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Para entender o islamismo - HÉLIO DANIEL CORDEIRO

Para entender o islamismo - HÉLIO DANIEL CORDEIRO Diante do choque cultural e político entre o islamismo e o Ocidente verificado desde a Revolução Iraniana promovida pelo aiatolá Khomeini em 1979, oportuno se faz entendermos os princípios da religião islâmica e como ela se relaciona com o político.
Maomé (Mohamed, em árabe) nasceu em Meca por volta de 570, filho de Abdallah e Amina, do clã dos Beni Hashemi, um ramo pobre da tribo dos coraixitas(1). Naquela época, a tribo constituía a célula social básica em toda a Arábia, algo como ocorrera cerca de 1500 anos antes entre os israelitas. O pai de Maomé morreu antes do futuro profeta nascer e sua mãe faleceu quando o menino tinha apenas seis anos.
Aos 25 anos, Maomé passou a trabalhar para uma viúva rica, Cadija, 15 anos mais velha do que ele, com que se casou. Balzaquiano ou oportunista?... Teve quatro filhas, das quais apenas uma, Fátima (que depois se tornaria nome de santa católica) teve descendentes com Ali, filho de Abu Talib.
A chamada "iluminação" de Maomé(2) ocorreu em 610, aos 40 anos, no dia 27 do mês de Ramadã(3). Segundo a tradição, o profeta meditava numa das grutas do Monte Hira, quando ouviu a voz do anjo Gabriel mandando-o recitar a shahada(4), que se tornaria a profissão de fé do islamismo. Foi Cadija quem encorajou-o a revelar sua visão. Maomé continuou recebendo suas revelações, mas freqüentemente era hostilizado ao pregar em Meca. Apenas alguns poucos pobres se dispuseram a crer em sua mensagem.
Mas pouco a pouco foram aumentando seus seguidores, incluindo gente da nobreza, como Abu Bakr, seu primeiro sucessor. Aumentaram, também, as hostilidades contra a nova religião, e Maomé buscou refúgio na Abissínia(5) entre 615 e 616. Em 619 morreram seus protetores, Abu Talib e Cadija e, em 622, depois de sofrer um atentado, decidiu abandonar Meca definitivamente. Mudou-se para Iatrib(6), um rico oásis a 400 quilômetros ao norte de Meca. Esta transferência ficou conhecida como a hégira e marca o início do calendário islâmico.
Medina era habitada por uma maioria de pagãos e por judeus, organizados em torno de sua vida comunitária, com escolas, rabinos e sistema jurídico próprio. Em pouco tempo Maomé conseguiu converter a maioria dos pagãos e obrigou muitos judeus a aceitar sua fé. A partir desta "república islâmica" que se tornou Medina é que o profeta iniciou sua jihad(7) contra Meca. No ano 632 Maomé fez nova peregrinação a Meca, acompanhado de 80 mil seguidores. Foi durante esta peregrinação que o profeta retirou todos os ídolos da Caaba(8), reservando o templo apenas a Alá. Pouco depois de regressar a Medina, neste mesmo ano, Maomé morreu.
Após sua morte, o islamismo conquistou (muitas vezes pela espada) crescentes adeptos, inicialmente em todo o mundo de fala árabe e, posteriormente, entre outros povos. As duas fontes do islamismo são o Alcorão(9) e a suna(10), que está sintetizada no hadiz(11).
O Alcorão não foi escrito diretamente por Maomé. A sua versão atual corresponde a uma compilação feita em 652 pelo terceiro sucessor do profeta, o califa Otman, embora haja polêmica sobre isso. O livro tem 6.226 versículos agrupados em 114 capítulos (suras), que não estão organizados em ordem cronológica, mas segundo seus tamanhos, a partir dos maiorres. Os ulemás(12) dividem o Alcorão em quatro grandes temas: as crenças da fé (al ágida), os cultos (al ibáda), a moralidade (al ajilág) e as relações sociais entre os homens (al muamalát).
Com respeito às duas outras religiões monoteístas do planeta, o islã critica os judeus por serem considerados, conforme a Bíblia, o "povo escolhido de Deus" e por não admitirem que o Alcorão siga a tradição da Torá. Os cristãos são criticados por afirmarem que Cristo seja o filho de Deus. Ainda assim, o islã garante (ao menos teoricamente) proteção (dhimma) aos judeus e cristãos, desde que mantenham seu culto restrito aos locais adequados (sinagogas e igrejas) e não causem distúrbios na comunidade islâmica.
Com o passar do tempo, o islã viu-se dividido entre três correntes básicas: os xiítas, sunitas e sufistas. A origem da divisão entre sunitas e xiítas é uma questão sucessória. Ali Ibn Abu Talib, genro de Maomé (casado com sua filha, Fátima), era o preferido do profeta na função de seguir sua obra como chefe islâmico, ou seja, califa(13). Mas em função de uma série de fatos, Ali foi empossado como quarto califa somente em 655. Em 661 ele foi assassinado e o cargo passou às mãos do governador da Síria, Mowiya, que conquistou o apoio da maioria islâmica.
A minoria, os xiítas, simpatizante de Ali, não aceitou esta situação, preiteando que o califado passasse às mãos de Hassan e Hussein, filhos de Ali. Mas ambos acabaram também sendo assassinados, iniciando uma sangrenta tradição de sangue na religião do deserto.
A seita dos sunitas, que hoje constitui cerca de 90% dos muçulmanos, originou-se dos primeiros apoiadores de Moawiya. Seu nome deriva de suna, e tendem a agir de forma mais pragmática quanto às coisas terrenas.
O terceiro grupo são os sufistas, uma corrente exotérica islâmica. Estão mais preocupados com as questões espirituais da mensagem de Maomé, de que com as questões de natureza ortodoxa. Um dos sufistas mais destacados foi Muhidin ibn Arabi, nascido na Síria em 1240. Arabi deixou uma obra muito importante.
Notas:
1) Tribo que dominava Meca durante o século VII.
2) É comum as tradições religiosas apresentarem "iluminações" para seus grandes profetas ou pretensos messias. Exemplos são Moisés, Buda, Jesus, Constantino, Shabetai Zvi e outros.
3) Nono mês do calendário muçulmano, quando se observa jejum obrigatório para lembrar a ocasião em que o profeta Maomé recebeu a Revelação.
4) "Só há um Deus, que é Alá, e Maomé é o seu profeta." Uma única citação pública basta para se aderir ao islã.
5) Atual Etiópia.
6) Depois chamada de Medina.
7) Esforço que todo muçulmano deve fazer para difundir o islamismo.
8) Templo em forma cúbica, situado na mesquita central de Meca. Na Caaba encontra-se a Pedra Negra, que segundo a tradição foi dada pelo anjo Gabriel a Ismael (filho de Abraão) para selar a aliança de Deus com os homens.
9) Significa "revelação". Livro sagrado do islã, a palavra de Deus revelada a Maomé pelo anjo Gabriel.
10) A tradição, o comportamento em vida de Maomé.
11) Coletânea de textos que sintetizam as palavras e os atos de Maomé, narrados em forma de versos.
12) Doutores da Lei islâmica.
13) O islamismo considera, de modo geral, os quatros primeiros califas iluminados: Abu Bakr, Omar ibn Abd al-khattab, Otman ibn Affan e Ali ibn Abu Talib. Os xiítas (shiat) começam a contar a linhagem dos califas a partir de Ali.

Bibliografia indicada:
ARBEX JR., José. Islã: Um Enigma de Nossa Época (Ed. Moderna).
BARTHOLDO JR., Roberto S. & CAMPOS, Arminda Eugênia (org.). Islã: o Credo é a Conduta (Imago Ed.).
HOURANI, Fouad. Uma História dos Povos Árabes (Ed. Companhia das Letras).
OLIC, Nelson Bacic. Oriente Médio: Uma Região de Conflitos (Ed. Moderna).
SAID, Edward. Orientalismo (Ed. Companhia das Letras).
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A Arte de fazer Rir - O Humor judaico

A ARTE DE RIR E FAZER RIR - HUMOR JUDAICO - MORASHA

Artigo baseado em Enciclopédia do humor judaico – Dos tempos bíblicos à era moderna, de Henry Spalding – da Editora Sêfer e The Big Book of Jewish Humor, de William Novak e Moshe Waldoks – da Harpel Perennial Editora.


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Ironia e sarcasmo, mesclados à sabedoria, acompanham o humor judaico há séculos, apesar das diferenças e da distância entre os antigos povoados do leste europeu e a agitação das metrópoles americanas.


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Ao passear pelas prateleiras de uma livraria, no Brasil ou no exterior, o visitante se depara com títulos como Enciclopédia do humor judaico – Dos tempos bíblicos à era moderna, de Henry Spalding, e The Big Book of Jewish Humor, de William Novak e Moshe Waldoks, entre vários outros. Ou então, quem nunca contou, pelo menos uma vez na vida, uma piada sobre judeus, para outros judeus? Folclore ou manifestação da identidade cultural? Será que existe uma resposta definida?

O que seria exatamente o humor judaico? Será que existe um humor tipicamente judaico? Ou será que o que há é uma pitada de cultura judaica em meio ao humor criado por artistas e comediantes judeus em todo o mundo? Segundo Spalding, existe, sim, um humor judaico, tanto que escreveu um livro sobre o tema. E mais: para ele, o humor judaico espelha a história do povo judeu. É um reflexo de suas alegrias e angústias, anseios e desalentos e dos períodos, tão breves, de bem-estar econômico e social. Reflete, também, a capacidade dos judeus de fazer graça de suas próprias particularidades.

Em sua abordagem sobre o humor judaico, Spalding diz que este não avançou em linha reta desde os tempos primitivos até os mais modernos, mas que procurou sempre transmitir os hábitos e costumes do dia a dia. "Os judeus já eram um povo com senso de humor desde os tempos bíblicos, e a Torá está repleta de todo tipo de humor, charadas e piadas práticas".

Mas o humor judaico retrata, também, a influência das outras culturas, principalmente a partir da destruição do Segundo Templo, no ano 70 da Era Comum. Esta aproximação com outras populações, as perseguições e as injúrias levaram os judeus a fazer do humor um mecanismo de defesa, criando alegorias pelas quais protestavam contra seus carrascos através, principalmente, da ironia. O Talmud é um exemplo deste tipo de expressão, afirma Spalding.

"Os rabinos eram mestres da presença de espírito e réplica demolidora, mas diferiam dos sábios bíblicos por serem mais sutis. A história rabínica é planejada para evocar um sorriso e fazer pensar, mas raramente causa risos hilariantes. Alguns ditos espirituosos talmúdicos, é claro, não têm outra intenção senão fazer graça, tal como a observação do rabino do século três de que a água do mar era salgada porque havia tantos arenques marinados vivendo nele".

A diferença entre a piada judaica e a anti-semita é que a última enfatiza exclusivamente os defeitos, mas nunca as virtudes dos judeus. O alvo verdadeiro da piada não é necessariamente um anti-semita, como muitos acreditam, nem mesmo um governo despótico. Geralmente, o escárnio está voltado para outro judeu.

Outro elemento exclusivo do humor judaico é a propensão a atirar farpas revestidas com mel aos entes mais próximos e queridos. Escarnecem dos amados, de sua religião, dos ideais e da instituição que exalta e enriquece suas almas. A singularidade destas gozações está no fato de irradiarem afeto – um beijo com sal, mas ainda um beijo.

Evolução histórica

Segundo William Novak e Moshe Waldoks, autores de The Big Book of Jewish Humor, a grande maioria das piadas, provérbios e histórias com toques de humor faz parte do folclore popular judaico. Nasceram do cotidiano nas pequenas vilas, aldeias e povoados do leste europeu, no final do século 19; seus autores são anônimos e seu conteúdo é transmitido de geração em geração, assumindo, inconscientemente até, as características de quem as conta.

Os personagens que recheiam as narrativas, tais como os professores de ieshivot, seus alunos, as casamenteiras, os pedintes – schnorrers, os azarados – schlemazels, e muitos outros, renascem sempre que alguém lembra de uma piada. Piadas que, como afirmam os dois autores, não podem ser classificadas apenas como alegres ou tristes, mas que trazem implícita, acima de tudo, a sabedoria, sem deixar de serem divertidas.

O início do século 20 e a crescente emigração da Europa para os Estados Unidos influenciaram também o humor judaico. Os personagens do passado, cujas características eram fortemente marcadas pelo segregacionismo vigente na Europa, diluem-se em meio à sociedade americana, na qual, mesmo que apenas aparentemente, desaparecem as diferenças étnicas.

Mudam os personagens e também os temas. O anti-semitismo, ainda que presente, cede espaço para as piadas sobre assimilação, conversões, mudança de nomes. Os arrecadadores de fundos substituem os schnorrers e as mães passam a ocupar o lugar até então vitalício das sogras do século XIX.

O humor judaico americano, dizem Novak e Waldoks, apresenta mais uma mudança fundamental, quando comparado com o do passado: ainda que seja inspirado no universo popular, passa a ser feito por comediantes e escritores. Muitos ainda recorrem à tradição oral da cultura judaica, mas a maioria busca cada vez mais, na experiência coletiva da sociedade americana, a fonte de suas palavras.

No entanto, mesmo nos Estados Unidos, o humor judaico mantém a capacidade de rir de si mesmo. A afirmação de Freud – "Eu não sei se há muitos outros povos fazendo graça sobre si próprios" – ainda é verdadeira. Para alguns seguidores de Freud, entre eles Theodor Reik, autor do livro Jewish Wit, o humor judaico é uma maneira que os judeus encontraram para lidar com a hostilidade que os cerca, chegando, às vezes, a utilizar este sentimento contra si mesmos.

O showbizz americano está cheio de exemplos de sucesso que mostram o senso de humor mesclado à herança judaica: Woody Allen, Mel Brooks. E também na literatura, como Philip Roth, Bruce Jay Friedman e Wallace Markfield, sem mencionar o seriado de televisão Seinfeld. Novak e Waldkoks mencionam também a influência do desenvolvimento dos meios de comunicação para a maior penetração do humor judaico, colocando-o ao alcance de todos.

"No passado, as piadas e histórias populares corriam de boca em boca e, por mais que fossem contadas, atingiam um número limitado de pessoas. Atualmente, as piadas são transmitidas pelo rádio ou televisão, e até pela Internet, chegando a milhões de pessoas ao mesmo tempo. Ou seja, o humor judaico nunca esteve tão popular. Isto é a sociedade de massa", afirmam Novak e Waldoks.

Definição de humor judaico

• É aquele que gira em torno de todos os aspectos da vida e das características do povo judeu – cultura, valores, símbolos, etc. Mas não se limita apenas às fontes judaicas, inspirando-se também na sociedade em geral

• É aquele que envolve as complexidades da mente, apresentando, ainda, uma lógica interna
• É sarcástico
• Tende a ser anti-autoritário; expõe a hipocrisia e satiriza a pompa e a grandiosidade
• É crítico
• Caçoa de tudo e de todos.

Artigo baseado em Enciclopédia do humor judaico – Dos tempos bíblicos à era moderna, de Henry Spalding – da Editora Sêfer e The Big Book of Jewish Humor, de William Novak e Moshe Waldoks – da Harpel Perennial Editora.

Humor judaico

  • Cinco judeus mudaram a maneira de ver o mundo:

- Moisés disse: “A lei é tudo.”
- Jesus disse: “O amor é tudo.”
- Marx disse: “O dinheiro é tudo.”
- Freud disse: “Tudo está na cabeça.”
- e finalmente Einstein disse: “TUDO é relativo.”

  • D’us perguntou aos Gregos:- Vocês querem um mandamento?
    - Qual seria o mandamento, Senhor?
    - Não matarás!
    - Não, obrigado. Isso interromperia nossa sequëncia de conquistas.

    Então D’us perguntou aos Egípcios:

    - Vocês querem um mandamento?
    - Qual seria o mandamento?
    - Não cometerás adultério!
    - Não obrigado, isso arruinaria nossos finais de semana!

    D’us perguntou então aos Assírios:

    - Vocês querem um mandamento?
    - Qual seria o mandamento?
    - Não roubarás!
    - Não obrigado, isso arruinaria nossa economia!

    E assim, D’us foi perguntando a todos os povos, até chegar aos Judeus:

    - Vocês querem um mandamento?
    - Quanto custaria?
    - É de graça.
    - Então manda dez.


  • Qual a diferença entre um casamento judaico Ortodoxo, Conservador e Reformista?No Ortodoxo, a mãe da noiva entra na sinagoga grávida.No Conservador a noiva entra grávida .E no reformista a rabina está grávida.

  • Qual a diferença entre uma mãe italiana e uma mãe judia?A mãe italiana diz para o filho: “come se não te mato”A mãe judia diz para o filho: “come se não EU me mato!”
Fonte: http://www.webjudaica.com.br/humor/

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Um Homem e a Sua Vida
Yehuda Amichai (1924-2000), poeta israelita.


Um homem não tem tempo na sua vida
para ter tempo para tudo.
Não tem momentos que cheguem para ter
momentos para todos os propósitos. Eclesiastes
está enganado acerca disto.

Um homem precisa de amar e odiar no mesmo instante,
de rir e chorar com os mesmos olhos,
com as mesmas mãos atirar e juntar pedras,
de fazer amor durante a guerra e guerra durante o amor.
E de odiar e perdoar e lembrar e esquecer,
de planear e confundir, de comer e digerir
que história
leva anos e anos a fazer.

Um homem não tem tempo.
Quando perde procura, quando encontra
esquece, quando esquece ama, quando ama
começa a esquecer.

E a sua alma é erudita, a sua alma
é profissional.
Só o seu corpo permanece sempre
um amador. Tenta e falha,
fica confuso, não aprende nada,
embriagado e cego nos seus prazeres
e nas suas mágoas.

Morrerá como um figo morre no Outono,
Enrugado e cheio de si e doce,
as folhas secando no chão,
os ramos nus apontando para o lugar
onde há tempo para tudo.


(Tradução de Shlomit Keren Stein e Nuno Guerreiro)
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el observador

casas socialistas en buenos aires


Privatizados en Israel, los kibutz se mudan para seducir a la Argentina
Los laboristas israelíes pusieron en marcha un programa para instalar en varios países del mundo su modelo de “comunas socialistas”, casas donde jóvenes viven en común, en la estela de los ya míticos kibutz, las granjas colectivas que florecieron desde los años 40, pero que hoy, privatizados, se han convertido en grandes empresas. En una de esas casas, jóvenes judíos argentinos viven su experiencia, compartiendo salarios y haciendo trabajos comunitarios en el barrio.
Por H.D.


Mi casa es tu casa. Gabriel Neuman, Florencia Herscovich y Ariel Rapp, los tres habitantes de la casa comunal, que recupera el espíritu de los kibutz
Israel exporta un nuevo modelo de vida socialista al mundo: las comunas urbanas, de las que ya existe una en Buenos Aires, a través del movimiento Habonim Dror (Los constructores-Libertad), un ala de su Partido Laborista (Avodá).

“Es un formato muy bueno. La idea es darlo como propuesta a los jóvenes como marco para crecer después de que terminaron su paso por el Movimiento”, afirma Adrián Rosemberg, representante de Habonim Dror en el país.

Israel creó y expandió el kibutz, estas granjas colectivas que sirvieron a los judíos para poblar Palestina en tiempos de la ocupación británica y en los primeros años de vida como Estado. Allí, se compartían tareas, viviendas, comida, todo en un ámbito rural, muy alejado de lo que ocurría en las grandes ciudades.

Hoy, estos centros se han transformado en grandes empresas que producen desde alimentos a equipos electrónicos y dejaron de lado el ideal socialista con el que habían sido creados. La vida también cambió, de campesina a urbana, por lo que muchas personas comenzaron a preguntarse cómo mudar ese modelo a las grandes metrópolis. La respuesta fueron las comunas.

“Son el cambio de lo que fue el kibutz, luego de que la privatización los convirtiera en empresas. Los jóvenes buscan otras opciones en la ciudad, donde pueden ayudar en la educación y vivir de la misma forma”, dice Rosemberg.

El modelo de vida en comuna está muy desarrollado en Israel, aunque como en el caso del kibutz, apenas una pequeña parte de la población lo ha adoptado. En la actualidad, se encuentran agrupadas según la ideología política, las creencias religiosas u otros temas que tienen en común.

La característica principal de la versión que propone Habonim Dror de este movimiento sionismo-socialista es que los participantes no sólo viven bajo un mismo techo, sino que, además, comparten sus salarios y tienen como objetivo realizar tareas de ayuda comunitaria en forma voluntaria.


El modelo local. La etapa final de la participación de los jóvenes en los movimientos sionistas en el mundo es un viaje a Israel. En el caso de los miembros de Habonim Dror, pasan un año viviendo diferentes tipos de experiencias, entre ellas, dos meses en una comuna, donde también hacen trabajos comunitarios.

En diferentes camadas, Florencia Herscovich, Dana Teper, Lior Feler, Ariel Rapp, Diego López Curyk y Gabriel Neuman (de entre 21 y 23 años), conocieron la modalidad personalmente, aunque la mayoría lo sintió como una especie de juego, ya que no tenían la verdadera responsabilidad que conlleva adoptar este modelo.

Sin embargo, a su regreso al país decidieron crear una comuna en el barrio porteño de Villa Mitre y buscar una forma de vida “un poco mejor y más equitativa para la sociedad”.

En su camino, se cruzó Moshelion que había llegado a Buenos Aires hacía pocos meses, como representante de Habonim Dror y que tenía como uno de sus proyectos impulsar este modelo, del que ella era parte en Israel, en el país. En seguida, los apoyó.

“La idea surgió de acuerdo con el momento en que estaban los chicos. Vine en el momento justo y ellos también querían hacerlo. Tenían muchos miedos: cómo iban a mantener la casa, cómo iban a vivir solos, cosas cotidianas, económicas y para qué vivir en conjunto, para qué hacer eso”, afirma. López Cruyk concuerda en que fue ella la que llegó con la idea y todos aceptaron. “Nos tiró la propuesta y, al principio, nos parecía irreal”, señala.

La ayuda no sólo consistió en los consejos y la contención de Moshelion, sino que el propio Movimiento les pagó el alquiler de la casa durante un año para que no tuvieran que preocuparse por la cuestión monetaria apenas se lanzaban a esta nueva aventura.

Así, pudieron dedicarse más a comprender el cambio que estaban viviendo, adaptarse a la nueva modalidad, desarrollarse tanto humana como ideológicamente y crear nuevos proyectos en los que trabajar.

“La comuna me sirvió para responderme un montón de preguntas que tenía, y sigo teniendo y que se me iba a hacer mucho más fácil entenderlas si me iba a vivir con más personas. La idea es seguir manteniendo valores que hoy en día se ven en la sociedad y cultivando los que se están perdiendo: el saludo, el gracias, el compartir, el despojarse del dinero, no darle tanta importancia a ese papel. Ese es un poco el desafío”, afirma Herscovich quien llegó desde Rosario, provincia de Santa Fe, para sumarse al proyecto.

López Curyk destaca que el cambio, además, le sirvió para desarrollarse en forma personal. “No quiero vivir toda mi vida como está predeterminado que sea, quiero elegir espacios distintos. Esto no va a tirar abajo el mercado, pero es un espacio donde manejarse con otras normas”, explica.

En la comuna parten desde hace casi dos años una casa alquilada, todas las decisiones que hacen a la vida en conjunto, un día de reflexión en grupo, una cena los martes a la noche para discutir proyectos, y el dinero que generan, a pesar de que difieren los ingresos que tiene cada uno.

“Fue una sensación de tranquilidad, algo muy desestresante dejar de pensar en mí dinero, en cómo utilizarlo. Es como un descanso saber que entre todos íbamos a tomar decisiones sobre esa plata”, señala Herscovich y Neuman concuerda. “Hay cosas que queremos: que el dinero deje de ser un factor dominante en la sociedad y que las personas sean un poco más profundas y sinceras. Eso es lo que deseamos generar”, destaca.

Si bien sus ideas pueden sonar utópicas, son conscientes de que para generar un cambio deben trabajar desde adentro del sistema. Por eso, buscan vincularse con otras personas a través de proyectos sociales y del voluntariado para poder diseminar sus ideas.

“La comuna es una inserción dentro de la sociedad. Es una cuestión de luchar de adentro sin aislarnos. Estamos en contra de algunos valores y tratamos de cambiarlos, intentando encontrar la manera coherente de vivir ahí sin despegarse”, afirma Rapp.

El grupo coincide en que les gustaría que esta modalidad se propagara, aunque prefieren evitar ponerse en predicadores de una nueva forma de vida. “A mí me gustaría que la gente conociera la idea, pero no desde un lugar de misionero”, señala López Curyk.

“Esta forma de vida genera por sí misma un montón de consecuencias. Quizás pueda hacerlo una pareja en su casa con sus hijos y que entre esa familia y ésta haya algún tipo de contacto –concluye Herscovich– . Me parece que es una forma de casamiento entre nosotros, donde hay un contrato, responsabilidades compartidas. Estaría bueno que todos pudieran probar vivir así.”

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Parashat “Ajarei Mot-Kedoshim” Autor: Rabino Ari Bursztein, Comunidad Moriá, Haifa

Interpretación y comentario
La mayoría de los Sabios de Israel en todas las generaciones entendieron la frase “Santos habréis de ser, ya que Santo Soy Yo Adonai, vuestro Dios” (Levítico 19:2) como el fundamento general de toda la Torá, y se otorgaron muchos significados a ese versículo.
A primera vista, podemos confundirnos y llevar esta exigencia de ser “santos” en una dirección muy complicada. Es cierto que en las leyes de “santidad” hay un sentido de separación o abstinencia y distinción, como por ejemplo la separación de sus bienes materiales a la que están obligados los hijos de Israel y que son destinados al Santuario o a los cohanim. O como lo hace el mismo Santo Bendito Sea en nuestro versículo, cuando se refiere a Sí mismo como “Santo”, es decir, como un Ser separado y distinto de todo el mundo.
Entonces surge la pregunta: ¿acaso la Torá nos exige desconectarnos de este mundo, al estilo de las religiones del Lejano Oriente? ¿Acaso el sentido de la santidad es elevarnos sobre la realidad, desentendernos de la misma y no enfrentarnos a ella de manera directa?
Rashi ya fue consciente de este dilema y él explicó el sentido de la santidad, como “abstenerse de las relaciones prohibidas y de las transgresiones”. La santidad está relacionada con la separación o abstinencia, pero no la desconexión de la realidad. Esta separación o abstinencia consiste en evitar hacer las acciones incorrectas a las cuales nos tienta la realidad, o sea, las transgresiones. Éste es un tipo de enfrentamiento muy directo con la vida y no un intento de escaparnos de ella. Aún más, en la colección de midrashim “Meotzarenu haiashán” (pág. 329) se trae un ejemplo parecido a la interpretación de que la exigencia de la santidad es el enfrentamiento con la realidad, pero no sólo en el sentido de “siéntate y no hagas”, sino también en el lado activo: “Para llegar al nivel de `santos', Yo no les exijo que hagan cosas fuera de lo común ni fuera de lo natural. Todo lo que Yo les pido es: `Toda persona a su madre y a su padre habréis de venerar y Mis shabatot habréis de guardar...”'(Levítico 19:3). Es decir, la exigencia de la santidad obliga también a acciones morales para mejorar la realidad y, de hecho, el fundamento “santos seréis” funciona como un título de toda la parashá. O, en otras palabras, toda la parashá “Kedoshim” es una fórmula que la Torá nos da para saber cómo ser “santos”. Hasta aquí las diferencias con el Lejano Oriente.
El Prof. Iosef Dan en su libro “Al hakedushá” (pág.14) dice que en la historia de las religiones monoteístas, la santidad fue entendida como el opuesto a dos opciones: 1) como contrario a lo secular; 2) como contrario al pecado o a la impureza. Según su opinión, el Cristianismo eligió seguir el primer sentido, por lo que dividió la realidad en una realidad secular y otra sagrada, hecho que creó una situación en la cual las exigencias religiosas no recaen en numerosos campos de la realidad.
En contraposición, el Judaísmo y el Islam eligieron la segunda opción, en la cual “la exigencia religiosa incluye todos los aspectos de la vida de la persona”. Según esta tendencia, existe una escala de medición de la realidad, y en cada situación es posible ser santos o pecadores. Según esta opción, no hay exclusividad en el concepto de santidad para determinados lugares, como la sinagoga, santuarios, etc., sino que la exigencia de la Torá debe concretizarse en nuestro día a día, en el trabajo, con la familia, en la forma de hablar, en la manera de conducir y en la relación con el otro en general. La consigna que la Torá nos impone no es una consigna de vida fácil, y aunque quizás nos esperen muchos fracasos, no debemos renunciar a ella.

Estudio y análisis
Rabino Dr. Alexander Even-Jen
Profesor de Pensamiento Judío, Instituto Schechter de Estudios Judaicos, Jerusalén
La abstinencia como un ideal
“Yo Soy Adonai vuestro Dios y os santificaréis y seréis santos porque Santo Soy Yo. Así como Yo Soy Santo, así seréis vosotros santos, y así como Yo Me abstengo, también vosotros os abstendréis, y no impurificaréis vuestras almas con todo reptil que se arrastre sobre la tierra. Y aunque no haya reproducción, porque Yo Adonai -que os Saqué a vosotros de la tierra de Egipto- con esta condición os Saqué de la tierra de Egipto: para que reciban el yugo de mis preceptos...” (“Ilakut Shimoni”, Levítico, capítulo 11: 546).
El ascetismo como un ideal
El rabino Bahya Ibn Pakuda (siglo XI) va al extremo de esta exigencia que coloca la vida ascética como un ideal. Según él: “El género humano debe practicar una abstinencia general durante su existencia en este mundo, en el momento en que se pida de él. Por esta necesidad, nos comprometeremos a que haya en el mundo ascetas completos desconectados de los asuntos de este mundo, y aprenderán de ellos todos los tipos de seres humanos, para saber sobre la abstinencia según sus necesidades y acorde a sus conductas y características”. (Rabenu Bahya Ibn Pakuda, “Jobot halevavot”, Sobre la abstinencia, cap. 1, pág. 395).
Los “ascetas completos” constituyen un ejemplo para el resto de los seres humanos. La abstinencia sobre la cual habla Ibn Pakuda es la abstinencia de la vida sexual y de la vida laboral. Esto se puede aprender de los argumentos de Ibn Pakuda. Esta abstinencia extrema no recae sobre todos los seres humanos, porque según él: “El mundo no va a funcionar regularmente si todas las personas se comportaran según la abstinencia (de los “ascetas completos”) en este mundo, porque eso llevaría al abandono de la construcción del mundo y a la interrupción del trabajo de la tierra y de los nacimientos”(ídem). Se trata de un grupo especial de ascetas (“los ascetas completos”) cuya existencia es necesaria: “Resulta que el ascetismo es una de las columnas del mundo, la necesitan los seres humanos como necesitan a las demás ciencias y profesiones en la que en cada una de ellas hay personas más apropiadas que otras para desempeñarlas”.
1- ¿Es este tipo de ascetismo aceptable?
2- ¿Estos “ascetas completos” de Ibn Pakuda son comparables a los “monjes” en la religión cristiana?
3- ¿Esta tendencia es algo fuera de lo común? ¿Acaso ella no constituye la base de muchas otras leyes religiosas?
4- ¿Es correcto decir que la vida sexual es impura?
Editado por el Instituto Schechter de Estudios Judaicos, la Asamblea Rabínica de Israel, el Movimiento Conservador y la Unión Mundial de Sinagogas Conservadoras.
Traducción: rabina Sandra Kochmann

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Com tantas datas comemorativas dentro da tradiçao judaica, é muito interessante reunir os representantes do ativismo juvenildentro da comunidade na data de hoje. Iom haatzamut é de fato, fruto doativismo de pessoas como nós, jovens que durante toda a historia do povo judeulutaram para que o aconteceu há 62 anos(no dia 5 de iar de 1948) se tornasserealidade.

É possível afirmar que o mundo legitimou a palestina como território judaico devido a história do povo judeunaquele local, e pelo número de judeus que já habitavam a palestina depois dasegunda guerra mundial. Esse contingente judaico se formou basicamente pelaforça dos movimentos juvenis sionistas. E após essa legitimação, foram osjovens que engrossaram a frente de batalha “neo-israelense” para defender-nosdaqueles que foram contrários a nossa independência.

A alegria de ter um estado nacional é para nós uma das maiores alegrias que podemos ter. Pois nosso povo conta commais de cinco mil anos de existência, porém podemos contar na casa das centenasos anos que tivemos um território próprio. E essas centenas foram muitoespeciais, ainda mais esses 62 que se passaram, tudo o que desenvolvemos emIsrael para o povo judeu e para a humanidade.

Hoje em dia é certo afirmar que nosso trabalho na diáspora é muito importante para Israel. É importante ter centros formadores deopinião, que educam crianças, capacitam crianças e transformam a vida dessascrianças numa experiência única, pois são elas que logo após essa formaçãoexercerão a nossa função e que mais tarde serão a liderança da comunidade e quetambém irão para Israel se juntar à sociedade israelense.

O tema da celebração da independência hoje em Israel é o lema de Herzl – Se quiseres não será um sonho . Como jovens críticos, énecessário trazermos essa frase para nossa atualidade e refletirmos comopodemos fazer com que o sonho sionista de um país criado para um povo oprimidodurante varias gerações não oprima ninguém, nenhum ser humano, seja elepalestino ou judeu.

Por fim, gostaria de mandar um Chazak Ve’ematz para todos nós, que tenhamos força e coragem para continuar nossa busca por umacomunidade mais unida e que consigamos fortalecer o sionismo e até Israel.

Saiba mais…

PRESENCIA JUDÍA EN LA FILOSOFÍA - Articulo da CIS


PRESENCIA JUDÍA EN LA FILOSOFÍA

Intentar describir la intervención de los judíos en el desarrollo de la filosofía es una tarea mayúscula. Quizá no tanto por su participación en la formación de escuelas filosóficas, lo que al parecer no constituyó un objetivo de su quehacer, sino por la cantidad de ellos que hicieron de esta disciplina o ciencia, si se la quiere así llamar, una preocupación central de sus vidas.
Si bien la mayoría tiene como elemento inspirador o como tema de análisis aspectos de la religión o de la teología, no puede hablarse de la existencia de una Filosofía Judaica. Sin embargo, se denomina Filosofía Judía a los intentos que los judíos de diferentes épocas hicieron en orden a armonizar los postulados de su fe religiosa con las corrientes filosóficas prevalecientes en el entorno. Simultáneamente en no pocos casos, desde el terreno religioso más conservador, surgieron fuertes oposiciones a estas actividades.
Los orígenes de esta filosofía Judía se remonta a la aparición de los primeros Profetas Bíblicos, si bien los expertos hablan de un pensamiento pre-filosófico reconociendo la posición pionera de los pensadores helenísticos. Posteriormente, aparece un mirar más evolucionado en, por ejemplo, el Libro de Job y en el Libro de la Sabiduría de Salomón.
El aporte judío al debate filosófico es un fenómeno que no debe sorprender. Por el contrario, la motivación e incluso exigencia permanente al estudio e interpretación de las sagradas escrituras y a la búsqueda de la sabiduría, que no otra cosa es la filosofía, tan inherente al ser judío, tenía necesariamente que traducirse en una producción abundante de teorías, visiones, proposiciones, etc., debidamente sostenidas con argumentos de variada índole, tanto de la fe como de la razón.
Un ejemplo inigualable de esta condición es la elaboración del Talmud que, además de constituir un monumento a la dialéctica, condensa el aporte de cientos de jajamin que durante tantos siglos vaciaron ahí parte de sus pensamientos. Otros ejemplos de obras igualmente trascendentes y reveladoras de las reflexiones de nuestros sabios son La Cábala y los múltiples escritos de los jasídicos , que representan grandes expresiones del misticismo hebreo. Desgraciadamente, las innumerables persecuciones que sufrieron los judíos en el transcurso de su historia conllevó, muchas veces la destrucción de sus escritos; por lo que nunca sabremos cuanto hemos, nosotros y la humanidad toda, perdido en esta materia.
En cualquier caso, este trabajo no pretende ahondar en el contenido de la obra desarrollada por los filósofos judíos, cuestión que escapa a los tiempos y espacios disponibles y por sobre todo a la capacidad y conocimiento de este compilador que, en estricta justicia, debería hacer figurar entre comillas( " " ) la casi totalidad de este artículo, por provenir de transcripciones de diferentes autores.
Por lo expuesto nos limitaremos a tratar de establecer la presencia de algunos de ellos en el pensamiento filosófico de todas las épocas, dejando para tratar con algo más de detenimiento en otra oprtundad a tres de ellos: Maimónides, Spinoza y Buber.

Recordemos que se enseña que el comienzo de la filosofía se ubica en Grecia hacia el siglo VI a.e.c., no obstante que hay testimonios anteriores de un pensamiento filosófico arcaico de la India, Egipto y Mesopotamia.
La primera escuela sería la de Mileto y su fundador Tales (630-546 a.e.c.). Luego seguirían Pitágoras (580-500 a.e.c.) y posteriomente Heráclito de Efeso (550-480 a.e.c.) y Parménides (540-470 a.e.c.). Otros pensadores de este período son: Zenón, Empédocles, Anaxágoras, Protágoras y Gorgias. A continuación aparecen Sócrates(470-399 a.e.c.), Leucipo y Demócrito, Platón (428-347 a.e.c.) y Aristóteles (384-322 a.e.c.).
Naturalmente, con posterioridad surgen otros filósofos dentro de la cultura griega, pero los nombrados integran posiblemente lo más clásico del pensamiento de dicha cultura.

Cuando la cultura indoeuropea (griegos y romanos) domina el mundo se hacen evidentes las diferencias con el judaísmo, aunque se influyen mutuamente. Veamos algunas de esas diferencias.

Indoeuropeos (griegos y romanos)

Judíos

Politeístas.

Monoteístas.

Zeus, hecho a imagen del ser humano, es el D’s supremo que mantiene el orden.

Es D’s el que crea a los hombres y elige a su pueblo.

Pintan imágenes y tallan esculturas de sus D’ses.

Tienen prohibidas imágenes y esculturas.

El mundo es eterno sin principio ni fin.

El mundo es creado, tiene principio y tendrá fin.

Visión cíclica del tiempo, un tiempo infinito, como una rueda o ciclo cuyos momentos se repiten.

Visión lineal del tiempo, que es finito. En esta visión histórica del tiempo hay momentos privilegiados.

Una antropología que habla de la transmigración de las almas.

Una antropología que habla del ser humano global, no sólo de las almas.

A menudo la materia es vista negativamente.

La materia forma parte del Universo, que es intrínsecamente bueno, ya que es obra de D’s.

La procreación no es enaltecida.

La procreación es un deber sagrado.

Indicaremos a continuación autores judíos que se destacaron en este quehacer, dejando constancia que algunos estudiosos señalan ya al pensamiento profético como el inicio de la manifestación judía en esta materia. Para mantener un cierto ordenamiento los citaremos de acuerdo con la secuencia histórica.

*Filón de Alejandría. (-25 a 50 e.c.)
Se distingue por su intento de conciliar la Torá con el pensamiento filosófico griego, especialmente el platónico. Es pionero en el intento de conciliar la esfera del conocimiento con la de las creencias. Sostiene que el mundo ha sido formado por dos factores: D's, un ente completamente espiritual que es causa y origen de todo y una materia primordial creada por El. D's se comunica con sus criaturas por intermedio de fuerzas que emanan de El (logos).

Con Filón culmina lo que puede llamarse la Filosofía Judeo-Helenística, que se inicia hacia el siglo II a.e.c. entre los judíos greco parlantes de la diáspora, principalmente en el Egipto de los Ptolomeos. Cabe señalar que a este grupo pertenecían los que tradujeron la Biblia al griego en la versión conocida como "Septuaginta".
Por casi nueve siglos, desde Filón hasta Saadia, no hay actividad filosófica expresa de judíos, salvo los aportes al Talmud .
En la Edad Media, hacia el siglo IX, resurge la manifestación de pensadores judíos paralelamente con el renacimiento de la Filosofía Griega bajo los califatos abbásidas, donde se traducen al árabe las grandes obras de la Grecia Antigua. Esta tendencia es conocida como la versión judaica de la tradición Kalam .

*Isaac ben Salomón Israeli (c. 850 a 950 )
Aunque es más conocido como médico. Este personaje nacido en Egipto que llegó a ser médico de la corte, escribió algunas obras filosóficas influyentes en su medio, entre las que se puede mencionar: Libro de Definiciones y Descripciones, Libro de los Elementos, Tratado sobre el Espíritu y el Alma, Libro de las Sustancias. Se reconocen en él influencias aristotélicas y neoplatónicas. Se le adjudica ser el iniciador de una era de Judaísmo Neoplatónico. A su vez, parece haber influido en la obra de Ibn Gabirol.

*Rabí Saadia ben Joseph ( 882 a 942 )
También conocido como Said al-Fayyumi. Nacido en Egipto llegó a ser Gaón de la Academia Rabínica de Sura en Irak. Se lo consideraba el príncipe de los talmudistas de su época.
Fue un prolífico escritor, sobre diversas materias, principalmente en idioma árabe.
En el terreno de la filosofía escribe "Fe y Razón" (Emunot Vedeot), donde sostiene que razón y religión no se excluyen y trata de justificar la fe a través de la razón. Rechaza la religión sólo como una revelación divina, considerándola, además, sustentada en fundamentos racionales y lógicos. Otras obras son : Comentarios sobre "Sefer Yezira", "Libro de las Creencias y Convicciones" (Kitab al-Amanat w´a-I´tiqadat).
Conocedor de Aristóteles, utiliza su argumentación para refutar los puntos de vista de Cristianos, Musulmanes, Brahmanes y Agnósticos.

*Samuel ben Hofni ( muerto en 1034 )
Otro Gaón de Sura, con marcada influencia de la Tradición de Kalam, elabora una interpretación racional de la Biblia y ataca la creencia en la magia y la astrología..

*Moisés ibn Ezra (c. 1060 a 1139)
Conocido principalmente por sus obras poéticas, se destacó también en el campo de la gramática, filosofía y comentarios de la Biblia.

Por otra parte se encuentran autores ligados a los círculos rabínicos, tales como:
*Hai ben Sherira (939-1038).
Fue Gaon (Director) de la Academia de Pumbedita, bajo cuya presidencia alcanzó su mayor desarrollo.
Escribió cerca de 1.000 responsa. Se lo ubica en un terreno intermedio entre las escuelas filosóficas Racionalista y Fundamentalista, explicando que todos los antropomorfismos son metáforas y sosteniendo el Libre Albedrío frente a la Predeterminación. Acostumbraba a escribir las responsa en el mismo idioma en que se formulaban las preguntas(Hebreo, Arameo o Arabe).

*Nissim ben Jacob de Kairwan en Egipto (fines del s. X a comienzos del s. XI )
Junto con Hai fueron destacados seguidores, en los círculos rabínicos , de la Tradición de Kalam.

Sin duda es en la Edad de Oro en España donde se aprecia la abundancia e influencia de los filósofos judíos. Entre ellos cabe destacar a los siguientes:

*Salomón Iben Gabirol - Avicebron. (1021-1058)
Se lo considera el máximo exponente de la filosofía neoplatónica judía en España. Plantea que D's no puede tener contacto directo con sus criaturas debido a su carácter singular que escapa al entendimiento humano. De su unidad absoluta emanan fuerzas que se van alejando de la espiritualidad para llegar al mundo de la materia donde se desarrolla la existencia terrenal. La tarea del hombre es elevarse espiritualmente para acercarse a D's.
Expuso doctrinas sobre la pluralidad de formas y de la presencia de la materia en criaturas espirituales en términos mucho más claros y definidos que como lo hizo San Agustín.
Escribió " La Corona Real" (Keter Malkhut), "La Fuente de la Vida" (Mekor Jaim)

*Joseph ibn Saddik o Aben-Zadik ( muerto en 1149).
Fue rabino de la ciudad de Córdoba. Se dice que, aunque anciano, murió no obstante de pena al presenciar el final de esa aljama a mano de los almorávides.
En lo filosófico se lo considera un Neoplatónico, igualmente con influencia de Kalam.
Autor de "Olam Katan" (Microcosmos)

*Bahya ben Joseph ibn Pakuda( s. XI)
Escribió en árabe el "Libro de Introducción a los Deberes del Corazón" ( en hebreo Sefer Hobot ha-Lebabot), como un manual de vida interior en que plantea mandamientos morales y espirituales distintos a los de la mera observancia externa. La doctrina de Bahya está basada en parte en la ética neoplatónica y la ascética islámica Sufi, pero reflejando la tradición piadosa judía. Propicia el misticismo, caracterizado una completa indiferencia hacia el mundo, total abandono a D's, humildad y soledad.

*Abraham bar Hiyya Savasorda de Barcelona (se destaca hacia el año 1130)
Se le reconoce más como matemático y astrónomo, pero es el primer filósofo judío del medioevo que escribe en Hebreo. En su "Meditación del Alma" (Hegyon ha-Nefesh), aunque adaptada a la doctrina neoplatónica, introduce una metafísica Aristotélica, acentuando el dualismo entre materia y forma.
En otro de sus escritos "Megillat ha-Megalleh" ( Rollo del Revelador), dedicado a la revelación de la fecha y eventos ligados al futuro mesiánico, describe una doctrina metafísica en la que la tríada neoplatónica de Intelecto, Alma y Naturaleza se expande con la superposición de dos nuevos escenarios llamados los mundos de la luz y del dominio.
Las enseñanzas de este sabio fueron utilizadas con posterioridad ampliamente por los cabalistas .

*Judá ben Samuel Halevi (Toledo 1085 - Tierra Santa 1140)
Escritor, poeta, médico, filósofo y teólogo. Autor de las "Sionidas" y "Cuzary"
Rechaza la filosofía platónica, pero no su ética. En la segunda de las obras citadas, escrita como un diálogo entre un teólogo judío y el rey de los "kazares", junto con considerar prescindible la filosofía argumentando que los problemas más importantes de la vida son inexplicables por esta, ubica la religión independiente de las ciencias. Sostiene que la religión se basa en tres pilares: en hechos históricos, en las tradiciones del pueblo y en vivencias espirituales. Esta obra constituye una fuerte crítica a la doctrina aristotélica.
Entre otras cosas fue un fuerte opositor a la filosofía del célebre pensador musulmán Algazel (o al-Ghazali), quién atacaba la filosofía poniendo de manifiesto sus contradicciones internas y estableciendo la supremacía de los textos sagrados y dogmas racionalizados.

*Abraham ben Meir Aben Ezra.(1092-1167)
Es un comentarista de la Biblia, astrónomo, gramático, poeta además filósofo. Nació en Tudela y recorrió varios de los países mediterráneos, tanto de Europa como de Africa y también Inglaterra.
Introduce un neoplatonismo panteísta en sus comentarios a la Biblia: D's es Único, El es el Creador de Todo y El es Todo.

*Abraham ibn Daud. (1110-1180)
Se lo consigna como el primer representante de la filosofía aristotélica en el judaísmo. Reconoció la interrelación entre la religión y la filosofía. Consideraba que el saber es obligatorio y que nadie debe tener aversión hacia la ciencia.

*Rabí Moisés ben Maimón - Maimónides (1135-1204)
Fue el más grande filosofo judío del medioevo. Sigue los principios de Aristóteles.
En su obra Guía de Descarriados (Moré Nevujim), sostiene la idea fundamental de que la fe pura y el pensamiento lógico coinciden perfectamente entre sí. Ambos reconocen que existe un solo D's del cual proviene la creación y ambos aspiran a elevar al hombre al más completo perfeccionamiento. La verdad de la fe y la verdad de la inteligencia no se contradicen una a la otra en los conceptos básicos. Eso significa que pueden andar juntas, si no llegan a la exageración.
Sostenía que la filosofía y la teología coincidían a pesar de sus métodos diferentes. Cuestión que más tarde adoptó y desarrolló Santo Tomás Aquino.
Plantea la teoría de que la inmortalidad consiste en el aporte al conocimiento. Más tarde Spinoza sostiene la misma tesis.
La obra de Maimónides es tratada en otro artículo.

LOS AVERROISTAS

El filósofo musulmán Averroes (ibn Rushd) tuvo marcada influencia en varios pensadores judíos. El Averroísmo fue adoptado entusiastamente por muchos de ellos y adaptado de diversas maneras, extendiendo su campo sin limitarse a la mera repetición de los propios argumentos de Averroes. Al margen de la profundidad del pensamiento de Averroes y de su comprensión de Aristóteles, que era considerado el paradigma del pensador filosófico, estos fueron atraídos particularmente por el potencial que encontraron en el Averroísmo para resolver la delicada cuestión que enfrentaban acerca de la relación entre filosofía y religión. Vale decir, la idea de que ambas son verdaderas, aún cuando parecieran ofrecer respuestas distintas a las mismas preguntas.
Fascinados por la idea Averroísta de que las súplicas u oraciones religiosas pueden ser interpretadas como expresiones populares de verdades filosóficas, ellos siguieron entusiastamente el plan de mostrar como traducir los postulados religiosos tradicionales en postulados filosóficos.
Muchos de estos filósofos se vieron en dificultades cuya resolución les significó mucho dolor. Por ejemplo, como reconciliar aquello en que creían a través de la fe con aquello en que creían a través de la razón. El Averroismo parecía ser la solución a este problema, desde el momento que envolvía una teoría que explicaba como la fe y la razón están conectadas y hacían posible ser simultáneamente tanto religioso como racional. En consecuencia no es sorprendente que muchos pensadores Judíos fueran atraídos por esta doctrina filosófica, entre los que se puede citar además del ya nombrado Maimónides a los que se consignan a continuación:

*Samuel ben Judah ibn Tibbon (1150-1230)
Médico y filósofo. Tradujo al hebreo la "Guía de Descarriados", como asimismo varias obras de Averroes que utilizó en su exégesis bíblica.

*Jacob Anatoli(s. XIII )
Miembro de la comunidad judía de Narbona en el Languedoc, se desempeñó como físico, predicador y traductor del Árabe. Hizo amistad con el emperador Federico II.
Escribió "Enseñanza de los Discípulos" (Malmad ha-Talmidim) y tradujo varios comentarios de Averroes a los trabajos de lógica aristotélica.

*Shemtov ben Joseph ibn Falaquera( 1225- 1295)
Es un prolífico autor de tendencia neoplatónica. Es un seguidor de Averroes en su trabajo enciclopédico y comparte sus puntos de vista en su obra "Maestro del Maestro" (Moréh ha-Moréh), que es un comentario al trabajo de Maimónides, del que fue un ardoroso defensor frente a los ataques de los tradicionalistas.
Otros libros: "Diálogo entre un Filósofo y un hombre Devoto", El Bálsamo de la Pena", " El Comienzo de la Sabiduría" (Reshit Hockmah), " Libro de los Grados" (Sefer ha-Maalot)

*Joseph ben Jacob Kaspi (1279-1340)
Nació en la Provenza y escribió una variedad de trabajos teológicos y filosóficos.
Al igual que el anterior es un comentarista de la obra de Maimónides, del que recibió una fuerte influencia, al igual que de Averroes y de Abraham ibn Ezra.
Caspi defendió el sentido literal de muchos pasajes de las Escrituras como narraciones fidedignas de hechos pasados y criticó, como engañosos, muchos de los intentos de Maimónides de atribuirlos a alegorías proféticas. Por otro lado el compartía la actitud más bien ambivalente de Averroes respecto a los milagros, sugiriendo que hay una explicación natural de ellos, desde la que podemos entender todos los aspectos sobre el particular. Para entender el relato de un milagro parece que necesitamos entender el punto de vista y conocimiento de aquellos que estuvieron presentes en el momento. Las profecías también deben ser interpretadas en términos de la audiencia a la que se proponía influir y si hubiera aspectos del evento que no estamos dispuestos a aceptar totalmente, debiéramos ponerlos en perspectiva teniendo en cuenta la distancia de los hechos y nuestra relativa ignorancia de cómo el evento fue recibido en su tiempo. Los profetas están capacitados para decir lo que va a pasar en el futuro porque ellos son capaces de entender como las cosas que observan en el momento están encadenadas con lo que ha de venir. El papel de la deidad en este proceso es mas bien limitado. Muchos planteamientos religiosos no pueden ser considerados como hechos verdaderos; su función es motivar a las personas y enseñarles como comportarse. Cuando la profecía y la filosofía divergen debemos recordar que son diferentes y no sorprendernos porque en ocasiones no coincidan. Si realmente supiéramos porque los profetas dicen lo que dicen y porque los milagros toman la forma en que lo hacen, entonces podríamos entender como reconciliarlas; en realidad podríamos entender como las profecías son expresiones de verdades filosóficas popularmente accesibles. Como estamos limitados en el entendimiento de postulados religiosos, por la distancia desde su formulación original, debemos aceptarlos como aspectos de fe. Podemos, sin embargo, permanecer concientes que dichos planteamientos son equivalentes, en principio, a las verdades filosóficas.
Al contrario de Maimónides y Averroes, Caspi siente poca simpatía con la postura de que los secretos de interpretación deben estar restringidos a una elite intelectual. Su parecer era que ellos debían permanecer secretos, debido a la imposibilidad actual de conocer con precisión que querían decir originalmente los antiguos postulados, dadas las diferencias de audiencia, lenguaje y contexto.

*Abba Mari ben Moisés ben Joseph de Montpellier.(s XIII y XIV)
Rabino francés, nació en Lunel, cerca de Montpellier, hacia fines del siglo XIII. Posteriormente tomó el nombre de Astruc (Don Astruc o En Astruc, de Lunel). Mientras vivía en Montpellier se sintió muy afligido por la prevalencia del racionalismo Aristotélico el que, a través de los trabajos de Maimónides, amenazaba la autoridad de la Torá , la obediencia de los preceptos y la creencia en milagros y la revelación. Contra ello reacciona con una serie de cartas, coleccionadas posteriormente con el nombre de "Ofrendas Celosas" ( Mintah Kenaot), solicitadas por el famoso Rabino Salomón ben Adret de Barcelona para ayudar a la ortodoxia. Ben Adret, con la aprobación de otros eminentes Rabinos españoles, envió una carta a la comunidad de Monpellier proponiendo prohibir el estudio de filosofía a los menores de 30 años. A pesar de la oposición de los sectores más liberales, Ben Adret emitió un decreto en este sentido en el año 1305. El resultado fue un gran cisma entre los judíos de España y del sur de Francia, dándose un nuevo impulso al estudio de la filosofía por la interferencia no autorizada de los Rabinos españoles.

*Moisés de Narbona o Narboni (c 1300-c 1362)
Nació en Perpignan. Escribió varios comentarios sobre textos religiosos y teológicos, conjuntamente con trabajos originales y comentarios sobre la obra de Averroes. Escribió extensamente sobre Maimónides, tendiendo a criticarle usando argumentos extraídos de Averroes, ya que fue uno de los pocos filósofos de ese tiempo en darse cuenta que Averroes estaba buscando desafiar la metafísica Neoplatónica de ibn Sina (Avicena), que constituía parte importante del pensamiento de Maimónides. Narboni desarrolló también la teoría del "intelecto activo" de Averroes, de tal manera de hacerlo relevante en la filosofía Judía.

*Isaac Albalag (s. XIV)
Es el Averroísta más extremo de la filosofía judía medioeval, según se desprende de las notas que acompañaron su traducción al Hebreo de "Puntos de Vista de los Filósofos"(Maqasid al-falasifah) escrita por al-Ghazali, donde se propugna la doctrina de la "doble verdad". La verdad de las escrituras puede contradecir la verdad de la filosofía y es fútil intentar reconciliarlas.
Albalag acepta el argumento de al-Ghazali de que hay ciertas doctrinas que deben ser aceptadas por la religión. Estas son: la existencia de castigos y recompensas por nuestras acciones, la supervivencia del alma después de la muerte del cuerpo y el hecho de la providencia, por medio de la cual D'os vela nuestros actos. En su libro "Estableciendo las Correctas Doctrinas" (Sefer Tikun ha-De'ot), reconoce que la filosofía en su forma Averroísta no se explaya sobre estas ideas religiosas y sugiere que ellas deben ser aceptadas por la gente común que no entiende filosofía. Tales ideas les permitirá alcanzar el mas alto nivel de bienestar de que son capaces, pero este debe ser comparado con la felicidad que los filósofos pueden lograr desde el momento que entienden mucho mejor la naturaleza de la realidad de lo que pueden hacerlo los creyentes ordinarios.
A pesar de su racionalismo extremo, Albalag cree en un conocimiento intuitivo superior al pensamiento discursivo y contenido en profesías todavía impenetrables a la especulación exegética. Por lo tanto La Torá no puede servir como guía para resolver problemas de la metafísica.
Un interesante paralelo a esta postura es presentada por algunos Cabalistas del siglo XIV que se enfrentaron al problema más complicado de reconciliar no sólo la filosofía con las Escrituras, sino que también con La Cábala.

*Rabi Levi ben Gerson - Ralbag o Gersónides (1288-1344)
Es el más destacado Averroísta de la Edad Media y además de filósofo, fue un insigne astrónomo, matemático y comentarista de la Biblia. También se le conoce con los nombres de: León de Bagnolas, León Hebreo, Maestro León.
Nacido en Bagnol, en el Languedoc, vivió en Avignon en el sur de Francia. En su obra "Combates del Señor" (Milhamot Adonai) coloca a la filosofía en un plano tan elevado como la revelación divina y se esfuerza por establecer para la religión un origen natural en lugar de sobrenatural. Discute la inmortalidad del alma, sueños, magia y profecía, los atributos de D's, la divina providencia, los cuerpos celestiales y el transportador principal, creación y milagros.
En contraposición a Maimónides el afirma los atributos positivos de D's y la existencia de una materia primera como sustrato de la creación. Enseña que D's no tiene conocimiento del individuo como tal, sino que del orden universal de las cosas.
Es un insigne conocedor de los comentarios de Averroes y se lo considera más imbuido del pensamiento de Aristóteles que Maimónides.
Otra obra suya es "Teolioth", comentario de la Biblia. Además escribió una cantidad de libros sobre matemáticas, astronomía y artículos diversos sobre temas filosóficos.

* Kalonymus ben Kalonymus ben Meir de Arles (s. XIV)
Miembro de una famosa familia judía distinguida desde el siglo VIII por su producción poética litúrgica, de estudiantes de Talmud y rabinos.
Establecido en Francia, en la Provenza, es principalmente un traductor del Árabe. Comisionado por Roberto de Anjou, rey de Nápoles y sostenedor suyo, traduce al Latín el trabajo filosófico de Averroes y al Hebreo obras de al-Faradi, al-Kindi, Galen y otros.

*Hasdai ben Abraham Crescas (1340-1410)
Atacó intensamente el pensamiento de Gersónides. En su libro "La Luz del Señor" (Or Adonai), uno de los escritos más profundos de la filosofía Judía medioeval, sostiene que Gersónides sólo logró incrementar los problemas que se había propuesto resolver.
Se dice que su ataque a Gersónides es similar, en cierto sentido, al que Judah Haleví y Algazel hicieron del Aristotelismo.
Sostiene que la máxima aspiración del hombre es la comunión con D's a través del amor y no del intelecto, y esto sólo puede lograrse únicamente siguiendo el camino de la ley revelada.

*Simón ben Zemah Duran(1361-1444)
Es un continuador del discurso de Maimónides referente a los principios de la fe Judía. Reafirma tres dogmas esenciales: La existencia de D's, la revelación y la retribución.
Obra principal: "El Escudo de los Padres" (Maguen Abot) .

*Joseph Albo(muerto en 1444)
Discípulo del anterior, trata de armonizar las ideas de este con las de Maimónides.
Su libro "Principios" (Ikkarim) es un clásico del dogma Judío.

*Isaac Abrabanel(1437-1508)
Además de filósofo es estadista y comentador bíblico. Se le reconoce como el último pensador judío en suelo español, desde donde es expulsado en 1492 junto con sus correligionarios.
Escribió un elaborado comentario sobre la Guía de Descarriados. Otro libro es "Obras del Señor"(Mifalot Elohim) en donde contradice la postura de Aristóteles y Averroes , sosteniendo el concepto de creación a partir de la nada.

*Abraham ben Shemtov Bibago(s XV)
Escribe comentarios sobre Aristóteles , pero además es autor de "Camino de Fe" (Derek Emunah), que aborda la teología, la psicología y el dogmatismo desde el punto de vista de Maimónides.

*Judah Mecer Leon.(s. XV)
Vive en Italia. Seguidor del Aristotelismo se orienta al nuevo humanismo, en cuyo espíritu escribe sobre retórica.

*Elijah Delmedigo (1460-1497)
Enseñó a Pico della Mirándola e hizo clases en la Universidad de Padua, centrodel Averroísmo Cristiano.
En su libro "Examen de la Religión"(Behinat ha-Dat) se refleja la influencia de la doctrina de la "doble verdad", pero es cuidadoso en no negar la posibilidad de interpretación filosófica de la religión.

*Judá ben Isaac Abrabanel- León Hebreo (h. 1460 - 1521)
Aunque nacido en Lisboa, vive mayoritariamente en España, desde donde es expulsado en 1492.
Trabaja en la línea Platónica en la Italia Renacentista. Una de sus obras más importantes es "Diálogos de Amor"(Dialoghi di Amore), que fue muy exitosa en su época. En ella exhibe una concepción grandiosa del universo, como un organismo animado por el amor y mostrando belleza y verdad. Es un buen exponente del esfuerzo por armonizar los puntos de vista aristotélicos, platónicos y mosaicos.
Se dice que con León Hebreo se cierran más de 600 años de filosofía Judía de la Edad Media.

El siglo XVIII marca el inicio de lo que podemos llamar la filosofía Judía moderna, que presenta una visión diferente a partir de Descartes. Ya no busca armonizar revelación y razón como dos formas distintas de la verdad, sino que trata de delinear el significado de la religión dentro del marco más general de la razón humana o, posteriormente, como una actitud básica hacia la situación en que el hombre se encuentra asimismo.

*Baruj de Spinoza (1632-1677)
Nace en Amsterdam en el seno de una familia de origen judeo-español.
Fue un pensador perseguido a causa de sus ideas. Su visión de identificar a D's con la Naturaleza le valió el ser considerado como panteísta y fue expulsado de la comunidad que integraba. (Este pensador será materia de un artículo próximo)

*Israel Bal Shem Tov (1700-1760)
Aunque personalmente no elaboró ideas filosóficas relevantes, el hecho de ser el fundador del Jasidismo le otorga méritos para ser considerado en esta lista.

*Moisés Mendelsohn (1729-1786)
Plantea la inmortalidad del alma en su obra "Phaedon", mientras que en otra, "Jerusalén", sostiene que el judaísmo no exige de sus adeptos una fe ciega, sino la comprensión y el cumplimiento de las leyes morales e históricas.
Está fuertemente influenciado por el clima intelectual del pensamiento racionalista alemán, del que es un exponente destacado. Basa su filosofía Judía en la distinción de Leibniz entre la verdad de los hechos y la verdad de la razón.
Siguiendo una sugerencia formulada por Spinoza , restringe el significado de la revelación histórica a los ámbitos de la moralidad práctica y de la ley religiosa. El Judaísmo no sería una religión revelada sino una ley revelada.

*David Ricardo(1772-1823)
Miembro de una familia judía de origen holandés, a los 21 años ingresa a la iglesia Unitaria y se casa con una Quáquera.
Aunque es conocido mas que nada como economista, incluye en sus trabajos aspectos de filosofía social. Junto con Adam Smith son los más destacados representantes del liberalismo económico.
Principales obras: "Principios de Economía Política y Tributación".

*Zacarías Fränkel. (1801-1875)
Fundador de la escuela de Judaísmo Histórico Positivo.
Se le reconoce principalmente por su papel en la creación de la corriente conservadora dentro del judaísmo y por su actividad como presidente del Seminario Teológico Judío de Breslau.

*Abraham Geiger (1810-1874)
Uno de los fundadores del movimiento reformista. Enfatiza el carácter revolucionario de la religión judía.
Cofundador y editor de "Escritos para una Teología Judía"(Zeitschrift für jüdische Theologie)

*Samson Rafael Hirsch (1808-1888)
Fundador de la "Ortodoxia Separatista"(Trennungs- Ortodoxie), estudió filosofía en la Universidad de Bonn. El eslogan del movimiento era: Torá combinada con sabiduría mundana.
Hirsch presenta al Judaísmo como una comunidad basada en la fe, aspirando a la santificación de la vida, a la espiritualización del hombre y a tomar conciencia de la divina providencia en la tierra.

*Moritz Lazarus (1824-1903)
Estudió leyes y filosofía en Berlín y más tarde enseñó en Berna y en el propio Berlín en la Kriegsakademie y en su Universidad .
El principio fundamental de su filosofía es que la verdad debe ser buscada no en abstracciones metafísicas o apriorísticas, sino que en la investigación psicológica y, más aún, que dicha investigación no se puede confinar exitosamente así misma a la conciencia individual, sino que debe ser dedicada primariamente a la sociedad en su conjunto.
Elaboró científicamente los principios de la ética judía, considerando que es una ética religiosa y por consiguiente no necesariamente debe tener explicación racional.
Interpreta el Judaísmo como un sistema de ética autónoma a la luz del imperativo categórico de Kant.
Su principal obra filosófica es "La Vida del Alma"(Das Leben der Seele)

*Salomón Formstecher (1808-1889) y Samuel Hirsh (1815-1889)
Inspirados en los movimientos idealistas del siglo XIX, reconstruyen los sistemas de Schelling y Hegel, respectivamente, en orden a establecer el verdadero significado del Judaísmo dentro del proceso dialéctico de la historia.
Sostienen que el viejo conflicto entre razón y revelación es disuelto, no por armonización lógica, sino que por el concepto de desarrollo histórico.

*Salomón Steinheim(1789-1866)
Plantea una visión totalmente opuesta a la anterior. Afirma que la verdad religiosa pertenece sólo a la revelación. Las enseñanzas de la revelación son incompatibles con -e irreducibles a -la razón ; y la última debe sacrificarse para dejar paso a la primera.

*Karl Heinrich Marx (1818-1883)
Nació judío en el seno de una familia de larga tradición rabínica. Cuando tenía 6 años su padre se convirtió al Cristianismo y toda la familia fue bautizada como Protestantes.
Ha sido el filósofo del siglo XIX de mayor repercusión en ámbitos como el social, el político y el económico.
La gran motivación filosófica de Marx tuvo un carácter práctico: transformar la sociedad, limar las desigualdades y suprimir las injusticias.
Recibió influencias de Hegel y Feuerbach, especialmente en lo relativo a la visión materialista y al concepto de alienación. Lo primero se traduce en la defensa de que no son las ideologías las que determinan una realidad concreta sino que, por el contrario, es la realidad material la que produce su propia ideología. En otras palabras, no es el espíritu, en su desarrollo, lo que construye la realidad y determina la historia, sino que son las condiciones concretas, sociales y económicas las que marcan la forma de pensar y la cosmovisión de un pueblo.
En cuanto a la alienación, sostenía que se producía básicamente en el ámbito del trabajo, donde unos hombres eran explotados por otros. Se produce alienación cuando el trabajador no se siente reconocido ni valorado, ni siente que aquello que realiza sea realmente suyo. Así pues, se da en un doble nivel: respecto al producto del trabajo y respecto al acto mismo de trabajar. La alienación económica deriva, según Marx, en la alienación social y religiosa.
Obras: Fue un prolífico escritor, algunos de sus trabajos más conocidos son:"El Capital", "El Manifiesto Comunista"(en conjunto con F. Engels), "Manuscritos Económico-Filosóficos". "Miseria de la Filosofía."

*Teodoro Herzl (1860-1904)
Al igual que Shem Tov no es un filósofo, pero en su calidad de padre del sionismo abre una manera diferente de ver y enfocar la vida judía moderna , influyendo sin duda en el pensamiento filosófico que lo sucede.

En el siglo XX se abandona, en general, el esfuerzo por interpretar el Judaísmo como la religión de la razón por excelencia. Se orienta a una interpretación existencialista de la religión, como rebelión ante la identificación idealista de revelación y razón y, especialmente, contra la armonización medieval de las verdades religiosa y filosófica.

*Hermann Cohen (1842-1918)
Filósofo judeo-alemán, fundador de la escuela Marburg de Neo Kantianismo.
Enmarcada en las normas de la filosofía kantiana postula unas filosofía, lógica, ética y estética judías. En ellas D's se revela por intermedio de sus exigencias morales y es el profeta judío el que las comprende de la mejor manera.
Al ideal mesiánico del Judaísmo le da una expresión filosófica: la idea de D's crea el concepto de historia humana como un campo para el desarrollo del propósito de D's que es la unificación de toda la humanidad bajo la ley de la moralidad. En su libro "La Religión la Razón de los Orígenes del Judaísmo(Die Religión der Vernunft aus den Quellen des Judentums), reconociendo que los conceptos de humanidad e historia universal son insuficientes para dar significado a la existencia individual del hombre, rompe el círculo mágico de su filosofía idealista encontrando el significado de la religión, no en la idea universal de la moralidad, sino en la correlación personal entre D's y el alma individual.
En contraposición a Hegel, que había hecho de la ética una parte de su metafísica panlogística, enfatiza la diferencia esencial entre lo moral y lo ontológico.
Su obra mayor está constituída por las tres partes que forman su sistema filosófico: "Lógica: el sólo entendimiento; Ética: las solas voluntades; Estética: las solas sensaciones. (Logik der reinen Erkenntnis, Ethik des reinen Willens, Ästhetik des reinen Gefühls)

*Aarón David Gordon (1856-1922)
Sostiene que la redención del individuo judío sólo puede gestarse en la simbiosis inseparable de trabajo y naturaleza.

*Ajad Haam (1856-1927)
Formuló la filosofía del sionismo cultural, con Eretz Israel como centro espiritual del pueblo judío, de donde se irradiarían nuevas energías vitales hacia la diáspora.

*Moritz Schlick (1882-1936)
Líder del grupo de Neopositivistas que formaron el Círculo de Viena. Estudió física en Lausana, Heidelberg y Berlín, donde fue alumno de Max Planck. Obtuvo su doctorado en filosofía con una tesis sobre física.
El Círculo de Viena se caracterizó por su hostilidad a la metafísica, por un empiricismo radical, por su fé en las técnicas de moderna lógica simbólica y por su creencia de que el futuro de la filosofía estaba depositado en su ingreso a la lógica de la ciencia.
En su primera época Schlick fue influido por Kant, pero creía que los descubrimientos de la física moderna, que él fue uno de los primeros en interpretar filosóficamente, mostraban que los puntos de vista de Kant sobre el espacio, el tiempo y la causalidad eran insostenibles. También recurrió a la física moderna para apoyar el principio fundamental de la lógica positivista de que el significado de cualquier planteamiento depende totalmente de la posibilidad de su verificación empírica. Es a partir de este principio que llega a la conclusión de que los postulados metafísicos no tenían sentido.
En síntesis sostiene que el filósofo no debe tratar de competir con el científico. El objeto de la filosofía no sería establecer un cuerpo de proposiciones filosóficas, sino aclarar otras propuestas.

*Sigmund Freud (1856-1939)
Su obra constituye una de las aportaciones modernas más relevantes para la comprensión de la naturaleza humana.
Conjuntamente con Marx - que también podría formar parte de este listado- y Nietzsche , se los considera filósofos de la sospecha. A pesar de las diferencias, comparten una actitud similar de duda y denuncia hacia el verdadero y auténtico sentido de la cultura, la sociedad, la ciencia y la religión.

*Ludwig Wittgenstein.(1889-1951)
Aunque bautizado, junto con sus hermanos, en la fe católica, proviene de una familia judía.
Acepta y desarrolla la concepción de Bertrand Russell conocida como Atomismo Lógico, adoptando el nombre de Positivismo Lógico.
Contribuye a la formación del Círculo de Viena, escuela filosófica que se desenvuelve en el marco del Positivismo y dela que formaron parte varios otros pensadores judíos.
Aspectos característicos de la Escuela de Viena son: La Filosofía como crítica del lenguaje, La Doctrina de la Tautología, El Principio de Verificación, Forma y Contenido, Protocolo-Declaraciones, Fisicalismo, La Vista Emotiva de la Expresión Ética.
Principales obras: "Tractatus Lógico-Philosoficus". "Investigaciones filosóficas".

*Leo Baeck (1873-1956)
Presenta el judaísmo como una polaridad dialéctica entre mitzvá y misterio, en que el misterio divino a veces desplaza la halajá. Es portador del concepto del monoteísmo ético, por lo tanto desde su punto de vista, por ejemplo, piedad es cumplir con las obligaciones entre hombre y hombre.

*Franz Rosenzweig(1886-1929)
Junto con Buber propugna el "nuevo pensamiento", centrado en la relación Yo-Tu, con el énfasis puesto en la respuesta y en la acción más que en la contemplación. Este existencialismo no es un intento por hacer de la existencia del hombre la medida de todas las cosas. En lugar de ello, asume la tarea de interpretar las relaciones entre D's, el hombre y el mundo.
Escribió La Estrella de Redención ( Der Stern der Erlösung )

*Martin Buber (1878-1965)
Se dice que su pensamiento filosófico es el pensamiento del diálogo y de la comunicación.
Plantea la posición del hombre frente a D's como una experiencia íntima y frente a la realidad como una suma de experiencias racionales y empíricas. En síntesis su temática es la de la relación.(Este pensador será materia de un artículo próximo)

*Abraham Joshua Heschel (1907-1972)
Plantea que en la religión no debe buscarse la razón ni analizar las experiencias religiosas, sino percibir la realidad y establecerla como una relación viva y dinámica entre D's y el hombre.

*Mordejai Kaplán (1881-1983)
Concibe el judaísmo como una civilización en evolución permanente. Es por lo tanto más que una religión. Es la suma de todas las manifestaciones de la vida individual y colectiva del ente judío que conscientemente quiere pertenecer a ese pueblo. Por ello les son comunes, además de la religión, una cultura, tradición, costumbres, idioma, arte ,moral, amor a la Tierra de Israel y compromiso con su Estado.

Independientemente de la opinión que nos merezcan sus opciones religiosas, es necesario dejar constancia del importante aporte que hicieron los siguientes pensadores contemporáneos, todos ellos de origen judío:

*Edmund Husserl (1859-1938)
Elaboró un método filosófico que mostraba el camino para saltar de la vivencia individual a su formulación filosófica.
La fenomenología es un método para llegar a captar la esencia de los fenómenos y, también, una forma de ver y entender la realidad.
Tuvo gran influencia en los existencialistas, especialmente Heidegger y Sartre.

*Henri Bergson(1859-1941)
De familia judeo-irlandesa, pero nacido en Francia, Bergson fue un personaje de prestigio universal en diferentes ámbitos. En literatura fue distinguido con el Premio Nobel 1927.
Su sistema filosófico se basa en el análisis de los fenómenos de la conciencia por medio de la intuición. La idea destacada de su pensamiento es que, al contrario de lo que sostenía la filosofía tradicional, en cuanto el tiempo es una ilusión y lo finito una eternidad, el planteaba que " yo soy una cosa que dura". Al sustituir lo duradero por valores no temporales el reemplaza los valores estáticos por valores de movimiento y cambio. Todo el trabajo de Bergson tiene que ver con duración y movimiento; no actúa por especulación general.
Algunos de sus trabajos destacados son: "Ensayos sobre los datos inmediatos de la conciencia " (Essai sur les dones inmediatez de la conscience), "La evolución creadora" (L'Évolution créatrice), "Las dos fuentes de la moral y la religión"(Les Deux Sources de la moral et de la religión), "Materia y Memoria"(Matiére et Mémoire).

*Max Scheler(1874-1928)
Enseña Filosofia en la ciudad de Colonia. Se considera su método como fenomenológico, es decir, trata de descubrir que es lo que está esencialmente comprometido en las actitudes mentales y sus objetivos.
Entre sus obras se cuentan: "Naturaleza de la Simpatía"(Wesen und Formen der Sympathie), "De lo Eterno en los Hombres"(Vom Ewigen in Menschen).

*Erich Fromm(1900-1980)
Nació en Frankfurt, Alemania, en el seno de una familia muy religiosa de judíos ortodoxos. No obstante el llegó a ser lo que llamó un ateo místico.
Se doctoró en Heidelberg como sicoterapista y emigró a USA en 1934.
Sus biógrafos sugieren que la teoría de Fromm es una rara mezcla de Freud y Marx. El primero postula que nuestros caracteres son determinados por la biología (inconciente, estímulos biológicos, represión). Marx, por otra parte, ve a la gente determinada por la sociedad y , más específicamente, por sus sistemas económicos. A esta mezcla de dos sistemas deterministicos agrega algo bastante ajeno a ellos: la idea de libertad. Esta permite a la gente trascender el determinismo que Freud y Marx le atribuye. En efecto, Fromm hace a la libertad la principal característica de la naturaleza humana.
Dice que la libertad es algo difícil de obtener y, sin embargo, cuando la tenemos tendemos a alejarnos de ella. Fromm describe tres formas en que nos escapamos de la libertad: El Autoritarismo, La Destrucción y La Conformidad Autómata.
Obras: "Escape de la Libertad", "Hombre para si mismo", "El Arte de Amar", "La Sociedad Sana","Anatomía de la Destructividad Humana",etc.

*Karl Raimund Popper (1902-1994)
Nacido en Viena, es uno de los filósofos de la ciencia más importantes del siglo XX, interesándose por la naturaleza de esta y su proceso evolutivo.
Muy joven fue impactado por las escenas de extrema pobreza que le tocó observar, lo que lo llevó a participar a los 15 años de edad en un movimiento socialista estudiantil. No obstante, posteriormente adoptó una actitud crítica frente al marxismo, la que se hace presente en su libro "La Sociedad Abierta y sus Enemigos", donde también arremete contra Platón y Hegel; a todos ellos los califica como profetas de sociedades cerradas . No acepta que consideraciones sociales y políticas tengan que subordinarse al principio de igualdad, porque ello involucraba ,entre otras cosas, a renunciar a otros derechos individuales como la libertad.
Fue profundamente influido por Albert Einstein, en quien apreciaba la auténtica actitud científica, no dogmática y conciente de la posibilidad de error. Con ese espíritu se interesa en cuestiones de filosofía de la ciencia y cuestiones sociopolíticas.
Se destacó como acérrimo luchador contra los totalitarismos, especialmente el nacista, responsable del exterminio masivo de judíos.
Después de la guerra se establece en Londres, enseñando lógica y metodología científica en la London School of Economics.

*Isaiah Berlin (1909-1997)
Insigne filósofo e historiador de las ideas es considerado un personaje destacado del siglo XX. Nació en Riga, Letonia, hijo de un exitoso comerciante en maderas y terrateniente. Nieto, por la línea materna, de un rabino Jasídico de la tradición Lubavitch. Su familia se trasladó a San Petersburgo, donde fue testigo presencial de la Revolución Rusa. Emigraron a Inglaterra en 1921.Recibió una educación religiosa, pero no se sintió atraído por ella. Opinaba que el Talmud era un libro "muy, muy aburrido". Fue un ardiente sionista.
Enseñó filosofía en Oxford y durante la 2ª Guerra Mundial desempeñó misiones en EE.UU. para el Servicio Británico de Información. Al término de la guerra fue asignado a la Embajada Británica en Moscú. Al volver a Oxford había perdido interés en el tipo de filosofía analítica que lo había preocupado en los años 30. Para él la filosofía parecía haberse convertido en algo estéril, desconectada de la historia y de las vidas humanas. Es así, que derivó hacia el estudio de las ideas sociales y políticas. Siguió enseñando en Oxford y también en Londres y Washington y en las Universidades de Harvard, Princeton y Chicago.
Se dice que sus clases y ensayos son una cornucopia del pensamiento político y filosófico occidental, conteniendo indagaciones acerca de la naturaleza de la libertad, la búsqueda de Utopía, el falso concepto del Iluminismo, la búsqueda innata del ser humano de una patria, las raíces del nacionalismo, las bases del facismo, etc.
Para él, las ideas no podían separarse de las personas y de su entorno sicológico y cultural. Tampoco eran meras abstracciones, sino que vivían en las mentes de las personas, inspirándolas, formando sus vidas, influyendo sus acciones y cambiando el curso de la historia.
Fue designado Caballero y condecorado con la Orden al Mérito, la más alta distinción Británica por aporte intelectual. También fue Presidente de la Academia Británica.
Obras: "El Puercoespín y el Zorro", "Dos Conceptos de Libertad", "Impresiones Personales" , "Pensadores Rusos", "Conceptos y Categorías", "Contra la Corriente", "La Torcida Madera de la Historia"," Karl Marx", "Cuatro Ensayos sobre Libertad", etc.

*Claude Lévy-Strauss (1908-
Nacido en Bélgica, es miembro de una familia de intelectuales Judeo-francesa. Estudió en la Universidad de París y, a su vez, enseñó en la Universidad de Sao Paulo, en la New School for Social Research, en la Ecole Practique des Hautes Etudes y en el College de France.
Aunque estudió Filosofía, al igual que Leyes, no fue especialmente atraído por esa disciplina, prefiriendo la Antropología.
Adquirió mucha popularidad por su rehazo a la historia y al humanismo y su negativa a aceptar la civilización occidental como privilegiada y única. Sostiene que la mente salvaje es igual a la mente civilizada
Creador de la Antropología Estructural.
Obras: "Antropología Estructural", "El Pensamiento Salvaje", "Las Estructuras Elementales del Parentesco", "Mitológicas", "Palabra Dada", " Lo Crudo y lo Cocido"

*Giles Lipovetsky( 1944-)
Es uno de los pensadores posmodernos que afirman que las conquistas de la modernidad han implicado un precio excesivamente alto, con efectos no deseados en el hombre y en el medio ambiente. Sostienen una visión negativa de la historia y del progreso.
Esta corriente, más que representar una filosofía o proyecto alternativo, es mas bien una actitud que asume la debilidad de la razón ante las grandes cuestiones que se plantean al ser humano. Aceptan la existencia de una pluralidad de pensamientos pero que, a su juicio, son incapaces de fomentar valores e ideales.
Las lógicas económicas y culturales del universo individualista conducirían ineluctablemente a la guerra de todos contra todos, al cinismo, al egoísmo generalizado, a la degradación delas relaciones sociales. En resumen a una sociedad sin alma, sin fin y sin sentimientos.
Lipovetsky reivindica el papel de la escuela como integrador social. Declara que la justicia social en una democracia no puede satisfacerse con convertir a los hombres en asistidos sociales: se debe dar sentido y consistencia a la idea que todos tienen derecho a participar en la sociedad, se útiles a la sociedad. Para ello, a la escuela se le deben imponer obligaciones, volviendo a centrarse en la adquisición de los aprendizajes fundamentales necesarios para toda vida profesional y social, para toda integración en las sociedades postindustriales.

A MODO DE EPÍLOGO.

Toda obra tiene su término, voluntario o involuntario, aún quedando inconclusa. En este caso voluntariamente se decidió ponerle fin porque, al tratarse inicialmente de una contribución puntual para una revista de temática variada se corría el riesgo de exceder la extensión aceptable, aún cuando nunca se pretendió cubrir exhaustivamente la nómina de filósofos judíos. Posteriormente, al decidirse su publicación como material de apoyo a los alumnos de Etz Jaim, se incorporaron mayor cantidad de personajes, aunque subsistía el temor de que resultara igualmente demasiado dilatada y además indebidamente estructurada como elemento de estudio. Debe advertirse que esto se hizo a sabiendas de que quedaron muchos personajes excluidos - como los que se mencionan más adelante - y con la sensación de que por ignorancia se han omitido muchos otros o, que por el contrario, se incluyeron algunos que tenían insuficientes méritos para figurar en esta selección. No obstante, nos queda la esperanza de que algún lector se motive para completar, complementar y/o corregir lo aquí expuesto.
Entre los pensadores marginados están:
Isaac ben Shemtov, Hillel ben Samuel de Verona, Baruj ibn Yaish, Moisés ha-Kohen ibn Crispin, Elijah ben Eliécer de Creta, Isaac Shealtiel Hen de Barcelona, Salomón Petit, Emmanuel Levinas, Noam Schomsky, Paul Landsberg, Max Picard, Adolf Reinach, , Morris Cohen, Jaime Barylko.

BIBLIOGRAFÍA.

  • Manual de Historia Judía. -Simón Dubnow.
  • Enciclopedia Británica.
  • Enciclopedia Salvat.
  • Historia Social, Política y Religiosa de los Judíos de España y Portugal.-José Amador de los Ríos.
  • Ciclo de Conferencias sobre Desarrollo del Pensamiento Filosófico Judío.-Nelson Pilosof.
  • Que es el Judaísmo.-Esteban Veghazi.
  • Fe y Razón.-Pinchas Brener.
  • Historia de los Judíos.-Paul Jonson.
  • La Cábala.-Alexandre Safran.
  • El Jasidismo.-Beatriz Borovich.
  • Guía de Descarriados.- Maimónides
  • Historia de la Filosofía.-L. Vallmejó Riera.

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LAG BA'OMER E OS ALUNOS DE RABI AKIVA

LAG BA'OMER E OS ALUNOS DE RABI AKIVA


Calendário Ritual

Lag Ba’Omer é o 33º dia da contagem do Omer. É um dia semifestivo, no meio do período do Omer, que interrompe por um dia o luto que marca o período. A partir deste dia, nos é permitido cortar o cabelo, escutar música, realizar festas e cerimônias de casamento.


Um dos motivos pelos quais o 33º dia é considerado alegre é justamente porque, nesse dia, cessou a calamidade que se abatera sobre os alunos do Rabi Akiva. Mas o que houve exatamente com os discípulos do grande Rabi?

O Talmud, no tratado de Yevamot, conta que Rabi Akiva tinha 24 mil alunos e que todos faleceram no mesmo período, entre Pessach e Lag Ba’Omer, por não tratar com respeito os seus semelhantes. Segundo R. Nachman, todos morreram por askera, morte por asfixia. Sim, são 24 mil alunos! Não houve erro de digitação no número acima. Não são 2.400, nem 240, são exatamente 24 mil os alunos de Rabi Akiva e todos faleceram no mesmo período – um episódio realmente triste e assustador!

O livro Iyun Yaacov, em seu comentário sobre o Talmud, analisa os acontecimentos que ocorreram com os discípulos do Rabi Akiva e o motivo pelo qual teriam sido punidos de maneira tão severa. Desrespeitar o próximo é algo muito desprezível, mas será que isto merece maciça condenação à morte?

De fato, nossos mestres nos ensinam que muitas vezes o falecimento de um grande sábio e estudioso serve como ex-piação para toda uma geração. Antes de qualquer coisa, vamos analisar como aceitar tal afirmação. Obviamente não é algo automático. O falecimento de um Tzadik deveria servir como forma de inspiração para toda a sua geração, para que cada pessoa refletisse e chegasse à seguinte conclusão: “Se um sábio tão grande pode ser retirado do mundo, um sábio cujos atos, sem sombra de dúvida, são melhores do que os meus, cujo compromisso com D’us e seus mandamentos é mais firme do que o meu, cujo conhecimento da Torá é mais vasto do que o meu, o que dizer então de uma simples pessoa com eu?” Este despertar irá inspirar a Nação no sentido do arrependimento e só assim será concluído o processo da expiação.

Na época de Rabi Akiva, seus discípulos eram os maiores sábios de sua geração. Não eram somente alunos do maior erudito da época; eles próprios eram também grandes sábios. O Talmud conta que o mundo ficou vazio e desprovido de sabedoria e conhecimento da Torá após o falecimento dos alunos de Rabi Akiva.

Mas, como vimos antes, o Talmud relata que os discípulos de Rabi Akiva tinham uma falha. Não tratavam com respeito uns aos outros, nenhum considerava o outro como “mais importante e especial”.

Analisemos, pois, o que pode ter ocorrido. Quando o primeiro deles faleceu, todos os outros devem ter pensado: “Que tragédia, um grande sábio morreu!” Os discípulos devem ter-se dado conta de que eles, também, assim como o colega, poderiam abandonar este mundo a qualquer momento. Isto lhes deveria ter provocado uma introspecção. Porém, eles não tiveram qualquer tipo de inspiração positiva, pois não consideravam os outros colegas como “alguém mais importante e especial”.

Por isso, os discípulos foram punidos e, mais ainda, não tiveram chance nem oportunidade de retificar o erro inicial. Como eram grandes eruditos, sua queda foi proporcional a sua grandeza. Eles faleceram “porque não se respeitavam entre si”. O grande Maharal de Praga, ao analisar a tragédia, explica que esta ocorreu justamente na primavera e não em outra estação do ano, pois na primavera o clima é bastante agradável. É o clima ideal para a saúde e para a conservação do bem-estar do ser humano. Mesmo assim, todos perderam a vida, nessa época, para que ficasse claro que o que ocorreu foi uma punição e não algo causado pelo clima ou pela natureza. Este também teria sido o motivo para morrerem vitimados pela doença “askera”, um tipo de asfixia, como vimos acima.

Existe uma análise mais profunda de todo o episódio. Contudo, para nós, a lição continua sendo a mesma; porém, de forma ainda mais forte e óbvia.



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sábio da época não pudessem respeitar-se uns aos outros! Como se admitia que não cumprissem com o ensinamento do mestre? Sabemos que Rabi Akiva ensinava e repetia inúmeras vezes: “E amarás o teu próximo como a ti mesmo...”. Esta é uma grande regra na Torá. Será que os próprios alunos iriam desconsiderar as palavras do mestre?

Os livros mais complexos dão uma visão mais ampla do problema.

Os discípulos do grande sábio, sem dúvida, veneravam suas palavras. Porém, cada um acreditava piamente que apenas a sua maneira de servir a D’us era correta. Sabemos que assim como as fisionomias das pessoas são diferentes, assim também diferem as suas ideologias. Cada ser humano tem o direito de escolher a sua maneira de entender e adorar o Criador. Há aqueles que colocam mais ênfase no estudo, enquanto outros se preocupam mais com a caridade e outros, ainda, ficam satisfeitos em passar horas orando. Obviamente, todos têm o seu mérito.

Cada um dos discípulos de Rabi Akiva tinha sua própria convicção de que estava correto e deduzia, naturalmente, que o colega estivesse errado. Portanto, não respeitavam uns aos outros. De acordo com o princípio “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” tinham a obrigação de retificar o outro, mostrando-lhe o bom caminho. Isto não é, de forma alguma, uma má idéia.

Entretanto, quem disse que era aquele determinado discípulo quem estaria correto? Porque acreditava que seu caminho era o verdadeiro e não o do seu colega? O desrespeito aos colegas lhes foi fatal. Apesar de aparentemente bem-intencionados, não tinham direito de faltar com o respeito ao outro e deveriam aceitar as opiniões alheias e a sua maneira de viver e de agir.

A lição é clara! Vemos a importância de respeitar e valorizar nossos semelhantes e quão vital é não deixar que nossos sentimentos pessoais anulem uma oportunidade de inspiração. Mesmo já passados milhares de anos, o drama dos discípulos de Rabi Akiva conti-nua inspirando-nos, no sentido de melhorarmos nossas atitudes e nossa vida coletiva e social.


Rabino Avraham Cohen
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O Judaismo e Globalização e suas novas Tendências Jayme Fucs-Bar "Não só somos povo, terra , Diaspora, religião, cultura ou filosofia, somos um pouco de tudo ,pois somos uma Civilização". Acho essa visão do Modechay Kaplan brilhante e atual nesse novo momento, onde o judaismo está sendo absorvido por uma nova revolução de valores que é a globalização, exatamente como fomos absorvido pela revolução francesa , o iluminismo e a revolução bochevista nos ultimos 200 anos. No Conceito clasico do judaismo Moderno das “Eras das Revoluções” tinhamos definições ideológicas ,"claras" como ser sionista, ou anti sionistas ,bundistas, Troskistas,liberais ,direita ou esquerda. Com a Globalização o judaismo pós moderno nos deu a possibilidade de ser um pouco de tudo,somos um judaismo individualizado,onde se legitima ser sionista na diaspora e de ser comunidade em Israel,de frequentar o Beit Lubavith no shabat, fazer o barmitzva com o rabino conservador ,converter a esposa ou o marido na sinagoga reformista, incentivar os filhos a participar de um movimento juvenil de esquerda,apoiando ardente a politica dos partidos de direita em Israel . Isso tudo se torna uma grande coerência neste judaismo individualizado. Pertencer a tudo ao mesmo tempo não ter compromisso com nada. O judaismo virou um grande Shopping Center neste novo sêculo , onde o "cliente" ( o Judeu), escolhe o judaismo como se fosse um produto de mercado. Ser judeu no mundo global é algo pessoal , individual não mais te exige a pertencer a um “clube ideológico” ou vestir uma só camisa ou ter uma só bandeira, O judeu no mundo global é um Judeu "camaleão" , sendo legitimo ter varias indentidades judaica conforme o momento , a situação e o gosto pessoal. Esse Espaço Aberto sem fronteiras criado pela globalização levará a trasformação do mundo judaico e do estado de Israel. Ele abrirá novos caminhos , permitirá criar novos marcos de Judaismo, novas correntes, novas sinagogas ,novos modelos de vida comunitária e sobretudo criará uma nova vissão de relações entre comunidade e o estado de israel. Esse judaismo pós Moderno já é parte de uma rede planetária , onde cada um pode manter uma relação virtual imediata com o mundo judaico , criando inclusive sua propia comunidade judaica virtual, que produz para si cultura, valores e conhecimento. A revolução Global levará ao mundo judaico á procurar uma nova redefinição de suas identidades, será um novo reinventar do judaismo, uma nova relação com Israel, já sentido fortemente nas novas manifestações , e nas tendência de comportamento das comunidades. Uma dessas tendençias está na revissão da centralidade de Israel, que para muitos desses judeus o Movimento sionista cumpriu o seu papel na história, e Israel se tornando mais um importante centro judaico no mundo e não mais o unico. Para a esquerda judaica, Israel foi uma necessidade histórica do passado ,que não consequiu cumprir o seu papel moral e ético com a questão palestina, deixando á desejar de ser para o mundo um “ Or la Goim” A Luz a humanidade . Para a direita fundamentalista e ultranacionalista, o judaismo e Israel são fruto de uma vissão messiânica, são contrario a qualquer tendênçia de mudança que possa ameaçar sua vissão messiânica, onde acreditam que para alcancar seus objetivos deverão usar todos os seus recursos, e essa postura já teve sua pratica no assasinato de Yzzak Rabin, e as ameaças que sofreu o ex primeiro ministro Ariel Sharon. Para os grupos Ortodoxo não sionista , o estado judeu foi um desastre da sua experiência laica, esses grupos usam o termo “Israel é o Lugar de Goim que falam Hebraico” essa mesma tendência nega Israel como um “Centro judaico Moderno” , Israel é para esses grupos um Centro Espiritual Biblico. E finalmente a postura mais popular nos dias de hoje entre os grupos dos judeus das comunidades , é de um lado um forte apoio a existênçia do estado judeu “como um refugio pessoal para a sua existênçia em caso de momentos dificeis” e do outro lado se relacionam com Israel como uma antitese de sua propia missão criadora de “ garantir a existênçia e a segurança fisica para os judeus”, considerando Israel o lugar mais inseguro no mundo para se viver como judeu, porem “um bunquer necessário”. A Globalização criou e continuará criando novas pespectivas e avanços para o mundo e a vida judaica ,porém estará criando profundos abismos e paradoxos para a humanidade, sua tecnologia e economia global estará promovendo novos ricos, mas estará deixando um grande rastro de nova pobreza , marcado principalmente na classe media judaica, cada vez mais empobrecida, e em consequênçia ocorre o surgimento de um novo exôdo judaico, não mas para Israel e sim para novos centros judaicos como Alemanha,Espanha,Panama e Canada . Os Sionistas e os Antisionistas do sêculo passado , acreditaram em suas ideologias de forma pragmáticas, acreditando a impossibilidade da existência de uma diaspora, ou de um estado judeu. A realidade comprovou que depois de mais 100 anos de lutas e diferenças ideologicas entre essas tendênçias, que Israel é uma realidade e as comunidades Judaica continuam a existir. Nesta revolução Global o Judaismo,estará tomando um novo rumo, terá uma nova cara e criará novas tendências e manifestações . Sem sentir, estamos vivendo um ato da história da humanidade ,estamos no meio das barricas da Revolução global, onde os sons dos canhões e dos fusis são diferente do se escutou nas revoluções anteriores . Nas ruas,nas escolas,nas casas e em toda sociedade se soa um Grito um único grito regido por 3 mandamentos básicos “ Individualismo, competição e o consumismo”,sendo á sua bandeira não mais o estado nacional e sim todo o planeta terra. Estamos neste momento vivendo em plena revolução global, já sentida suas trasformações econômicas e sociais em todo o planeta. Como Judeus neste planeta ainda desgovernado , não temos que temer á procura de novas respostas ,devemos fazer novas perguntas , devemos procurando novas soluções criativas, exatamento como fizemos no passado de nossa história. Qual será essas novas tendências desse novo judaismo? Como essa nova Revolução irá influenciar no Perfil do Estado de Israel? Como estará organizada as comunidades judaica num judaismo sem fronteiras? Como manter a solidariedade judaica e o voluntarismo e a vida comunitaria,num mundo onde o seu significado não deixa de ser uma grande conquista individual? Como organizar e proteger essa civilização judaica num mundo que caminha para um grande conflito entre civilizações? A Globalização nos levará a um novo conceito o da Civilização mundial. Nós judeus temos que saber como enfrentar esses grandes obstaculos neste proximo sêculo, entre tantos e outros que já enfrentamentos, estará a necessidade de uma definição de um novo conceito o da “ Civilização judaica”. Neste processo o filosofo e sociologo judeu Edgar Morin nos da uma pequena dica, numa definição brilhante de como chegar a essa civilização . “ Para chegarmos à civilização mundial, seria preciso que fossem conquistados grandes progressos do espírito humano, não tanto de suas capacidades técnicas e matemáticas, não apenas no conhecimento das complexidades, mas em sua interioridade psíquica” .
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67o. aniversário do Levante do Gueto de Varsóvia

Boca no Trombone

Resistir com armas e palavras

Massas judaicas, aproxima-se a hora. Deveis estar preparados para resistir. Nem um só judeu deve ir aos vagões. Os incapazes de oferecer resistência ativa, devem resistir passivamente, devem se esconder. Nosso lema deve ser: Todos prontos para morrer como seres humanos.

(Manifesto público da ZOB, a Organização Combatente Judaica do gueto de Varsóvia)

Todos os anos fazemos questão de lembrar o levante do gueto de Varsóvia, iniciado em 19 de abril de 1943, a primeira noite de Pessach daquele ano. Por quê ? Em que esta revolta se diferencia das demais ? Ritualizar a memória não empobrece seu conteúdo ?

Há muitas respostas. Embora várias rebeliões contra os nazistas tenham acontecido em campos de concentração na Europa, a do gueto de Varsóvia foi a que teve melhor nível de organização e, em consequência, a que maior resistência opôs à máquina de guerra hitlerista. A Organização Combatente Judaica foi exemplar na costura da unidade dos vários grupos políticos que conviviam na área do gueto. Seu comando, encabeçado por Mordechai Anilevitch, um jovem de 23 anos que havia escapado do gueto, mas voltara para comandar a resistência armada, sintetizava a pluralidade comunitária dos judeus poloneses. A liderança contava com representantes dos comunistas, socialistas e sionistas de várias tendências. Betar e o grupo ligado a Zeev Jabotinsky preferiram não aderir à revolta.

Não é irrelevante lembrar que as primeiras ações da ZOB foram contra a chamada polícia judaica. De acordo com o historiador Israel Gutman, sobrevivente do levante, “a ZOB estava convencida de que não se podia transformar o gueto numa força combatente se não fossem eliminados elementos da quinta coluna”.

Foi uma luta desigual, encarniçada, de final previsível. Apesar de inúmeros atos heróicos, os revoltosos terminaram dizimados pelos nazistas, que tinham enorme vantagem em homens e armas. O gueto acabou transformado numa pilha de escombros, mas a vontade dos insurgentes, “de morrer como seres humanos”, sobrevive como lição eterna. Oprimidos, humilhados e ofendidos têm o legítimo direito de resistir, com os meios que julgarem mais adequados, à violência que sofrem. Em abril de 1943, a luta armada foi não apenas um gesto de coragem, mas uma resposta, um grito, para a História.

Os povos criam, a cada momento, instrumentos variados de resistência. Não foi diferente em Varsóvia. Em outubro de 1941, o professor e intelectual de esquerda Emanuel Ringelblum foi para o gueto. Lá, formou a Oyneg Shabes, organização clandestina que teve entre 50 e 60 militantes, com um único objetivo: preservar a memória do que acontecia no gueto. Durante dois anos, esses guerrilheiros da História fizeram centenas de entrevistas, acumularam manuscritos e pesquisaram metodicamente o cotidiano do gueto. Ao perceberem o início das deportações, colocaram todo esse material em latões e os enterraram. Parte do material foi recuperada depois da guerra.

O que leva um homem, que tem a consciência de que dificilmente sobreviverá por muito tempo, a pensar no futuro ? Talvez se possa responder lembrando que, segundo uma longa e sofrida tradição judaica, o último ato de resistência consiste em dar testemunho, sobretudo para transmiti-lo às futuras gerações. Em certo sentido, a palavra demonstrou ser uma arma muito mais eficiente dos que os métodos de extermínio postos em prática pelos nazistas. Ao lado das armas, a palavra confinada em toscos latões ajudou a contar o que aconteceu no gueto de Varsóvia.

ZOB e Oyneg Shabes. Duas vertentes, um objetivo: reafirmar a esperança de que a barbárie não vencerá. Que o homem poderá viver sem ser humilhado ou explorado por seu semelhante.

ASA – Associação Scholem Aleichem de Cultura e Recreação (Rio de Janeiro)

CCMA – Centro Cultural Mordechai Anilevitch (Rio de Janeiro)

ADAF – Associação David Frischman (Niterói)

ICIB – Instituto Cultural Israelita Brasileiro (São Paulo)

Movimento Juvenil Hashomer Hatzair (São Paulo)

Meretz Brasil

ICUF – Federación de Entidades Culturales Judias (Argentina)

ACIZ – Asociación Cultural Israelita dr. Jaime Zhitlovsky (Uruguai)

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La Biblioteca de Babel
Por Jorge Luis Borges (extraído de “Ficciones”)


El universo (que otros llaman la Biblioteca) se componte de un número indefinido, y tal vez infinito, de galerías hexagonales, con vastos pozos de ventilación en el medio, cercados por barandas bajísimas. Desde cualquier hexágono se ven los pisos inferiores y superiores: interminablemente. La distribución de las galerías es invariable. Veinte anaqueles, a cinco largos anaqueles por lado, cubren todos los lados menos dos; su altura, que es la de los pisos, excede apenas la de un bibliotecario normal. Una de las caras libres da a un angosto zaguán, que desemboca en otra galería, idéntica a la primera y a todas. A izquierda y a derecha del zaguán hay dos gabinetes minúsculos. Uno permite dormir de pie; otro, satisfacer las necesidades finales. Por ahí pasa la escalera espiral, que se abisma y se eleva hacia lo remoto. En el zaguán hay un espejo, que fielmente duplica las apariencias. Los hombres suelen inferir de ese espejo que la Biblioteca no es infinita (si lo fuera realmente ¿a qué esa duplicación ilusoria?); yo prefiero soñar que las superficies bruñidas figuran y prometen el infinito... La luz procede de unas frutas esféricas que llevan el nombre de lámparas. Hay dos en cada hexágono: transversales. La luz que emiten es insuficiente, incesante.

Como todos los hombres de la Biblioteca, he viajado en mi juventud; he peregrinado en busca de un libro, acaso del catálogo de catálogos; ahora que mis ojos casi no pueden descifrar lo que escribo, me preparo a morir a unas pocas leguas del hexágono en que nací. Muerto, no faltarán manos piadosas que me tiren por la baranda; mi sepultura será el aire insondable; mi cuerpo se hundirá largamente y se corromperá y disolverá en el viento engendrado por la caída, que es infinita. Yo afirmo que la Biblioteca es interminable. Los idealistas arguyen que las salas hexagonales son una forma necesaria del espacio absoluto o, por lo menos, de nuestra intuición del espacio. Razonan que es inconcebible una sala triangular o pentagonal. (Los místicos pretenden que el éxtasis les revela una cámara circular con un gran libro circular de lomo continuo, que da toda la vuelta de las paredes; pero su testimonio es sospechoso; sus palabras, oscuras. Ese libro cíclico es Dios.) Básteme, por ahora, repetir el dictamen clásico: La Biblioteca es una esfera cuyo centro cabal es cualquier hexágono, cuya circunferencia es inaccesible.

A cada uno de los muros de cada hexágono corresponden cinco anaqueles; cada anaquel encierra treinta y dos libros de formato uniforme; cada libro es de cuatrocientas diez páginas; cada página, de cuarenta renglones; cada renglón, de unas ochenta letras de color negro. También hay letras en el dorso de cada libro; esas letras no indican o prefiguran lo que dirán las páginas. Sé que esa inconexión, alguna vez, pareció misteriosa. Antes de resumir la solución (cuyo descubrimiento, a pesar de sus trágicas proyecciones, es quizá el hecho capital de la historia) quiero rememorar algunos axiomas.

El primero: La Biblioteca existe ab alterno. De esa verdad cuyo colorario inmediato es la eternidad futura del mundo, ninguna mente razonable puede dudar. El hombre, el imperfecto bibliotecario, puede ser obra del azar o de los demiurgos malévolos; el universo, con su elegante dotación de anaqueles, de tomos enigmáticos, de infatigables escaleras para el viajero y de letrinas para el bibliotecario sentado, sólo puede ser obra de un dios. Para percibir la distancia que hay entre lo divino y lo humano, basta comparar estos rudos símbolos trémulos que mi falible mano garabatea en la tapa de un libro, con las letras orgánicas del interior: puntuales, delicadas, negrísimas, inimitablemente simétricas.

El segundo: El número de símbolos ortográficos es veinticinco. Esa comprobación permitió, hace trescientos años, formular una teoría general de la Biblioteca y resolver satisfactoriamente el problema que ninguna conjetura había descifrado: la naturaleza informe y caótica de casi todos los libros.

Uno, que mi padre vio en un hexágono del circuito quince noventa y cuatro, constaba de las letras MCV perversamente repetidas desde el renglón primero hasta el último. Otro (muy consultado en esta zona) es un mero laberinto de letras, pero la página penúltima dice «Oh tiempo tus pirámides». Ya se sabe: por una línea razonable o una recta noticia hay leguas de insensatas cacofonías, de fárragos verbales y de incoherencias. (Yo sé de una región cerril cuyos bibliotecarios repudian la supersticiosa y vana costumbre de buscar sentido en los libros y la equiparan a la de buscarlo en los sueños o en las líneas caóticas de la mano... Admiten que los inventores de la escritura imitaron los veinticinco símbolos naturales, pero sostienen que esa aplicación es casual y que los libros nada significan en sí. Ese dictamen, ya veremos no es del todo falaz.)

Durante mucho tiempo se creyó que esos libros impenetrables correspondían a lenguas pretéritas o remotas. Es verdad que los hombres más antiguos, los primeros bibliotecarios, usaban un lenguaje asaz diferente del que hablamos ahora; es verdad que unas millas a la derecha la lengua es dialectal y que noventa pisos más arriba, es incomprensible. Todo eso, lo repito, es verdad, pero cuatrocientas diez páginas de inalterables MCV no pueden corresponder a ningún idioma, por dialectal o rudimentario que sea. Algunos insinuaron que cada letra podía influir en la subsiguiente y que el valor de MCV en la tercera línea de la página 71 no era el que puede tener la misma serie en otra posición de otra página, pero esa vaga tesis no prosperó. Otros pensaron en criptografías; universalmente esa conjetura ha sido aceptada, aunque no en el sentido en que la formularon sus inventores.

Hace quinientos años, el jefe de un hexágono superior dio con un libro tan confuso como los otros, pero que tenía casi dos hojas de líneas homogéneas. Mostró su hallazgo a un descifrador ambulante, que le dijo que estaban redactadas en portugués; otros le dijeron que en yiddish. Antes de un siglo pudo establecerse el idioma: un dialecto samoyedo-lituano del guaraní, con inflexiones de árabe clásico. También se descifró el contenido: nociones de análisis combinatorio, ilustradas por ejemplos de variaciones con repetición ilimitada. Esos ejemplos permitieron que un bibliotecario de genio descubriera la ley fundamental de la Biblioteca. Este pensador observó que todos los libros, por diversos que sean, constan de elementos iguales: el espacio, el punto, la coma, las veintidós letras del alfabeto. También alegó un hecho que todos los viajeros han confirmado: No hay en la vasta Biblioteca, dos libros idénticos. De esas premisas incontrovertibles dedujo que la Biblioteca es total y que sus anaqueles registran todas las posibles combinaciones de los veintitantos símbolos ortográficos (número, aunque vastísimo, no infinito) o sea todo lo que es dable expresar: en todos los idiomas. Todo: la historia minuciosa del porvenir, las autobiografías de los arcángeles, el catálogo fiel de la Biblioteca, miles y miles de catálogos falsos, la demostración de la falacia de esos catálogos, la demostración de la falacia del catálogo verdadero, el evangelio gnóstico de Basilides, el comentario de ese evangelio, el comentario del comentario de ese evangelio, la relación verídica de tu muerte, la versión de cada libro a todas
las lenguas, las interpolaciones de cada libro en todos los libros, el tratado que Beda pudo escribir (y no escribió) sobre la mitología de los sajones, los libros perdidos de Tácito.

Cuando se proclamó que la Biblioteca abarcaba todos los libros, la primera impresión fue de extravagante felicidad. Todos los hombres se sintieron señores de un tesoro intacto y secreto. No había problema personal o mundial cuya elocuente solución no existiera: en algún hexágono. El universo estaba justificado, el universo bruscamente usurpó las dimensiones ilimitadas de la esperanza. En aquel tiempo se habló mucho de las Vindicaciones: libros de apología y de profecía, que para siempre vindicaban los actos de cada hombre del universo y guardaban arcanos prodigiosos para su porvenir. Miles de codiciosos abandonaron el dulce hexágono natal y se lanzaron escaleras arriba, urgidos por el vano propósito de encontrar su Vindicación.

Esos peregrinos disputaban en los corredores estrechos, proferían oscuras maldiciones, se estrangulaban en las escaleras divinas, arrojaban los libros engañosos al fondo de los túneles, morían despeñados por los hombres de regiones remotas. Otros se enloquecieron... Las Vindicaciones existen (yo he visto dos que se refieren a personas del porvenir, a personas acaso no imaginarias) pero los buscadores no recordaban que la posibilidad de que un hombre encuentre la suya, o alguna pérfida variación de la suya, es computable en cero.

También se esperó entonces la aclaración de los misterios básicos de la humanidad: el origen de la Biblioteca y del tiempo. Es verosímil que esos graves misterios puedan explicarse en palabras: si no basta el lenguaje de los filósofos, la multiforme Biblioteca habrá producido el idioma inaudito que se requiere y los vocabularios y gramáticas de ese idioma. Hace ya cuatro siglos que los hombres fatigan los hexágonos... Hay buscadores oficiales, inquisidores. Yo los he visto en el desempeño de su función: llegan siempre rendidos; hablan de una escalera sin peldaños que casi los mató; hablan de galerías y de escaleras con el bibliotecario; alguna vez, toman el libro más cercano y lo hojean, en busca de palabras infames. Visiblemente, nadie espera descubrir nada.

A la desaforada esperanza, sucedió, como es natural, una depresión excesiva. La certidumbre de que algún anaquel en algún hexágono encerraba libros preciosos y de que esos libros preciosos eran inaccesibles, pareció casi intolerable. Una secta blasfema sugirió que cesaran las buscas y que todos los hombres barajaran letras y símbolos, hasta construir, mediante un improbable don del azar, esos libros canónicos. Las autoridades se vieron obligadas a promulgar órdenes severas. La secta desapareció, pero en mi niñez he visto hombres viejos que largamente se ocultaban en las letrinas, con unos discos de metal en un cubilete prohibido, y débilmente remedaban el divino desorden.

Otros, inversamente, creyeron que lo primordial era eliminar las obras inútiles. Invadían los hexágonos, exhibían credenciales no siempre falsas, hojeaban con fastidio un volumen y condenaban anaqueles enteros: a su furor higiénico, ascético, se debe la insensata perdición de millones de libros. Su nombre es execrado, pero quienes deploran los «tesoros» que su frenesí destruyó, negligen dos hechos notorios. Uno: la Biblioteca es tan enorme que toda reducción de origen humano resulta infinitesimal. Otro: cada ejemplar es único, irreemplazable, pero (como la Biblioteca es total) hay siempre varios centenares de miles de facsímiles imperfectos: de obras que no difieren sino por una letra o por una coma. Contra la opinión general, me atrevo a suponer que las consecuencias de las depredaciones cometidas por los Purificadores, han sido exageradas por el horror que esos fanáticos provocaron. Los urgía el delirio de conquistar los libros del Hexágono Carmesí: libros de formato menor que los naturales; omnipotentes, ilustrados y mágicos.

También sabemos de otra superstición de aquel tiempo: la del Hombre del Libro. En algún anaquel de algún hexágono (razonaron los hombres) debe existir un libro que sea la cifra y el compendio perfecto de todos los demás: algún bibliotecario lo ha recorrido y es análogo a un dios. En el lenguaje de esta zona persisten aún vestigios del culto de ese funcionario remoto. Muchos peregrinaron en busca de Él. Durante un siglo fatigaron en vano los más diversos rumbos. ¿Cómo localizar el venerado hexágono secreto que lo hospedaba? Alguien propuso un método regresivo: Para localizar el libro A, consultar previamente un libro B que indique el sitio de A; para localizar el libro B, consultar previamente un libro C, y así hasta lo infinito... En aventuras de ésas, he prodigado y consumido mis años.




No me parece inverosímil que en algún anaquel del universo haya un libro total; ruego a los dioses ignorados que un hombre - ¡uno solo, aunque sea, hace miles de años! - lo haya examinado y leído. Si el honor y la sabiduría y la felicidad no son para mí, que sean para otros. Que el cielo exista, aunque mi lugar sea el infierno.
Que yo sea ultrajado y aniquilado, pero que en un instante, en un ser, Tu enorme Biblioteca se justifique.

Afirman los impíos que el disparate es normal en la Biblioteca y que lo razonable (y aun la humilde y pura coherencia) es una casi milagrosa excepción. Hablan (lo sé) de «la Biblioteca febril, cuyos azarosos volúmenes corren el incesante albur de cambiarse en otros y que todo lo afirman, lo niegan y lo confunden como una divinidad que delira». Esas palabras que no sólo denuncian el desorden sino que lo ejemplifican también, notoriamente prueban su gusto pésimo y su desesperada ignorancia. En efecto, la Biblioteca incluye todas las estructuras verbales, todas las variaciones que permiten los veinticinco símbolos ortográficos, pero no un solo disparate absoluto. Inútil observar que el mejor volumen de los muchos hexágonos que administro se titula «Trueno peinado», y otro «El calambre de yeso» y otro «Axaxaxas mlo». Esas proposiciones, a primera vista incoherentes, sin duda son capaces de una justificación criptográfica o alegórica; esa justificación es verbal y, ex hypothesi, ya figura en la Biblioteca. No puedo combinar unos caracteres dhcmrlchtdj que la divina Biblioteca no haya previsto y que en alguna de sus lenguas secretas no encierren un terrible sentido. Nadie puede articular una sílaba que no esté llena de ternuras y de temores; que no sea en alguno de esos lenguajes el nombre poderoso de un dios. Hablar es incurrir en tautologías. Esta epístola inútil y palabrera ya existe en uno de los treinta volúmenes de los cinco anaqueles de uno de los incontables hexágonos, y también su refutación. (Un número n de lenguajes posibles usa el mismo vocabulario; en algunos, el símbolo biblioteca admite la correcta definición ubicuo y perdurable sistema de galerías hexagonales, pero biblioteca es pan o pirámide o cualquier otra cosa, y las siete palabras que la definen tienen otro valor. Tú, que me lees, ¿estás seguro de entender mi lenguaje?).

La escritura metódica me distrae de la presente condición de los hombres. La certidumbre de que todo está escrito nos anula o nos afantasma. Yo conozco distritos en que los jóvenes se prosternan ante los libros y besan con barbarie las páginas, pero no saben descifrar una sola letra. Las epidemias, las discordias heréticas, las peregrinaciones que inevitablemente degeneran en bandolerismo, han diezmado la población. Creo haber mencionado los suicidios, cada año más frecuentes. Quizá me engañen la vejez y el temor, pero sospecho que la especie humana - la única - está por extinguirse y que la Biblioteca perdurará: iluminada, solitaria, infinita, perfectamente inmóvil, armada de volúmenes preciosos, inútil, incorruptible, secreta.

Acabo de escribir infinita. No he interpolado ese adjetivo por una costumbre retórica; digo que no es ilógico pensar que el mundo es infinito. Quienes lo juzgan limitado, postulan que en lugares remotos los corredores y escaleras y hexágonos pueden inconcebiblemente cesar, lo cual es absurdo. Quienes la imaginan sin límites, olvidan que los tiene el número posible de libros. Yo me atrevo a insinuar esta solución del antiguo problema: La biblioteca es ilimitada y periódica.

Si un eterno viajero la atravesara en cualquier dirección, comprobaría al cabo de los siglos que los mismos volúmenes se repiten en el mismo desorden (que, repetido, sería un orden: el Orden). Mi soledad se alegra con esa elegante esperanza.
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Extracto de una entrevista a Sharona Frederiko (Extraído de hagshama.org)

“…Spinoza fue el único que tuvo la valentía de hacer lo que todos los judíos de su época habían dejado de hacer: amar y leer la Biblia por sí mismos. Y si las
conclusiones a las que llegó Spinoza no son las mismas de Leibovich, y no lo son, Leibovich tenía una fe suficientemente fuerte para aceptar los cambios de Spinoza, sin estar de acuerdo con todo. En la actitud de Leibovich tenemos una clave para la aceptación del cambio. No significa que tienes que estar de acuerdo con todo, sino que puedes relajarte y dejar vivir al que no sea como tú.
Por ejemplo: Spinoza no creía en la revelación divina. Para él la Biblia era un libro histórico y magnífico, que detallaba la trayectoria del desarrollo intelectual del pueblo al cual él pertenecía. Y de hecho Spinoza escribió 72 comentarios sobre la Biblia y el judaísmo, para los que creen que no tenía mucho que ver
con el judaísmo. Leibovich, en cambio, sí creía en la revelación divina. Decididamente creía que Dios se reveló en el Sinaí y lo aceptaba
como un hecho histórico. Para Spinoza, era Moisés el que había creado un sistema de leyes de acuerdo con su ética, opinando, eso sí, que era un gran sistema de leyes. Leibovich, entonces, no estuvo de acuerdo con Spinoza,
pero decía que éste tuvo la grandeza de intentar llegar a sus propias conclusiones por su amor a la Biblia, y por lo tanto no hay que excomulgar al que se atreva a ello, sino debatir con él, dándole un lugar de honor en la comunidad.
Toda la defensa de Spinoza que hizo Leibovich es muy importante, porque no se trataba de un judío reformista que podía ver en Spinoza un antecedente, sino que está basada precisamente en la diferencia de opinión que tenía con él, y esa es la clave que nos conduce a aceptar el cambio, lo distinto.
Porque si yo voy a aceptar el cambio en mi vida, tengo que aceptar el que se da también en la vida del otro, cambio que quizás no sea de mi agrado, pero que es legítimo.
Leibovich se preguntó: ¿qué hago frente a lo distinto? ¿Lo excomulgo, adoptando los métodos de la Iglesia Católica de los tiempos
de la Inquisición? Porque de hecho, eso fue lo que hizo la comunidad judía de Holanda en el siglo XVII, quizá inconscientemente.
La Inquisición había creado un sistema de pensamiento que en cierto modo también se apoderó de las víctimas, entre los cuales, también, expresar una opinión "hereje" se transformó en punible. Fue la horrible herencia de una Iglesia Católica muy intolerante.
Así que, la de Leibovich, me parece la defensa más apasionada y hermosa de la idea del cambio: cuando estés frente a un cambio, no lo eches de tu comunidad, no lo excomulgues, no lo borres. Y esa defensa es mucho mejor que la que hacen los mismos reformistas, que intentan redibujar a Spinoza
como si fuera reformista. ¡Spinoza no era reformista! Era panteísta, no creía en el concepto de Dios y Pueblo Elegido, creía que pertenecía al pueblo judío y se identificaba como judío cultural. Históricamente, por eso, si fuera antecedente de algo, en todo caso lo sería del judaísmo humanista y de ciertas ramas del sionismo, pero nunca del judaísmo reformista. Leibovich es la constatación de lo que es un ser generoso y vivo.


Él fue una persona más joven que cualquier joven que yo conozco a sus 90 años, porque siempre siguió cambiando. Por mi parte, no puedo compartir las concepciones de Leibovich sobre Dios y las Mitzvot, porque soy reformista, pero ¡cómo lo respeto! Con Leibovich digo: me encantan los cambios, y aunque no sean míos, me enriquecen”.(…) ...
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De la educación sobre el Holocausto. Yehuda Bauer


De la educación sobre el Holocausto. Yehuda Bauer

Hay tres preguntas centrales: ¿Por qué enseñar sobre el Holocausto? ¿Qué enseñar? ¿Cómo enseñarlo?

El genocidio del pueblo judío perpetrado por la Alemania nazi y sus colaboradores, que comúnmente e incorrectamente llamamos Holocausto, es la forma más extrema de genocidio hasta hoy. No es el sufrimiento de las víctimas lo que hace que sea el caso más extremo: el sufrimiento no tiene gradaciones, y los judíos no sufrieron ni más ni menos que otras víctimas de otros genocidios. Tampoco es debido a la cantidad total de víctimas –quizá 5,7 o 5,8 millones– ni al porcentaje de judíos asesinados sobre el total de judíos en el mundo en ese momento: unos 17 millones. En el genocidio armenio, quizá 1 millón de armenios o más fueron asesinados o murieron como consecuencia de las atrocidades, es decir, más de un tercio de los armenios que vivían en Turquía. Entre 800.000 y 1 millón de tutsis fueron asesinados en Ruanda en 1994, y esa cifra representa el 90 por ciento de los tutsis que vivían en Ruanda en ese momento. Y en China, el Gran Salto Adelante, que constituyó un politicidio –el exterminio deliberado por motivos políticos, sociales o económicos– tuvo muchas más víctimas que el Holocausto.

No, el Holocausto es único por otros motivos: por primera vez en la historia, el objetivo era asesinar a cada una de las personas que los perpetradores consideraban que pertenecía al grupo designado, en este caso los judíos, por el “crimen” de haber nacido. Por primera vez en la historia, el objetivo era implementar este plan donde fuera que los alemanes se alzaran con el poder: finalmente, en todo el planeta. Por primera vez en la historia, la motivación tenía muy poco –o nada– que ver con factores económicos o sociales; era puramente ideológica, y la ideología no tenía ningún fundamento en la realidad. Estas atrocidades ocurrieron en el contexto de una guerra que la Alemania nazi inició por motivos que, repito, no tenían mucho que ver con realidades económicas o sociales o políticas. La Alemania nazi inició la guerra para conseguir más Lebensraum, “espacio vital”, pero no tenía necesidad de territorio adicional porque podía obtener las materias primas y los productos agrícolas necesarios mediante el comercio, y no necesitaba más superficie para sus campesinos porque en realidad no sobraba el trabajo en las áreas rurales alemanas. Actualmente Alemania es un país más pequeño y con mayor población que en ese entonces, y es un país próspero.

En 1939, la mayoría de los alemanes no querían entrar en guerra; tenían recuerdos amargos de la última: la Primera Guerra Mundial. La elite industrial y bancaria no quería una guerra, porque les estaba yendo muy bien, y los militares tampoco. En septiembre de 1938, el Jefe del Estado Mayor alemán, Ludwig Beck, y un grupo de generales planeaban un golpe de estado contra Hitler porque temían una guerra contra Gran Bretaña y Francia, con los soviéticos todavía en contra. Pero Chamberlain y Daladier se echaron atrás con la guerra a Checoslovaquia, así que no hubo golpe. Por supuesto que no está claro si el golpe se habría realizado o si, de realizarse, habría sido exitoso, pero nos da un indicio de lo que pensaban los más altos líderes militares de Alemania. Entonces, ¿quién quería una guerra? La respuesta es obviamente, Hitler, pero no era el único: tenía el apoyo del Partido Nazi. El casus belli, la justificación de la guerra, está claramente expresada en el memorándum que Hitler escribiera a Goering en agosto de 1936, que puede encontrarse en los documentos de Nuremberg de 1945. Hitler dice allí que Alemania debe prepararse para la guerra porque de lo contrario el bolcheviquismo, que busca reemplazar a los dirigentes de todo el mundo por la judería internacional, no sólo pondrá en peligro a Alemania sino que aniquilará al pueblo alemán. Hitler y sus allegados más cercanos creían que una derrota del bolcheviquismo judío permitiría a Alemania expandirse hacia el este, poblar esos territorios con colonizadores alemanes y garantizar el suministro de alimentos y materias primas que asegurarían la supremacía de Alemania sobre Europa, y finalmente, con la ayuda de sus aliados, sobre el mundo entero. Todo ello, pensaban, solo sería posible derrotando a la judería internacional, que controlaba tanto al bolcheviquismo soviético como al capitalismo occidental.

Yo diría que la guerra fue en esencia una empresa ideológica, y los elementos económicos y políticos, como factores instrumentales, tuvieron un papel secundario. Por eso el Holocausto fue, básicamente, parte de un proyecto con motivos ideológicos creado para conseguir poder mediante la expansión, hecho posible por la guerra. Así, el nazismo fue un fenómeno sin precedentes, lo que explica en gran medida por qué el Holocausto es el tema central de cualquier proceso educativo, no sólo en Europa, que aborde el tema del mundo en el que vivimos. El antisemitismo fue la motivación central de una guerra en la que murieron unos 6 millones de judíos y cerca de 29 millones de no judíos sólo en Europa. Por eso el antisemitismo, que ocasionó el Holocausto, provocó la muerte de muchos millones de europeos no judíos. Es, por ende, un tema central para toda la civilización, y en particular para la civilización europea; es la forma más extrema de genocidio que se ha conocido, repito, no porque las víctimas sufrieran más que otras víctimas de otros genocidios, sino por sus motivos y su índole sin precedentes, y por el impacto global que sigue teniendo como paradigma del genocidio. Es de suma importancia para todos, y por eso es que lo enseñamos.

Cuando abordamos el Holocausto, los educadores solemos hablar de tres grupos de personas: los perpetradores, las víctimas y los observadores pasivos. Esto es problemático porque son categorías no del todo precisas que suelen solaparse o tener límites poco nítidos. Por ejemplo, los kapos de los campos de concentración eran víctimas pero muchas veces también perpetradores. El término “observadores pasivos” incluye grupos tan diversos como los Aliados Occidentales, la Unión Soviética , organizaciones e instituciones judías fuera de las áreas controladas por los nazis, campesinos polacos (la mayoría de los cuales eran indiferentes, aunque algunos eran amigos y muchos eran hostiles, aun cuando no mataran judíos), miembros de iglesias cristianas que callaron mientras frente a sus ojos los judíos eran transportados a su muerte o asesinados, y gobiernos de países neutrales que podrían haber ayudado pero se abstuvieron. Sin embargo, usamos esos términos a pesar de que son incorrectos porque no hemos creado otros mejores.

Entonces, ¿qué debemos enseñar? Después de todo, no podemos enseñar todo, porque la serie de contextos y acontecimientos que llamamos Holocausto son muchos y muy complicados, y hay poco tiempo en cualquier establecimiento educativo para enseñar todo esto. Hubo unos 18.000 refugiados judíos centroeuropeos en Shangai, ¿debemos enseñar sobre ellos? Los gobiernos latinoamericanos en general se negaron a aceptar refugiados judíos, ¿corresponde enseñar este tema? ¿Tenemos que hablar de los judíos de Tracia y Macedonia que fueron entregados a manos alemanas por la policía y el ejército búlgaros o debemos concentrarnos solamente en el rescate de los judíos de Bulgaria? ¿Tenemos que entrar en detalle sobre los griegos, checos, italianos, noruegos y otros que colaboraron con los alemanes? Creo que debemos adaptar lo que enseñamos a las situaciones e intereses locales.

Si enseñamos en Grecia probablemente debamos enfatizar el destino de los judíos de Salónica, Atenas, Corfú y Rodas y hablar sobre los colaboradores y los movimientos de resistencia griegos, y el proceder de los dirigentes de la comunidad judía y de los judíos comunes. Debemos señalar las sutilezas y las diferencias, y al mismo tiempo tener cuidado de no disminuir la responsabilidad criminal directa de las instituciones, organizaciones y personas alemanas. En otros países, corresponde enfatizar los temas locales paralelos. Pero esto conlleva un peligro: que al ocuparnos de los árboles perdamos de vista el bosque. Debe surgir un panorama general como contexto de la historia nacional.

Debemos apuntar a la globalización de la educación sobre el Holocausto. Es decir, debemos describir y analizar el Holocausto en sus diversos contextos: tanto en forma vertical –es decir, históricamente– como en forma horizontal –o sea, poniéndolo en un contexto histórico, económico y político global, explicando sus antecedentes, sus acontecimientos y su impacto–. Los docentes no están obligados a abordar todo esto, no sólo porque el tiempo es escaso sino también porque su formación no les da los conocimientos detallados que los académicos obtienen estudiando toda su vida; sin embargo, es importante tener en cuenta estos aspectos. En cuanto a los perpetradores, hay que admitir que en noviembre de 1932, en las últimas elecciones libres de la Alemania pre-Hitler, los nacional socialistas fueron derrotados: perdieron 2 millones de votos y 34 escaños en el Reichstag alemán. Parecía que quedaban fuera de competencia, que volvían a lo que habían sido en 1928, cuando consiguieron apenas un 2,8 por ciento del total de votos. A fines de 1932 la mayoría de los alemanes votó por partidos que eran claramente antinazis y contrarios al antisemitismo o que al menos no apoyaban el nazismo ni el antisemitismo: los social demócratas, los comunistas, el Centro Católico y algunos partidos centristas menores. Pero menos de seis semanas más tarde, los nazis estaban en el poder, no debido a una victoria en las urnas sino por las maquinaciones de la derecha conservadora y los violentos desacuerdos entre los no nazis. Hacia 1940-1941, ya no era un problema reclutar alemanes para participar en asesinatos masivos. ¿Cómo puede explicarse esto? Los historiadores alemanes señalan la combinación de un repunte económico y el uso inteligente de políticas sociales que parecían mejorar la suerte de los alemanes. A principios de la década de 1920 y a partir de 1929, los alemanes lograron en gran medida restablecer la cohesión social destruida por la pérdida de la guerra y por dos grandes crisis económicas. Una Alemania renaciente obtuvo fáciles victorias internacionales, destruyendo los efectos del Tratado de Versalles y restituyendo la importancia de Alemania como poder político y militar europeo. El ascenso luego de la crisis económica no se debió realmente a las políticas del régimen, sino que se produjo porque antes de que los nazis asumieran el poder, la economía alemana ya había llegado a su punto más bajo y había empezado a recuperarse. Los nazis se montaron a la ola de mejoría general, y algunas de sus políticas se alinearon con el aumento de la producción, aunque no hubo una mejoría importante en el nivel de vida. Pero la inserción de enormes masas de desempleados en el mundo laboral, incluso en trabajos mal remunerados, hizo muy popular al régimen. Además, con el aumento de las pensiones, la política social del nazismo se ocupó por primera vez y con bastante éxito del problema de los millones de viudas de guerra y de veteranos inválidos. Todo esto equivalía a sobornar a la población, y lo acompañaron con una propaganda ideológica masiva que llegó a todas las familias de cada rincón del país.

Algunos historiadores le dan mucha importancia al hecho de que muchos asesinos no habían recibido educación ideológica, pero olvidan que toda la sociedad había sido sometida a una campaña de adoctrinamiento ideológico durante siete u ocho años, y que en los márgenes de la sociedad –que a veces eran muy amplios– existía la amenaza constante de una maquinaria de terror cada vez más eficiente que se usaba deliberadamente para evitar que se afianzara cualquier oposición política o ideológica. Las políticas nazis se pagaban con las reservas de divisas extranjeras y mediante una política inflacionaria que fue posible gracias a un astuto sistema fiscal que se aprovechaba de la población. La prosperidad real fue abandonada en pos del rearme masivo, de modo que toda la estructura económica estaba en peligro. La guerra fue propuesta como solución temporal ante una inevitable crisis económica y financiera, para robarles a los países ocupados, conquistados y aliados y, sobre todo, para robarles a los judíos.

El elemento esencial de cualquier interpretación de las políticas nazis es la historia de la elite intelectual alemana. Desde mediados del siglo XIX se venía dando una radicalización cada vez mayor de la elite intelectual. El nacionalismo radical se impuso sobre la tendencia más liberal y se transformó, gradualmente, en patriotismo racista, no sólo en Alemania sino también en Austria. Esto se hizo evidente durante el Segundo Reich, entre 1870 y 1914. La derrota en la Primera Guerra Mundial exacerbó esta tendencia, y para los años 20 las universidades y las organizaciones de docentes estaban entre los principales seguidores del Nacional Socialismo. Sin el apoyo de los intelectuales, el régimen nazi no habría podido llegar al poder ni tampoco conservarlo. Fue de las filas de la intelectualidad de donde se reclutaron las personas que dirigieron los crímenes nazis. Obviamente, la conclusión es que el conocimiento por sí mismo no garantiza un enfoque humanístico de la vida, y que no hay nada tan peligroso como asesinos masivos inteligentes.

Eichmann es un excelente ejemplo: engañó a gente brillante, como la filósofa Hannah Arendt, logrando que lo aceptaran cuando se autoproclamaba como un mero engranaje de la máquina, una personalidad banal que hizo el mal porque no era un ideólogo y no sabía que era incorrecto. En realidad, Eichmann era miembro de la Oficina Central de Seguridad del Reich, la RSHA , compuesta por individuos de alto nivel de inteligencia, radicalmente racistas, radicalmente antisemitas y motivados ideológicamente, que eran el núcleo de la maquinaria de los perpetradores. El grupo incluía a la Policía de Seguridad, con su rama de la Gestapo , la Policía Criminal y las unidades de inteligencia. Ellos se encargaron de una gran parte de las matanzas.

Aunque Eichmann no haya tenido educación universitaria, los hombres que lo rodeaban sí la tuvieron, y él mismo citaba a Kant y a Hegel. No era un mero engranaje en la máquina, era parte del sistema de control de la máquina. En una conferencia que dio ante personal de seguridad nazi de alta jerarquía en noviembre de 1937, explicó de qué se trataba la conspiración judía internacional Él era parte de la jerarquía, y aunque recibía pautas generales de su superior, demostraba una gran inteligencia e iniciativa para radicalizarlas. Daba órdenes; no sólo las recibía. De todos modos, pocas veces precisaba órdenes, porque se identificaba plenamente con la política asesina general, y sabía muy bien que lo que estaba haciendo estaba mal. Lejos de ser una personalidad banal, demostró que el mal nunca es banal. La verdadera historia de Eichmann puede usarse en el ámbito educativo para enseñar el opuesto exacto de la imagen popular creada por el cine y por supuestos documentales. Se pueden proporcionar fuentes para todo esto.

¿Es, entonces, la historia del nazismo y del Holocausto una historia de burocracia, como tantos creen? Nadie que enseñe sobre el Holocausto puede evitar encarar esta pregunta, y efectivamente, la burocracia en sus varios aspectos fue utilizada con éxito para matar. Pero son las personas, no las burocracias, las que matan. Los burócratas pueden dar órdenes o instrucciones, pero primero alguien tiene que decirles a los burócratas que lo hagan, y puede ser que algunos burócratas lo hagan por su cuenta. En otras palabras, la voluntad de matar tiene que estar dirigida por personas que saben lo que están haciendo y quieren hacerlo. La ideología, la racionalización ideológica o los intereses mueven a las burocracias; cuando decimos “intereses” nos referimos al hecho de comprender qué es bueno o malo a los ojos de los que toman las decisiones. En el caso de los nazis, ya aduje que actuaban sin pensar en sus intereses materiales, que estaban motivados por una ideología no pragmática o antipragmática.

Una vez comprendido esto, se pueden poner en contexto los hechos históricos y se puede enseñar sobre el desarrollo del régimen nazi en Alemania antes de la guerra y sobre las etapas en las que se materializó el genocidio de los judíos. Por cierto, se puede hablar de esas etapas y mostrar que el Holocausto no estaba planeado con anticipación, contrariamente a la percepción popular, aunque puede ser que Hitler como individuo haya deseado que ocurriera la aniquilación masiva de los judíos. Pero la ideología estaba ahí, y cuando la ocasión fue propicia, dio lugar a la planificación. De hecho, en gran medida, las matanzas masivas vinieron primero, y la planificación fue su resultado. En este sentido, como en tantos otros, el genocidio de los judíos difiere de otros genocidios. Cuando se enseña sobre guetos, campos, marchas de la muerte, etcétera, todo encaja.

Considero que la historia de las víctimas es por lo menos tan importante como la de los perpetradores. Después de todo, las víctimas son siempre la mayoría, si las comparamos con los perpetradores, y todos tenemos más probabilidades de ser víctimas u observadores pasivos que perpetradores. Desde un punto de vista humanístico, es crucial comprender quiénes eran las víctimas, por qué fueron víctimas, qué hacían antes de ser víctimas, en qué momento comprendieron que estaban en peligro de ser víctimas de un asesinato en masa y un genocidio, y qué hicieron en respuesta a todo eso. Cuando enseñamos sobre el genocidio de los judíos tenemos que abordar, obviamente, el antisemitismo, pero esto conlleva un riesgo porque el estudiante o incluso el maestro puede ver a los judíos simplemente como objetos de odio, persecución y muerte, no como sujetos de la historia con su propia cultura, tradiciones y aspiraciones; en otras palabras, menos que seres humanos. Por eso, se debe enseñar sobre los judíos como un pueblo histórico, y desde luego, lo mismo se aplica a otros grupos que fueron o son objeto de ataques genocidas. Es decir que el docente debe tener al menos conocimientos rudimentarios de la historia del pueblo judío. Otro peligro es que un alumno pregunte: Bueno pero, ¿qué hicieron para merecer ese tratamiento? Además de describir el trato discriminatorio que reciben actualmente diversos grupos para mostrar que es algo común en las sociedades humanas, es importante tratar de aclarar los orígenes del antisemitismo.

La respuesta simple (y correcta) es que si bien los judíos no son mejores ni peores que cualquier otro grupo, su cultura y tradiciones son diferentes. En Europa eran el único pueblo no europeo hasta la llegada de los gitanos a los Balcanes en el siglo XIII o XIV, y tenían una cultura diferente, que se expresaba en una religión diferente de la que tenían las sociedades que los acogían. Desarrollaron también una estructura ocupacional diferente, porque las sociedades que los rodeaban los usaron con fines económicos específicos, limitando sus posibilidades laborales. Al mismo tiempo, el docente debe enfatizar que la historia de los judíos definitivamente no es la historia de sus persecuciones. En la mayoría de los lugares y la mayoría de las veces, convivieron con sus vecinos, no necesariamente amados pero tampoco necesariamente odiados. Eran útiles y a menudo eran invitados a residir en distintos países para desempeñarse en determinadas funciones económicas y sociales. Pero cuando una sociedad sufría una crisis, lo que sucedía con bastante frecuencia, a veces los judíos eran una especie de pararrayos: la crisis recaía en un grupo del que todos tenían conocimiento, un grupo conocido pero extraño, siempre minoritario y en consecuencia fácil de atacar. Estas diferencias básicas fueron acentuadas por la Iglesia y, luego de Lutero, por las Iglesias, por motivos teológicos combinados con motivos económicos y sociales. Puede ser incómodo enseñar esto pero es inevitable. El antisemitismo cristiano nunca planeó el genocidio de los judíos: los judíos, en la visión cristiana, habían rechazado al verdadero Mesías, pero eran seres humanos con alma, y matarlos era un pecado capital. Pero estaban poseídos por el diablo, eran en realidad una amenaza satánica para la cristiandad y por eso debían ser oprimidos, discriminados, perseguidos, explotados, expulsados y desposeídos siempre que surgiera la ocasión o la necesidad.

Las acusaciones en su contra repetían siempre los mismos argumentos teológicos, pero las acusaciones no teológicas diferían en distintas épocas, y durante el nazismo alcanzaron un punto extremo: eran de índole contradictoria, pues acusaban a los judíos de ser tanto comunistas como capitalistas, una postura sostenible precisamente por las supuestas cualidades satánicas de los judíos. Sin embargo, todas estas acusaciones, incluso las racistas, se basaban en precedentes teológicos: la acusación de que hay una conspiración judía para controlar el mundo puede encontrarse en textos cristianos antiguos; de manera similar, la idea de que los judíos corrompen a las sociedades y sus culturas, o de que usan sangre de niños para preparar sus comidas especiales, provienen de la edad antigua o medieval. En el siglo XVI y en adelante, la pureza o limpieza de sangre, la prueba de que la persona no descendía de judíos o musulmanes, era obligatoria para cualquiera que aspirara a un cargo público en España. La noción de que el nazismo era una ideología neopagana que no tenía relación con el cristianismo es cierta sólo en parte: el antisemitismo cristiano fue una condición previa necesaria, aunque no suficiente, del nazismo. El nazismo se volvió en contra del cristianismo, sobre todo porque se basaba en el judaísmo y contenía ideas humanísticas que los nazis consideraban detestables. Se volvió especialmente en contra de la Iglesia Católica , cuyas divisiones no eran de carácter militar. Pero los judíos quedaron atrapados en el medio: fueron asesinados por los nazis y no fueron protegidos por las Iglesias, aunque hubo muchos sacerdotes, pastores y altos funcionarios de las Iglesias que trataron de salvar judíos, y algunos de ellos sacrificaron su vida para lograrlo.

Podría decirse que los nazis inventaron a sus víctimas, en el sentido de que los judíos a los que atacaron no eran necesariamente los que se veían a sí mismos como judíos. Por supuesto, y esto debe señalarse en todos los contextos educativos, los judíos no eran un colectivo político. En Alemania, por ejemplo, nunca existió un organismo que representara a todos los judíos antes del ascenso de los nazis al poder. Tampoco lo había en la Polonia de entreguerras. Había comunidades y organizaciones judías variopintas, ortodoxas y liberales y no religiosas, pero nunca unidas del todo, ni siquiera en un país como Francia, donde había una organización rabínica llamada Consistorio, que representaba a apenas una minoría de personas que se identificaban como judíos. En Polonia, por ejemplo, una mayoría relativa de judíos, cerca del 40%, se identificaba con el Bund, que era socialdemocrático, anticomunista, antisionista y antirreligioso. Los nazis, siguiendo precedentes anteriores, inventaron el colectivo político judío, que incluso era internacional, y luego, paradójicamente, los judíos trataron de crear organizaciones políticas e internacionales, en parte para luchar contra la amenaza del nazismo. Así, en 1936 se creó el Congreso Judío Mundial, que supuestamente representaba a las comunidades judías de todo el mundo. En realidad, sólo se incorporaron algunas comunidades judías; otras, no. El movimiento sionista, una entre varias expresiones del nacionalismo judío en alza, atrajo a una minoría de judíos.

Los nazis asesinaron personas cuyos abuelos se habían convertido al cristianismo, porque los veían como judíos. Mataron personas que habían nacido de padres judíos pero que se identificaban como polacos, o rusos, o italianos, y que habían cortado relaciones con otros judíos. El sentido de pertenencia al judaísmo ya no definía a todos los judíos, y hasta se podría decir que ya no definía ni siquiera a la mayoría de los judíos. La mayoría de los judíos se identificaban a sí mismos como judíos pero tenían distintas formas de interpretar lo que eso significaba. Los docentes deben explicar que se debe respetar la forma en que las personas se definen a sí mismas y no permitir que sean otros quienes las definen, como lo hicieron los nazis. Los nazis inventaron un pueblo judío que era sólo en parte el pueblo con el que se identificaba la mayoría de los judíos. Y sin embargo –y este es el punto principal–, la reacción de los judíos ante las persecuciones y luego ante la matanza fue cuanto menos sorprendente. Los judíos alemanes, la mayoría de los cuales eran no ortodoxos y acérrimos nacionalistas alemanes, se volcaron al pasado y trataron, con bastante éxito, de recuperar su identidad judía histórica y religiosa desarrollando una cultura judía en lengua alemana.

La Biblia se tradujo al alemán y la vida intelectual y social prosperó en los años 30 a pesar de las persecuciones en aumento. Después del comienzo de la guerra, y especialmente en los grandes guetos de Polonia –pero no sólo allí– se formaron redes de organizaciones sociales, económicas y culturales, para mantener la moral y una apariencia de vida civilizada a pesar del hambre, las epidemias, las golpizas y el peligro de las deportaciones con destino desconocido. No había posibilidad de resistencia armada puesto que los judíos eran una minoría pequeña –incluso en Polonia eran apenas el 10% de la población general–, no tenían acceso a las armas y no habían desarrollado una clase militar; además, en la mayoría de los países europeos estaban excluidos del resto de la población y no contaban con el apoyo de los Aliados. Por eso, la resistencia desarmada era la única opción posible, y muchas comunidades judías eligieron esta opción. Por lo que sé, esto nunca ocurrió con otras poblaciones que hayan sido o sean actualmente víctimas de crímenes genocidas. Sugiero que la resistencia desarmada judía sea uno de los temas centrales de la educación sobre el Holocausto.

Por supuesto, la resistencia desarmada no se dio en todas partes Bajo la tremenda presión de los nazis y sus colaboradores locales, hubo muchos casos de desintegración social, de colaboración forzada con el enemigo y de traiciones. Pero esas cosas son comunes en la mayoría de los casos de genocidio. Hay que tener cuidado de no catalogar de colaboradores a los Consejos Judíos, instituidos por los alemanes para facilitar las políticas alemanas relativas a los judíos. Es cierto que algunos cedieron a la presión alemana sin oponer resistencia –en Ámsterdam por ejemplo, o en Salónica o, posiblemente, en Lodz–. Pero en la mayoría de los lugares, según sabemos ahora, trataron de proteger a sus comunidades lo mejor que pudieron sin iniciar una resistencia abierta contra un poder imbatible. Siempre que se intentó oponer resistencia –y se intentó en muchos lugares– los Consejos Judíos fueron depuestos y en la mayoría de los casos, sus miembros fueron asesinados.

Sin embargo, en muchos lugares estos Consejos trataron de resistir a pesar de todo, y en algunos pueblos y comunidades organizaron rebeliones armadas. Los alemanes también establecieron unidades policiales judías en los guetos, y la mayoría de estos oficiales hacían lo que les ordenaban los nazis, y en algunos casos, como es ampliamente conocido, entregaron judíos a los alemanes. Pero es un error generalizar. En la mayoría de los lugares, tanto en el este como en el oeste, los alemanes no pedían la colaboración de los Consejos ni de la policía sino que se ocupaban ellos mismos de los judíos, con brutalidad y sadismo. La imagen de la policía judía entregando a otros judíos es verdadera si hablamos del gueto de Varsovia, por ejemplo, pero no en el caso de Kaunas, y la mera noción de esa imagen es irrelevante si hablamos de Bélgica o los Países Bajos. Es importante abordar estos temas en un contexto educativo antes de que los alumnos los planteen.

Las reacciones de las víctimas judías se deben enseñar vinculándolas con el contexto general de las relaciones entre judíos y no judíos. Obviamente, estas relaciones eran diferentes en los distintos países. Como bien sabemos, los judíos daneses eran tratados como daneses por la población de Dinamarca y en consecuencia muchos de ellos fueron llevados de contrabando a Suecia, país neutral. En Bulgaria, los judíos fueron rescatados por una inesperada coalición de miembros del Partido Fascista, la Iglesia Ortodoxa y los grupos clandestinos comunistas y socialdemócratas, o sea, por representantes de la mayoría de la población búlgara. Otras actitudes menos drásticas pero marcadamente pro-judías fueron las que demostraron los servios, italianos, belgas y franceses. Había poca simpatía por los judíos en Rumania, Ucrania y los Países Bálticos. En los últimos años, textos revisionistas de Polonia y de la diáspora polaca acusan en cierta medida a los judíos de haberse matado ellos mismos o de haberse negado a ser rescatados por un gran número de polacos dispuestos a ayudarlos. Esto es no sólo una distorsión total de un hecho histórico sino que además minimiza el heroísmo real de miles de polacos que, a pesar de ser una minoría entre sus connacionales, hicieron todo lo posible para rescatar a los judíos, y en muchos casos lo pagaron con su vida. También ignora diferencias regionales: había una marcada actitud antisemita en el noreste y el centro-sur de Polonia, donde las poblaciones locales traicionaron a los judíos entregándolos a la policía alemana y polaca. Las razones precisas de esto todavía no han sido investigadas. Por otra parte, la minoría polaca en la Galicia del Este y Volinia era mucho más amigable hacia los judíos, y en algunos casos los judíos se unieron a ellos en la defensa contra los nacionalistas ucranianos y los alemanes. Para los educadores es importante señalar el peligro de las generalizaciones fáciles. Reitero, es imposible para los docentes entrar en detalles, pero se debe subrayar la amplia variedad de reacciones y se deben mencionar los motivos: los pasados diferentes de cada uno de los lugares habían creado bases diferentes para las actitudes que definieron las posibilidades de supervivencia de los judíos. En definitiva, las actitudes de los vecinos no judíos fueron en gran medida responsables de la muerte o la supervivencia de la minoría judía.

Es importante señalar que si bien no había posibilidades objetivas de resistencia armada judía, a pesar de esto y al contrario de toda lógica, la resistencia armada judía existió, y fue de una magnitud mucho mayor de lo que podría esperarse. La historia de la Rebelión del Gueto de Varsovia es importante y no debe ignorarse, pero no fue en absoluto el único hecho de esas características. Hubo rebeliones o intentos de resistencia armada en Vilna (Vilnius), Kaunas (Kovno), Bialystok, Svencionys (Svenciany), Cracovia, Baranowicze, Lachwa, Tuczyn y en otros lugares del este De hecho, sólo en Bielorrusia Occidental fueron cerca de 63 los pequeños poblados donde se intentó o se concretó la resistencia armada. Se calcula que entre 20.000 y 30.000 judíos fueron a los bosques a luchar junto con los partisanos soviéticos, aunque no muchos sobrevivieron. Hubo luchadores y partisanos judíos en Francia, Bélgica, Italia, Yugoslavia, Bulgaria y las áreas de Ucrania ocupadas por Rumania. En todos estos casos los grupos fueron pequeños, y lo importante no es el daño infligido a los alemanes y sus colaboradores sino el hecho de que existieron intentos de resistencia armada. Se trata de una importancia moral. Cuando abordamos el tema del mundo exterior, los poderes occidentales y la Unión Soviética , en realidad estamos hablando del presente, porque los grandes poderes de hoy están ante una situación parecida: son observadores pasivos de genocidios constantes. Las diferencias entre las distintas formas de genocidio son muchas. Una de ellas es que, con respecto al Holocausto, hablamos de la conducta de los países poderosos en una conflagración mundial, lo cual difiere evidentemente de la situación actual. Es innegable que si bien hoy vemos el Holocausto como uno de los eventos principales –si no el principal– de la guerra, no era más que un tema marginal en el momento en que sucedió. Los Aliados sabían, al menos en términos generales, lo que estaba pasando, pero estaban luchando por su vida contra un enemigo formidable. Muchos líderes simplemente no creían las informaciones que recibían. Además, y este es tal vez el punto principal, los oponentes al nazismo no comprendían la importancia central de la ideología nazi; la veían como un medio para ganar y retener poder y no como una convicción firme y profunda, que los nazis harían realidad si podían. Hoy en día estamos en una situación similar, cuando muchos creemos que la propaganda genocida del islamismo radical no son más que palabras y no nos damos cuenta de que es una ideología a la que muchos adhieren incondicionalmente y que los llevará a actuar si tienen la oportunidad. Hay otro aspecto en esta cuestión: en muchos libros se ha acusado a los poderes occidentales de mantenerse en silencio frente al genocidio que sucedía frente a sus ojos y de no usar su poderío militar para el rescate de los judíos. Pero los hechos son muy diferentes. No hubo silencio. Cuando en noviembre de 1942 finalmente fue confirmada la información sobre la aniquilación masiva de los judíos, los Aliados –incluyendo a la Unión Soviética – declararon, el 17 de diciembre de 1942, que los alemanes estaban asesinando a los judíos y que los responsables serían castigados. Por supuesto, el castigo fue impuesto en una pequeña proporción. No se censuró ninguna noticia llegada de Europa sobre estos temas –que la gente creyera o no lo que leía es otra cuestión–. Un segundo tema es que los alemanes comenzaron a asesinar en masa a los judíos tras la invasión a la Unión Soviética en junio de 1941. Estados Unidos era neutral, y los ingleses se habían visto obligados a retirarse a sus islas, donde luchaban por su propia supervivencia. Los soviéticos estaban siendo derrotados, y de todos modos no tenían interés en los judíos como tales. Estados Unidos no declaró la guerra a Alemania; lo que ocurrió fue que los estadounidenses se vieron obligados a entrar en la guerra a causa del ataque japonés a Pearl Harbour, y luego Alemania le declaró la guerra a Estados Unidos, no al revés. Si esto no hubiera ocurrido, no hay forma de saber si Estados Unidos habría intervenido en la lucha, ni cuándo. Durante el período de las grandes operaciones de exterminio, en 1941, 1942 y varios meses de 1943, no había ejércitos aliados cerca de los sitios de destrucción, y los ejércitos alemanes controlaban la mayor parte de Europa. Los únicos bombarderos occidentales que podrían haber llegado a los campos de exterminio de Polonia eran los Lancaster británicos, pero no había aviones de combate para acompañarlos a esos lugares. La situación recién cambió cuando los Aliados ocuparon los campos de aviación italianos cercanos a Foggia en noviembre de 1943. Llevó algunos meses preparar esos campos para que fueran utilizables, y por eso no fue posible bombardear los campos de exterminio hasta 1944. Para entonces, sólo Auschwitz-Birkenau seguía funcionando. Birkenau podría haber sido atacado después de mayo de 1944, especialmente luego de conocerse, en junio de 1944, un informe detallado sobre Auschwitz de dos judíos eslovacos que habían escapado, Alfred Wetzler y Rudolf Vrba. Pero entonces los líderes militares occidentales consideraron que el sitio era un blanco civil, y sólo estaban dispuestos a usar sus fuerzas aéreas contra blancos militares.

Si las fuerzas aéreas occidentales –a los soviéticos no les importaba en absoluto– hubieran atacado Birkenau, ¿eso habría hecho que los alemanes dejaran de matar judíos? No lo creo. Los perpetradores alemanes habrían continuado lo que estaban haciendo: fusilar a sus víctimas al borde de zanjas o, como hicieron después, hacerlos marchar hasta la muerte. La idea de que Occidente podría haber salvado a los judíos es popular y populista, pero para nada convincente. Por otra parte, aunque Occidente no podría haber salvado a los millones que murieron, podría haber salvado a miles, tal vez más. Occidente cerró las puertas de Palestina a los judíos que trataban de escapar por los Balcanes y se negó a prometer a los neutrales –Suiza, España, Turquía, Suecia y Portugal– acoger a los refugiados que pudieran llegar a esos países y encontrar otros sitios para ellos después de la guerra, porque los neutrales no querían judíos en sus territorios. La actitud de los soviéticos todavía se está investigando, pero está claro que la cuestión judía era, cuento mucho, marginal para ellos.

Estos problemas, repito, se pueden traducir en preguntas para debatir en clase. ¿Cómo enseñamos el Holocausto? No soy pedagogo profesional ni experto en didáctica. Pero creo que el Holocausto debe, en principio, enseñarse analíticamente, y por otra parte también debe enseñarse como la historia de las personas que se vieron involucradas en él sin remedio. Un historiador es alguien que cuenta historias reales. Si un docente no usa esta herramienta, no causará ninguna impresión ni ningún efecto. Por otro lado, limitarse a contar historias es contraproducente. Se debe estimular a los alumnos a que investiguen los hechos, las relaciones, los contextos. Creo en la combinación de estrategias educativas. Otro punto importante para considerar es la necesidad de adaptar la enseñanza del Holocausto al contexto social, cultural e histórico de los alumnos. Si se enseña en la República Checa se debe tener en cuenta el destino de los gitanos, que sufrieron un genocidio diferente del Holocausto pero paralelo a él, cuando fueron asesinados casi todos los gitanos checos que vivían en lo que actualmente es la República Checa. Habrá que subrayar el hecho de que Terezín jugó un papel central en el Holocausto en tierras checas y que un gobierno colaboracionista checo con autonomía limitada ayudó a los nazis a implementar sus políticas. Si se enseña en los Países Bajos habrá que enfatizar la colaboración de la administración nacional con el genocidio, y al mismo tiempo describir el rescate de unos 16.000 judíos holandeses por parte de la población local. En ambos casos habrá que subrayar las características de las comunidades judías locales y observar la conducta contrastante de los Judenraete en Terezín y en Ámsterdam. Pero en todos los casos y en todos los países donde enseñe, el docente habrá de presentar el panorama total del Holocausto y no ceñirse a la historia local. El Holocausto no fue un acontecimiento checo, holandés ni polaco; fue un acontecimiento global que sucedió en Europa, en toda Europa y más allá de Europa. Esto requiere adaptaciones pedagógicas, y eso es lo que está haciendo el ITF y lo que le corresponde hacer.

Al final, lo que se enseña son dilemas, dilemas imposibles que nadie debería tener que plantearse. Déjenme darles un ejemplo conocido: en el gueto de lo que hoy es Vilnius en Lituania, había una organización de resistencia llamada FPO, que surgió de una coalición de movimientos juveniles judíos que abarcaban desde la extrema izquierda hasta la extrema derecha. El comandante elegido fue un comunista judío, Itzik Wittenberg. Las razones de la elección fueron, por un lado, que era un muchacho muy popular y carismático, y por el otro, que la única esperanza de ayuda para la resistencia era el Ejército Rojo. Se creía que elegir a un comunista ayudaría a establecer buenas relaciones con los soviéticos. Los alemanes capturaron a un comunista lituano en el lado ario de Vilnius que, al ser torturado, dio el nombre de Wittenberg como miembro del partido y de la resistencia Los alemanes no sabían de la existencia del FPO, pero ahora sabían sobre Wittenberg y exigieron su entrega al líder del gueto, Jacob Gens. Gens, que tenía contactos con el FPO, invitó a sus dirigentes a una reunión en el Judenrat a la medianoche, y una unidad colaboracionista lituana que estaba escondida en el edificio irrumpió en la sala y arrestó a Wittenberg. Cuando iban camino a la puerta del gueto, los lituanos fueron derrotados por miembros del FPO, quienes liberaron a Wittenberg y luego lo ocultaron en una pequeña habitación en el gueto. Los alemanes anunciaron que si Wittenberg no era entregado, asesinarían a los habitantes del gueto. Gens apeló a la población para encontrar a Wittenberg, así sus vidas serían perdonadas, y los judíos del gueto, temiendo por la vida de sus familias, buscaron a los miembros del FPO –en el pequeño gueto, no era muy difícil identificar a los jóvenes que pertenecían al FPO– y los atacaron, los golpearon y les exigieron la rendición de Wittenberg a los alemanes. Los dirigentes del FPO debían decidir si iban a entregar a su comandante o a usar sus armas para luchar contra los judíos desesperados. Finalmente recurrieron a la célula comunista del FPO, formada por dos mujeres jóvenes y un hombre, para que tomaran la decisión. La célula decidió que Wittenberg debía rendirse por su cuenta. Le entregaron una cápsula con cianuro y él caminó con orgullo hasta las puertas del gueto ante la población que lo observaba en silencio. Fue arrestado, y cuando llegó a la prisión, se suicidó. ¿Acaso había una manera de salir de este dilema? ¿Cómo juzgamos a Gens, a la población, a los dirigentes del FPO, todos los cuales, excepto Wittenberg, eran sionistas? ¿Qué decimos sobre los tres miembros de la célula que decidieron el destino de Wittenberg? Dos casos paralelos ocurrieron en Minsk y en un pueblo de Bielorrusia llamado Baranowicze. En Minsk, el Judenrat usó el cadáver de un judío en cuyo bolsillo colocó el documento de identidad del comandante de la resistencia, para engañar a los alemanes y salvar al comandante. En Baranowicze, donde la población actuó de la misma manera que los judíos de Vilnius, el Judenrat sobornó al comandante de policía alemán y consiguió así rescatar al miembro de la resistencia. Tenemos aquí tres casos, tres dilemas. Uno terminó trágicamente, los otros dos menos trágicamente. La intención de los alemanes de asesinar a todos los judíos que pudieran encontrar era la misma ¿Quién tuvo razón? ¿Es posible comparar? Esta es la verdadera historia del Holocausto, y ese es el tipo de historias que deben acompañar su enseñanza.

En la tradición judía, le pidieron al sabio Hilel, unos 200 años antes de la era común, que resumiera todas las enseñanzas de la Torá parado en un solo pie. Su respuesta, ampliamente conocida, fue: “No hagas a los demás lo que no te harías a ti mismo. Esta es toda la Torá , y el resto es comentario. Y ahora”, dijo, “ve y aprende”. Entonces, amigos, vayan y aprendan.
Disertación de Yehuda Bauer en la Conferencia sobre Bienes del Holocausto (Holocaust Era Assets Conference)
Praga, 29 de junio de 2009




Saiba mais…
36 preguntas y respuestas sobre el Holocausto
1. Cuando hablamos del “Holocausto”, ¿a qué periodo de la historia nos referimos?

Respuesta: El término “Holocausto” se refiere al período comprendido entre el 30 de enero de 1933, fecha en que Hitler es nombrado canciller de Alemania, hasta el 8 de mayo de 1945 (El Día de la Victoria), cuando finaliza la guerra en Europa.

2. ¿Cuántos judíos fueron asesinados durante el Holocausto?

Respuesta: Resulta imposible saber con exactitud el número de víctimas judías; no obstante, las estadísticas indican que el total superó las 5.860.000 personas. Las autoridades en general aceptan la cifra aproximada de seis millones.

3. ¿Cuántos civiles no-judíos fueron asesinados durante la Segunda Guerra Mundial?

Respuesta: Resulta imposible conocer el número exacto; no obstante, la cifra generalmente aceptada es de aproximadamente 5.000.000. Entre los grupos de personas asesinadas y perseguidas por los nazis y sus colaboradores se encontraban: gitanos, serbios, miembros de la inteligencia polaca, luchadores de la resistencia de todas las nacionalidades, alemanes que se oponían al nazismo, homosexuales, testigos de Jehová, delincuentes habituales, y “antisociales” como por ejemplo, limosneros, vagabundos y prostitutas.

4. ¿Cuáles fueron las comunidades judías que sufrieron pérdidas durante el Holocausto?

Respuesta: Todas las comunidades judías de la Europa ocupada sufrieron pérdidas durante el Holocausto. Se persiguió a las comunidades judías del norte de frica, pero los judíos de estos países no fueron ni deportados a campos de concentración ni asesinados en forma sistemática.

5. ¿Cuántos judíos fueron asesinados en cada país y qué porcentaje representaban dentro de la población judía existente en dichos países con anterioridad a la guerra?

Respuesta: (Fuente: Enciclopedia del Holocausto)
Alemania 141.500 — 25,0%
Austria 50.000 — 27,0%
Bélgica 28.900 — 44,0%
Bohemia/Moravia 78.150 — 66,1%
Bulgaria 0 — 0 %
Dinamarca 60 — 0,7%
Eslovaquia 71.000 — 79,8%
Estonia 2.000 — 44,4%
Ex-Unión Soviética 1.100.000 — 36,4%
Ex-Yugoslavia 63.300 — 81,2%
Finlandia 7 — 0,3%
Francia 77.320 — 22,1%
Grecia 67.000 — 86,6%
Holanda 100.000 — 71,4%
Hungría 569.000 — 69,0%
Italia 7.680 — 17,3%
Letonia 71.500 — 78,1%
Lituania 143.000 — 85,1%
Luxemburgo 1.950 — 55,7%
Noruega 762 — 44,8%
Polonia 3.000.000 — 90,9%
Rumania 287.000 — 47,1%

6. ¿Qué es un campo de exterminio masivo? ¿Cuántos había? ¿Dónde estaban ubicados?

Respuesta: Un campo de exterminio masivo es un campo de concentración con equipos especialmente diseñados para asesinar en forma sistemática. Existieron seis campos de esta clase: Auschwitz-Birkenau, Belzec, Chelmno, Majdanek, Sobibor, Treblinka. Todos estaban ubicados en Polonia.

7. ¿Qué significa el término “Solución Final” y cuál es su origen?

Respuesta: El término “Solución Final” (Endlosung) se refiere al plan alemán que consistía en asesinar a todos los judíos de Europa. El término fue utilizado en la Conferencia de Wannsee (Berlín, 20 de enero de 1942) donde los oficiales alemanes discutieron acerca de su implementación.

8. ¿Cuándo comenzó a implementarse la “Solución Final”?

Respuesta: Miles de judíos fueron asesinados por los nazis o murieron como resultado directo de las medidas discriminatorias instituidas en contra de los judíos durante los primeros aóos del Tercer Reich; sin embargo, el asesinato sistemático de los judíos no se inició, sino hasta la invasión alemana de la ex-Unión Soviética en junio de 1941.

9. ¿Cuál era la definición de “judío” para los alemanes?

Respuesta: El 14 de noviembre de 1935 los Nazis publicaron la definición de “judío” que aparece a continuación: “Toda persona con tres abuelos judíos, toda persona con dos abuelos judíos que perteneciera a la comunidad judía el 15 de septiembre de 1935, o se le hubiera unido con posterioridad a esa fecha; todo aquel que estuviera casado con un judío o con una judía el 15 de septiembre de 1935, o con posterioridad a esa fecha; todo aquel que hubiera nacido de un matrimonio o relación extramatrimonial con un judío el 15 de septiembre de 1935 o con posterioridad a esa fecha

10. ¿Cómo trataban los alemanes a aquellos que tenían sangre judía pero no eran clasificados como judíos?

Respuesta: Las personas que a pesar de no ser clasificadas como judías tenían sangre judía eran ubicadas en la categoría de Mischlinge (híbridos) y se dividían en dos grupos:
Mischlinge de primer grado, los que tentan dos abuelos judíos.
Mischlinge de segundo grado, los que tenían un abuelo judío.
Los Mischlinge eran excluidos oficialmente del partido nazi y de todas las organizaciones partidarias (por ejemplo, SA, SS, etc.). A pesar de que eran reclutados por el ejército alemán, no podían alcanzar el rango de oficiales. También se les prohibía ser empleados públicos y desarrollar ciertas profesiones. (Sin embargo, ciertos Mischlinge eran exceptuados bajo determinadas circunstancias.) Los oficiales nazis estudiaron la posibilidad de esterilizar a los Mischlinge, pero esto nunca se llevó a cabo. Durante la Segunda Guerra Mundíal, los Mischlinge de primer grado, encerrados en campos de concentración, fueron deportados a campos de exterminio.

11. ¿Cuáles fueron las primeras medidas que tomaron los nazis en contra de los judíos?

Respuesta: Las primeras medidas tomadas en contra de los judíos incluyeron:
1 de abril de 1933: Un boicot nazi contra negocios y empresas judías.
7 de abril de 1933: La ley para la Restauración de la Administración Pública expulsó a todos los no-arios (según la definición del 11 de abril de 1933, eran todos aquellos que tenían un padre o abuelo judío) de la administración pública. Al comienzo se hicieron excepciones con los que habían comenzado a trabajar en agosto de 1914, los veteranos alemanes de la Primera Guerra Mundial, y los que habían perdido a un padre o hijo en la defensa de Alemania o de sus aliados en la Primera Guerra Mundial.
7 de abril de 1933: La ley que regulaba el permiso para el ejercicio de la abogacía prohibió la admisión de abogados de ascendencia no-aria al ejercicio de la profesión. También prohibió el ejercicio de la abogacía a miembros no-arios ya aceptados. (Se hicieron excepciones en los casos mencionados anteriormente respecto de la ley sobre la administración pública.) Se sancionaron leyes similares con relación a asesores legales, jurados y jueces comerciales judíos.
22 de abril de 1933: El decreto sobre los servicios médicos otorgados por el plan de salud nacional negaba el reintegro de los gastos a los pacientes que consultaran a médicos no-arios. Los médicos judíos que eran veteranos de guerra o habían sufrido a causa de ella eran excluidos.
25 de abril de 1933: La ley contra la superpoblación en las escuelas alemanas estableció que el número de judíos inscriptos en escuelas secundarias alemanas no podía superar el 1,5% del cuerpo estudiantil. En las comunidades en las que los judíos constituían más del 5% de la población, se permitía que el porcentaje antes mencionado aumentara hasta el 5%. En un comienzo, se hicieron excepciones con los hijos de los judíos que eran veteranos de guerra; no se los contaba como parte del cupo máximo. En el ámbito de aplicación de esta ley se consideraba alumno judío a todo aquel cuyos padres no fueran arios.

12. ¿Los nazis planearon asesinar a los judíos desde el comienzo de su régimen?

Respuesta: Esta pregunta es una de las más difíciles de contestar. Hitler se refirió muchas veces al asesinato de los judíos, tanto en su primeros escritos (Mein Kampf —“Mi lucha”—) como en diversos discursos pronunciados durante la década de 1930. Sin embargo, es casi seguro que los nazis no tuvieron un plan operativo para la aniquilación sistemática de los judíos hasta 1941. Según parece, la decisión del asesinato sistemático de los judíos fue tomada a fines del invierno o comienzos de la primavera de 1941 junto con la decisión de invadir la ex-Unión Soviética.

13. ¿Cuándo se instaló el primer campo de concentración y quiénes fueron los primeros reclusos?

Respuesta: El primer campo de concentración, Dachau, fue abierto el 22 de marzo de 1933. Los primeros reclusos del campo eran, fundamentalmente, presos políticos (por ejemplo, comunistas o social-demócratas); delincuentes habituales; homosexuales; testigos de Jehová; y “antisociales” (limosneros, vagabundos, prostitutas). También fueron incluidas otras personas que los nazis consideraban problemáticas (por ejemplo, abogados, industriales de mala fama, funcionarios políticos, y escritores y periodistas judíos).

14. ¿Qué grupos de personas fueron perseguidos por los Nazis en Alemania por ser considerados enemigos del Estado?

Respuesta: Los siguientes grupos de personas eran considerados enemigos del Tercer Reich y, por ese motivo ífueron perseguidos por las autoridades nazis: judíos, gitanos, social-demócratas, políticos con otras ideologías opositoras, oponentes del nazismo, testigos de Jehová, homosexuales, delincuentes habituales, “antisociales” (por ejemplo, limosneros, vagabundos y prostitutas), y enfermos mentales. Todo aquel que era considerado una amenaza para los nazis corría el riesgo de ser perseguido.

15. ¿Cuál era la diferencia entre la persecución de los judíos y la de otros grupos clasificados por los nazis como enemigos del Tercer Reich?

Respuesta: Los judíos fueron el único grupo elegido por los nazis para una aniquilación total llevada a cabo en forma sistemática. A fin de escapar a la sentencia de muerte impuesta por los nazis, la única salida que tenían los judíos era abandonar la Europa nazi. De acuerdo con el plan nazi, todos y cada uno de los judíos debían ser asesinados. En el caso de otros criminales o enemigos del Tercer Reich, sus familias no solían ser tomadas en cuenta. Así, si una persona era ejecutada o enviada a un campo de concentración, ello no significaba que todos los miembros de su familia seguirían la misma suerte. Más aún, en la mayoría de las situaciones los enemigos de los nazis eran considerados tales a causa de su actuar o por afiliaciones políticas (actuar y/u opiniones que podían someterse a revisión). En el caso de los judíos, se los perseguía debido a su origen racial, definitivamente invariable.

16. ¿Por qué los judíos fueron elegidos para ser exterminados?

Respuesta: La explicación al odio implacable de los nazis hacia los judíos se encuentra en la forma distorsionada en que los primeros veían el mundo, según la cual la historia consistía en una lucha racial. Ellos tenían la creencia de que los judíos eran una raza cuyo objetivo era dominar al mundo y, por eso, los consideraban un obstáculo para el dominio ario. Creían que toda la historia se resumía en una lucha entre razas que debía culminar en el triunfo de la raza aria, la superior. Fue así, que se impusieron el deber de eliminar a los judíos, que constituían una amenaza. Más aún, ante sus ojos, el origen racial de los judíos los convertía en delincuentes habituales cuya rehabilitación resultaba imposible y que, debido a ello, eran irremediablemente corruptos e inferiores. No cabe duda de que hubo otros factores que contribuyeron al odio nazi hacia los judíos y a la creación de la imagen distorsionada que los primeros tenían del pueblo judío. Uno de los factores fue la centenaria tradición del antisemitismo cristiano que propagaba un estereotipo negativo del judío como asesino de Cristo, enviado del diablo, hechicero. Otro factor fue el antisemitismo político y racial de la segunda mitad del siglo XIX y la primera parte del siglo XX, que consideraba a los judíos una amenaza y una raza inferior. La combinación de estos factores convirtió a los judíos en el blanco de la persecución y eventual exterminio por parte de los nazis.

17. ¿Qué sabían los habitantes de Alemania acerca de la persecución de judíos y de otros enemigos de los nazis?

Respuesta: Ciertos aspectos iniciales de la persecución nazi de judíos y otros enemigos eran de carácter público en Alemania. Por ejemplo, todos sabían acerca del Boicot del 1 de abril de 1933, las Leyes de abril y las Leyes de Nuremberg, pues habían sido divulgados y publicados sin omisiones. Además, los transgresores solían ser castigados y humillados públicamente. Lo mismo ocurrió con las medidas antijudías posteriores. Kristallnacht (La noche de los cristales rotos) fue un pogrom público llevado a cabo ante los ojos de toda la población. A pesar de que la información sobre los campos de concentración no era pública, la población alemana contaba con muchos datos, y por lo general sabía acerca del tratamiento que se les daba a los reclusos, pero no era fácil obtener detalles exactos.
Con respecto a la implementación de la “Solución Final” y el asesinato de los elementos indeseables la situación era diferente. Los nazis intentaron conservar en secreto los asesinatos, y para ello tomaron medidas preventivas a fin de asegurarse de que dichos planes y procedimientos no se hicieran públicos. Sin embargo, sus esfuerzos fueron exitosos sólo parcialmente. Por ejemplo, las protestas públicas de varios clérigos hicieron detener su programa de eutanasia en agosto de 1941. Es evidente que dichas protestas fueron el resultado del conocimiento por parte de muchas personas de los asesinatos de enfermos mentales en instituciones especiales llevados a cabo por los nazis.
En cuanto a los judíos, toda Alemania sabía que habían desaparecido luego de ser enviados al este. Grandes sectores de la población alemana no sabían con certeza que había ocurrido con los judíos. Por otra parte, hubo millares de alemanes que participaron en la implementación de la “Solución Final” y/o la presenciaron, ya sea como miembros de la SS, de las Einsatzgruppen (unidades asesinas móviles especiales), guardias en campos de exterminio o campos de concentración, agentes de policía en la Europa ocupada o integrantes del Wehrmacht (Ejército alemán).

18. ¿Todos los alemanes apoyaban el plan de Hitler para la persecución de los judíos?

Respuesta: A pesar de que no toda la población de Alemania estaba de acuerdo con la persecución de los judíos emprendida por Hitler, no existen pruebas de protestas en gran escala en contra de ello. Hubo alemanes que se resistieron al Boicot del 1 de abril de 1933 y compraron en negocios judíos intencionalmente, y hubo otros que ayudaron a los judíos a esconderse y escaparse, pero fueron muy pocos. Incluso algunos de los que se oponían a Hitler apoyaban su política antijudía. En lo que respecta al clero, Dompropst Bernhard Lichtenberg de Berlín oraba diariamente por los judíos en público y, a causa de esto, fue enviado por los nazis a un campo de concentración. Otros sacerdotes fueron deportados por no cooperar con la política antisemita nazi, pero la mayor parte de los clérigos obedecieron las órdenes en contra de los judíos y no protestaron abiertamente.

19. Los habitantes de la Europa ocupada, ¿conocían los planes que tenían los nazis para los judíos? ¿Cuál era su actitud al respecto? ¿Cooperaron con los nazis en contra de los judíos?

Respuesta: La actitud de la población local respecto de la persecución y destrucción de los judíos iba desde la entusiasta colaboración con los nazis hasta la ayuda activa brindada a los judíos. Es por ello que resulta difícil generalizar. Además, la situatión era diferente de un país al otro. En Europa Oriental, especialmente en Polonia, Rusia y los Estados Bálticos (Estonia, Letonia y Lituania) se contaba con muchos más datos acerca de la “Solución Final” puesto que había sido implementada en esas regiones. En el resto de los lugares, la población local tenía menos detalles sobre la “Solución Final”.
En todos los países que los nazis ocupaban, con exceptión de Dinamarca y Bulgaria, encontraban muchos residentes deseosos de cooperar en el asesinato de los judíos. Esto ocurrió especialmente en Europa Oriental, donde existía una larga tradición de violento antisemitismo, y donde muchas naciones, que estaban bajo el dominio soviético (letones, lituanos y ucranianos), abrigaban la esperanza de que los alemanes les devolverían su independencia. En diversos países europeos existían movimientos fascistas locales que se aliaron a los nazis y participaron en las acciones antijudías; por ejemplo, la Guardia de Hierro en Rumania y La Guardia de Flecha en Eslovaquia. Por otra parte, en todos los países europeos, hubo personas valientes que arriesgaron sus vidas para salvar a judíos. En varios países hubo grupos que ayudaron a los judíos, por ejemplo, el grupo de Joop Westerweel en Holanda, el Zegota en Polonia y el movimiento clandestino Assisi en Italia.

20. ¿Los Aliados y los pueblos del Mundo Libre conocían los acontecimientos que se suscitaban en Europa?

Respuesta: Las diferentes medidas que tomaron los nazis con anterioridad a la “Solución Final” se llevaron a cabo públicamente, por lo que se informó acerca de ellas en la prensa. Los corresponsales extranjeros escribieron sobre las acciones antijudías nazis más importantes que tuvieron lugar en Alemania, Austria y Checoslovaquia antes de la Segunda Guerra Mundial. Una vez comenzada la guerra, se hizo más difícil obtener información; pero a pesar de esto se publicaron informes acerca del destino que se les daba a los judíos. De este modo, aunque los nazis no divulgaron datos sobre la “Solución Final”, a menos de un aóo de haberse iniciado el asesinato sistemático de judíos, comenzaron a filtrarse detalles hacia el occidente. El primer informe que hablaba sobre un plan para llevar a cabo el asesinato masivo de los judíos salió de Polonia por contrabando a cargo del Bund (una organización política socialista judía) y llegó a Inglaterra en la primavera de 1942. Los detalles de dicho informe fueron suministrados a los Aliados por fuentes del Vaticano y por informantes de Suiza y del movimiento clandestino polaco. (Jan Karski, emisario de este último, que se había infiltrado en el campo de exterminio de Belzec y se había escapado luego de ver los asesinatos masivos, se encontró personalmente con Franklin Roosevelt y el ministro de Relaciones Exteriores de Gran Bretaóa Anthony Eden.) Posteriormente, hacia fines de noviembre de 1942, el gobierno de Estados Unidos envió a los líderes judíos la confirmación de los informes. Dichos informes fueron publicados en forma inmediata. A pesar de que los detalles no estaban completos ni eran del todo precisos, los Aliados tenían casi pleno conocimiento de lo que los alemanes habían hecho a los judíos no mucho tiempo atrás.

21. ¿Cómo reaccionaron los Aliados ante la persecución de los judíos? ¿Podrían haber ayudado de alguna manera?

Respuesta: La reacción de los Aliados ante la persecución y exterminio de los judíos de Europa no fue las más indicada. Recién en enero de 1944 se estableció una agencia, el Comité para Refugiados de Guerra, con el fin de salvar a las víctimas de la persecución nazi. Con anterioridad a esa fecha se hizo muy poco al respecto. El 17 de diciembre de 1942, los Aliados publicaron una declaración en la que reprobaban las atrocidades realizadas por los nazis en contra de los judíos, pero ésta fue la única de su especie formulada con anterioridad a 1944.
Además, no hubo intentos de convocar a la población local europea a que se abstuviera de colaborar con los nazis en el asesinato sistemático de judíos. Incluso luego del establecimiento del Comité para Refugiados de Guerra y de la introducción de diversos planes de rescate, los Aliados se negaron a bombardear el campo de exterminio de Auschwitz y/o las líneas de ferrocarril que llegaban a dicho campo, a pesar de que para ese entonces sus bombarderos se encontraban disparando sobre fábricas muy cercanas al campo y tenían pleno conocimiento de su existencia y función.
Otras medidas prácticas no implementadas se relacionaban con el problema de los refugiados. Millares de judíos intentaron ingresar a los Estados Unidos, pero la rigurosa política inmigratoria estadounidense se los prohibió. Incluso no se otorgaba la cantidad relativamente pequeóa de visas autorizadas, a pesar de que el número de solicitantes solía ser varias veces mayor que el de lugares disponibles. Las conferencias que tuvieron lugar en Evián, Francia (1938) y Bermudas (1943) con el fin de dar una solución al problema de los refugiados no cumplieron su objetivo. En la primera de ellas, se les dijo a los países invitados a participar por Estados Unidos y Gran Bretaóa que no se les solicitaría que modificaran sus leyes inmigratorias. Además, los británicos acordaron participar únicamente si el tema de Palestina no formaba parte de la discusión. En Bermudas, los delegados no se ocuparon del destino de los que aún se encontraban en manos de los Nazis, sino más bien de los que ya habían escapado a territorios neutrales. Las medidas prácticas que podrían haber ayudado en el rescate de los judíos incluían las siguientes:
Permiso para admitir a refugiados temporalmente
Flexibilización de los severos requisitos para el ingreso
Advertencias frecuentes e inequívocas a Alemania y a las poblaciones locales de toda Europa indicando que todos los que participaran en la aniquilación de judíos debería responder de ello sin excepciones.
Bombardeo del campo de exterminio de Auschwitz.

22. ¿Quiénes fueron los “Justos entre las Naciones”?

Respuesta: Los “Justos entre las Naciones” o “Justos Gentiles” fueron personas no judías que ayudaron a los judíos durante el Holocausto. Hubo “Justos entre las Naciones” en todos los países dominados por los nazis o aliados a ellos, y su actuar a menudo resultaba en el rescate de vidas judías. Yad Vashem, la autoridad nacional israelí para la memoria del Holocausto, concede honores especiales a estas personas. En la actualidad, luego de haber evaluado cada caso cuidadosamente, Yad Vashem ha reconocido a aproximadamente 10.000 “Justos Gentiles” en tres categorías diferentes. El país que cuenta con el mayor número de “Justos Gentiles” es Polonia. El país con la más alta proporción (per capita) es Holanda. La cifra de 10.000 dista de estar completa ya que no se ha informado acerca de muchos casos, a menudo porque los que recibieron ayuda fallecieron. Además, esta cifra sólo incluye a los que realmente arriesgaron su vida para salvar a judíos, y no a los que simplemente los ayudaron.

23. ¿Los judíos del Mundo Libre tenían conocimiento de que los judíos de Europa estaban siendo perseguidos y exterminados? De ser así, ¿cuál fue su reacción?

Respuesta: Las noticias acerca de la persecución y exterminio de los judíos de Europa deben dividirse en dos períodos. Las medidas previas a la “Solución Final” fueron tomadas abiertamente, por lo que se informó sobre ellas en todos los diarios. Los corresponsales extranjeros escribieron sobre las acciones antijudías nazis más importantes que tuvieron lugar en Alemania, Austria y Checoslovaquia con anterioridad a la Segunda Guerra Mundial. Una vez comenzada la guerra, se hizo más difícil obtener información, pero a pesar de ello, se publicaron informes acerca del destino que se les daba a los judíos.
La “Solución Final” no se llevó a cabo abiertamente, motivo por el cual la información tardó más tiempo en llegar al “Mundo Libre”. Sin embargo, hacia diciembre de 1942, las noticias acerca de los asesinatos masivos y del plan de aniquilar a los judíos europeos ya se habían publicado en la prensa judía.
La reacción de los judíos del “Mundo Libre” también debe dividirse en dos períodos, antes y después de la publicación de a información sobre la “Solución Final”. Los esfuerzos realizados durante los primeros aóos del régimen nazi se concentraron en facilitar la emigración de Alemania (a pesar de que al principio había quienes se oponían a que la emigración fuera una solución posible) y combatir el antisemitismo alemán. Desafortunadamente, los criterios acerca de la mejor forma de lograr estos objetivos eran muy variados y la falta de unidad solía ser un obstáculo para el actuar eficaz. Además, muy pocos líderes judíos estaban conscientes de la magnitud del peligro. Una vez que las noticias sobre la “Solución Final” se publicaron, hubo intentos de emprender operaciones de rescate a través de países neutrales y de enviar ayuda a los judíos que se encontraban bajo el dominio nazi. Dichos intentos, que distaban de ser apropiados, se vieron obstruidos por la falta de colaboración por parte de los gobiernos y las trabas impuestas por ellos. Durante este período hubo nuevos intentos de lograr la unidad interna, pero fracasaron.

24. ¿Los judíos de Europa tenían conciencia de lo que les esperaba?

Respuesta: Con respecto al conocimiento de la “Solución Final” por parte de sus víctimas potenciales, debe tenerse en cuenta varios puntos clave. En primer lugar, los nazis no divulgaron la información acerca de la “Solución Final”, ni hablaron acerca de dicho plan en forma abierta. Se hicieron todos los esfuerzos necesarios para engañar a las víctimas y, así, prevenir o minimizar la resistencia. Se les decía a los deportados que serían “reinstalados” y se les hacía creer que las condiciones “en el este” (adonde se los enviaba) serían mejores que en los ghettos. Luego de la llegada a ciertos campos de concentración, se forzaba a los reclusos a escribir cartas a sus familiares contando acerca de las maravillosas condiciones de su nuevo lugar de residencia. Los alemanes hacían todo lo que estaba a su alcance para garantizar la confidencialidad. Además, la idea de que seres humanos – y mucho menos alemanes civilizados – pudieran construir campos con equipos especiales para llevar a cabo asesinatos masivos resultaba inconcebible en esos días. Como las tropas alemanas habían liberado a los judíos del Zar en la Primera Guerra Mundial, muchos judíos veían a los alemanes como seres liberales y civilizados. A menudo, cuando personas que habían logrado escapar de los campos llegaban a los ghettos, los habitantes de estos se mostraban renuentes a creer los relatos de sus experiencias Incluso a los judíos que habían oído hablar de los campos les costaba creer los informes acerca de lo que hacían los alemanes en dichos lugares. Puesto que cada comunidad judía europea se encontraba casi totalmente aislada, eran pocos los lugares donde se tenía información. Por ello, no cabe duda de que muchos judíos europeos no sabían acerca de la “Solución Final”, hecho que ha sido corroborado por documentación alemana y testimonios de sobrevivientes.

25. ¿Cuántos judíos pudieron escapar de Europa antes del Holocausto?

Respuesta: Resulta difícil calcular la cifra exacta de judíos que pudieron escapar de Europa con anterioridad a la Segunda Guerra Mundial, ya que las estadísticas con las que se cuenta son incompletas. Entre 1933 y 1939, 355.278 judíos alemanes y austríacos abandonaron sus hogares. (Algunos inmigraron a países que posteriormente fueron tomados por los nazis.) Durante el mismo período, 80.860 judíos polacos inmigraron a Palestina y 51.747 judíos europeos llegaron a Argentina, Brasil y Uruguay. Entre 1938 y 1939, aproximadamente 35.000 judíos emigraron de Bohemia y Moravia (Checoslovaquia). Shanghai, la única parte del mundo donde no se necesitaba visa para entrar, recibió alrededor de 20.000 judíos europeos (la mayor parte de origen alemán) que se habían escapado de sus hogares. No se tienen cifras inmigratorias de los países que sirvieron de refugio durante este período. Además, muchos países no proveyeron la información estadística inmigratoria separada por grupos étnicos. Por estos motivos, resulta imposible establecer con exactitud el número de refugiados judíos.

26. ¿Cuáles fueron los esfuerzos realizados para salvar a los judíos que se escaparon de Alemania antes de que comenzara la Segunda Guerra Mundial?

Respuesta: Diversas organizaciones intentaron facilitar la emigración de los judíos (y no-judíos perseguidos como si fueran judíos) de Alemania. Entre las más activas se encontraban la Jewish Agency for Palestine {Agencia Judía para Palestina), el American Jewish Joint Distribution Committee (Comité de Distribución Conjunta Judeo-Estadounidense), el HICEM, el Central British Fund for German Jewry (Fondo Central Británico para la Comunidad Judía de Alemania), el Reichsvertretung der Deutschen Juden (Representación en el Reich de Judíos Alemanes), y otros grupos no-judíos como la Comisión Superior de la Liga de las Naciones para Refugiados – judíos y no judíos – provenientes de Alemania, y el American Friends Service Committee (Comité de Servicios de Amigos de Estados Unidos). Entre los programas lanzados estaba el “Acuerdo de Transferencia” celebrado entre la Agencia Judía y el gobierno alemán. Mediante dicho acuerdo se permitía a aquellos que inmigraban a Palestina transferir sus fondos a ese país junto con las importaciones de mercaderías alemanas a Palestina. Otros esfuerzos se centraron en brindar una nueva capacitación a futuros emigrantes a fin de incrementar el número de personas aptas para el otorgamiento de visas, pues algunos países prohibían el ingreso de quienes ejercían ciertas profesiones. Otros grupos intentaron ayudar en diferentes etapas de las tareas concernientes a los refugiados: selección de candidatos para la emigración, transporte de refugiados, ayuda en la absorción de inmigrantes, etc.
Algunos grupos recurrieron a la ayuda de gobiernos y organizaciones internacionales en la búsqueda de asilos para refugiados a fin de facilitar una mayor emigración. La Liga de las Naciones estableció una agencia para ayudar a refugiados, pero tuvo muy poco éxito debido a la falta de poder político y apoyo financiero.
En 1938, Estados Unidos y Gran Bretaña convocaron una conferencia en Evián, Francia, en busca de una solución al problema de los refugiados. Con la excepción de la República Dominicana, las naciones reunidas se negaron a modificar sus estrictas reglamentaciones inmigratorias que contribuían a impedir la inmigración masiva.
En 1939, el Comité Intergubernamental de Refugiados, que había sido establecido en la Conferencia de Evián, inició las negociaciones con importantes oficiales alemanes con la intención de acordar la reubicación de un gran número de judíos alemanes. No obstante, dichas conversaciones fracasaron. Ya en julio de 1934 se realizaron operaciones de ingreso ilegal de inmigrantes judíos a Palestina; después de cierto tiempo, dichas operaciones debieron interrumpirse hasta julio de 1938. Los esfuerzos en gran escala fueron realizados por el Mosad le-Aliya Bet, los Revisionistas Sionistas y partidos privados. También se procuró facilitar el ingreso ilegal de refugiados a varios países de Latinoamérica, intento que tuvo cierto éxito.

27. ¿Por qué fueron tan pocos los refugiados que pudieron escapar de Europa antes de que estallara la Segunda Guerra Nundial?

Respuesta: El motivo fundamental por el cual el número de refugiados que escaparon de Europa antes de la Segunda Guerra Mundial fue relativamente bajo yace en las rigurosas políticas inmigratorias adoptadas por los que serían países huéspedes. En Estados Unidos, por ejemplo, la cantidad de inmigrantes no podía exceder los 153.744 por año, divididos según país de origen. Más aún, los requisitos para el ingreso eran tan estrictos que solían no completarse los cupos permitidos. Los proyectos para facilitar la inmigración dejando de lado los cupos permitidos nunca se concretaban, pues la mayoría de los estadounidenses mantenían firme su oposición al ingreso de nuevos refugiados. Otros países, en especial los de Latinoamérica, adoptaron políticas inmigratorias similares o incluso más severas, de modo de cerrar sus puertas a futuros inmigrantes del Tercer Reich.
Gran Bretaña tomó medidas para limitar rigurosamente la inmigración de judíos a Palestina, a pesar de que en cierta medida era más liberal que Estados Unidos con respecto al ingreso de inmigrantes. En mayo de 1939, los británicos publicaron el “Libro Blanco”, reglamentación en la que se estipulaba que solamente les sería permitido ingresar a Palestina a 75.000 inmigrantes judíos durante los siguientes cinco años (10.000 por año, y un cupo adicional de 25.000). Esta decisión impidió que millares de judíos escaparan de Europa.
Los países mejor preparados para recibir a grandes números de refugiados mantuvieron firme la negación a abrir sus fronteras. A pesar de que en la agenda de la Conferencia de Evián se daba una solución para el problema de los refugiados, solamente la República Dominicana estuvo dispuesta a aprobar la inmigración en gran escala. Estados Unidos y Gran Bretaña propusieron establecer refugios de reinstalación en áreas subdesarrolladas (por ejemplo, Guyana, antes Guyana Británica, y las Filipinas), pero estas no eran alternativas adecuadas.
Deben tenerse en cuenta dos factores importantes. Durante el período que precedió al estallido de la Segunda Guerra Mundial, los alemanes estaban a favor de la emigración judía. En ese entonces, no existían planes operativos para asesinar a los judíos. El objetivo era inducirlos a abandonar el país, si era necesario, mediante el empleo de la fuerza. También debe reconocerse la actitud de los judíos alemanes. Mientras que al principio muchos judíos alemanes se negaban a emigrar, luego de Kristallnacht (La noche de los cristales rotos), 9-10 de noviembre de 1938, la mayoría deseaba hacerlo. Si hubiera habido refugios disponibles, seguramente el número de emigrantes habría sido mucho mayor.

28. ¿Cuál era el objetivo fundamental de Hitler al desencadenar la Segunda Guerra Mundial?

Respuesta: El objetivo fundamental de Hitler al desencadenar la Segunda Guerra Mundial era establecer un imperio ario que abarcara desde Alemania hasta los Urales. Consideraba que esa zona era el territorio natural del pueblo alemán, zona propia por derecho, el Lebensraum (espacio para vivir) que Alemania necesitaba como mínimo a fin de que sus granjeros tuvieran tierras suficientes. Hitler No cabe duda de que Hitler sabía que, si iniciaba la guerra en el este, los nazis se verían obligados a afrontar serios problemas raciales debido a la composición de la población de las zonas orientales. Así, los nazis tenían planes detallados para dominar a los eslavos, que serían reducidos al status de siervos y cuya función primordial consistiría en ser mano de obra barata para los granjeros arios. Los miembros de la población local de mejor origen racial serían llevados a Alemania donde se los elevaría a la calidad de arios.
En la mente de Hitler, la solución del problema judío también estaba relacionada con la conquista de los territorios orientales. Dichas zonas tenían importantes poblaciones judías y se las debía considerar en función de ello. Mientras que en esta etapa aún no existían planes operativos para la aniquilación masiva, para Hitler era evidente que debería hallarse algún tipo do solución abarcadora. También se hablaba de establecer una reserva judía en Madagascar o cerca de Lublin, Polonia. Cuando finalmente decidió invadir la ex-Unión Soviética, Hitler también dio instrucciones de emprender la “Solución Final”, el asesinato sistemático de los judíos europeos.

29. ¿Existía alguna clase de oposición a los nazis dentro de Alemania?

Respuesta: Durante el Tercer Reich, hubo diferentes agrupaciones que mantuvieron una posición contraria al régimen nazi y a ciertas políticas nazis. Opusieron resistencia en diferentes momentos y con diversos métodos, objetivos y alcances.
Desde el principio se opusieron a los nazis agrupaciones políticas izquierdistas y algunos conservadores decepcionados; más tarde, también se les unieron grupos eclesiásticos, funcionarios del gobierno y empresarios. Cuando la guerra cambió su rumbo, ciertos militares tuvieron un papel activo en la oposición a Hitler. No obstante, en ningún momento existió dentro de Alemania un movimiento de resistencia unificado.

30. ¿Los judíos intentaron luchar contra los nazis? ¿En qué medida tuvieron éxito?

Respuesta: A pesar de las difíciles condiciones bajo las que estaban los judíos en la Europa ocupada por los nazis, muchos de ellos participaron en la resistencia armada. Las actividades de dicha resistencia pueden dividirse en tres tipos básicos: levantamientos en ghettos, resistencia en campos de concentración y exterminio, y luchas partisanas.
El levantamiento del Ghetto de Varsovia, que duró aproximadamente cinco semanas a partir del 19 de abril de 1943, es quizá el ejemplo más conocido de la resistencia armada judía, pero hubo muchos otros levantamientos en ghettos donde los judíos lucharon contra los nazis.
Si bien las condiciones en los campos de exterminio, concentración y trabajo eran terribles, los reclusos judíos lucharon contra los nazis en los siguientes lugares: Treblinka (2 de agosto de 1943); Babi Yar (29 de septiembre de 1943); Sobibor (14 de octubre de 1943); Janówska (19 de noviembre de 1943); y Auschwitz (7 de octubre de 1944).
Las unidades partisanas judías estuvieron activas en muchas zonas, incluidas Baranovichi, Minsk, el bosque Naliboki y Vilna. Si bien la totalidad de las operaciones de la resistencia armada judía no fueron militarmente abrumadoras en cuanto a su número ni desempeñaron un papel primordial en la derrota de la Alemania nazi, estos actos de resistencia condujeron al rescate de un número indeterminado de judíos, causaron víctimas nazis y un daño incalculable a la propiedad y a la autoestima alemana.

31. ¿Qué era el Judenrat?

Respuesta: El Judenrat era el consejo de judíos, nombrado por los nazis en cada comunidad judía o ghetto. De acuerdo con las directivas expresadas por Reinhard Heydrich de la SS el 21 de septiembre de 1939, debía establecerse un Judenrat en todas las zonas de concentración de judíos en las regiones ocupadas de Polonia. Eran dirigidos por importantes líderes comunitarios. La aplicación de decretos nazis que afectaran a los judíos y la administración de los asuntos de la comunidad judía eran responsabilidad del Judenrat. Estas funciones lo ubicaban en una posición de alta responsabilidad pero sumamente controversial, y mucho de su actuar continúa siendo tema de discusión entre historiadores. Si bien casi no existen objeciones contra los objetivos de los directores de los consejos, suelen cuestionarse los métodos y tácticas empleadas para alcanzarlos. Entre los más controvertidos se encuentran Mordechai Rumkowski en Lodz y Jacob Gens en Vilna; ambos justificaron el sacrificio de algunos judíos alegando que ello fue necesario para salvar la vida de otros. La mayor parte de las veces los líderes y miembros del Judenrat se guiaban por un sentido de responsabilidad comunal, pero carecían del poder y de los medios para obstruir los planes nazis de aniquilación de todos los judíos.

32. ¿Las organizaciones internacionales como la Cruz Roja ayudaron a las víctimas de la persecución nazi?

Respuesta: Durante la Segunda Guerra Mundial, la Cruz Roja Internacional (CRI) hizo muy poco para ayudar a las víctimas judías de la persecución nazi. Sus actividades pueden dividirse básicamente en tres períodos:
1. Septiembre de 1939 – 22 de junio de 1941: La CRI limitó sus actividades a enviar envases de alimentos a quienes sufrían en la Europa ocupada. Los envases se distribuían según las directivas de la Cruz Roja alemana. Durante este período, la CRI aceptó el argumento alemán en virtud del que los habitantes de los ghettos y campos constituían una amenaza para el Reich, por lo cual no se les permitía recibir ayuda de la CRI.
2. 22 de junio de 1941 – Verano de 1944: A pesar de los numerosos pedidos por parte de organizaciones judías, la CRI se negó a protestar públicamente contra la aniquilación masiva de judíos y no-judíos en los campos, y a intervenir en su defensa. Sostenía que cualquier actuar público que defendiera a los que se encontraban bajo el dominio nazi a la postre resultaría en detrimento de su bienestar. Al mismo tiempo, la CRI procuraba enviar cajas de alimentos a los sujetos cuyo domicilio conocía.
3. Verano de 1944 – mayo de 1945: Luego de la intervención de distinguidas figuras, como el presidente Franklin Roosvelt y el Rey de Suecia, la CRI apeló a Miklós Horthy, regente de Hungría, para que detuviera la deportación de judíos húngaros.
La CRI insistió en que se le permitiera visitar los campos de concentración, y una delegación fue autorizada a visitar el “ghetto modelo” de Terezin (Theresienstadt). El reiterado pedido de la CRI surgió luego de que ésta recibió información acerca de las terribles condiciones de vida en los campos.
La CRI solicitó permiso para investigar la situación, pero los alemanes aceptaron que realizara la mencionada visita recién después de nueve meses de la presentación de la solicitud. Este retraso les dio a los nazis el tiempo necesario para completar un programa de “embellecimiento”, diseñado con el fin de engaóar a la delegación y hacerles pensar que las condiciones en Terezín eran bastante buenas, y que se les permitía a los reclusos vivir sus vidas con relativa calma. En realidad, posteriormente, la mayor parte de los prisioneros fueron deportados a Auschwitz.
La visita, que tuvo lugar el 23 de julio de 1944, fue seguida de un informe favorable acerca de Terezín dirigido a los miembros de la CRI. Las organizaciones judías protestaron vigorosamente, exigiendo que otra delegación visitara el campo. El permiso para realizar dicha visita no fue otorgado hasta poco antes de la culminación de la guerra.

33. ¿Cómo trataban a los judíos los aliados de los alemanes (italianos y japoneses) en las tierras ocupadas por ellos?

Respuesta: Ni los italianos ni los japoneses, ambos aliados de Alemania durante la Segunda Guerra Mundial, cooperaron con la “Solución Final”. Aunque los italianos, ante las exigencias alemanas, instituyeron leyes discriminatorias contra la comunidad judía italiana, el gobierno de Mussolini se negó a participar en la “Solución Final” y mantuvo firme su oposición contraria a deportar a los residentes judíos. Más aún, en las zonas que ocupaban en Francia, Grecia y la ex-Yugoslavia, los italianos protegieron a los judíos y no permitieron que fueran deportados. Sin embargo, cuando los alemanes derrocaron al gobierno de Badoglio en 1943, los judíos de Italia, al igual que los que se encontraban bajo la protección italiana en las zonas ocupadas, fueron sometidos a la “Solución Final”.
Los japoneses también fueron relativamente tolerantes con los judíos en su país y en las zonas ocupadas por ellos. A pesar de la presión ejercida por los aliados alemanes para que tomaran medidas severas contra la comunidad judía, los japoneses se negaron a hacerlo. Hasta la primavera de 1941 se les permitió a los refugiados ingresar a Japón, y los judíos de la China ocupada por los japoneses recibieron un buen trato. En el verano y otoóo de 1941, los refugiados de Japón fueron transferidos a Shanghai pero no se tomaron medidas en su contra hasta comienzos de 1943, cuando fueron obligados a mudarse al Ghetto de Hongkew. Si bien las condiciones allí distaban de ser satisfactorias, eran mucho mejores que en los ghettos bajo el dominio alemán.

34. ¿Cuál fue la actitud de las iglesias respecto de la persecución de los judíos? ¿El Papa hizo declaraciones en contra de los nazis?

Respuesta: Cuando los nazis llegaron al gobierno, el jefe de la Iglesia Católica era el Papa Pío XI. Durante su papado, se limitó a preocuparse por los católicos no-arios. Aunque declaró que los mitos de “raza” y “sangre” eran contrarios a la educación cristiana (en una encíclica papal de marzo de 1937), no mencionó ni criticó al antisemitismo. Su sucesor, Pío XII (el Cardenal Pacelli) era un germanófilo que se mantuvo neutral durante el curso de la Segunda Guerra Mundial. A pesar de que ya en 1942 el Vaticano había recibido información detallada acerca del asesinato de judíos en campos de concentración, las únicas declaraciones públicas que hizo el Papa no pasaron de ser expresiones de condolencia por las víctimas de la injusticia y llamados a una conducta de guerra más humana.
Si bien no hubo respuesta por parte del Papa Pío XII, varios nuncios papales desempeñaron importantes roles en las operaciones de rescate, en especial los nuncios de Hungría, Rumania, Eslovaquia y Turquía. No se sabe bien en qué medida trabajaban bajo las instrucciones del Vaticano, si es que ello ocurría. En Alemania, la Iglesia Católica no se opuso a la campaña antisemita nazi. Los registros de la Iglesia fueron suministrados a las autoridades estatales que colaboraron en la detección de personas de origen judío, y los esfuerzos realizados para ayudar a los perseguidos se limitaron a los católicos no-arios. Si bien los sacerdotes católicos protestaron contra el programa nazi de eutanasia, pocos, con la excepción de Bernard Lichtenberg, se pronunciaron en contra del asesinato de judíos.
En Europa Occidental, el clero católico se pronunció públicamente en contra de la persecución de Judíos y colaboró en forma activa con el rescate. En Europa Oriental, sin embargo, el clero católico se mostro renuente a ayudar en la mayoría de los casos. El Dr. Jozef Tiso, jefe de estado de Eslovaquia y sacerdote católico, cooperó activamente con los alemanes al igual que muchos otros sacerdotes católicos.
La Iglesia Protestante y la Ortodoxa Oriental reaccionaron de diferentes maneras. En Alemania, por ejemplo, dentro de las iglesias protestantes había quienes respaldaban a los nazis y respetaban la legislación antijudía e incluso les prohibían a los cristianos de origen judío ser miembros. La Iglesia Confesora del pastor Martin Niemoller defendió los derechos de los cristianos de origen judío que pertenecían a ella, pero no protestó públicamente en contra de su persecución ni criticó las medidas tomadas contra los judíos, con la excepción de un memorándum enviado a Hitler en mayo de 1936.
En los diferentes países de la Europa ocupada la posición de las iglesias protestantes variaba. En muchos de ellos (Dinamarca, Francia, Holanda y Noruega) las iglesias locales y/o los sacerdotes líderes protestaron públicamente cuando los nazis comenzaron a deportar judíos. En otros países (Bulgaria, Grecia, y la ex-Yugoslavia), los líderes de la Iglesia Ortodoxa intervinieron en representación de la comunidad judía y emprendieron tareas que, en algunos casos, condujeron al rescate de un gran número de judíos.
Los líderes religiosos no católicos de Austria, Bélgica, Bohemia/Moravia, Finlandia, Italia, Polonia, y la ex-Unión Soviética no realizaron ninguna clase de declaración pública en defensa de los judíos.

35. ¿Cuántos criminales nazis hubo? ¿Cuántos fueron llevados a juicio?

Respuesta: No se conoce el número exacto de criminales nazis, pues la documentación disponible es incompleta. Los mismos nazis destruyeron gran cantidad de documentos incriminatorios y aún quedan muchos criminales sin identificar y/o procesar.
Entre los que cometieron crímenes de guerra se incluyen los que iniciaron, planearon y dirigieron las operaciones de exterminio, así como también aquellos que sabían que se estaba llevando a cabo el asesinato de los judíos europeos, estuvieron de acuerdo con esto o participaron en forma pasiva.
Entre los que realmente implementaron la “Solución Final” se cuentan los líderes de la Alemania nazi, los líderes del partido nazi y la Oficina Principal de Seguridad del Reich. Se incluyen además millares de miembros de la Gestapo, la SS, las Einsatzgruppen, la policía y las fuerzas armadas, así como también aquellos burócratas que estuvieron involucrados en la persecución y exterminio de la comunidad judía europea. Hubo miles de personas en toda la Europa ocupada que cooperaron con los nazis en el asesinato de judíos y otros civiles inocentes.
No se cuenta con estadísticas completas que indiquen el número de criminales llevados a juicio, pero se sabe que son muchos menos de los involucrados en la “Solución Final”. Los líderes del Tercer Reich, atrapados por los Aliados, fueron procesados por el Tribunal Militar Internacional en Nuremberg entre el 20 de noviembre de 1945 y el 1 de octubre de 1946. Posteriormente, las autoridades de ocupación de los Aliados continuaron enjuiciando a nazis; los juicios más importantes se desarrollaron en la zona estadounidense (los Procesos de Nuremberg Posteriores). En total, entre 1945-1949 fueron condenados 5.025 criminales nazis en las zonas estadounidense, británica y francesa, además de un número indeterminado de personas que fueron llevadas a juicio en la ex-zona soviética. Asimismo, la Comisión de Crímenes de Guerra de las Naciones Unidas confeccionó listados de criminales de guerra que más tarde fueron procesados por la judicatura de los países aliados y de los países que durante la guerra se encontraban bajo el dominio nazi. Estos últimos realizaron gran cantidad de juicios con relación a crímenes cometidos en sus territorios. Los tribunales polacos, por ejemplo, procesaron a aproximadamente 40.000 personas, y un gran número de criminales fueron llevados a juicio en otros países. En suma, hubo alrededor de 80.000 alemanes sentenciados por perpetrar crímenes contra la humanidad, mientras que el número de colaboradores locales supera los varios millares. Debe destacarse la participación de Simon Wiesenthal, cuyas actividades condujeron a la captura de más de mil criminales nazis.
Las cortes de Alemania comenzaron a trabajar, en algunos casos, ya en 1945. Hacia 1969, casi 80.000 alemanes habían sido investigados y más de 6.000 habían sido sentenciados. En 1958, la ex-República Federal de Alemania (RFA, ex-Alemania Occidental) establecieron una agencia especial en Ludwigsburg a fin de colaborar con la investigación de los crímenes cometidos por alemanes fuera de Alemania. Dicha agencia, desde su fundación, participó en cientos de investigaciones importantes. Unos de los mayores problemas con respecto a los juicios de criminales de guerra en la RFA (al igual que en Austria) era que las sentencias resultaban exageradamente clementes en proporción a los crímenes cometidos. También se realizaron algunos juicios en la ex-República Democrática de Alemania (RDA; ex-Alemania Oriental), a pesar de que no existen estadísticas que indiquen el número de condenados o el alcance de las sentencias.

36. ¿Qué fueron los Juicios de Nuremberg?

Respuesta: El término “Juicios de Nuremberg” se refiere al conjunto de juicios de criminales de guerra nazis que se llevaron a cabo al finalizar la guerra. Los primeros juicios se realizaron entre el 20 de noviembre de 1945 y el 1 de octubre de 1946, ante el Tribunal Militar Internacional (TMI), formado por representantes de Francia, Gran Bretaóa, la ex-Unión Soviética y Estados Unidos. En ellos se procesaron a los líderes políticos, militares y económicos del Tercer Reich capturados por los Aliados. Entre los acusados se encontraban: Goring, Rosenberg, Streicher, Kaltenbrunner, Seyss-Inquart, Speer, Ribbentrop y Hess (muchos de los nazis más importantes – Hitler, Himmler y Gobbels – se suicidaron y no fueron llevados a juicio). La segunda etapa de los juicios, conocida como los Juicios de Nuremberg Posteriores, se desarrolló ante los Tribunales Militares de Nuremberg (TMN), establecidos por la Oficina del Gobierno de los Estados Unidos para Alemania (OGEUA). Si bien los jueces de los TMN eran ciudadanos estadounidenses, el tribunal se autoconsideraba internacional. Durante estos juicios fueron procesados doce oficiales de alto rango entre los que se encontraban miembros del gabinete, diplomáticos, doctores involucrados en experimentos médicos, y oficiales de la SS que participaron en crímenes perpetrados en los campos de concentración o durante el genocidio de las zonas ocupadas por los nazis.
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Interpretación y comentario
La parashá “Shmini” marca el final del proceso de todo lo concerniente a los pasos de la construcción del Tabernáculo y del ritual que debía ser hecho en él. Sin embargo, justamente en el momento cúlmine, ocurre un acontecimiento escalofriante: los dos hijos de Aarón -Nadav y Abihú- se acercan al altar a servir en el Santuario y de repente: “Salió un fuego de ante Dios y los consumió, y ellos murieron delante de Dios” (Levítico 10:2). ¿Por qué fue decretada su muerte? ¿Por qué fue decretado al padre presenciar la muerte de sus hijos quemados? Un caso difícil de entender. Ciertamente, las fiestas del octavo día venían a cerrar un ciclo que había comenzado algunas semanas antes. Aparentemente, iba a ser solicitado que los celebrantes ofrecieran un sacrificio de agradecimiento, pero no. Moshé ordena a Aarón ofrecer un sacrificio expiatorio por un pecado (“jatat”), y quizás aquí se encuentra oculto el primer indicio del drama que está a punto de suceder frente al altar: “Dijo Moshé a Aarón: Acércate al altar y prepara tu sacrificio expiatorio por un pecado...y ofrece expiación por ellos como ha prescripto Dios” (Levítico 9:7). ¿De qué pecado habla Moshé y por qué causa Aarón debe expiar por el pueblo, y, más que nada, por él mismo?
El caso del pecado del “Becerro de oro” marca uno de los puntos de inflexión en la transformación de una multitud de esclavos a un pueblo, quizás aún más que lo que ocurrió en el Monte Sinai. Desde el punto máximo de decadencia por causa de la idolatría, -situación en la cual el ser humano venera su poder y su riqueza-, entre la “olla de carne“ y el “Becerro de oro”, se exige al pueblo creer en un Dios invisible y en un anciano que desaparece en las alturas de un monte rodeado de humo. Esa fue la primera prueba de fe de la multitud como pueblo... ¡y fracasó! ¿Y quién fue aquél que permitió el pecado del “Becerro” sino Aarón, el mismo Aarón al que más adelante le sería exigido ser el líder del culto en el Tabernáculo?
La parashá “Shminí” marca el final del ciclo histórico entre lo que ocurrió a los pies del Monte Sinai con el pecado del “Becerro” y culminó a los pies del altar del Tabernáculo, con la muerte de los hijos de Aarón. Quizás más que cualquier otro caso, se aplica aquí el duro refrán: “Los padres comieron las uvas agrias y los dientes de los hijos tienen la dentera”. Éste fue el padre que pecó e hizo pecar al pueblo en el caso del “Becerro”, y estos fueron sus hijos que intentaron traer al altar un “fuego extraño”. Muchos de los comentaristas de la Edad Media trataron de entender el sentido de aquél “fuego extraño” pero, a mi humilde entender, fueron Sforno e Ibn Ezra aquéllos que dieron en el blanco, más que los otros: “Los hijos de Aarón tuvieron la iniciativa de hacer algo sin que les fuera pedido hacerlo, y más de lo que estaban entregados al trabajo ritual para Dios, ellos estaban entregados a su propio ego”. Y en esto hay, de hecho, un retorno al pecado del “Becerro de oro”, porque también ahí se entregaron el pueblo y Aarón a sus instintos más ocultos. Este pecado también se expresa en la cultura griega antígua, en la tragedia de Ícaro, que intentó despegar rumbo al cielo con la ayuda de alas de plumas, pero al elevarse y acercarse al sol, se derritió la cera que unía las alas y se estrelló contra el piso. A esto los griegos llamaron “hybris” (desmesura, soberbia), y éste también fue el pecado de Aarón y sus hijos. El primero pecó el pecado del “Becerro”, y no impidió a sus hijos traer el mismo “fuego extraño” de nuevo.
¿Cómo se reconoce la soberbia? El lugar central en el que se exige al ser humano renunciar a su ego es frente al Tabernáculo, y posteriormente, en el Gran Templo de Jerusalén. En esta posición, se pide a la persona creyente abrir su ser a Dios y así llenarse con la fuerza espiritual que va más allá de uno mismo. No es la “anulación de uno mismo”, como muchos se equivocan al pensar, sino que es una apertura para recibir al otro y al diferente de uno mismo, y en este caso, el conocimiento de Dios. Sólo con la muerte de los hijos de Aarón frente a su padre, se cierra finalmente el caso del “Becerro de oro” y comienza una nueva etapa de la historia de un grupo que se transforma, gradualmente, de una multitud de esclavos en un pueblo.

Editado por el Instituto Schechter de Estudios Judaicos, la Asamblea Rabínica de Israel, el Movimiento Conservador y la Unión Mundial de Sinagogas Conserva-doras. Traducción: rabina Sandra Kochmann
Comunidad “Masortit Mishpajtit beBeit HaKerem”, Jerusalén.
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Mordechai Anielewicz, o líder de 23 anos do Levante do Gueto de Varsóvia, escreveu em sua última carta (datada de 23 Abril de 1943):

"O que aconteceu está além dos nossos sonhos mais selvagens. Duas vezes os alemães fugiram de nosso gueto. Uma de nossas companhias resistiu por quarenta minutos, e a outra, por mais de seis horas... Não tenho palavras para descrever-lhes as condições em que os judeus estão vivendo. Apenas alguns escolhidos vão resistir; mais cedo ou mais tarde, todo o resto perecerá.

A morte esta lançada. Nos abrigos em que nossos câmaras estão se escondendo, nem mesmo uma vela pode ser acesa devido à falta de ar... O principal é: O sonho da minha vida se tornou realidade: Eu vivi para ver a resistência judaica no gueto, em toda sua grandeza e glória."

Juramento - Abraham Shlonsky (1900-1973)

Em nome dos meus olhos que viram o Holocausto

E carregaram clamores sobre meu coração agoniado

Em nome da piedade que me ensinou a perdoar

Até em dias terríveis quando perdoar era doloroso

Pronunciei um voto – Recordar tudo

Recordar tudo e não esquecer de nada.

Não esquecer nada. Por dez gerações.

Até que se apague a ofensa toda, completamente

Até que todas as humilhações sejam mortas

Juro não esquecer esta noite de furias

Juro não retomar a meu caminho amanhã

Sem haver aprendido também esta vez nada

Do hebraico – Eliahu Toker

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Yom Hashoa - Yizkor Abba Kovner

Yizkor
Abba Kovner


Recordemos de nossos irmãos e irmãs, as casas na cidade e nos campos,
As barulhentas ruas da aldeia como um rio
E o pequeno bar solitario no caminho
O anciao pelos tracos de sua face
A mae pelo seu sueter
A jovem por suas tranças
O bebê
As milhares comunidades de Israel e suas familas humanas
Todas as coletividades judias
Que sucumbiram no extermínio nas mãos do assassino nazista.
Aquele que berrou de repente e por seu berro morreu.
A mulher que abracou seu bebê perto de seu coracao e seus ombros despencaram.
O bebê cujos dedos procuram o mamilo da mãe e este esta azul de frio.
As pernas
As pernas que pediram refugio e ja nao havia mais saida.
Aqueles que fecharam suas mãos em punhos
E os punhos que envolveram o ferro
E o ferro que se transformou em uma arma de esperança, desespero e rebelião
Aqueles de coração generoso
Aqueles de olhos perspicases
Aqueles que se arrojaram sem possibilades de salvar.
Recordemos o dia.
O meio dia.
O sol que ascendeu sobre o foco sanguento
O ceu alto e mudo
Recordemos os montes de cinzas sob os jardins floridos.
Recorde os vivos seus mortos
Porque eles nos enfrentam
Com seus olhares alredor
E não vai cessar, não cessará até que sejamos dignos de sua memória

Do hebraico – Nelson Rosembaum
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Yom Hashoa - Resistência / Haim Guri

Resistência / Haim Guri

Resistiu quem conseguiu um pedaço de pão.
Resistiu quem deu aula às ocultas.
Resistiu quem escreveu e distribuiu um jornal clandestino,
advertindo e pondo fim às ilusões.
Resistiu quem introduziu secretamente um Sefer Torá.
Resisitiu quem falsificou documentos “arianos” que salvaram vidas.
Resistiu quem conduziu os perseguidos de uma terra a outra.
Resisitiu quem descreveu os acontecimentos e enterrou o papel.
Resistiu quem ajudou aos mais necessitados ainda.
Resistiu quem pronunciou as palavras que trouxeram seu próprio fim.
Resistiu quem se ergueu com mãos nuas contra seus assassinos.
Resistiu quem transmitiu mensagens entre os sitiados,
e conseguiu trazer instruções e algumas armas.
Resistiu quem sobreviveu.
Resistiu quem combateu armado nas ruas das cidades, nas montanhas e florestas.
Resistiu quem se revoltou nos campos de extermínio.
Resistiu quem se rebelou nos guetos, entre os muros caídos,
na revolta mais destituída de esperança que algum ser humano jamais vivenciou.
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