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O triste caso do seqüestro dos três adolescentes israelenses no bloco de assentamentos (gush) de Etzion, na Cisjordânia, nos permite enxergar de maneira mais clara algumas realidades regionais.

1. A próxima intifada será nos territórios

Há dez anos, com o advento da Barreira de Separação, Israel praticamente deu fim à Segunda Intifada.

Composta 90% de cerca e 10% de muro, seu traçado, inteiramente em terras palestinas, varia entre trechos de grande fidelidade à Linha Verde – do Armistício de 1949 – e profundas inserções, representa a efetiva anexação de grandes blocos de assentamentos judaicos em território palestino. A barreira foi criada para aumentar a segurança de Israel, impedindo infiltrações terroristas da Cisjordânia.

Assim, tornou-se praticamente impossível a infiltração de terroristas dos territórios ocupados para “dentro da Linha Verde”, ou seja, para as cidades israelenses. Aliando a barreira a melhorias nos sistemas de informações, uma maior cooperação na área de segurança com a Autoridade Palestina sob a moderada liderança de Mahmoud Abbas e o notável aumento na qualidade de vida na Cisjordânia, o número de atentados suicidas com bombas reduziu-se a virtualmente zero.

Esta nova realidade, somada à superioridade militar regional da qual goza Israel, trouxe uma tranqüilidade nunca antes desfrutada pelo público local. O conflito desapareceu da vida dos habitantes do populoso centro do país, permitindo-lhes ignorá-lo e – diante da decepção com o processo de paz – convencer-se de que não há um parceiro palestino com quem construir um futuro amigável. Para os palestinos, claro, este é o pior dos mundos. Os israelenses empurrando o conflito com a barriga apenas eternizam seu sofrimento e humilhação.

Uma nova geração surgiu nos territórios, desacreditada em qualquer cooperação com Israel e disposta a trazer novamente o conflito para a mesa de jantar israelense. E se já não é mais tão fácil, nem tão interessante, explodir um ônibus por semana em Tel-Aviv, volta-se à maneira antiga de chamar atenção. Registra-se um aumento drástico na quantidade de pequenos atos de violência, como tentativas de seqüestro e esfaqueamento na última região ainda compartilhada por palestinos e israelenses: a Cisjordânia.

Ainda que episódios como a chacina da família Fogel, no assentamento de Itamar, em março de 2011, ou o atual seqüestro em Gush Etzion, revoltem a população israelense como um todo, a mensagem que está sendo passada pelos palestinos é: não fomos a lugar algum, ainda estamos aqui e pretendemos ficar. E, acima de tudo, será cada vez mais perigoso manter assentamentos em território ocupado.

2. Bibi mente

Recentemente, em um dos muitos discursos em que se usa do medo como ferramenta a favor da direita israelense, o ministro da defesa Moshe Ya’alon mencionou que 44 tentativas de seqüestro haviam sido frustradas pelas forças de segurança israelenses nos últimos 18 meses. O cidadão comum normalmente se depara com essa assustadora estatística e conclui: não tem jeito, é um perigo real, água mole em pedra dura…

Entretanto, quando a quadragésima-quinta tentativa é lamentavelmente bem sucedida, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu chega à qual conclusão? A culpa é do recém-empossado governo de tecnocratas apoiados pelas duas principais facções palestinas – Hamas e Fatah – ainda que o seqüestro tenha ocorrido na Área C, a região da Cisjordânia que se encontra sob administração civil e militar israelense – inclusive seus 90 mil habitantes palestinos.

Eu acrescentaria mais este spin de Bibi à lista de declarações infelizes compilada pelo Yair em seu post Pe Djora. Meu estômago dá cambalhotas com o descaramento com que meu ilustre vizinho se usa do sofrimento destas três famílias, e da comoção nacional à qual todos nos juntamos, para desvirtuar os fatos, transformando a realidade à maneira como lhe convém e aos seus interesses políticos.

3. Só Abbas pode trazer a paz

Durante a Segunda Intifada, que marcou a total falência dos Acordos de Oslo como solução para o conflito, era comum vermos lideranças israelenses acusarem Yasser Arafat de duas-caras: o líder palestino reconhecia Israel e defendia a paz através da solução de dois Estados diante da comunidade internacional, em inglês, mas afirmava em árabe que a Palestina seria libertada da ocupação sionista. Esta incapacidade de preparar a opinião pública palestina para um Estado palestino que se limitasse apenas à Cisjordânia e à Faixa de Gaza era identificada por muitos analistas como a principal razão por trás de sua famosa recusa diante da oferta final de Ehud Barak em Camp David, em 2000.

Ainda que os detalhes das negociações não sejam completamente divulgados, acredita-se que Barak ofereceu a Arafat 100% da Faixa de Gaza e cerca de 90% da Cisjordânia, soberania sobre os bairros árabes de Jerusalém Oriental e custódia (sem soberania) sobre a Esplanada das Mesquitas, entre outros detalhes. Esta oferta, a mais generosa jamais feita por Israel, e bastante próxima do que a comunidade internacional acredita ser a melhor fórmula possível, não podia ser apresentada de maneira digna por Arafat a seu povo.

Mahmoud Abbas, entretanto, não pode ser acusado de repetir os passos de seu antecessor. Esta semana, em uma Conferência de Ministros do Exterior de Países Islâmicos, o presidente palestino declarou em árabe, diante de todos os países que pregam a destruição de Israel, que “os meninos seqüestrados são seres humanos como nós e devem ser devolvidos às suas famílias, quem os seqüestrou deseja nos destruir”. Trata-se de mais uma corajosa declaração de Abu Mazen.

Desta vez, é o governo israelense que joga um jogo duplo. Durante anos, Netanyahu e seus ministros desdenharam da representatividade da Autoridade Palestina, que acusavam de falar em nome apenas dos cidadãos da Cisjordânia e, portanto, ser incapaz de conduzir um processo de paz eficiente. Pois Abbas aproveitou a atual fraqueza do Hamas, isolado pela queda da Irmandade Muçulmana no Egito e pela ocupação dos regimes sírio e iraniano com seus próprios problemas, para trazê-lo para um governo de união nacional que não incluísse membros do movimento islâmico, substituídos por tecnocratas.

Netanyahu precisa tomar uma decisão. Aproveitar este momento de fortalecimento dos moderados palestinos e avançar as negociações ou seguir os desejos de sua bancada, cada vez mais radical, e assumir que seu partido não defende a criação do Estado palestino. Por enquanto, o que temos é sua velha capacidade de embromar, afirmando que o novo governo palestino é descompromissado com a paz.

Quando Abu Mazen cansar-se e pedir o boné, sentiremos saudades.

4. Bibi é sempre salvo pelo gongo

Podemos acusar Benjamin Netanyahu de muitas coisas. Eu pessoalmente discordo das políticas de seu governo em diversos campos: relações exteriores, relações com a Diáspora, separação entre Estado e religião, economia, saúde e educação, apenas para citar os exemplos que me surgem à mente enquanto escrevo estas linhas.

Devemos todos concordar, entretanto, que Bibi é um cara de sorte.

Em 1995, em conjunto com outras lideranças da direita e da extrema direita religiosa, Netanyahu discursou para uma multidão em frente a uma imagem de Yitzhak Rabin vestido de oficial nazista. É possível afirmar que tais atos e palavras ajudaram a construir a tragédia do assassinato do primeiro-ministro por um fundamentalista judeu. Em 1996, uma onda de atentados suicidas liderada pelo Hamas ajudou a estabelecer sua imagem como o único que estava certo acerca de nossas relações com os palestinos, permitindo-lhe derrotar Shimon Peres por uma margem de menos de 30 mil votos nas eleições diretas para primeiro-ministro.

Ao final de 2012, no episódio que nos inspirou para a criação do Conexão Israel, Bibi encarava uma campanha eleitoral que prometia discutir os temas econômicos que haviam levado a população às ruas nos dois verões anteriores. Os indicadores do nível de vida e da inflação lhe eram pouquíssimo favoráveis e uma derrota não podia ser descartada. Mas uma chuva de foguetes lançados pelo Hamas a partir da Faixa de Gaza levou o governo a lançar a Operação Pilar Defensivo, com bombardeios massivos sobre o território, de onde saíram foguetes inclusive contra Tel Aviv e Jerusalém. O foco da campanha para as eleições de janeiro de 2013 virou-se para a segurança e, com seu tradicional discurso de propagação do medo, foi reconduzido ao poder.

Menos de um ano e meio após a formação do atual governo, quando a mais recente rodada de negociações com os palestinos fracassou, os dois partidos centristas que conferem legitimidade internacional à coalizão – Yesh Atid e HaTnuá – começaram a dar sinais de que a abandonariam, permitindo que o governo fosse derrubado por um voto de desconfiança na Knesset. Novamente, uma crise na segurança do país “caiu no colo” de Benjamin Netanyahu.

É como se os terroristas palestinos não se cansassem de salvar o homem que, há vinte anos quase ininterruptos, lidera o Likud – oitos dos quais chefiando o governo israelense.

5. É urgente a criação do Estado palestino

Eu já disse isso, meu colegas de Conexão Israel já disseram isso. Barak Obama já disse isso, John Kerry e Hillary Clinton já disseram isso. Mas nós podemos todos sermos acusados de não entendermos nada sobre o assunto.

Acredita-se que um dos motivos que levaram ao deterioramento das condições de trabalho no Ministério das Relações Exteriores – e à greve de seus funcionários em Israel e pelo mundo – é o desencontro entre suas recomendações técnicas e a política externa conduzida pelo chanceler Avigdor Lieberman. Os especialistas em diplomacia sabem que a ocupação só traz danos ao Estado de Israel. Mas eles também podem ser acusados de serem meros burocratas, sentados em seus escritórios, com ar condicionado, sem saber exatamente do que estão falando.

Em seu post A Solução do Conflito, de fevereiro do ano passo, o Marcelo faz uma interessante resenha sobre o filme Os Guardiões (Shomrei haSaf, no título original em hebraico; The Gatekeepers, título internacional). Lançado em 2012, este documentário entrevista seis dos sete últimos chefes do serviço israelense de segurança, conhecido internacionalmente como Shin Bet. Imagina-se que estes homens – o mais velho dos quais, Avraham Shalom, que comandou a operação do Mossad que trouxe Adolf Eichman da Argentina, faleceu esta semana – que chefiaram a inteligência israelense nas últimas três décadas, entendem mais do que a maioria de nós sobre a realidade nos territorios palestinos ocupados.

Diante do consenso entre Avraham Shalom, Yaakov Peri, Carmi Gillon, Ami Ayalon, Avi Dichter e Yuval Diskin acerca da necessidade do fim da ocupação e da existência de parceiros palestinos para a paz não há como pestanejar. Somente com fronteiras bem definidas o Estado de Israel poderá garantir a segurança de seus cidadãos.

Não se trata de alcançarmos a paz dentro de seis meses ou um ano. Trata-se de uma decisão moralmente correta, e ao mesmo tempo pragmática, que nos possibilitará uma convivência mais calma e pavimentará o caminho para a paz plena, entre os povos, dentro de alguns anos, ou umas poucas décadas.

Façamos isso.

Meu ilustre vizinho: a minha casa, circulada de vermelho, e a Residência Oficial do Primeiro Ministro, iluminada de amarelo.

Meu ilustre vizinho: a minha casa, circulada de vermelho, e a Residência Oficial do Primeiro Ministro, iluminada de amarelo (clique para ampliar).

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Uma nova leitura para o Gênesis por Roberta Jansen

Tradução do primeiro livro da Torá traz também interpretações das escrituras judaicas

Narrativa fundamental para o povo judeu, a Torá está longe de ser um texto estático, como muitos podem imaginar. Ao contrário, a tradição judaica é calcada justamente na interpretação dos fundamentos religiosos, o que acaba por aproximá-los da realidade contemporânea, legando um retrato histórico da realidade de cada época. Nesse espírito, chega ao mercado editorial brasileiro uma nova tradução da primeira parte da Torá (Gênese), da Ed. Exodus, de autoria do psicanalista e estudioso do judaísmo Davy Bogomoletz, que pode interessar não apenas aos religiosos, mas também ao público em geral. Ela foi feita com base no texto original e na tradução do rabino argentino Marcos Edery, e traz uma gama variada de interpretações.

A Torá (ou Pentateuco, parte inicial da Bíblia hebraica e que corresponde também aos cinco primeiros livros do Velho Testamento para os cristãos) é o conceito central da tradição judaica. O termo significa “instrução” e oferece aos seus seguidores regras para viver de acordo com as obrigações religiosas e a lei civil. Em geral, o livro vem acompanhado de comentários feitos por rabinos ao longo dos tempos, interpretando e atualizando as leis divinas. Essa tradição de releituras faz com que, por exemplo, inovações médicas sejam mais bem aceitas hoje - mesmo temas considerados polêmicos para outras religiões, caso das pesquisas com células-tronco.

- Novas traduções da Bíblia existem muitas, mas traduções do Pentateuco por autores judeus só havia a do rabino Masliach, bem antiga; a de Jairo Friedlin e David Gorodovitz, mais recente, que traduziram a Bíblia Hebraica integral; e esta, do rabino argentino Mordechai (Marcos) Edery - explica Bogomoletz. - Enquanto as traduções anteriores ou eram destituídas de comentários, como a do Jairo Friedlin e David Gorodovitz, ou traziam muito poucas interpretações, como a do rabino Masliach, esta (do rabino Edery) tem sua força justamente nos comentários, uma coleção enorme de interpretações dos mais variados exegetas judeus, desde o gênio medieval Rashi até comentaristas atuais como Adin Steinzalz.

Muitas interpretações reunidas

Essas variadas interpretações, nas palavras de Bogomoletz, são justamente o grande diferencial desta nova edição, que mantém a atualidade das escrituras.

- Levando-se em conta que os judeus não leem a Bíblia (o Antigo Testamento) sem alguma interpretação da mesma, fica clara a importância desta edição - afirma o especialista. - Para os leitores não judeus, e para muitos judeus também, trata-se de um primeiro contato com a antiga arte judaica de interpretação do texto bíblico.

A ideia, de acordo com especialistas, é trazer o texto divino para o mundo real, como explica o psicanalista Paulo Blank, do Programa Transdisciplinar de Estudos Avançados da ECO-UFRJ, em análise sobre a nova tradução: “A tradição judaica preferiu trazer o texto bíblico ao mundo dos homens, que nele interferem através da linguagem que produz pensamento. Sem essa característica interpretativa, as narrativas bíblicas teriam se transformado numa ordem engessada pela sacralização da escritura.”

- Os judeus sempre interpretaram os textos bíblicos. “Toda geração tem seus intérpretes”, diz um célebre aforismo judaico. E o fato é que, a cada geração, surgem novas descobertas sobre sentidos de versículos e significados de palavras no mesmo texto - explica Bogomoletz. - Não se trata aqui de uma “diferença” entre as interpretações. Cada intérprete estudou a obra de seus antecessores e acrescenta as suas inovações.

Um paraíso sem maçãs

Neste primeiro volume, do Gênese, Bogomoletz cita exemplos de interpretações que, por conta das várias análises, trazem visões diferentes das cristãs. Eva, na tradição judaica, é criada a partir de um dos lados de Adão, não de sua costela. Ela é criada, como explica Bogomoletz, para defrontar-se com Adão, não para servi-lo. A costela, segundo ele, vem do folclore cristão. Tampouco há maçã no paraíso. Na tradição judaica, o “fruto proibido” não é nomeado. Da mesma forma, não existe o “terrível” pecado sexual pelo qual o cristianismo explica a expulsão do casal do céu. O pecado, na tradição judaica, é estritamente político, diz o tradutor, isto é, constituiu-se de uma desobediência.

- A sexualidade não teve nada a ver com isso - garante Bogomoletz. - Ao contrário, a sexualidade é explicitamente estimulada no texto, desde o famoso “Crescei e multiplicai-vos” até as inúmeras bênçãos que prometiam muitos filhos a quem as recebia.

Por conta dessa tradição das releituras e interpretações múltiplas, segundo a historiadora Mônica Selvatici, especialista em identidade judaica e cristã da Universidade Estadual de Londrina, no Paraná, o judaísmo tende a ser mais dinâmico, mais aberto a mudanças e inovações do que outras religiões.

- A tradição de múltiplas interpretações, de estudo contínuo do texto bíblico, me parece que torna o judaísmo mais aberto, sim. Ele não se fecha numa única verdade, numa única doutrina - afirma Mônica. - E é interessante essa tradução com os diversos comentários ao longo dos tempos, porque permitirá trabalhos variados sobre diferentes leituras históricas.

Bogomoletz concorda. E fala sobre a adaptação das religiões a questões que surgem com a vida moderna.

- Falando como judeu, o judaísmo acredita que Deus nos deu a vida, mas a medicina dos homens está aí para servir à Sua vontade de preservar a vida. Então toda inovação médica é bem-vinda, do ponto de vista dos rabinos, porque representa mais um instrumento a serviço do Criador. O judaísmo não proíbe o aborto, mas põe condições à sua realização (principalmente quanto ao tempo de vida do feto) - enumera. - Já o casamento gay é outra coisa; tem a ver com escolhas individuais, não com o salvamento de vidas em perigo. No entanto, há mais de 15 anos venho ouvindo falar de sinagogas para gays (nos Estados Unidos), e Tel Aviv, a principal cidade de Israel, é quase uma Capital Mundial do movimento gay, apesar de os ortodoxos rangerem os dentes contra.

Para os especialistas, a Torá é essencial também na construção da identidade judaica, como lembra o psicanalista Paulo Blank em sua análise da tradução do primeiro volume do livro. “Amos Oz, o escritor israelense bem conhecido do público brasileiro, publicou em 2012 pela Yale University Press um ensaio intitulado “Jews and Words” (Judeus e Palavras). Apesar de seu ateísmo declarado, ele identifica na adesão milenar às narrativas hebraicas da Bíblia e ao seu estudo — que manteve viva a língua original — o verdadeiro traço identitário dos que hoje se definem como judeus.”

Uma identidade em um texto

A historiadora Mônica Selvatici tem opinião semelhante.

- Os textos que formam o Pentateuco (a Torá) foram escritos em épocas bem distintas - explica Mônica. - No entanto, a edição final desse conjunto unido ocorreu no século VI a.C., quando Nabucodonosor destrói Jerusalém e leva parte da elite judaica para a Babilônia. Neste contexto do exílio, surge a necessidade de se fixar um texto que conferisse essa ideia, essa unidade, uma tentativa de fixação de um povo por meio de um texto.

Mesmo para quem não é religioso, a Torá tem um papel importante na construção da identidade judaica.

- Os religiosos judeus leem a Bíblia Hebraica como ela “foi entregue no Sinai” e acreditam inteiramente que ali está a História do Povo Judeu - explica Bogomoletz. - Já os leigos têm, cada qual, sua opinião mais ou menos fundamentada. Posso dizer que, embora muitas coisas (principalmente as mais antigas, anteriores à fundação do primeiro reino hebreu) possam ser consideradas lendas pelos leigos, não há muita dúvida de que tais lendas se basearam, muitas vezes, em tradições orais bem anteriores.

Professora do Departamento de Teologia da PUC-RJ, Maria Clara Bingemer defende a ideia de que a Torá é importante para todas as religiões, não apenas a judaica:

- Sobretudo para as monoteístas. Na verdade, o judaísmo transformou o mapa religioso da Humanidade ao inaugurar a fé em um Deus único e pessoal - diz a teóloga. - Claro que isso foi um processo longo que teve etapas e fases até chegar ao monoteísmo tal como é vivido hoje pelo povo de Israel. E esse monoteísmo foi construído a partir da experiência do povo com a escuta de seu Deus, que foi registrada em uma escritura. Nessa escritura, a Lei de Deus (a Torá) tem uma importância fundamental por demonstrar que Ele está ligado à vida do fiel como indivíduo e à do povo como coletivo. A Torá significa esse registro escrito e permanente de um Deus pessoal que fala ao ser humano e lhe dá orientações de conduta para viver a verdadeira adoração e praticar a verdadeira justiça.

Read more: http://oglobo.globo.com/sociedade/historia/uma-nova-leitura-para-genesis-12588665#ixzz350IeXdsZ

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Em pronunciamento oficial na noite de sabado, 14 de junho de 2014, O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a Autoridade Palestina é o único responsável pelo destino dos três estudantes israelenses desaparecidos desde quinta-feira. Na coletiva de imprensa, o primeiro-ministro confirmou que eles foram levados por uma organização terrorista.

Eyal Yifrah, 19 anos, Gil-Ad Shaer, 16 anos, e Naftali Frenkel, 16 anos, desapareceram na quinta-feira a caminho de casa. Naftali Frenkel é também um cidadão norte-americano.

Os três adolescentes sequestrados: Eyal Yifrah, Naftali Frenkel e GilAd Shayer

Os três adolescentes sequestrados: Eyal Yifrah, Naftali Frenkel e GilAd Shayer

Em sua primeira declaração sobre o assunto, Netanyahu prometeu que Israel vai fazer “tudo o que está ao seu alcance” para localizar os três adolescentes desaparecidos. O primeiro-ministro disse que não entraria em detalhes, mas confirmou (pondo fim a qualquer dúvida) que os três foram sequestrados por uma organização terrorista. Definiu dois pontos essenciais:

1 – Ativar todas as forças necessárias para resgatar os adolescentes.

2 – Impedir – a todo custo – que os jovens sejam levados para Gaza.

Netanyahu diz que espera que a Autoridade Palestiniana faça “o que se espera de uma liderança” para ajudar a localizar os adolescentes. “Nós determinamos que a Autoridade Palestina é responsável direta por qualquer ataque vindo de seu território, seja na Cisjordânia ou Gaza … o ataque terrorista foi originado a partir daquele território palestino e – portanto – A ANP (Autoridade Nacional Palestina) é responsável pelo ataque”, disse ele.

Este incidente, disse Netanyahu, prova de que o acordo de reconciliação palestina entre a ANP e o Hamas “não vai trazer a paz”, aproveitando para criticar alguns membros da comunidade internacional que apoiam o pacto entre as dois grupos.

Fonte: Jornal Haaretz

Fonte: Jornal Haaretz

Em um esforço para localizar os adolescentes desaparecidos, as forças de segurança de Israel lançaram uma operação de grande escala na Cisjordânia, recrutando a brigada de paraquedistas, junto com várias outras unidades, para realizar varreduras.

O ministro da Defesa Moshe Ya’alon disse na mesma coletiva dada à imprensa que a hipótese de trabalho das forças de segurança é que os três ainda estão vivos. Para evitar que os seqüestradores deixem o território israelense através da Jordânia, informou que Israel não vai permitir que os residentes palestinos de Hebron, com idades entre 20-50 acessem a Jordânia através da passagem “Allenby Bridge”.

O exército também emitiu uma ordem declarando a área de Beit Guvrin, localizada a oeste de Hebron, uma zona militar fechada.

As forças de segurança também estão investigando se um veículo israelense roubado, que foi encontrado queimado perto da cidade de Hebron, está ligado ao sequestro. Bombeiros palestinos foram alertados sobre o carro em chamas às 03:00 na sexta-feira.

Na sexta-feira, o Secretário de Estado dos EUA John Kerry falou ao telefone com Netanyahu e o presidente palestino, Mahmoud Abbas. A ministra da Justiça, Tzipi Livni, informalmente reuniu-se com Kerry em Londres.

Osama Hamdan, um membro do Hamas, disse no sábado que, se de fato os três israelenses foram seqüestrados, os palestinos devem torná-lo uma questão nacional, a fim de obter o melhor resultado, e não deixar apenas uma pequena facção negociar a libertação de prisioneiros palestinos em nome próprio. Hamdan foi o oficial do mais alto escalão do Hamas a comentar o seqüestro.

No mesmo dia, sábado, o exército israelense realizou uma operação em Gaza, em resposta ao disparo de foguetes em direção ao sul de Israel. Outro foguete explodiu em Ashkelon na tarde de sábado. Não houve feridos ou danos relatados.

O serviço de segurança e inteligência Shin Bet advertiu nas últimas semanas a respeito de tentativas cada vez mais frequentes de seqüestrar soldados e cidadãos israelenses na Cisjordânia. De acordo com dados do Shin Bet, o sistema de defesa identificou mais de 30 tentativas de seqüestro no ano passado e até agora afirmou terem frustrado 14 tentativas em 2014.

Ao longo da noite de sábado, haverá um comício de oração para a segurança dos adolescentes seqüestrados no Muro das Lamentações, em Jerusalém.

Até o presente momento, Israel já deteve mais de 80 palestinos acusados de estarem envolvidos – direta ou indiretamente – no sequestro dos adolescentes.

Espero e desejo o breve retorno dos três adolecentes sequestrados. Neste momento os meus pensamentos estão com eles e suas famílias.

[ATUALIZAÇÃO - 15.6.2014 23:30]

Ao longo do domingo (15.6.2014), foi revelado que um dos adolescentes seqüestrados conseguiu ligar para o serviço de emergência da polícia e denunciar o seqüestro, às 22:25 de quinta-feira.

A segurança na Cisjordânia foi reforçada e as Forças de Defesa de Israel (FDI) convocaram uma pequena quantidade de reservistas para aumentar o contingente.

Agora à noite, fontes palestinas informam que as FDI cercaram uma casa em Hebron, na Cisjordânia. Não há informações oficiais do lado israelense, mas testemunhas locais confirmam terem ouvidos explosões e comunicam que um foguete anti-tanque teria sido usado contra a casa. Há relatos de três palestinos feridos.

Em paralelo, a bateria antiaérea Domo de Ferro (kipat barzel) interceptou dois foguetes lançados da Faixa de Gaza em direção à cidade israelense de Ashkelon.

Na segunda-feira, o Gabinete israelense se reunirá para avaliar os resultados e definir os próximos passos.

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Um dos jovens é americano e a embaixada dos Estados Unidos já foi informada sobre o ocorrido

Três jovens israelenses que estavam perto do bloco de assentamentos de Gush Etzion, na Cisjordânia, estão desaparecidos desde quinta-feira, informou o Exército israelense em um comunicado divulgado nesta sexta.

"Não damos detalhes que possam dificultar a investigação", disse um porta-voz militar, acrescentando que uma operação de busca de "grande amplitude" foi iniciada para encontrar os três jovens.

De acordo com a imprensa israelense, um grupo palestino pode ter sequestrado os três estudantes de uma escola talmúdica (yeshivá). Um dos jovens é americano e, de acordo com a rádio pública, a embaixada dos Estados Unidos já foi informada sobre o ocorrido.

Os jovens desapareceram na quinta à noite, quando tentavam pedir carona perto de Gush Etzion, um bloco de colônias situado entre as cidades palestinas de Belém e de Hebron (sul da Cisjordânia). De lá, seguiriam para Jerusalém.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reuniu-se com as famílias dos desaparecidos e garantiu que Israel "fará todo o possível" para encontrá-los. Em nota, o premiê considerou a Autoridade Palestina (AP) responsável pelo destino dos três adolescentes.

"Israel responsabiliza a Autoridade Palestina pelo bem-estar dos três jovens israelenses desaparecidos", acrescentou Netanyahu, que conversou com o secretário de Estado americano, John Kerry, sobre o assunto.

O premiê também convocou uma reunião de consultas em Tel Aviv com o ministro da Defesa, Moshe Yaalon, seu chefe de gabinete, Benny Gantz, e os chefes do Shin Bet, o serviço de segurança interna, ainda de acordo com o comunicado.

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"O que está acontecendo no terreno desde que o Hamas se uniu ao governo palestino é destrutivo. É o resultado da entrada no governo de uma organização terrorista", criticou o primeiro-ministro.

O porta-voz dos serviços de segurança da Autoridade Palestina, general Andan al-Damiri, classificou de "loucura" as acusações de Netanyahu, ressaltando que o governo palestino não tem "qualquer poder" na região de Gush Etzion. Essa região fica na Zona C sob controle total - civil e militar - de Israel.

"Até em caso de terremoto, Netanyahu acusaria a Autoridade Palestina", declarou Al-Damari à AFP.

Uma outra autoridade palestina afirmou que os serviços de segurança da AP estão cooperando com as agências israelenses para "reunir informações" sobre o desaparecimento dos três israelenses.

Segundo essa fonte, Netanyahu também teria telefonado para o presidente da AP, Mahmud Abbas.

http://noticias.terra.com.br/mundo/oriente-medio/israel-busca-tres-adolescentes-desaparecidos-na-cisjordania,16d0b5b261796410VgnCLD200000b2bf46d0RCRD.html

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La Policía publicó los nombres de los tres jóvenes israelíes que desaparecieron en la zona cercana a Hebrón, el jueves por la noche. Los tres adolescentes son Gilad Shaer, de 16 años, domiciliado en Talmon, Naftali Frenkel, de 16 años, de Nof Ayalón - posee también ciudadanía estadounidense -, y Eyal Yifrah, de 19 años, domiciliado en Elad, cerca de Petaj Tikva. Frenkel y Shayer estudian en la yeshiva (seminario rabínico) de “Makor Haim” en Kfar Etzíon; en tanto que Yifrach es alumno de la yeshiva “Shave Hebrón”.

El ministro de Defensa, Moshé Yaalón, dijo que Israel asume como hipótesis de trabajo que los tres jóvenes, que se teme que han sido secuestrados, están aún con vida. También admitió que el secuestro no fue detectado por las agencias de inteligencia, que no lograron prevenirlo.

Los oficiales de seguridad estiman que los tres fueron secuestrados, por terroristas palestinos, cuando trataban de hacer autostop en

dirección a sus hogares, a la salida de la yeshiva (seminario rabínico), en la zona de Gush Etzíon.

“Estamos en medio de un esfuerzo operacional y de inteligencia”, manifestó Yaalón. “Espero que este esfuerzo nos conduzca lo antes posible hacia los desaparecidos y que los rescatemos con vida”.

“Mientras no sepamos algo distinto, nuestra hipótesis de trabajo es que ellos están aún con vida”, subrayó Yaalón.

“Este fenómeno de los secuestros, o intentos de secuestros no es nada nuevo”, añadió. “En 2013, logramos impedir más de 30 intentos de secuestros; este año, en 2014, cerca de 14 de tales intentos de secuestros”.

“Aparentemente, este incidente ocurrió bajo el radar”, apuntó el ministro. “Pero no descansaremos hasta liberar a los desaparecidos y hasta que pongamos nuestras manos sobre los terroristas responsables de esta acción”, agregó.

Algunos analistas indican a que hay indicios de que el presunto secuestro habría sido perpetrado por el grupo terrorista islámico Hamás.

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El político Reuvén Rivlin, del partido Likud, se hizo con la Presidencia en una apretada votación en el Parlamento (Knéset) en la que fueron necesarias dos vueltas para elegir al sucesor de Shimón Peres.

Rivlin, que había ganado la primera vuelta con 44 votos, lejos de los 60 que daban la mayoría absoluta, se impuso en la segunda con 63 sufragios, en tanto que su más directo rival, el político de centro Meir Sheetrit, obtuvo 53.

La segunda votación, una de las más tensas que se recuerdan en el país, tuvo lugar en el pleno del Parlamento y en ella participaron 119 de los 120 diputados.

"Ha sido más dramático de lo que esperábamos, pero al final ganó Rivlin", dijo el ministro de Transporte, Israel Katz, que defendía la candidatura de

su colega de partido.

Rivlin, de 74 años y defensor de la ideología del Gran Israel (Israel Hashlemá), es un veterano político del partido gobernante Likud, que dirige el primer ministro, Biniamín Netanyahu, con quien, sin embargo, está enemistado desde 2009.

De hecho, éste último le dio su apoyo únicamente a finales de mayo y después de conocer los resultados, ni siquiera se levantó a felicitarlo.

En la primera vuelta de la elección habían participado cinco candidatos: tres políticos, la ex jueza de la Corte Suprema Dalia Dorner y el premio Nobel de Química Dan Shechtman.

Rivlin, con 44 votos, y Shitrit, con 31, pasaron a la segunda y definitiva elección en medio de fuertes especulaciones acerca de que el candidato conservador se vería sorprendido por el más joven político de centro, lo que al final no ocurrió.

El nuevo presidente, que sólo tiene funciones protocolarias, tomará posesión el próximo 24 de julio. EFE

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En el afán de buscar más una explicación a los 10 mandamientos, intentando justificar porque la Conversión de Ruth fue importante para el pueblo judío, o buscando alguna profundización intelectual para acrecentar al erev tikun leil Shavuot. Me depare con el pensamiento, sentado frente a mi hijo liam, en casa donde el asiste un dibujo animado llamado "Peppa Pig, donde una familia de cerditos nos transmite el amor de una familia y nos pasa valores educativos. Ese dibujo animado no existe en Israel, Israel es uno de los países más desarrollados en materia de producción de animación para niños y ese dibujo tan famoso en Europa y américa no existe.
Sera que existe alguna justificación para no existir en Israel, o será que simplemente no es conocido. En Israel la vida judaica es práctica cotidiana. Subliminalmente respiramos un judaísmo en cada acto que vivimos, y a veces nos ponemos a pensar como judíos culturales los cuales creemos que además de la religión, el judaísmo e algo más complejo y compuesto, como podemos unificar ese judaísmo subliminal que existe en Israel, en nuestras comunidades fuera de el mismo.
Por medio de una técnica mukitzuriana, contando una historia de Shavuot, espero que puedan percibir que realmente algún judaísmo diferente estamos viviendo los del centro y la periferia judaica.
Ruta 4, Tzomet Raanana tzafon, Galgalatz nos informa que algunos kilómetros más adelante, 500 metros antes del tzomet Dror, un auto se prende fuego. Músicas tradicionales de Israel, como diríamos en Ivrit, Shirei moledet tocan en la radio. Rajel estamos camino a tu tumba, y tus letras nos acompañan durante la hora y media que conseguimos atravesar esos 8 kilómetros, no estamos estresados pues salimos a tiempo. Estamos camino al norte, un seminario con nuestros janijim donde culminaremos ese seminario de shavuot con un lindo tikun. Lo hemos preparado toda la semana, pues creemos que no podemos conmemorar shavuot sin trasnochar estudiando meguilat Ruth y tora, sintiendo que shavuot es solo un chag.
Shavuot tiene algunos nombres.
Jag HaShavuot (Fiesta de las semanas): Recibe este nombre pues se celebra al finalizar las siete semanas de Sefirat Ha'omer cuya cuenta diaria se había emprendido en la segunda noche de Pésaj.
Jag HaShvuot, ya que hay dos juramentos durante la fecha (Shvuá [שבועה]: quiere decir juramento en hebreo). Uno de los juramentos fue del pueblo de Israel de cumplir con los mandatos de la Torá y el otro fue de D-s quien al dar la Torá al pueblo de Israel juró que iba a ser su pueblo elegido y no iba a cambiarlo nunca.
Zeman Matan Toraténu (Época de la Entrega de nuestra Torá): Según la tradición judía, esta es la fecha en la cual el Pueblo Judío recibió la Torá (la Ley), en el Monte Sinaí. Algunos preguntan: ¿Porqué llamarla entrega de la Torá y no recibimiento de la Torá? La respuesta de muchos rabinos sabios fue que en esa ocasión D-s le dio al pueblo de Israel la Torá con leyes que antes nunca tuvo; sin embargo, recibirla es algo que el pueblo de Israel hace cada día con la Parashat de cada semana y el estudio de la Torá semana a semana.
Jag Hacatsir (Fiesta de la Cosecha): En la Tierra de Israel, esta es la época de la cosecha, especialmente la del trigo.
Jag Habicurim (Día de las Primicias): La Fiesta de Shavuot marcaba el principio de la época para ofrendar los primeros frutos (Bicurim).
Atséret (Conclusión): En fuentes rabínicas, Shavuot se menciona como conclusión, pues los sabios la consideran ligada a la festividad de Pésaj, siendo la conclusión histórica de la misma.

Pero hasta llegar a kibutz Yifat donde nos encontramos con un festival de música de bandas de tzahal, pensamos en los textos y en el estudio. Estacionamos el auto y en una noche esplendida de primavera bajo las estrellas del valle de Yzreel podemos ver a todo el kibutz vestido de blanco, toda las familias sentados , como diría Meir Ariel, "arema shel chevre al a deshe", una montaña de personas sobre el pasto, cantando y repitiendo los versos que hicieron historia y construyeron el estado, aquellos chalutzim que antes de dormir después de un día arduo de trabajo, no se olvidaban de escribir y expresar ese amor por los paisajes y las tierras.
Al terminar nos dirigimos al valle del jordan, más cerca de la baja galilea al kibutz alumot, donde dormiríamos y seria nuestra base del seminario. Llegar a ese kibutz, para mí nunca deja de ser una sensación de casa, es el kibutz donde viví por primera vez una experiencia colectivista, el mismo en el cual me comencé a desilusionar del mito socialista. Sin embargo allí tengo grandes amigos y muchas referencias buenas de mi vida en Israel. Una cena láctea con blintzes de quesos y demás ensaladas nos esperan en el cheder ochel de la casa.
Decidimos con algunos amigos bajar a Deganya Alef, allí en el Pub del kibutz, todos los años, como actividad tradicional, se realiza el famoso "Shira, Bira"(canto y cerveza), y la consigna manteniendo la misma calidad cultural de músicas tradicionales, es que libremente las personas que saben tocar la guitarra marcan las melodías y el que gusta de cantar, acompaña con su voz, y para los que con la cabeza en vaivén siguen los ritmos, la cerveza en la mano se balanza al danzar.
Creo que si le sacáramos la música a shavuot, generaciones de israelíes no conseguirían hoy entender que esa música no es para viejos ex combatientes del palmach e si un patrimonio de nuestro pueblo.
De mañana salimos rumbo al kibutz Yzreel, un kibutz mayoritariamente fundado por Anglo parlante del movimiento Habonim Dror y caracterizado por tener el mejor equipo de Rugby de Israel.
Ahí a 2 kilómetros de la ciudad de Afula se en la frontera entre el valle de Yzreel y el área de Guilboa se producen uno de las ceremonias más hermosas que se pueden vislumbrar en el mundo judío, donde el chag a katzir y bikurim toman significado significativo. Realizando un desfile rural, cada Anaf (ramo), del kibutz expone sus nuevos frutos y sus producciones, pudiendo dar espacio a todas las áreas y todas las edades. En el kibutz que vivi antes de la shlichut, kibutz Harel, uno de los frutos que el kibutz se enorgullecía a presentar eran los nuevos hijos. Aquí en Yzreel también.
En el campo de rugby, se transformaba en una grande expo agropecuaria cultural y finalizando en el moadon con una linda mesa de Quesos y vinos.
Al volver a Alumot, nos preparamos para la noche. Los janijim descansaron un poco yendo a dormir o conversando en el pasto al lado de la casa y los madrijim fuimos a cerrar detalles. Comenzamos unas 22 horas luego de la cena y la limpieza echa por los toranim. Acabamos unas 6 de la mañana, hace 10 años por primera vez, organizaba un tikun leil shavuot para otros jóvenes, una tradición que me volví adicto y aproveche siempre mucho en Israel, estando en el norte repitiendo esta experiencia más de una vez, o en Yerushalaim deambulando entre Beit avichai, Hebrew Union College, y otros centros donde he encontrado a los mayores pensadores de judaísmo contemporáneo en las horas más extrañas hablando de los temas más exóticos del judaísmo. O en Tel Aviv en las famosas noches blancas cercanas al jag.
Julian, nuestro nuevo mazkir Olami dice que el judaísmo Cultural Humanista, solamente se puede vivir plenamente en Israel, Infelizmente tiene razón. Hoy en día cuando intentamos ver la agenda comunitaria, fuera del tikun, este chag no deja de tener una connotación especialmente religiosa y menos comunitaria.
En estas últimas 48 horas, el estado de Israel acaba de realizar su propio tikun y decidió que va a invertir más de 570 millones de dólares para educación e identidad judía.
Es este el momento creo, donde el judaísmo cultural humanista debe generar una alternativa real, firme y Comunitaria para poder subsistir fuera de Israel tan fuerte como adentro.
Si no podemos traducir que Cultura es algo que no tiene límites, nuevamente tomara sentido poder generar un estudio, una vivencia y que en vez de que solo leamos y discutamos textos, tomemos la guitarra y podamos cantar, shirei eretz Israel ve am a iehudi juntos kol shana.
Jag sameaj

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