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Trancoso: Investigadora apela a maior estudo das figuras judaicas "que marcaram a Beira Interior"

A investigadora Antonieta Garcia apela a um maior estudo das figuras judaicas “que marcaram a região” da Beira Interior, mas cuja influência permanece desconhecida, referiu num encontro sobre o tema.
A docente da Universidade da Beira Interior e investigadora da presença judaica na região falava nos Serões da Beira em Trancoso que decorrem sábado e hoje sobre o tema “Judeus nas Beiras Através dos Tempos”.

“Quando se diz que é importante estudar a presença judaica nas beiras, isso tem a ver com a necessidade de perceber quem foram os judeus que marcaram a região e muito disso não se sabe”, destacou.

Apontou os casos de “Amato Lusitano, Elide Montalto ou Ribeiro Sanches, só para falar de médicos judeus da região, para além de outras figuras das ciências ou da literatura”, mas de acordo com Antonieta Garcia há muitas mais personalidades por descobrir.

“Os estudos judaicos já conheceram piores dias, mas há ainda uma quantidade significativa de processos na Torre do Tombo que ninguém abriu”, alertou.

Olhando para o mapa das beiras, Antonieta Garcia apontou casos práticos do que mudou com a presença judaica. “Por exemplo, onde houve uma forte presença de judeus, o comércio teve um desenvolvimento espantoso”, apontando o caso de Trancoso. “Os negócios, de uma forma genérica tiveram maior dimensão”.

Por outro lado, a região herdou “práticas religiosas e costumes das comunidades judaicas”, de que é espelho “o forte significado e celebração da Páscoa”.

Nos Serões da Beira em Trancoso, a investigadora destacou o papel fulcral da cidade e do distrito da Guarda, enquanto região raiana, na movimentação de judeus desde a instauração da Inquisição em Espanha e depois (em 1536) em Portugal.

“O que esta região tinha de diferente era a proximidade da fronteira. Desde que nasceu a Inquisição até ao seu final, no século XIX, circulavam muitos judeus nesta região, entre Portugal e Espanha e por entre diferenças religiosas”.

Hoje, a investigadora destaca o caso da vila de Belmonte, como “a única que ainda segue o judaísmo ortodoxo. Manteve-se assim ao longo dos séculos”.

“Foi a única comunidade que manteve o núcleo duro judaico e continuou a transmitir os costumes judaicos de mães para filhas, de boca a orelha, porque a endogamia marcou esta comunidade”.

Ou seja, os casamentos entre judeus permitiram preservar a comunidade e garantir a sua descendência.

“Hoje mantêm-se os casamentos, agora com abertura maior a outras comunidades judaicas”, destacou, concluindo que a descendência judaica “tem condições para continuar viva”.

LFO.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/fim

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A PROPOSITO DO ANTI-SEMITISMO - MENORAH

A propósito do anti-semitismo


O termo "anti-semitismo", com suas conotações Biológicas e raciais, foi usado pela primeira vez em 1879. por Wilmer Marr, fundador da famosa Liga Anti-semita.

MENORAH - Edição 38


A palavra “anti-semitismo” tornou-se logo de uso corrente, encontrando um campo amplo para seu emprego, e, amparando-se no culto da ciência, que a tornou muito popular a partir dos últimos vinte anos do século XIX, todos os postulados “científicos” do termo foram avidamente aceitos por determinados segmentos da ideologia nacionalista patriótica.


Marr embasava o termo “anti-semitismo” com uma identidade racial, asseverando que o caráter “inato” dos judeus ou semitas – considerados descendentes de Shem, um dos três filhos de Noah mencionados no livro bíblico da Gênese – era absolutamente oposto ao caráter “nobre e puro” dos arianos (Marr, ao dizer “aria-nos”, tinha em mente os teutões e nórdicos, tais como alemães, austríacos, escandinavos, holandeses, ingleses, franceses etc.). Ele considerava, magnanimamente, que os judeus não podiam deixar de ser o que eram; isto é, homens “inferiores moral e fisicamente”, porque a natureza assim havia predeterminado.


Essa mistura de contra-sensos pseudocientíficos era ministrada pelos raivosos racistas aos ignorantes e apáticos e só fazia divertir ou irritar os eminentes homens de ciência daquela época.


De certa forma, o arianismo começou assim: no ano de 1808, Friedrich von Schlegel, o célebre estudioso do sânscrito (católico casado com a filha de Moisés Mendelssohn, Dorothea), observou, no decurso de suas pesquisas filológicas, certa proximidade entre o persa e o sânscrito, de um lado, e as línguas teutônicas (alemão, sueco, holandês etc.), de outro. A partir dessas observações inteiramente acidentais e de outras realizadas por vários filólogos, elaborou de uma língua ancestral comum, o “ariano”, supostamente falada por um povo chamado “ariano”, que habitava a terra de “Ariana”, uma hipótese para a origem dessas línguas “aparentadas”.


Nem é preciso dizer que o “ariano” era uma língua perdida e esquecida; os próprios “arianos” haviam desaparecido no bojo da história e a terra de “Ariana” era mencionada superficialmente no Zend Avesta, livro das escrituras semíticas do zoroastrianismo persa, escrito por volta do ano de 1000 a.E.C.Nãohá, entretanto, qualquer indicação de onde estaria situada.


Foi nesses hipotéticos arianos, habitantes de um país hipotético chamado Ariana, que falavam uma língua hipotética, o ariano, que os anti-semitas do século XIX, entre os quais estavam professores, jornalistas e demagogos alemães, foram buscar as fontes de sua nobreza ancestral e de seu orgulho de fazer parte de uma “raça superior” da Humanidade. Não resta dúvida que o sentimento nacional, que se seguiu ao triunfo espetacular dos alemães sobre os franceses, na guerra franco-prussiana de 1870, estimulou enormemente o desenvolvimento do princípio “científico” anti-semita do arianismo; fê-lo parecer convincente. Ao mesmo tempo, buscando inspiração na mesma fonte literária – o Zend Avesta – os anti-semitas do século XIX fizeram uma analogia entre o princípio zoroastriano da dualidade e da oposição mortal que se sabe existir entre a deidade da luz (Ormuz) e a idade da treva (Arimã) e a oposição, igualmente mortal, que se supunha existir entre a raça ariana (a “raça superior” alemã) e a raça semítica (a “raça escrava” judia). A conclusão a que chegaram era a seguinte: assim como o deus persa da luz estava empenhado em eterna batalha com o deus das trevas, até que este último fosse derrotado – assim devia a raça ariana encetar um combate mortal contra o judaísmo até destruí-lo.


Quanto à “pureza racial”, reivindicada pelos apologistas “arianos” em favor do povo alemão, o eminente antropólogo francês Pittard fez a seguinte observação, no início do século: “Há tanta diferença entre um pomeraniano da costa do Báltico e um bávaro do maciço do Amer, quanto a que existe entreum cavalo e uma zebra.” (Polskraiser: apud Clemesha1998, 68).


Nos anos intermediários entre a guerra franco-prussiana e a unificação de todos os estados alemães, em 1871, e a tomada do poder por Adolf Hitler, em 1932, havia na Alemanha um número relativamente grande de judeus, que prosperavam, a esse tempo. Sob a orientação oportunística do Príncipe Bismarck, que compreendia a reação e o liberalismo a um só tempo, os judeus conseguiram a emancipação civil e total e, portanto, oportunidades iguais sob o ponto de vista jurídico em qualquer ramo de atividade. Está fora de dúvida que, durante as três décadas finais do século XIX, a grande expansão comercial e industrial da Alemanha deu a muitos judeus uma oportunidade sem par. Muitos enriqueceram e se integraram aos pilares da sociedade, exercendo atividades tais como as de fabricante, negociante, banqueiro, médico, engenheiro, advogado, além de práticas culturais, como a música e a literatura.


Não será necessário insistir em que o elemento de ressentimento permeou o pensamento de muitos anti-semitas com relação a seus compatriotas alemães de origem judaica. Desde quando os Cavaleiros da Cruz, ao final do século XI, se haviam expressado aos gritos de “Hab hab!” (“Dê, dê!”), os inimigos dos judeus em todos os países da Europa, nos séculos que se seguiram, passaram a encobrir sua cupidez pelo dinheiro e pelas posses dos judeus com a unção de um sentimento piedoso. Essa combinação de sentimentos foi, sem dúvida, a centelha que provocou a petição popular assinada por 300.000 cidadãos prussianos, em 1880 – a que se seguiram dois dias de violentos debates no Parlamento – requerendo do Marechal de Ferro (Bismarck) que excluísse os judeus de todas as escolas e universidades e que lhes proibisse ocupar qualquer cargo público. “A mistura do elemento semítico ao elemento germânico de nossa população demonstrou ser um fracasso. Temos que enfrentar agora a perda de nossa superioridade pela ascendência do judaísmo, cuja influência sempre crescente provém de características raciais que a nação alemã não pode e não deve tolerar, a não ser que deseje destruir a si mesma”.

Quão diferente era o tratamento que dera Robespierre, durante a Revolução Francesa, aos propalados defeitos “judaicos” (como se outros povos também não tivessem as mesmas deficiências!). Falando aos delegados da Assembléia Nacional para solicitar que incluíssem os judeus nas provisões humanísticas dos Direitos do Homem, disse ele: “Os defeitos dos judeus provêm do rebaixamento a que vós (cristãos) os haveis submetido. Se elevarmos sua condição, rapidamente farão jus a ela.” (NYISZLI: 1980, 189)

Segundo um dito antigo, “os judeus eram amaldiçoados por fazer e eram amaldiçoados por não fazer”. O reverendo Dr. Stöcker, pregador de Potsdam, favorito do Kaiser, declarou: “Os judeus são, simultaneamente, os pioneiros do capitalismo e do socialismo revolucionário, trabalhando assim pelos dois lados para destruir a atual ordem social e política.” (SARTRE: 1954, 76).

Os anti-semitas alemães, evidenciando sempre forte inclinação nacional para a metafísica, para a obtenção de conclusões “científicas” e para a elaboração de formulações precisas a partir delas, desenvolveram seu ódio aos judeus obedecendo a um sistema científico irrefutável – assim pensavam eles. Observa-se, freqüentemente, que sociedades ou grupos de homens, quando querem fazer parecer aos outros que suas ações são mais corretas e justificadas do que na realidade, tratam de adorná-las com racionalizações altissonantes de natureza intelectual, moral e legal, para assim disfarçar-lhes a má índole. Como observou, porém, o célebre jornalista e filósofo satírico judeu, Max Nordau, (1849-1923), ao comentar acerbamente as proezas “intelectuais” dos anti-semitas: “Os pretextos variam, mas o ódio continua.” (CLEMESHA 1998, 145)

O ódio dos anti-semitas na Alemanha e na Áustria perdurou, mas, a partir dos meados do século XIX, surgiu um pretexto novo, desta vez fornecido por intelectuais e professores – etnólogos, biólogos, psicólogos e historiadores – visando a supressão total (ver a plataforma do Reformista Lutero) e mesmo o extermínio físico dos judeus. Essa inovação foi liderada por dois homens: Conde Joseph Arthur de Gobineau (1816-1882) e Houston Stewart Chamberlain (1885-1927).
Gobineau, diplomata e orientalista francês, que publicou um Ensaio sobre a Desigualdade das Raças Humanas, em quatro volumes (Paris, 1853-1855), tomou como base de sua tese a visão dos judeus (semitas) como “uma raça mista” e que “tudo de grandioso, nobre e frutificador nas obras do homem [...] pertence a uma família (a ariana), cujos diferentes ramos reinam em todos os países civilizados do globo” (GOBINEAU apud CLEMESHA 1998, 93).

O outro mentor intelectual dos anti-semitas alemães, Chamberlain, era genro do compositor Richard Wagner que, por sua vez, havia atacado impiedosamente os judeus no seu ensaio nada musical “O Judaísmo na Música”. Chamberlain foi autor da obra mais agressiva, talvez, já publicada a respeito de judeus, fazendo-a editar sob o título acadêmico e totalmente enganador de Os Fundamentos do Século XIX (1899). A obra mereceu a aprovação entusiástica do Kaiser Guilherme II e dela foram vendidos quase um milhão de exemplares somente em língua alemã. Uma amostra típica do que o livro contém é a seguinte reflexão: “... a raça judaica está completamente abastardada, e sua existência é um crime contra as sagradas leis da vida...” (CHARBERLAIN apud CORREA NETO: 1980, 79)

Por falar em “sagradas leis da vida”, outro inimigo do povo judeu, igualmente influente e devoto, o reverendo Dr. Adolf Stöcker, pregador da corte de Guilherme I e líder do bloco anti-semita do Reichstag, também entrou na arena como defensor da “santidade”. Mas a santidade pela qual lutava era a chamada pureza do sangue alemão. Dizia ele: “... o judaísmo moderno é uma gota de sangue estrangeiro no corpo alemão – e tem poder destrutivo” (NYISZLI: 1980, 49) Foi Stöcker, fundador do Partido Socialista Cristão, em 1878, quem cunhou, naquela ocasião, a legenda que se tornou o grito de guerra dos nazistas contra os judeus, meio século depois: “Deutschland – erwache!” (Alemanha, acorda!). Os socialistas cristãos também adotaram em seu programa político uma plataforma central que exigia uma Alemanha que fosse Judenrein (purificada de judeus).

Curiosamente, nessa preocupação com a pureza racial do povo alemão, Chamberlain e Stöcker, como também os outros líderes intelectuais do movimento anti-semita alemão, cada vez mais florescente – Wilhelm Marr, Hermann Ahlwardt, Heinrich van Treitschke, Conde Wajter Puckler-Muskau e o filósofo Eugen Dühring – tinham idéias “cientificas” análogas à limpeza, à pureza do sangue (que era a obsessão dos racistas espanhóis durante o século XIV).
O problema judaico não era mais da alçada da religião cristã. Os anti-semitas intelectuais, tal como os arruaceiros das cervejarias, opunham-se violentamente à conversão dos judeus ao cristianismo, devido à “mácula” que o “sangue judaico” traria à corrente puríssima de sangue germânico, através dos casamentos mistos.

Do alto de sua elevada eminência, o filósofo Dühring dava ao povo alemão o seguinte conselho genocida, quanto ao trato com os judeus: “não deveriam ficar inibidos por qualquer escrúpulo, e sim usar os mais modernos métodos de desinfecção” (DÜRHRING apud SARTRE 1954, 104). Dessa “filosofia de desinfecção” às câmaras de gás nazistas, onde foram asfixiados seis milhões de judeus em 1940-45, a distância era de poucos passos e de apenas sessenta anos.

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1949_Knesset

La Asamblea Constituyente del Estado de Israel

se reunió en Jerusalem febrero de 1949: el Presidente Provisional, Jaim Weizmann inauguró la Knesset el parlamento del jóven país.

Dirigentes políticos del Ishuv -la comunidad judía de Palestina-Eretz Israel, que precedió a los organismos estatales, soberanos- fueron electos como miembros de la Knesset en los primeros comicios nacionales.

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PARASHAT " TETZAVE"

Parashat “Tetzavé”
Autor: Rabina Jana Klebanski

Interpretación y comentario
La parashá “Tetzavé” comienza con los versículos: “Y tú habrás de ordenar a los hijos de Israel que te traigan aceite de olivas machacadas, puro, para el alumbrado, para encender una lámpara permanente. En la Tienda de Reunión, del lado de afuera del velo que está ante las Tablas del Pacto, lo ordenará Aarón y sus hijos, desde la noche hasta la mañana ante Adonai: Ley permanente por sus generaciones con los hijos de Israel” (Éxodo 27:20-21).
La pregunta que se hicieron muchos comentaristas es: ¿cuál es la razón para que El Santo Bendito Sea pida el encendido de una lámpara permanente? Puesto que no puede ser que Dios necesita una luz de nuestra parte. Una de las respuestas que propone el midrash sobre este tema es que a la persona creyente se le ordena servir a Dios y alumbrar Su rostro, para educarse a sí mismo y tomar conciencia de no ser un desagradecido por las bondades y beneficios que recibe. Y así dice el Midrash Rabá: “Dijo el Santo Bendito Sea a Moshé: “y que te traigan aceite de olivas machacadas, puro, para el alumbrado”. No es que Yo lo necesite, sino para que me alumbren a Mí como Yo los alumbré a ellos. ¿Por qué? Para elevaros a vosotros por sobre todas las naciones, y que digan: “Israel alumbra a Quien alumbra a todo el mundo...”. Según la lectura simple del midrash podemos entender que se trata de una relación del tipo “yo te doy a ti y tú debes devolvérmelo”. No quisiera ver en las relaciones con Dios un tipo de relación de “toma y da”, ni tampoco puedo creer que ésa es la verdadera intención del midrash.
Por lo tanto, trataré de explicar la orden de encender una lámpara permanente para Dios, como yo interpreto este asunto en mi vida cotidiana.
Comenzaré con un cuento
“Se cuenta que el Rabi Israel Salanter salió de la Casa de Estudios en plena noche y vio una pequeña luz titilando en la ventana del zapatero. Rabi Israel -que era sensible al dolor y a las dificultades de cada miembro del pueblo de Israel- entró a la casa del zapatero y lo encontró sentado, arreglando un zapato a la luz de la vela.
Le preguntó el Rabi Israel: ”¿Por qué trabajas hasta tan tarde?”
”Rabi:” -respondió el zapatero- “Mientras la vela todavía arda, debo trabajar y arreglar”.
Inmediatamente, el Rabi Israel regresó a la Casa de Estudios, llamó a los que estaban estudiando durante la noche y les dijo: “Amigos y hermanos míos: Una gran enseñanza aprendí en este momento del zapatero: Mientras la vela todavía arda, el ser humano debe trabajar y arreglar...”
El mensaje del cuento lo podemos aprender mediante el versículo de Proverbios 20:27: “La vela de Dios es el alma del ser humano”. Es decir, el alma del ser humano es como la lámpara permanente que El Santo Bendito Sea pidió que se encienda delante de Él. El ser humano puede vivir mientras le falta una parte de su cuerpo, pero no tiene vida sin alma: El alma del ser humano es la lámpara permanente que ordenó El Santo Bendio Sea que sea encendida. Y el objetivo del alma de “la vela de Dios”- según nuestro cuento, es “trabajar y arreglar”-, es presentar los resultados ante Dios. En nuestro cuento, el trabajo del zapatero es un trabajo simple, su sustento diario, como cada uno de nosotros lo puede hacer. Y, según mi opinión, ése es justamente el asunto que el cuento quiere destacar: el ser humano puede encender una lámpara permanente incluso en su vida cotidiana, y no es necesario que busque y espere momentos de santidad y de revelación para encender la luz de su alma. “Trabajo y arreglo” son las herramientas simples y conocidas que encienden la lámpara permanente ante El Santo Bendito Sea.

Estudio y análisis
Rabino Dr. Alexander Even-Jen
Profesor de Pensamiento Judío, Instituto Schechter de Estudios Judaicos Jerusalem.

“Y tú habrás de ordenar a los hijos de Israel que te traigan aceite de olivas... para el alumbrado, para encender una lámpara permanente” (Éxodo 27:20-21)
¿Por qué dice: “Y tú habrás de ordenar a los hijos de Israel” y no: “Ordena a los hijos de Israel”? Najmánides dice que era importante destacar que el sentido de esta frase es: “Tú mismo ordénales”.
¿Por qué es importante que el mismo Moshé sea el que da la orden?
¿Por qué el consejo de Itró no rige aquí también? Puesto que Itró había propuesto -y Moshé aceptó su consejo-, que debía delegar autoridad y nombrar personas que ocupen su lugar.
¿Acaso las leyes relacionadas con el Tabernáculo son más importantes que las leyes relacionadas con los seres humanos?
¿Puede ser que la razón es que en el campamento ya se escuchaban objeciones sobre la posición de Aarón y sus hijos u otras personas que ya se veían como cohanim en el futuro próximo? ¿Quizás ellos ya daban consejos? Por lo tanto, ¿había necesidad de que el propio Moshé aclare cuál era el camino deseado?
“Y habrás de acercar hacia ti a Aarón tu hermano y a sus hijos con él, de entre los hijos de Israel, para servir ante Mí. Aarón, Nadav y Abihú, Elazar e Itamar, los hijos de Aarón” (Éxodo 28:1).
¿Por qué “acercar”?
¿Por qué había necesidad de detallar los nombres de los hijos de Aarón, si ya estaba escrito: “a Aarón tu hermano y a sus hijos con él”?
¿Puede ser que existía cierta “competencia” entre los hermanos?
¿Por qué “Aarón tu hermano” y no solamente “Aarón”?
¿Por qué había necesidad que Dios diga eso? ¿Acaso el tema no era obvio?
¿Había necesidad de la orden de Dios para “evitar” la calumnia, para evitar que en el pueblo no se diga que hay aquí cierto tipo de “favoritismo”?

Editado por el Instituto Schechter de Estudios Judaicos, la Asamblea Rabínica de Israel, el Movimiento Conservador y la Unión Mundial de Sinagogas Conservadoras.
Traducción: rabina Sandra Kochmann.

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El Terror Antisemita Sique Vigente - Rajel Hendler


El terror antisemita sigue vigente

Autor: Rajel Hendler

Lamentablemente, otra vez los judíos tienen la culpa. En Alemania, en la R

epública Checa, en Hungría, en Suiza, en Inglaterra, en las universidades; profanan cementerios; judíos son atacados, apedreados, acusados; la crisis económica en general, la crisis bancaria financiera en el mundo entero, especialmente en Europa y Estados Unidos, generan slogans antisemitas. En esa realidad, los neonazis levantan cabeza y desde luego su expresión activa y más elocuente es el anti israelismo
El neonazismo es en esencia el resurgimiento del antisemitismo, derrotado militarmente en la última Guerra Mundial, pero cuyos resabios dañinos siguen aleteando por doquier, envenenan almas y mentes en todas partes y constituyen el caldo de cultivo propicio a su desarrollo con todas sus lamentables consecuencias.
Y desde luego, entre los grandes bancarios y financistas hay muchos judíos, y eso es motivo para los neonazis.
A pesar de haber sido derrotado Hitler y el nazismo y firmado la paz, casi enseguida, años más tarde, ha surgido, en distintas partes del mundo nuevos brotes de ideas y manifestaciones totalitarias, discriminatorias, a las que se ha titulado neonazismo, y una de las primeras muestras de su resurgimiento es el terrorismo y el antisemitismo.
Lamentablemente así se escribe la historia. Traeremos algunas definiciones, formularemos algunas preguntas para meditar.
Las definiciones son el marco más o menos taxativo de los conceptos y las que traeremos a colación aquí en nuestro caso, tienen su elasticidad y sus variantes específicas.
Estado: “Sociedad organizada que tiene como fin principal la realización del Derecho. La sociedad organizada para declarar el Derecho de un modo supremo e inapelable, cumplirlo, en relación con todos los fines de la vida y hacerlo cumplir cuando no se realice voluntariamente”.
Gobierno: “La voluntad del Estado es la ley, y sus agentes son los que hacen las leyes e imponen su observancia. Estos agentes constituyen el Gobierno. Es un grupo de individuos a quienes se ha confiado la responsabilidad de llevar a cabo los fines del Estado”.
Ideología: “Conjunto de ideas, creencias y modo de pensar características de un grupo, nación, casta, profesión, secta religiosa, partido político, etc.
Traje a colación, como introducción didáctica, estas definiciones, que da el diccionario como guía, como marco para llegar a las preguntas. Así como Jean Paul Sartre describe el retrato de un antisemita, yo pregunto a grandes rasgos: ¿cuál es el retrato de un terrorista?
El terrorismo es un tema candente en el mundo entero, de trascendentes y sangrientas consecuencias en nuestro país. Lo estamos viviendo día a día.
¿Qué es el terrorismo como grupo? Como conjunto de personas donde el individuo es un tornillo dentro de la máquina, que cumple ciegamente órdenes, directivas que no se discuten ni analizan.
¿Qué mueve al individuo al integrar este grupo? ¿Es siempre un lavado de cerebro? ¿Es el terrorista un patriota, un héroe, un delincuente, un asesino... o ambas cosas a la vez?
Trataremos de dar alguna explicación a lo que acabamos de preguntar.
Los tres elementos citados: Estado, Gobierno e Ideología, constituyen un organismo político positivo, con objetivos claros de progreso, patriotismo, amor y respeto a los pobladores, etc., etc. Desde luego que hay muchos factores objetivos más, pero para nuestro tema nos limitaremos aquí.
Hablemos de ideología, que sin duda de ella depende el brote terrorista. El diccionario completa la definición diciendo: “Estas ideologías están condicionadas y determinadas por la situación geográfica, climática, por las actividades habituales y por el medio cultural de sus respectivos grupos. No se excluyen mutuamente y aún pueden invadirse recíprocamente”.
Teóricamente. Aquí se concentran los objetivos, los fines de toda nación o Estado donde la meta es educar al pueblo, adultos, jóvenes y niños hacia el bien, el amor a la patria, el respeto al prójimo, progreso social y económico. Desde luego, este es el estado idílico, perfecto. Pero en la práctica, muy frecuentemente, degenera en terrorismo sangriento.
Nosotros lo estamos viviendo. Es una larga cadena que, con altibajos, se torna en nuestra realidad cotidiana. Desde el jardín de infantes, desde la cuna, diría yo, nuestros vecinos infiltran en los niños odio y desprecio hacia nosotros. Los mandan a tirar piedras, habilidad en la que se perfeccionan cada vez más; queman banderas de Israel y se exponen a ser heridos, aún a perder la vida, a constituir la vanguardia de la intifada. Todo eso en lugar de ocupar los bancos de las escuelas.
En los programas de televisión, en los textos escolares, en los sermones de los viernes desde las mezquitas y desde su tierna niñez se nutren de ese odio y se preparan para convertirse en “santos”, según ellos, matando a israelíes y atentando contra soldados judíos; esta es la ilusión, la meta, su realización como patriotas palestinos.
Desde luego que éste no es un fenómeno local solamente, pasa en el mundo entero: atentados terroristas y suicidas, que se inmolan en aras de un fanatismo ciego.
Volvemos a preguntar: ¿qué mueve al individuo a integrar estos grupos? ¿Es sólo un lavado de cerebro?
¿Por qué a medida que avanza la civilización, la ciencia, la técnica, el terrorismo aumenta y se perfecciona?
¿Será que la máquina, la computadora e internet, rebajan el valor de la condición humana?
Me pregunto: ¿qué pasó para que quién fuera un tierno bebé en la cuna, un hermoso niño en el colegio y adolescente después, de pronto esté dispuesto a morir en un atentado suícida y matar indefensos hombres, mujeres y niños?
¿De quién es la responsabilidad, de todos

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Israel discute separação de homens e mulheres em ônibus públicos
Ministro dos Transportes defende segregação lançada por ultraortodoxos


Guila Flint

Especial para O GLOBO


TEL AVIV. O ministro israe­lense dos Transportes, Israel Katz, defendeu perante a Su­prema Corte de Justiça a existência de ônibus, princi­palmente destinados ao setor ultraortodoxo da popula­ção, nos quais é praticada a separação entre homens e mulheres.

Essas linhas de ônibus, on­de os homens sentam na frente e as mulheres na parte traseira, existem em todas as grandes concentrações de ultraortodoxos, princi­palmente nas cidades de Je­rusalém, Bnei Brak e Beit Shemesh e nos assentamen­tos de Emanuel e Kiriat Sefer, na Cisjordânia.


A prática foi iniciativa de rabinos ultraortodoxos que instituíram linhas particula­res onde a separação era mantida para "preservar a decência", mas acabou sen­do adotada pelas grandes empresas públicas de trans­porte.

Em resposta a um recurso apresentado à Corte pelo Centro de Pluralismo Judai­co, que protestou contra a segregação e humilhação das mulheres em 56 linhas de ônibus, o ministro decla­rou que a prática deve con­tinuar e defendeu a coloca­ção de placas nos Ônibus "explicando às pessoas on­de devem sentar, porém des­tacando que isso não é obri­gatório".

A porta-voz do Ministério dos Transportes, Ora Salomon, disse ao GLOBO que o governo "precisa levar em consideração as preferên­cias dessa população (a ultraortodoxa), deixando cla­ro que se trata de uma sepa­ração voluntária".

De acordo com a advogada do Centro de Pluralismo Ju­daico Einat Horowitz, o apoio do governo à separação nos ônibus "é mais um sinal da deterioração da sociedade is­raelense na direção funda­mentalista".

— Recebemos muitas recla­mações de mulheres que fo­ram agredidas e humilhadas pelos outros passageiros quando se negaram a sentar na parte traseira do ônibus — disse a advogada ao GLOBO.

Embora seja ortodoxa, a escritora Nomi Regan se ne­gou a sentar-se na parte tra­seira de um ônibus e relatou agressões por parte dos ou­tros passageiros. De acordo com Einat, há também uma pressão de caráter econômi­co para que as mulheres se submetam à separação nos ônibus.

— Esses ônibus são muito mais baratos — disse Ho­rowitz, lembrando que a pas­sagem de Jerusalém a Haifa, que nos Ônibus normais cus­ta 44 shekels (o equivalente a cerca de R$ 22), nos ônibus especiais custa apenas 27 shekels (R$ 13,5).

Eti Sorojun é uma mulher secular que mora na cidade de Bat Yam, onde os ultraortodo­xos são minoria.




Eti enviou uma queixa a uma das maiores empresas de transporte público de Israel, a Dan, depois que foi agredida por um passageiro ultraorto­doxo quando tentou sentar ao lado dele. A Suprema Corte de­verá anunciar sua decisão so­bre essa questão dentro dos próximos meses.

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Prosa e Verso: A razão delirante dos genocídios: Da Alemanha nazista a Ruanda, historiador estuda motivos dos assassinatos em massa

ENTREVISTA Jacques Semelin


Desde jovem um ativista da não violência, o historiador francês Jacques Semelin se dedica hoje a estudar as condições sociais em que ocorrem genocídios. Coordenador de uma enciclopédia virtual sobre Violência em Massa <<a href="http://WWW.MASSVIOLENCE.ORG">WWW.MASSVIOLENCE.ORG>, ele preserva o espanto diante dos massacres perpetrados em nome da civilização, sem no entanto subscrever a retórica inflada que considera inexplicáveis os extermínios em massa. Em “Purificar e destruir” (Difel, tradução de Jorge Bastos), Semelin faz um estudo comparativo entre o Holocausto, a limpeza étnica durante a guerra civil na Iugoslávia e o genocídio em Ruanda. Por email, ele falou com o GLOBO sobre o livro.

Miguel Conde


O GLOBO: Como explicar um genocídio? Há algo nesse tipo de evento que resiste à interpretação?

JACQUES SEMELIN: Toda sociedade conhece a violência, seja ela econômica, sexual ou física. Todo país pode também conhecer a guerra. O genocídio é algo distinto: é a morte em massa de milhares, dezenas de milhares, mesmo milhões de não-combatentes, ou seja, de civis. É isso que nos parece incompreensível. Como é possível que seres humanos exterminem outros homens, mulheres, crianças, idosos? Ainda mais: por que muitas vezes fazem com que eles sofram antes de matá-los? Esse crime em massa monstruoso não apenas foi possível como se repetiu muitas vezes ao longo da História. Todo homem deveria então se colocar a questão: por que e como tal barbárie é possível? Claro que se pode invocar o mal. As religiões nos ensinam: o mal está no homem, portanto todo homem pode cometer o mal. Mas essa condenação moral não pode satisfazer o pesquisador.

Ela não permite explicar o caráter extraordinário desse crime em grande escala. É necessário ir mais longe, e foi isso que tentei fazer nesse livro, no qual trabalhei por quase dez anos.





O Holocausto tem muitas vezes sido descrito como um acontecimento sem precedentes. Compará-lo a outros casos de genocídio, segundo essa visão, seria de certo modo banalizálo. Qual é sua opinião?

SEMELIN: Desde a invenção do termo genocídio pelo jurista Raphaël Lemkin, em 1944, assistimos a uma banalização do emprego desse termo.

Hoje, o termo genocídio termina não querendo dizer nada, tal a multiplicidade de seus usos. Como ele simboliza o crime dos crimes, numerosos atores políticos e comunitários se apropriam dele para apresentar-se como vítimas da História. Essa conduta ocorre entre vítimas de múltiplos sofrimentos, cujas causas são, no entanto, muito diversas. A palavra também é aplicada aos animais: fala-se mesmo do genocídio dos filhotes de focas...

Em reação a tais derivas, os intelectuais judeus tem defendido a singularidade do Holocausto (na Europa chamado, mais apropriadamente, de Shoah) para designar o caráter sem precedentes do extermínio dos judeus europeus pelos nazistas entre 1941 e 1945. Mas essa afirmação da singularidade da Shoah, que estaria numa classificação “à parte” dos outros casos de mortes de massa, não pode ser aceita pelos pesquisadores. Trata-se de uma posição dogmática. Em resumo, declara-se a priori que o Holocausto é único, que portanto não é comparável, e então... que não se deve compará-lo a nada. O pesquisador deve fazer justamente o raciocínio inverso.

Para provar que um evento é singular, ele deve começar por comparálo com outros a fim de mostrar em seguida no que ele é diferente. Essa é a linha que segui nos casos da Shoah, de Ruanda e da Bósnia. Também abordo um pouco os casos dos armênios e do Camboja de Pol Pot. Atenção: comparar não significa que todos os eventos se tornem equivalentes! Comparar consiste de fato em mostrar o que é semelhante E diferente. Portanto meu método termina por expor os traços específicos da Shoah. É preciso ler o livro para descobri-los...





Pela sua vinculação com um projeto de reforma total da sociedade e pela racionalidade exigida em sua execução (o aparato tecnológico e logístico mobilizado), o Holocausto tem sido pensado como um evento que expôs o lado autoritário dos projetos utópicos dos pensadores modernos. O senhor concorda que o Holocausto mostra a permanência da barbárie no cerne dos ideais iluministas?

SEMELIN: Não penso que seja no ideal das Luzes que se localizem as raízes das mortes em massa. Por outro lado, a maneira como esse ideal foi interpretado por alguns autores e atores contribuiu para por em marcha utopias homicidas: ideal nacionalista que conduz à exclusão e mesmo à destruição daqueles declarados estrangeiros na comunidade nacional; ideal científico fundado sobre a raça ou a classe que se concretizou nos horrores do nazismo e do comunismo, sem esquecer os do colonialismo.
Em todos esses casos, há efetivamente uma racionalidade do Estado de matar com base em critérios supostamente científicos (que no caso dos nazistas incluía as moléstias mentais).

Mas essa racionalidade é ao mesmo tempo insana, como escreveu Primo Levi ao descrever o funcionamento de Auschwitz. É por isso que proponho a noção de uma racionalidade delirante do assassinato em massa. Não obstante, os filósofos das Luzes estavam bem enganados sobre o poder da cultura de libertar o homem da barbárie.

Nós sabemos hoje que a cultura não possui ela mesma uma tal virtude.

Bem ao contrário, a cultura pode dar ao homem os meios de ser mais inteligente no exercício da violência, se não da crueldade. Como observa um sobrevivente do genocídio em Ruanda: a instrução “não torna o homem melhor, e sim mais eficaz. O homem instruído, se seu coração é mal concebido, se ele transborda de ódio, será ainda mais malfeitor”. Não entendo, portanto, todos que continuam a se impressionar que a barbárie tenha irrompido numa nação europeia cultivada como a Alemanha. A cultura não é em si mesma uma defesa contra a barbárie. Ela dá, ao contrário, armas àquele que deseja justificar racionalmente suas emoções e suas paixões.





O senhor diria que a noção de pureza é a principal motivadora dos assassinatos em massa?

SEMELIN: A noção de pureza é realmente central nos assassinatos em massa. Ela participa da construção de um imaginário da destruição social que descrevo no meu livro. Essa exigência de pureza provém do religioso.
Muitas vezes se massacrou em nome da pureza, para se livrar de um inimigo percebido como “impuro”, encarnação do mal e do diabo. Com frequência os homens justificam seus crimes invocando o nome de Deus.
Eles se convencem ou querem fazer crer que são o braço armado da vontade divina. O ato de massacre é percebido como um ato de purificação: mata-se para purificar e se purificar.

No entanto, essa retórica da pureza não tem origem apenas religiosa. Ela se apoia ainda sobre o tema da saúde: erradicar a peste, como disse um papa no século XIII, para se livrar dos hereges, ou eliminar os insetos nocivos, como disse Lenin sobre seus inimigos políticos. Os nazistas queriam purificar a raça. Essa retórica purificadora no entanto não é o bastante para lançar os homens no assassinato em massa. Para isso é preciso que ela seja associada a outro tema fundamental: o da segurança. O grupo se sente em perigo, temendo que outro grupo planeje destruí-lo. Tudo se passa como se se tratasse então de um dilema imperativo: são eles OU nós! Conclusão: já que eles têm a intenção de nos matar, devemos matá-los primeiro. Aquele que se apressa em tornar-se assassino se apresenta como a vítima.





Desde seus primeiros escritos o senhor tem se dedicado ao estudo da violência e da não violência. O que o levou a esses assuntos?

SEMELIN: Comecei minha vida intelectual pelo estudo da não violência e tenho um pequeno livro sobre esse assunto traduzido em português (“A não violência explicada às minhas filhas”, Via Lettera, 2001). Se passei do estudo da não violência ao do genocídio, foi por pura coerência intelectual: não se pode falar com propriedade do combate não violento se não se estuda em profundidade a violência dos homens em suas dimensões mais horríveis, como o genocídio. Para tratar desses dois assuntos aparentemente opostos, segui o mesmo método: estudar não os heróis, os grandes homens, mas as pessoas simples. Nos dois casos, me coloco a mesma questão: como indivíduos ordinários podem resistir de mãos nuas diante de poderes muito violentos? E como indivíduos ordinários podem cometer crimes extraordinários, como um genocídio? Nesse plano, um livro me influenciou muito: “Ordinary men” (“Homens comuns”), do historiador americano Christopher Browning, que mostra como policiais alemães (velhos para irem à guerra em 1941) vão participar, sem serem nazistas convictos, do massacre de dezenas de milhares de judeus poloneses.





Em seu livro mais recente, o senhor fala de sua cegueira e dos desafios que ela lhe impôs. Suas limitações de visão de algum modo influenciaram seu modo de conceber a sociedade?

SEMELIN: Certamente. Se comecei a estudar a resistência não-violenta como forma de resistência moral foi provavelmente porque minha vida tem sido desde minha adolescência uma maneira de resistir à perda progressiva de minha visão, de resistir de qualquer maneira à ditadura das imagens! Para enfrentar tal limitação, apenas a instrução e a educação oferecem uma saída. Esse livro autobiográfico conta duas histórias imbricadas: a do declínio de minha visão, por um lado, e outra paralela, de minha construção intelectual como pesquisador, professor e escritor. Minha cegueira progressiva me aproximou de todos que vivem alguma forma de dificuldade ou injustiça.

Todos meus trabalhos falam disso.

Mas eu não quero por isso dramatizar meu caso. Há situações muito piores do que a minha. Penso com frequência no grande Jorge Luis Borges que escreveu que não deixou a cegueira abatê-lo. Tento modestamente seguir esse caminho. Com a ajuda de meus próximos eu leio, viajo, escrevo etc., e tenho a sensação de viver uma vida (quase) normal enquanto intelectual.

O mais importante para mim não é suscitar compaixão, mas ser lido e julgado por meu trabalho.

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MÁSCARAS E MILAGRES - Rabino Nilton Bonder

MÁSCARAS E MILAGRES

Rabino Nilton Bonder

Purim é o primeiro grito de primavera no hemisfério norte.

Tal como Chanuka dá início ao inverno, Purim é a festa de seu término.

E o inverno é uma estação de grande valor simbólico para o mundo espiritual. A primavera é o mundo físico de Assiá; o verão o mundo emocional de Ietsirá; e o outono o mundo intelectual de Beriá.

Quanto mais claridade, mais concreto é o mundo em questão. A primavera rompe a escuridão do inverno e sua claridade é ofuscante para a retina acostumada com as longas noites e os curtos dias. A primavera explode em sensualidade e a virilidade da terra se manifesta na semeadura e na retirada da roupa pesada do inverno que revela o corpo físico. É época de acasalamento, é época de flores. Vem então o verão e a maturidade da claridade. Para além do físico, é tempo de fortes emoções e de paixões. É uma claridade que vem marcada por calores e por excessos.

As primeiras sombras trazem não só o outono mas com ele o mundo sutil. O escuro lentamente vai permitindo acesso ao que é oculto. Mais noite mais sonho, mais penumbra menos certeza. O outono traz a vitalidade do mundo da perda do vigor, da árvore que amarela e que perde a força da matéria. A atenção dá lugar ao torpor, o pleno aos fragmentos, o palpável à névoa. Enquanto o mundo entra em processo de contração, se instala o mundo da reflexão, do intelecto. O pensar, mais do que o florescer e o amar, assume controle do prazer e do sentido. A pouca claridade que ainda resta serve como pano de fundo para as sombras e suas dissimulações e seus secretos. Com a pouca luz ainda é possível encontrar significados que parecem tangíveis.

Retorna o inverno e o breu impera sobre a vida. Chanuka acende luzes em meio a este tempo de não se enxergar, tempo de esquecimento, tempo sem luz que aponte no final da jornada. As velas rompem o silêncio das sombras e tentam restabelecer a fé num momento onde só o espírito tem um discurso que faz sentido. A noite não é para gestos, não é para música e não é para idéias. A noite é feita para a liturgia. Na noite hiberna a memória mas, em sua forma latente, esta não se entrega totalmente ao esquecimento. Chanuka e suas velas não querem revelar pois reconhecem o império do oculto. Querem sim manter uma pequena chama, a chispa viva que submerge num mar de frio e espera.

Purim é o fim deste ciclo. Duas palavras apontam nesta festa como redentoras do destino. Por um lado está a Meguilá, o pergaminho que contém a história de Purim; por outro Esther, a rainha messiânica que resgata. Talvez o mais impressionante seja o fato de que estas duas palavras em hebraico possuem um segundo significado que expõe um jogo de máscaras a ser compreendido. "Megalé", a mesma raiz de Meguilá, quer dizer "revelado" ou "manifesto". Esther, por sua vez, possui a raiz de Isthar, cujo significado é "oculto" ou "encoberto".

Purim, o grito inicial da primavera, é o território da máscara. O grande jogo da vida é descobrir a dança contínua entre o oculto e o manifesto. O renascer das plantas revela o milagre oculto da vida que não se fazia ver mas lá estava. A própria Meguilá é o único livro de toda Bíblia que não contém uma sequer menção ao nome de D'us. D'us está, no inverno, nISTHAR. O D'us latente que hiberna na realidade de tanto em tanto, continua a produzir milagres tão impressionantes quanto aqueles que acontecem às claras. O nascimento, o amor, a maturação e a vida em fim são produtos da claridade. A morte, o esquecimento, a degradação e a finitude são também milagres produzidos pelas sombras. Milagres que insuflam de possibilidade a realidade e sem os quais não haveria espaço para ser e existir.

O grito exagerado de Purim é o som do triunfo - da integração do que não é para se entender com o que é para ser entendido. É o som da loucura - a fusão entre o que é de se esperar e do que é totalmente inesperado. Nesta noite eu vou pular até cair! Ou a versão judaica - vou ficar tão doido que não saberei distinguir o vilão Haman do herói Mordechai. Nesta noite o oculto e o manifesto, o nistar (esther) e o nig'le (meg'ila), vão brincar. Por trás da máscara só D'us sabe se está o oculto e o medo que freqüentemente nos instiga ou o manifesto que nos preenche de segurança. Dançar com esta máscara é poder viver uma alegria que não sabe mais distinguir entre a morte e a vida. Rodopiar nesta frenética dança com a realidade é abraçar ambos - herói e vilão - numa única paixão.

E qual a proteção para ter tamanha ousadia? A primavera que com luz desperta o mundo manifesto. De luz acesa, a criança de nós tem menos medo dos fantasmas do escuro. Por isto se dança esta dança no final do inverno e não no início do mesmo. Da única maneira que nos é possível tamanho atrevimento, em Purim -- ao contrário deChanuka -- celebramos a escuridão.

A festa da escuridão é repleta de alegria. Uma alegria que não dá espaço algum a qualquer outro sentimento e não nos deixa ver mais nada.

Cegos, nos é mais fácil lidar com o escuro.

Purim Sameach !


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1922-Febrero-2010

AHARON DAVID GORDON

A.D. Gordon es una de las figuras rectoras de las corrientes esenciales en el pensamiento judío moderno. Hijo de una familia de judíos lituanos, se radica en Eretz Israel-Palestina en 1904 y se dedica al trabajo físico y a la agricultura, a los que privilegia como normas conductoras en el proceso de realización social y nacional del pueblo judío.

Desde 1919 es parte de la primer comuna kibutziana, Deganiya Aleph.

Las ideas filosóficas de Gordon guardan una profunda vinculación con el Judaísmo Humanista y con el Sionismo Socialista.

Falleció en el mes de febrero del año 1922, pero su aporte sigue siendo sifgnificativo en nuestros días.

Se considera a Martín Buber y a Shejter (Joseph Schachter) como continuadores de la visión gordoniana.

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Lista de nomes Marranos "Anussim"

Genealogia Judaica Portuguesa
Published by Nuno Guerreiro Josuéat "in Judeus Portugueses and História". "English" Translation
Lista de nomes de família e as terras de origem com uma bibliografia dos livros de referencia . Há uma extensa bibliografia que pode ajudar a traçar esta geografia da identidade pessoal de muitos descendentes de judeus portugueses. Aqui ficam alguns dos livros que considero fundamentais:

“A History of the Marranos”, Cecil Roth
“Sangre Judia”, Pere Bonnin
“Secrecy and Deceit: The Religion of the Crypto-Jews”, David Gitlitz
“Os Marranos em Portugal”, Arnold Diesendruck
“A Origem Judaica dos Brasileiros”, José Geraldo Rodrigues de Alckmin Filho
“Dicionário Sefaradi de Sobrenomes”, Guilherme Faiguenboim, Anna Rosa Campagnano e Paulo Valadares (ver Folha Online - Dicionário viaja ao passado dos sefaradis - 06/01/2004)

A título de referência breve, aqui seguem alguns nomes de família de “cripto-judeus”, prevalentes, mas não de forma exclusiva, nas regiões da Beira-Baixa, Trás-os-Montes e Alentejo*:

Amorim; Azevedo; Alvares; Avelar; Almeida; Barros; Basto; Belmonte; Bravo; Cáceres; Caetano; Campos; Carneiro; Carvalho; Crespo; Cruz; Dias; Duarte; Elias; Estrela; Ferreira; Franco; Gaiola; Gonçalves; Guerreiro; Henriques;Josué; Leão; Lemos; Lobo; Lombroso; Lopes; Lousada; Macias; Machado; Martins; Mascarenhas; Mattos; Meira; Mello e Canto; Mendes da Costa; Miranda; Montesino; Morão; Moreno; Morões; Mota; Moucada; Negro; Nunes; Oliveira; Ozório; Paiva; Pardo; Pilão; Pina; Pinto; Pessoa; Preto; Pizzarro; Ribeiro; Robles; Rodrigues; Rosa; Salvador; Souza; Torres; Vaz; Viana e Vargas.

Nomes de famílias judaicas portuguesas na Diáspora (Holanda, Reino Unido e Américas)**

Abrantes; Aguilar; Andrade; Brandão; Brito; Bueno; Cardoso; Carvalho; Castro; Costa; Coutinho; Dourado; Fonseca; Furtado; Gomes; Gouveia; Granjo; Henriques; Lara; Marques; Melo e Prado; Mesquita; Mendes; Neto; Nunes; Pereira; Pinheiro; Rodrigues; Rosa; Sarmento; Silva; Soares; Teixeira e Teles (entre muitos outros).

Sobrenomes judaicos de origem portuguesa na América Latina***:

Almeida; Avelar; Bravo; Carvajal; Crespo; Duarte; Ferreira; Franco; Gato; Gonçalves; Guerreiro; Léon; Leão; Lopes; Leiria; Lobo; Lousada; Machorro; Martins; Montesino; Moreno; Mota; Macias; Miranda; Oliveira; Osório; Pardo; Pina; Pinto; Pimentel; Pizzarro; Querido; Rei; Ribeiro; Robles; Salvador; Solva; Torres e Viana

*in “Os Marranos em Portugal”, Arnold Diensendruck
** in “Raízes Judaicas no Brasil”, Flávio Mendes de Carvalho
*** in “Os Nomes de Família dos Judeus Creolos”, estudo de Arturo Rab, publicado na revista “Juedische Familien Forschung”, Berlim, 1933

::ADENDA:: Nomes de família citados com maior frequência nos documentos da Inquisição, relativos a “relapsos” condenados pelo “crime de judaísmo”:

Rodrigues_________453 pessoas
Nunes____________229 pessoas
Mendes___________224 pessoas
Lopes____________282 pessoas
Miranda__________190 pessoas
Gomes___________184 pessoas
Henriques_________174 pessoas
Costa____________138 pessoas
Fernandes_________132 pessoas
Pereira___________124 pessoas
Dias_____________124 pessoas

Segue uma listagem (reduzida) de nomes de familias judias e cripto-judias retirada do Dicionário Sefaradi de Sobrenomes:

A

Abreu Abrunhosa Affonseca Affonso Aguiar Ayres Alam Alberto Albuquerque Alfaro Almeida Alonso Alvade Alvarado Alvarenga Álvares/Alvarez Alvelos Alveres Alves Alvim Alvorada Alvres Amado Amaral Andrada Andrade Anta Antonio Antunes Araujo Arrabaca Arroyo Arroja Aspalhão Assumção Athayde Avila Avis Azeda Azeitado Azeredo Azevedo

B

Bacelar Balao Balboa Balieyro Baltiero Bandes Baptista Barata Barbalha Barboza /Barbosa Bareda Barrajas Barreira Baretta Baretto Barros Bastos Bautista Beirao Belinque Belmonte Bello Bentes Bernal Bernardes Bezzera Bicudo Bispo Bivar Boccoro Boned Bonsucesso Borges Borralho Botelho Braganca Brandao Bravo Brites Brito Brum Bueno Bulhao

C

Cabaco Cabral Cabreira Caceres Caetano Calassa Caldas Caldeira Caldeyrao Callado Camacho Camara Camejo Caminha Campo Campos Candeas Capote Carceres Cardozo/Cardoso Carlos Carneiro Carranca Carnide Carreira Carrilho Carrollo Carvalho Casado Casqueiro Casseres Castenheda Castanho Castelo Castelo branco Castelhano Castilho Castro Cazado Cazales Ceya Cespedes Chacla Chacon Chaves Chito Cid Cobilhos Coche Coelho Collaco Contreiras Cordeiro Corgenaga Coronel Correa Cortez Corujo Costa Coutinho Couto Covilha Crasto Cruz Cunha

D

Damas Daniel Datto Delgado Devet Diamante Dias Diniz Dionisio Dique Doria Dorta Dourado Drago Duarte Duraes

E

Eliate Escobar Espadilha Espinhosa Espinoza Esteves Évora

F

Faisca Falcao Faria Farinha Faro Farto Fatexa Febos Feijao Feijo Fernandes Ferrao Ferraz Ferreira Ferro Fialho Fidalgo Figueira Figueiredo Figueiro Figueiroa Flores Fogaca Fonseca Fontes Forro Fraga Fragozo Franca Frances Francisco Franco Freire Freitas Froes/Frois Furtado

G

Gabriel Gago Galante Galego Galeno Gallo Galvao Gama Gamboa Gancoso Ganso Garcia Gasto Gavilao Gil Godinho Godins Goes Gomes Goncalves Gouvea Gracia Gradis Gramacho Guadalupe Guedes Gueybara Gueiros Guerra Guerreiro Gusmao Guterres

H/I

Henriques Homem Idanha Iscol Isidro Jordao Jorge Jubim Juliao

L

Lafaia Lago Laguna Lamy Lara Lassa Leal Leao Ledesma Leitao Leite Lemos Lima Liz Lobo Lopes Loucao Loureiro Lourenco Louzada Lucena Luiz Luna Luzarte

M

Macedo Machado Machuca Madeira Madureira Magalhaes Maia Maioral Maj Maldonado Malheiro Manem Manganes Manhanas Manoel Manzona Marcal Marques Martins Mascarenhas Mattos Matoso Medalha Medeiros Medina Melao Mello Mendanha Mendes Mendonca Menezes Mesquita Mezas Milao Miles Miranda Moeda Mogadouro Mogo Molina Monforte Monguinho Moniz Monsanto Montearroyo Monteiro Montes Montezinhos Moraes Morales Morao Morato Moreas Moreira Moreno Motta Moura Mouzinho Munhoz

N

Nabo Nagera Navarro Negrão Neves Nicolao Nobre Nogueira Noronha Novaes Nunes

O

Oliva Olivares Oliveira Oróbio

P

Pacham/Pachão/Paixao Pacheco Paes Paiva Palancho Palhano Pantoja Pardo Paredes Parra Páscoa Passos Paz Pedrozo Pegado Peinado Penalvo Penha Penso Penteado Peralta Perdigão Pereira Peres Pessoa Pestana Picanço Pilar Pimentel Pina Pineda Pinhão Pinheiro Pinto Pires Pisco Pissarro Piteyra Pizarro Pombeiro Ponte Porto Pouzado Prado Preto Proenca

Q

Quadros Quaresma Queiroz Quental

R

Rabelo Rabocha Raphael Ramalho Ramires Ramos Rangel Raposo Rasquete Rebello Rego Reis Rezende Ribeiro Rios Robles Rocha Rodriguez Roldão Romão Romeiro Rosário Rosa Rosas Rozado Ruivo Ruiz

S

Sa Salvador Samora Sampaio Samuda Sanches Sandoval Santarem Santiago Santos Saraiva Sarilho Saro Sarzedas Seixas Sena Semedo Sequeira Seralvo Serpa Serqueira Serra Serrano Serrao Serveira Silva Silveira Simao Simoes Soares Siqueira Sodenha Sodre Soeyro Sueyro Soeiro Sola Solis Sondo Soutto Souza

T/U

Tagarro Tareu Tavares Taveira Teixeira Telles Thomas Toloza Torres Torrones Tota Tourinho Tovar Trigillos Trigueiros Tridade Uchôa

V/X/Z

Valladolid Vale Valle Valenca Valente Vareda Vargas Vasconcellos Vasques Vaz Veiga Veyga Velasco Velez Vellez Velho Veloso Vergueiro Viana Vicente Viegas Vieyra Viera Vigo Vilhalva Vilhegas Vilhena Villa Villalao Villa-Lobos Villanova Villar Villa Real Villella Vilela Vizeu Xavier Ximinez Zuriaga

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Récord de antisemitismo en el Reino Unido ( Fonte Aurora)

El registro de actos antisemitas ha marcado un nuevo récord en el año 2009, siendo el más alto desde que comenzaron los registros en 1984.

Una institución inglesa que se encarga de llevar los registros, indica que en la mayoría de los casos los actos realizados durante el año pasado, han tenido que ver en alguna manera u otra, con la intervención del ejército israelí en Gaza.

El alto número de incidentes fue atribuido a "los altos niveles de antisemitismo, sin precedentes en el Reino Unido". Esto incluye un total de 288 registros sólo en el mes de Enero, durante el conflicto, y 114 en Febrero, luego del cese al fuego.

Los resultados del estudio, muestran un incremento del 55% con respecto al récord anterior, registrado en el año 2006 durante la Segunda Guerra del Líbano; y, a la vez, muestra un incremento del 69% en relación a los casos registrados durante el 2008.

En respuesta a los resultados del reporte, el Primer Ministro británico, Gordon Brown (foto), dijo. "El antisemitismo es una de las formas de odio más antiguas; y, sin embargo, se adapta constantemente a los tiempos modernos, obligando a todos aquellos de nosotros quienes bogamos por la tolerancia y la verdad, a estar más vigilantes que nunca".

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Os 'Marranos' de Campina Grande. Uma experiência

inesquecível

Anita Waingort Novinsky


Desde o Amazonas até o rio Grande do Sul
existem brasileiros que se consideram descendentes de cristão-novos
portugueses, ou porque seu nome é Carvalho, Pereira ou Oliveira, ou porque seu
pai não lhes permitia ir à Igreja, ou porque nunca haviam sido batizados.
É interessante que encontrei no Nordeste famílias brasileiras que nunca souberam
que seus hábitos e costumes cotidianos eram judaicos.

Participei recentemente, como conferencista convidada, em um evento,
organizado por um grupo que se denomina 'Amigos da Torá', inserido num evento
maior, chamado Nova Consciência, que reúne todos os anos, em Campina Grande,
centenas de indivíduos pertencentes a religiões, seitas e raças
diferentes, desde a umbanda, tarot, espíritas, católicos,
evangélicos.

Fui acolhida
calorosamente por Davi Meneses e por todo grupo dos 'bnei-Hanussim',
constituído de uma centena de pessoas. Há quatro anos esse grupo se reúne em
Campina Grande. Tive a oportunidade de encontrar entre os 'Amigos da Tora' uma
mulher de excepcional talento, uma judia fervorosa, Lourdes Ramalho,
historiadora, escritora, teatróloga e famosa também pela sua cozinha de quitutes
marranos do sertão. Sua casa, carregada de retratos, imagens, símbolos
judaicos, uma típica casa nordestina, e seu fervor como judia, me
emocionaram até as lágrimas.

Na sala coberta de azulejos foi servido o
almoço, com pratos que eu nunca havia saboreado, mas que todos
diziam, serem pratos típicos judaicos, ainda dos tempos coloniais.
Reunidos em torno de uma longa mesa, a maioria cristãos novos, a conversa girava
sempre em torno da história judaica. Arroz de leite, queijo na manteiga, carne
seca, paçoca de carne e ainda a goiabada mole com requeijão quente, tudo feito
pelas mãos de Lourdes Ramalho.



Na casa de Lourdes
conheci, surpresa, diversos marranos de Campina Grande.
Gente culta, letrada,
escritores, historiadores, poetas, políticos. As histórias de cada um era um
romance. E, como escreveu minha filha Ilana, que me acompanhou, 'entre
mundos europeu e americano, português e brasileiro, católico e judeu, tornam-se
todos poetas, sensíveis ao humano e à experiência melancólica e saudosa de algo
que parece longínquo e perdido na memória'. Também o famoso filósofo francês
Jacques Derrida escreveu, referindo-se aos marranos, 'é um tempo que teima em
não passar'.
Ouví estórias as mais incríveis, que mostram uma ânsia de
retornar e uma vontade de conhecer mais sobre suas origens remotas e desvendar
mais sobre seu passado.


Davi Meneses, o 'rosh', 'cabeça' e
fundador do grupo 'Amigos da Torá', contou sobre sua paixão em retornar ao seio
do povo judeu, acrescentando que recebe de braços abertos todos os
que vêm a ele e que querem 'novamente' ser judeus.



Sábado de manhã, fui
assistir à celebração do 'shabat'. Em uma pequena sala foi improvisada uma
sinagoga. Um armário guardava uma pequenina Torá, muito simples, sem adornos. Um
jovem cantava, acompanhado de uma guitarra e um violão. Com uma voz potente e
melodiosa, encheu o salão de emoção e entusiasmo. Foi uma verdadeira
doação. A sinagoga estava lotada de brasileiros, de cabeça chata, pele queimada
do sol, que acompanhavam o canto. No final, se levantaram e em coro, ouvi
todos cantarem em hebraico o hino nacional de Israel, 'Hatikvah'.
Pensei entrar no mistério que envolve toda nossa história.

Quando me
pediram para falar, pude apenas proferir esta frase: 'Vocês são o testemunho
vivo da imortalidade de Israel'. Um garoto, filho de Davi Meneses, retirou
do armário a pequena e pobrezinha Torá e leu as escrituras em hebraico, cantando
e cumprindo o ritual do shabat. Todos acompanhavam comovidos e compenetrados.
Foi um shabat tipicamente brasileiro, mas marrano, naquela sala
improvisada, com uma mezuzá na porta, que cada adulto e criança beijavam ao
entrar, foi um shabat em pleno sertão da Paraíba, onde centenas de pessoas
ansiosas buscavam saber quem eram, encontrando nessa busca um novo sentido para
a vida. Alguns do grupo já haviam sido circuncidados, cobriam a cabeça com o
solidéu bordado ou de cor preta. Todos estudam, rezam e comemoram as festas
judaicas.

Davi Meneses morava na casa, onde hoje funciona a sinagoga, mas
resolveu transformá-la em uma escola, onde crianças lêem as Escrituras e estudam
o idioma hebraico, com um mestre, também 'retornado', que veio de Alagoas. No
terreno ao lado da casa, estão construindo a futura sinagoga. Uma mulher me
disse que ela faz uma geléia caseira, e cada três potes que vende, entrega o
dinheiro para a compra de cimento para a nova sinagoga. Durante o evento, em
diversos dias, vi a sala repleta de nordestinos cristãos-novos, atentos às
conferências, sedentos de conhecer sua história peregrina, as
violências, o medo, e penetrar no segredo de seu passado.

Perguntas
e mais perguntas choviam sobre mim e continuam a me chegar quase
diariamente.
Nem sempre posso responder, nem sempre sei o que responder,mas
uma coisa é certa: fiz duas descobertas na minha trajetória intelectual, e nas
duas descobri um 'outro' Brasil, subterrâneo e velado. Na Primeira, nas minhas
pesquisas e nos meus estudos, registrei os nomes de descendentes de judeus que
ajudaram a construir o Brasil. Sabemos hoje que cristãos-novos foram os
primeiros escritores, poetas, médicos, comerciantes, agricultores, políticos e
artesãos na sociedade colonial. Na Segunda, presenciando a revivencência,
após cinco séculos de vida clandestina, de uma chama ardente que o tempo não
consumiu. Encontrei um 'outro' Brasil que palpita hoje nas franjas da sociedade
brasileira, cuja história ainda tem de ser desvendado por aqueles que a vivem, e
escrita pelos antropólogos e historiadores que a ouvirem.

Esses
brasileiros que emergem hoje no nordeste, e principalmente em Campina Grande
passam para seus filhos, netos e bisnetos, de geração para geração, uma curiosa
história. Fiquei surpresa em ver a ansiedade com que cada um queria contar-me
essa história. Lourdes Ramalho, Severino Barbosa da Silva Filho, Zilma
Ferreira Pinto, herdeiros dos heróicos marranos dos tempos coloniais,
registraram suas memórias em belos livros, que foram publicados no Nordeste, em
reduzidas edições, das quais só recentemente tomei conhecimento.

Campina
Grande é uma cidade de aproximadamente 400 mil pessoas e tem sete universidades.
Impressionante ouvir aqueles jovens recitarem seus versos, e depois m'os
oferecerem por escrito. O grupo 'Amigos da Tora' constitui uma verdadeira
'comunidade de destino', sabem que sempre foram discriminados, e carregam um
judaísmo recentemente descoberto, mas vivo, e cheio de sentido.
Obedecem aos
rituais e aos preceitos que ainda lembram, com um forte sentimento de
'pertencer'. O que importa mesmo é saber 'quem são', de 'onde vieram', pois sua
verdadeira origem e nome se perderam nas brumas do tempo. O que lhes ficou
foi a crença num único Deus, criador do Universo, uma única Lei, alguns costumes
e uma história comum.

Fisicamente, impressionam. Alguns devem descender
de holandeses, são loiros de olhos azuis, e vivem no Cariri. Um rapaz se achegou
a mim e me disse: 'sou judeu'. E começou a recitar versos de grande beleza e
sensibilidade.

Vive no longínquo sertão de Boa Vista Santa Rosa, uma vila
que visitei um dia, que tem poucas ruas e uma única igreja, e onde, uma mulher
me olhou com horror quando lhe perguntei se comia carne de porco. 'Meu pai
mataria a gente se a gente comia essa carne!'. O grupo que conheci em Campina
Grande é constituído de brasileiros natos há muitas gerações e que eu considero
judeus. Alguns me contaram que passaram primeiro pelo evangelismo, outros pelo
messianismo, confusos sempre em busca da sua religião antiga, que pouco
conheciam. Hoje, se encontraram no judaísmo e têm um líder que lhes ensina a
Torá, a língua hebraica e também a história que os trouxe, há cinco séculos,
para o Brasil.



Polêmicas e mais
polêmicas têm surgido em torno desses brasileiros cristãos-novos que
hoje se chamam de judeus. Críticas partem de vários setores do judaísmo,
protestos de rabinos, dúvidas dos próprios judeus, que negam a esses brasileiros
a liberdade de escolherem o que querem ser.

Milhares de vidas
judaicas se perderam através dos tempos em guerras, massacres, assimilação.
Somos poucos. Laicos, religiosos ou ateus, mas judeus. No entanto, é preciso
ainda convencer a muita gente, que ser judeu não é apenas ser
religioso. Judaísmo é mais do que uma religião, é toda uma civilização e
principalmente, um estado de alma.

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PURIM - UMA DIMENSÃO MÍSTICA DO PURIM ( Revista Morasha)

PURIM UMA DIMENSÃO MÍSTICA DO PURIM

O Baal Shem Tov, fundador do movimento chassídico e mestre da Cabalá, ensinava que nas questões sobre a Torá, um nome é tudo. Basta decifrar o nome de uma pessoa, de um objeto ou de um evento e a essência do mesmo estará desvendada. Edição 35 - Dezembro de 2001 A festividade de Purim é envolta em mistério. Seu nome advém da palavra “pur”, palavra persa, não hebraica, que significa “tirar sortes”. A Meguilat Esther – o livro da Torá que relata a história da festa – explica: “Por isso, àqueles dias chamam Purim (‘sortes’)” por causa da “sorte” que Haman havia lançado, determinando o dia em que os judeus seriam aniquilados. O nome da festividade aparentemente refere-se ao perigo com o qual os judeus se defrontaram e não à sua subseqüente libertação. O nome Esther também é altamente significativo. Sugere algo encoberto, originando-se da mesma raiz que a da palavra “hester”, que quer dizer “esconderijo”. O Talmud liga o versículo seguinte da Torá com os eventos de Purim: “(D’us declara)... E eu certamente esconderei o Meu rosto naquele dia...” (Deuteronômio 31:18). Outra peculiaridade extraordinária da festa de Purim é que a Meguilá não menciona o nome de D’us nem uma única vez. Todos os outros livros da Torá mencionam o Eterno inúmeras vezes. Isto também parece sugerir um profundo encobrimento Divino. Contudo, Purim é considerado o dia mais feliz do calendário judaico, no qual devemos alegrar-nos mais do que em qualquer outra de nossas festas. É a época em que agradecemos a D’us “pelos milagres, pela salvação, pelas maravilhas que obrou conosco...”. Lembrem-se que um nome é tudo e observem que os cabalistas enfatizam o fato de o Yom ha-KiPurim (Dia do Perdão) – o dia mais sagrado do ano – poder também ser interpretado como “Yom k’Purim”, em tradução literal, um dia “como” Purim. Como podemos entender essas mensagens aparentemente contraditórias relacionadas a Purim? Como é possível que este dia, cujo próprio nome indica infortúnios para o povo judeu, seja transformado em uma vitória tão grandiosa e surpreendente? E por que este evento da história judaica, aparentemente despido da Divina Providência, é considerado um milagre Divino tão arrebatador? Caos e ordem O Talmud discute a história e os acontecimentos de Purim e pergunta: “Que entidade teria dado a Haman um tamanho poder e influência ao ponto de ameaçar todo o povo judeu?” Este talvez seja o maior enigma de Purim: como puderam a maldade e a iniqüidade desenvolver-se com tanta força através de Haman, apenas para serem completamente revertidas por Mordechai e Esther? Ao descrever o ato da Criação, a Torá conta: “E foi tarde e foi manhã, dia um”. Cada dia da Criação tinha um momento de escuridão e um momento de luz, tinha o bom e o ruim. Nos seis dias da Criação, as coisas mais sagradas e as mais profanas foram criadas, todas recebendo igual atenção. Nos ensinamentos cabalistas, este mundo que influi no bom e no mal é chamado de tohu – o mundo do caos. Haman, primeiro ministro do rei Achashverosh da Pérsia, não foi apenas mais um entre os anti-semitas de nossa história. Descendente de Amalek, ele personifica a maldade e é o arquiinimigo histórico do povo judeu. Como nos conta a Meguilá, Haman construiu um cadafalso de 50-cúbitos1 de altura para nele enforcar Mordechai. Em termos numéricos, sua escolha é pouco usual. Um cadafalso de 50-cúbitos de altura em muito excede a altura de um ser humano. Mas Haman sabia o que estava fazendo. O número 50 simboliza o nível espiritual transcendental acima do mundo da ordem, onde não se pode distinguir o certo do errado. O cadafalso de 50-cúbitos de altura representava o desejo de Haman de atingir esse nível onde o mal pode imperar soberano. Sua decisão de tirar sortes – pur – para escolher aleatoriamente a data em que aniquilaria os judeus não foi um ato impensado e sem razão de ser. Um sorteio representa o acaso, a sorte; a ausência de decisão e de ordem. Simboliza o caos. E num lugar em que não há ordem nem distinção entre o certo e o errado, a maldade só tende a florescer.

O objetivo de Amalek é fazer desaparecerem os judeus. Faz-se representar por Haman, que encarna perfeitamente a maldade e não se satisfaria com nada menos do que a destruição física do povo judeu. Por outro lado, na Torá, D’us nos ordena vencer e sobrepujar Amalek e tudo o que ele representa: a maldade, a dúvida, o caos e a escuridão. O povo judeu representa exatamente o oposto. Este povo foi escolhido por D’us para ser “uma luz entre as nações”. A Torá é chamada de luz e seu propósito é trazer ordem ao mundo: separar o permitido do proibido, a luz da escuridão, o bem do mal, o sagrado do profano. Não é simples coincidência o fato de a cerimônia de Pessach, que celebra a criação do povo judeu, ser chamada de Seder – ordem, em hebraico. O livro de orações judaico é chamado de Sidur – novamente, ordem. No judaísmo não há coincidências nem acasos aleatórios. Cada ato está imbuído de um significado e de um propósito.

Durante o período em que o povo judeu esteve na Pérsia, a prática do judaísmo e das nossas tradições esteve perdida. A Torá Oral, que dá forma a toda a prática judaica, foi deixada de lado. Haman percebeu que o povo judeu não se estava embebendo da energia espiritual que é voltada para o bem e, portanto, explorou-a para seus planos malignos.

Salvação espiritual

À época do decreto de Haman, o povo judeu tinha representantes muito respeitados na Corte. Como nos relata a Meguilá, Mordechai chegara mesmo a salvar a vida do rei Achashverosh. Quanto à Rainha Esther, ela era a esposa preferida do Rei. À luz de tudo isto, quando os judeus souberam da ameaça genocida que pairava sobre eles, deveriam ter usado sua influência para pleitear junto ao Rei a anulação do decreto. No entanto, vemos que a primeira ação de Mordechai ao saber da tragédia iminente, foi “rasgar suas vestes e se cobrir de pano de saco e de cinzas; e, saindo pela cidade, clamar com grande e amargo clamor”.

Mordechai e Esther compreenderam que o poder de Haman – como o verdadeiro poder que há no mundo – tinha base espiritual. E portanto, sua resposta tinha que ser condizente. Mordechai arrependeu-se e conclamou todos os judeus a imitarem-no. Pôs-se a ensinar a Torá às crianças judias nas ruas da Pérsia. E levou seu povo a novamente abraçar a Torá Oral e cumprir seus mandamentos. De igual maneira procedeu a rainha Esther. Ela instruiu Mordechai com as palavras: “Vai e reúne todos os judeus... e jejuai por mim; não comais nem bebais três dias, nem de noite nem de dia; e eu também jejuarei”.

Somente após alcançar a vitória espiritual, retomaram Esther e Mordechai os meios naturais para tentar anular o decreto. Esther foi ter com o rei Achashverosh para conseguir a anulação apenas porque D’us deseja abençoar os homens “através de tudo o que fazem” – ou seja, pelos meios naturais. A causa real da salvação, no entanto, não foi obra da vontade do Rei, mas sim do jejum e do arrependimento dos judeus.

É interessante notar que a Meguilá relata que a sorte de Haman começou a mudar antes mesmo de Esther interceder junto ao rei. E a razão para tal foi que a energia que estava sendo absorvida por Haman já tinha sido capturada e estava sendo direcionada para atos bons e construtivos. Quanto mais energia for consumida por um comportamento ordeiro, por atos de bondade e de moralidade, pela Torá e pelos mandamentos Divinos, menos energia restará para as forças aleatórias do mal. Portanto, Haman e seus colaboradores foram enforcados no próprio cadafalso de 50-cúbitos de altura que ele construíra para Mordechai. E a data sorteada para ser o dia da aniquilação dos judeus se tornou o marco de uma maravilhosa vitória e de grande júbilo.

Purim hoje em dia

O Talmud afirma que “aquele que ler a Meguilá de trás para frente não terá cumprido a sua obrigação”. O Baal Shem Tov explicava que isto se refere a alguém que lê a Meguilá acreditando tratar-se de uma história do passado. Ao lê-la “de trás para frente”, como um relato retrospectivo, poderia pensar que a história de Purim não se aplicasse ao presente. Essa pessoa não teria cumprido a sua mitzvá, pois o propósito da leitura é aprender que os eventos de Purim repetem-se, espiritualmente, em todas as gerações.

Por que motivo a festividade de Purim tira seu nome de uma palavra persa que relembra os métodos maldosos de Haman e seu decreto nefasto? Para nos ensinar que sempre que o povo judeu canaliza corretamente a energia espiritual, o caos e a falta de ordem (simbolizados pelo lançamento de sortes) – que poderiam ser utilizados para atos maldosos – são revertidos em bênçãos sobrenaturais. Quando usamos a energia para a bondade e a luz, trazendo ordem e santidade a nossos atos e palavras, conseguimos sufocar Amalek e todos os seus descendentes.

O Nome de D’us não é encontrado na Meguilá justamente para indicar que, em meio ao mais encoberto dos mistérios, encontra-se a Revelação. Os milagres que ocorreram no Egito e durante o Êxodo foram claramente sobrenaturais. O milagre de Chanucá ocorreu numa época em que o povo judeu estava em sua terra e o Templo Sagrado existia, apesar de estar em mãos profanas. Na história de Purim, no entanto, os judeus estavam exilados de seu território. Seu destino parecia estar selado. Mas quando se arrependeram e clamaram por seu D’us, ocorreu uma série de eventos perfeitamente sincronizados que resultaram em sua salvação. E ademais, uma leitura mais atenta da Meguilá revela que, mesmo antes de surgir Haman, a Divina Providência já havia preparado a cena para um futuro triunfo judaico. E portanto, quando D’us diz: “...E eu certamente esconderei o Meu rosto naquele dia...”, Ele está dizendo: “Ainda que Minha face esteja oculta, mesmo assim podem encontrar-Me”.

É por isto que Purim é o mais feliz dos dias do ano, quando agradecemos a D’us por nos salvar. Fazer do Nilo um rio de sangue, dividir o mar ao meio, fazer com que a provisão de óleo para um dia ardesse por oito dias – tudo isso são milagres em que D’us sobrepujou a natureza. Mas com que freqüência ocorrem tais eventos? Não existe alegria maior, no entanto, do que perceber que, como em Purim, D’us está sempre atento a nossas preces e boas ações. E mais: antes ainda que o invoquemos, D’us está sempre realizando milagres para nós, de uma forma natural, oculta, disfarçada nos acontecimentos de nosso cotidiano.

E é por esta razão que o Yom KiPurim – o dia mais sagrado do ano – é verdadeiramente um dia como Purim. Porque mesmo no exílio, quando a Divina Presença parece completamente camuflada, “o arrependimento, as preces e as boas ações convertem um destino infausto”, ou seja, “anulam o decreto maligno”. Como em Purim, quando os judeus jejuam, arrependem-se e praticam atos bondosos, e clamam ao Pai Celestial, retornando a Ele, de fato estão abrilhantando o mundo com luz, ordem e bênçãos.

A batalha física e a batalha espiritual entre o bem e o mal não perdurarão para sempre. Na Torá, D’us, Ele mesmo, promete “Escreve isto... pois extinguirei totalmente a memória de Amalek debaixo dos céus” (Êxodo 17:14). E quando isto ocorrer, todos os dias serão como Purim, uma época em que “para os judeus houve felicidade, alegria, regozijo e honra” (Esther 8:16).

Tev Djmal
Baseado nos ensinamentos do Lubavitcher Rebbe e nos escritos dos Rabinos Jonathan Sacks e Manis Friedman.
1 Antiga unidade de medida de comprimento, equivalente a três palmos.

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Estudio del hebreo sin maestro

Estimados javerim,
En relacion a la nota de Jayme sobre Gramatica Hebraica con lista de libros, me parece que tambien puede haber interesados en un libro para autoaprendizaje del hebreo a partir del castellano:
Java Farstei y Edna Kadman, Hebreo con placer - Sin ayuda de maestro.
El que desee tener mas indormacion sobre est que me escriba directamente. Tambien puedo dar informacion sobre diccionario portugues-hebraico.

Shabat shalom,
Efraim
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Análise de alto nível do Big Brother e de seu arauto Pedro Bial!!! Vale ler até o final do cordel. O educador Antônio Barreto, um dos maiores cordelistas da Bahia, acaba de retornar ao Brasil com os versos mais afiados que nunca depois da polêmica causada com o cordel "Caetano Veloso: um sujeito alfabetizado, deselegante e preconceituoso". Desta vez o alvo é o anacrônico programa BBB-10 da TV Globo. Nesse novo cordel intitulado "Big Brother Brasil, um programa imbecil" ele não deixa pedra sobre pedra. São 25 demolidoras septilhas,estrofes de 7 versos: Curtir o Pedro Bial E sentir tanta alegria É sinal de que você O mau-gosto aprecia Dá valor ao que é banal É preguiçoso mental E adora baixaria. Há muito tempo não vejo Um programa tão ‘fuleiro’ Produzido pela Globo Visando Ibope e dinheiro Que além de alienar Vai por certo atrofiar A mente do brasileiro. Me refiro ao brasileiro Que está em formação E precisa evoluir Através da Educação Mas se torna um refém Iletrado, ‘zé-ninguém’ Um escravo da ilusão. Em frente à televisão Lá está toda a família Longe da realidade Onde a bobagem fervilha Não sabendo essa gente Desprovida e inocente Desta enorme ‘armadilha’. Cuidado, Pedro Bial Chega de esculhambação Respeite o trabalhador Dessa sofrida Nação Deixe de chamar de heróis Essas girls e esses boys Que têm cara de bobão. O seu pai e a sua mãe, Querido Pedro Bial, São verdadeiros heróis E merecem nosso aval Pois tiveram que lutar Pra manter e te educar Com esforço especial. Muitos já se sentem mal Com seu discurso vazio. Pessoas inteligentes Se enchem de calafrio Porque quando você fala A sua palavra é bala A ferir o nosso brio. Um país como Brasil Carente de educação Precisa de gente grande Para dar boa lição Mas você na rede Globo Faz esse papel de bobo Enganando a Nação.. Respeite, Pedro Bienal Nosso povo brasileiro Que acorda de madrugada E trabalha o dia inteiro Dar muito duro, anda rouco Paga impostos, ganha pouco: Povo HERÓI, povo guerreiro. Enquanto a sociedade Neste momento atual Se preocupa com a crise Econômica e social Você precisa entender Que queremos aprender Algo sério – não banal. Esse programa da Globo Vem nos mostrar sem engano Que tudo que ali ocorre Parece um zoológico humano Onde impera a esperteza A malandragem, a baixeza: Um cenário sub-humano. A moral e a inteligência Não são mais valorizadas. Os “heróis” protagonizam Um mundo de palhaçadas Sem critério e sem ética Em que vaidade e estética São muito mais que louvadas. Não se vê força poética Nem projeto educativo. Um mar de vulgaridade Já tornou-se imperativo. O que se vê realmente É um programa deprimente Sem nenhum objetivo. Talvez haja objetivo “professor”, Pedro Bial O que vocês tão querendo É injetar o banal Deseducando o Brasil Nesse Big Brother vil De lavagem cerebral. Isso é um desserviço Mal exemplo à juventude Que precisa de esperança Educação e atitude Porém a mediocridade Unida à banalidade Faz com que ninguém estude. É grande o constrangimento De pessoas confinadas Num espaço luxuoso Curtindo todas baladas: Corpos “belos” na piscina A gastar adrenalina: Nesse mar de palhaçadas. Se a intenção da Globo É de nos “emburrecer” Deixando o povo demente Refém do seu poder: Pois saiba que a exceção (Amantes da educação) Vai contestar a valer. A você, Pedro Bial Um mercador da ilusão Junto a poderosa Globo Que conduz nossa Nação Eu lhe peço esse favor: Reflita no seu labor E escute seu coração. E vocês caros irmãos Que estão nessa cegueira Não façam mais ligações Apoiando essa besteira. Não deem sua grana à Globo Isso é papel de bobo: Fujam dessa baboseira. E quando chegar ao fim Desse Big Brother vil Que em nada contribui Para o povo varonil Ninguém vai sentir saudade: Quem lucra é a sociedade Do nosso querido Brasil. E saiba, caro leitor Que nós somos os culpados Porque sai do nosso bolso Esses milhões desejados Que são ligações diárias Bastante desnecessárias Pra esses desocupados. A loja do BBB Vendendo só porcaria Enganando muita gente Que logo se contagia Com tanta futilidade Um mar de vulgaridade Que nunca terá valia. Chega de vulgaridade E apelo sexual. Não somos só futebol, baixaria e carnaval. Queremos Educação E também evolução No mundo espiritual. Cadê a cidadania Dos nossos educadores Dos alunos, dos políticos Poetas, trabalhadores? Seremos sempre enganados e vamos ficar calados diante de enganadores? Barreto termina assim Alertando ao Bial: Reveja logo esse equívoco Reaja à força do mal… Eleve o seu coração Tomando uma decisão Ou então: siga, animal… FIM Salvador, 16 de janeiro de 2010. * * * Antonio Barreto nasceu nas caatingas do sertão baiano, Santa Bárbara, na Bahia. É autor de um dos mais recentes e estrondosos sucessos da Internet, o cordel Caetano Veloso: um sujeito alfabetizado, deselegante e preconceituoso. Professor, poeta e cordelista. Amante da cultura popular, dos livros, da natureza, da poesia e das pessoas que vieram ao Planeta Azul para evoluir espiritualmente. Graduado em Letras Vernáculas e pós graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira. Seu terceiro livro de poemas, Flores de Umburana, foi publicado em dezembro de 2006 pelo Selo Letras da Bahia. Possui incontáveis trabalhos em jornais, revistas e antologias, com mais de 100 folhetos de cordel publicados sobre temas ligados à Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa, além de vários títulos ainda inéditos. Antonio Barreto também compõe músicas na temática regional: toadas, xotes e baiões.
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