esse território por mais de 1300 anos até a conquista dos Ingleses e Franceses, em 1917.
A prova disso é que nos primeiros conflitos entre árabes e judeus, durante o Mandato Britânico, a instituição mais importante que representava os árabes na região era o "Comitê Árabe Supremo", e nele não houve em momento qualquer menção sobre um povo chamado palestino.
De Fato, o termo "povo palestino" para designar os árabes da Terra de Israel aparece pela primeira vez na Carta Palestina da OLP, em 1964.
Portanto, ao contrário de outros povos do mundo que formaram a sua identidade nacional ao longo de muitos séculos, o povo palestino, como muitos povos dessa região, nasceu de repente, dentro de uma necessidade estratégica do que foi o retalhamento das terras do antigo Império Turco pelos ingleses e franceses, que criaram países e novas identidades nacionais inexistentes até aquele momento.
Não somente a Palestina, mas novos países e novas identidades nacionais surgiram como por exemplo a Jordânia, o Líbano, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes etc.
Muitos historiadores alegam que o nacionalismo palestino nasceu graças ao conflito árabe-israelense. Outros dizem que a criação da identidade nacional palestina deve a sua existência nacional ao movimento sionista. Se o Sionismo não existisse, os palestinos como uma nova identidade nacional não existiria. Provavelmente seriam parte desse novo país criado pelos ingleses chamado Jordânia.
Não existe para mim nenhuma discussão, dentro da realidade atual, sobre a criação de um estado palestino ao lado do Estado Judeu (dois povos dois países). Isso é uma necessidade estratégica para os interesses do Estado de Israel.
Eu sei que parece um paradoxo, mas é um fato. Sem o movimento sionista que tantos odeiam, não existiria o que hoje chamamos de povo palestino. E, se um dia o Estado Israel deixar de existir, o povo palestino também desaparecerá, pois ele nasceu por razões políticas, relacionadas ao interesse dos modernos conquistadores dessa região.
Os Ingleses e franceses, apesar de seu curto domínio nessa região (nada mais que 30 anos), deixaram seus rastros em todo o Oriente Médio. Isso é sentido até hoje entre judeus e palestinos, pois somos todos "herdeiros" desse caos criado por essas potências. Para mim pessoalmente fica sempre difícil ouvir seus pronunciamentos cínicos e hipócritas, quando falam sobre os conflitos entre Israel e palestinos, como se eles não tivessem culpa no cartório.
O que devemos saber de toda essa História?
Existe alguns fatos óbvios em todo esse meu relato, que são importantes para vocês saberem e terem isso muito claro. Vivemos num mundo conturbado de desinformação e de criação de novas realidades e mentiras. Gostaria de resumir cinco fatos importantes do meu texto:
1. Os Israelitas (judeus) são como os índios brasileiros. O povo originário da terra de Israel ou, se desejarem, originário da região da Judeia/Palestina;
2. Os Israelitas (judeus) são um povo de 3.500 anos, que sobreviveu na história. Sua cultura, história, tradição e religião são inseparáveis da Terra de Israel;
3. O Povo que hoje se autodefine como palestino não tem nenhuma relação com o povo filisteu, que viveu na Antiguidade. Nem sua cultura, história, tradições ou religião;
4. Na modernidade surgiram vários movimentos nacionalistas e, com isso, um novo povo se autodenominou palestino. Porém sua origem é da Península Arábica. Sua cultura e tradição são árabes e, na sua maioria, muçulmanos;
5. Os palestinos, assim como a Jordânia, Líbano, Arábia Saudita, Emirados Árabes entre outros foram criados pelos ingleses e franceses, a partir dos anos 40. Eles se transformaram em novos países e povos na região. Em comum todos são árabes de maioria muçulmana. Mas, como uma nova nação, carecem de uma identidade nacional ainda sem raízes, sem história e sem tradições.
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Diário de Guerra 29 – Ai Que Loucura – Jayme Fucs Bar
Há muitos anos trabalho com um motorista de Jerusalém Oriental. Ele palestino árabe muçulmano e eu judeu. Conheço ele já há bastante tempo. O nosso encontro foi por acaso, em um desses dias que eu estava subindo a pé o Monte das Oliveiras, local onde tinha estacionado o meu carro. Nesse dia desci a pé com os meus turistas cristãos, fiz o percurso das igrejas e finalizei na tumba de Maria.
Deixei o grupo tomando uma água, subi a pé essa grande e cansativa ladeira, para pegar o carro e dar continuidade ao passeio.
No meio da subida, já cansado, passou um táxi de 9 lugares e o motorista me chamou: - “Ei, guia! Está subindo para o Monte das Oliveiras”?
Eu já meio mal-humorado respondi: - “Não tenho dinheiro para pagar o táxi”.
Rapidamente ele me retrucou: - “Quem está aqui te cobrando táxi? Estou te oferecendo uma carona, pois essa é a minha direção”.
Entrei no carro e ele logo se apresentou. “Meu nome é Maher, falou. Sou árabe muçulmano e vivo aqui no bairro do Monte das Oliveiras. Trabalho com turistas das igrejas ortodoxas russas”.
Chegando lá em cima, entendi em alguns minutos, pela cordialidade e a gentileza, que o Maher era realmente uma pessoa muito especial. Logo trocamos telefones e, a partir desse dia, começamos a trabalhar juntos. Eu como guia e ele como motorista.
Na verdade, somos de dois mundos, de duas culturas e de duas histórias bem diferentes. O que temos em comum é o nosso lado humano e o grande respeito um pelo outro.
Com o tempo Maher se tornou um grande amigo. Sempre disposto a ajudar e prestar favores. Sempre falamos sobre nossas famílias, nossos filhos e nossas preocupações. Principalmente dessa realidade absurda que nós estamos vivemos, que sempre tenta nos separar e nos exilar numa grande muralha de desconfiança, de ódio e de violência. Mas isso de forma alguma vai existir entre nós. Muito pelo contrário!
Nesses dias complicados, de medo e insegurança que todos vivemos aqui em Israel, resolvi ligar para o Maher. Ele me atendeu de imediato. Primeiro me perguntou como eu, meus filhos e netos estávamos passando esses momentos tão difíceis. Depois ele apenas me disse 3 palavras, que entendi imediatamente seus sentimentos: “ Ai que loucura”. Verdade, todos nós estamos vivendo uma loucura!
Mandei um forte abraço a ele e à sua família, e disse que se precisasse de qualquer coisa estaria sempre pronto a ajudar. Senti em nossa conversa uma forte emoção e uma grande tristeza. Convidei Maher para sair um pouco dessa loucura e vir passar uns dias junto com sua esposa, como meu convidado, em uma de minhas casas em Belmonte, Portugal.
Maher me agradeceu num tradicional Shukran, Salam maleku.
Terminei essa conversa e pensei comigo mesmo que ninguém escolhe nascer judeu, muçulmano ou cristão. Mas quando a vida te dá oportunidade de conhecer o outro, o diferente, não tenha medo, você vai descobrir o óbvio. O que nos unifica é que somos simples seres humanos. Ai que Loucura!
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Reféns X Prisioneiros — Jayme Fucs Bar

Reféns X Prisioneiros — Jayme Fucs Bar
Sem a gente perceber, estamos numa guerra mundial. Essa guerra acontece nas mídias e nas redes sociais. É uma guerra nojenta, pois não existem escrúpulos nem regras, vale tudo!
O objetivo não é a informação, e sim modelar a opinião pública, em função do lado que você pertence. A estratégia é realizar constantes bombardeios de desinformações, e modelar nossos pensamentos para criar uma realidade conforme os objetivos que cada grupo tem.
De fato, estamos sendo todos manipulados constantemente. Meu único conselho é: se cuide. Cuide você e da sua família. A maioria das informações que circulam nos meios de comunicações são puro lixo. Existe uma máquina de manipulação da realidade.
Ouvi uma frase que adorei e não sei a quem pertence “A única verdade que sei quando abro para ler os jornais (meios de comunicação) é a data."
Um pequeno exemplo dessa triste realidade é como a mídia e as redes sociais apresentam a questão da libertação dos reféns civis israelenses. Quarenta deles são crianças, algumas bem pequenas na idade de maternal, todas sequestradas de suas casas e encarceradas em Gaza pelo Hamas. Esse tipo de mídia tendenciosa os apresenta como “prisioneiros de guerra”.
É claro que existem ainda muitas pessoas que não renunciaram à liberdade de pensar e sabem definir o que seja a manipulação dos fatos. No entanto, muitos, para não dizer milhões, já caíram nessas armadilhas.
O fato é que todos os prisioneiros palestinos que estão destinados a serem libertados como parte do acordo foram condenados por tentativa de homicídio, e não porque jogaram flores nos soldados israelenses.
Entre os prisioneiros libertados, estão jovens de 14 a 18 anos, que não são bebês nem inocentes crianças de 3, 4,5 anos cujos pais foram assassinados em sua frente. Também serão libertadas mulheres palestinas de todas as idades não porque estavam participando de um festival de música ou cuidando do jardim de sua casa, mas por tentativa de homicídio.
A maioria dos libertados são palestinos da Judeia e Samaria. Outros são residentes de Jerusalém. Os libertados não estão identificados com o movimento "Paz Agora" ou com o "Children for Peace”, mas sim pertencem em sua maioria a organizações terroristas como Hamas, a Jihad Islâmica, e outras organizações.
Alguns exemplos do motivo de terem sido condenados: Mason Musa, que foi condenado a 15 anos de prisão por um ataque com facadas, Merah Senior, que foi detida, quando tinha 16 anos por esfaquear um policial e feri-lo , e Asraa Gebas, de Jerusalém Oriental, que detonou uma bomba caseira num posto de controle perto de Jerusalém, causando ferimentos a um policial.
Na verdade, não se fala na massificação feita de forma sistemática nas escolas palestinas, onde o que mais ensinam é ódio e violência. Nas próprias escolas, começam um engajamento político e ideológico com o objetivo de transformar esses adolescentes em ativos militantes pelas causas palestinas e usar o terrorismo como meio.
O que ajuda, sem dúvida, a radicalização desse processo é a política do governo de Benjamin Natanyahu, que há 15 anos domina a política israelense e vem com uma estratégia de “administrar o conflito”, e não de procurar uma solução.
A estratégia é clara: aumentar as colônias nos territórios ocupados e impossibilitar futuramente qualquer tipo de negociação. Em outras palavras, CAOS!
Outro fator que é importante ter claro também são as condições de funcionamento, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, das prisões e dos direitos dos prisioneiros palestinos que pertencem a uma organização palestina rival.
Sabemos que esses prisioneiros sofrem condições brutais e torturas, como choques elétricos, fome, espancamentos e privação de sono. Uma realidade em que não existe nenhuma organização de direitos humanos ou Cruz Vermelho para ver as condições nas prisões palestinas.
Um relato de um antigo prisioneiro palestino conta sobre a sua prisão na Autoridade Palestina em 2009. Ele contou como ele e os seus amigos foram torturados com choques elétricos, fome, espancamentos, privação de sono, ameaças de violar as suas esposas, e muito mais.
ATENÇÂO!
Os civis israelenses sequestrados pelo Hamas- Estado Islâmico NÂO SÂO PRISIONEIROS, eles SÂO REFÉNS.
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Diário de Guerra 27 - Sinwar o Açougueiro de Gaza – Jayme Fucs Bar
A guerra é sem dúvida a forma mais grave de todos os conflitos humanos. Cada lado, quando sai para um conflito, tem suas justificativas que geralmente estão inseridas não somente nos interesses políticos e econômicos, mas também numa carga de ódio e demonização do inimigo. Elas se apresentam muitas vezes por questões religiosas, ideológicas, territoriais, heranças históricas ou mesmo a manutenção ou mudança de relações de poder.
Não existem guerras justas, mas geralmente existem algumas regras que procuram evitar que esses conflitos cheguem à população civil, principalmente às crianças. Essas regras estão amparadas na Convenção de Genebra, que define de forma clara o que seja "crimes de guerra".
A faixa de Gaza foi liberada por Israel em 2005, quando foi passado o seu controle para a Autoridade Palestina, com intuito de transformar esse território num exemplo de paz e prosperidade. Rapidamente se travou uma guerra civil entre os grupos rivais palestinos Fatah e Hamas e, em 2007, o Hamas expulsou a Autoridade Palestina, assumindo total controle da faixa de Gaza.
Esse território foi transformado em um estado bélico terrorista islâmico, onde não existe nenhuma regra em suas práticas militares. Portanto para o Hamas o termo "crimes de guerra" é inexistente. Exterminar judeus e judias é a forma prática que "justificam seus meios".
O que para nós é considerado ataques brutais e sanguinários à civis, para eles é uma forma normal de comportamento, pois o conceito é que todo judeu ou judia, sem precedentes, incluído aí bebês, crianças, idosos homens ou mulheres, devem ser exterminados.
Essa máquina de extermínio não vem de ações espontâneas ou individuais, mas sim de um plano muito bem definido, onde exige um processo de domínio e massificação da população geral de Gaza. Isso acontece através de um sistema da manutenção ao ódio aos judeus e a necessidade imediata da destruição física do Estado de Israel.
Esse projeto faz parte do currículo educacional e acontece no dia a dia de sua população. Desde criança os palestinos são doutrinados pela educação ao ódio e a violência sem precedentes!
Esse é o resultado de uma geração que foi doutrinada a manifestar a sua fúria e a violência a todos os judeus. Exemplo vivo de como essa massificação está muito bem enraizada nas mentes desses terroristas, foi o que vimos no episódio que aconteceu no Festival de música, no dia 7 de outubro de 2023. Algo difícil de se imaginar.
Um dos jovens terroristas, depois de assassinar com suas próprias mãos mais de 10 civis inocentes, fez uma ligação para sua mãe, relatando com a maior alegria a sua ação e é abençoado do outro lado com a frase: "Me orgulho de você meu filho. Deus é grande".
Somente uma máquina muito bem estruturada pode transformar seres humanos em monstros sanguinários, onde invadem comunidades como os Kibutzim da região, tiram de suas casas civis e os matam sem precedentes. Foram capazes de assassinar uma mulher grávida e arrancar de seu ventre um feto!
Como pode a mente humana imaginar que esses sanguinários puderam fazer de reféns crianças e bebês, muitas delas tendo visto seus pais sendo assassinados em sua frente. Todas foram levadas para serem trancadas em um cárcere nos porões da faixa de Gaza, para futuramente serem usadas como uma "mercadoria" para as suas negociações.
Que justificativa podem ter esses covardes assassinos terroristas ao queimar famílias inteiras vivas e cortar cabeças de pobres inocentes aos gritos de louvor à Deus?
Difícil imaginar, mas é real. Seres humanos se transformaram em verdadeiros demônios. Estupraram mulheres e meninas, depois as mataram e cortaram seus seios.
Somente mentes doentias, que há anos foram programadas, são capazes de ser tão brutais com um outro ser humano! Estão totalmente condicionados para agir de forma fria e serem incapazes de sentir empatia, culpa ou vergonha.
Toda essa carnificina foi muito bem planejada detalhadamente sob a ordem de um só homem: Yahya Ibrahim Hassan Sinwar. Somente um psicopata agiria dessa forma. A prova disso é bem explicada nas ações dele quando esteve preso em Israel e ficou doente com um grave câncer no cérebro. Apesar de sua vida ter salva pela medicina de Israel e de seus médicos judeus, ele nem agradeceu.
Saiu da cadeia com mais ódio, não demonstrando apego a nada.
Sinwar sabe que ele está vivo graças aos judeus, mas ele não sente nenhuma culpa ou vergonha. Sua mente é doente. Ele se sentiu livre para planejar, de uma forma fria e desumana toda essa barbaridade, sem manifestar qualquer emoção.
O perfil psicopata de Sinwar é evidente na sua postura, na sua paciência para planear esse tipo de ato de terrorismo a população civil. Tudo foi bem planejado, com anos de antecedência. Ele não somente domina o idioma hebraico que fala fluentemente, mas sobretudo compreende como pensa a sociedade israelense e como pode manipular suas emoções.
Essa percepção profunda das fraquezas emocionais da sociedade israelense é a sua arma secreta. Ele sabe que os judeus têm uma grande valorização a vida e sabe da responsabilidade que tem seus governantes ao bem-estar de seus cidadãos principalmente se são crianças, idosos e mulheres. Essa é a forma de conseguir ganhos nessa sua estratégia demoníaca!
Sinwar é conhecido dentro do mundo árabe como “O Açougueiro de Gaza”, por matar centenas de palestinos. Muitos deles com suas próprias mãos. Qualquer um suspeito de ser contrário ao regime da Hamas na Faixa de Gaza ou de passar informações a Israel está na mira do assassino.
Sinwar é o responsável principal pelo massacre sanguinário e brutal de crianças, mulheres e homens inocentes em 7 de outubro de 2023. Portanto "seus dias estão contados". Essa foi a promessa feita pelo chefe das forças armadas de Israel e, se por acaso for preso, será julgado por crimes contra a humanidade e seu fim será o mesmo que o Nazista Adolf Eichmann.
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