Por toda sua majestade, esplendor e importância, as origens do Kadish estãoenvoltas na obscuridade de nossa antiga tradição religiosa. Dasesparsas e breves, embora enfáticas, referências ao Kadish no Talmud,fica evidente que a recitação da essência do Kadish - Yehei shmeirabbah, “Possa Seu grande nome ser abençoado” - era um costume tão bemestabelecido que sua origem e importância sempre foram tomadas comocertas. É provável que o Kadish tenha sido formulado após a destruiçãodo Primeiro Templo e era recitado, a princípio, após uma aula oudiscurso sobre algum tema da Torá. Ele, então, escorregou facilmentepara o serviço religioso no qual seus temas e respostas se adaptaramadmiravelmente.
Surgiram, então, cinco variações do Kadish básico que expressavam o Yehei shmei rabbah, o núcleo central de todo Kadish:
1. A forma abreviada, chamada “Meio Kadish”, é usada como um tema de transição entre determinadas seções das rezas.
2. O “Kadish Completo” é usado para finalizar seções importantes das rezas e, assim, inclui a oração Titkabel pedindo a D’usque aceite as rezas sinceras que acabaram de ser pronunciadas.
3. O “Kadish DeRabanan” [dos Rabinos] é usado como um epílogo ao estudo de literatura rabínica e contém a rubrica al Yisrael, umaoração pelo bem-estar dos estudantes de Torá e de todo Israel – naesperança de que eles possam devotar a si mesmos, ininterruptamente, àsua sagrada tarefa.
Até este ponto em sua história, o Kadish era considerado altamente importante, mas seu valor era apreciado somente pelosestudiosos e alunos que entendem o profundo significado das rezas. Notratado talmúdico Soferim, um documento da era medieval, somosinformados que ele logo veio a ser usado como uma recitação solene nofinal do período de shivah, durante o luto pela morte de um Sábio. OKadish começou a estar no topo da popularidade quando, para que fossemevitadas distinções embaraçosas entre os estudiosos e os leigos, elecomeçou a ser usado para todos aqueles que faleceram e por todos,especialmente jovens, que não sabiam como recitar as preces ou estudar aLei Oral. Ele, então, começou a juntar as mentes de todos os Judeus,sábios ou iletrados, e era recitado no fechamento de todo túmulojudaico.
4. Assim, surgiu uma quarta forma do Kadish, o “Kadish do Funeral”, que acrescenta um parágrafo que se refere à ressurreição dosmortos e a restauração do Templo. Ele, assim, ficou associado com asmais profundas emoções do homem.
5. O próprio serviço logo incorporou uma quinta forma de Kadish, o “Kadish dos Enlutados”, que era recitado durante o primeiroano após o enterro, tornando-o a reza principal para o Judeu enlutado dequalquer idade. Apesar de não haver nada explícito no “Kadish dosEnlutados” que se refira ao túmulo, ao morto ou à vida após a morte, arecitação do Kadish era tão bem adequada ao humor do enlutado que ele setornou uma apreciada prática do Povo Judeu, independentemente de suadenominação
A Função do Kadish
O “Kadish dos Enlutados” executa duas funções pragmáticas: a) Ele se mescla ao espírito interno do enlutado, curando de formaimperceptível suas feridas psicológicas; e b) Ele ensina ao enlutadolições profundas e vitais sobre a vida e morte, e a conquista do mal.Então, não é acidente da história espiritual que o Kadish tenha setornado tão importante para aqueles atingidos pelo sofrimento, e que, nocurso dos tempos, ele tenha se tornado a marca do luto.
O Kadish como Consolo
Além dos conceitos encontrados no Kadish, as palavras oferecem conforto implícito.
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Em tempos antigos, o Kadish era associado, embora indiretamente, com consolação (nechamah). Na mais antiga fonte que tratado “Kadish dos Enlutados”, encontramos que o condutor das rezas sedirigia ao fundo da sinagoga onde os enlutadas estavam reunidos e osconfortava publicamente com a bênção dos enlutados e o Kadish. Deve serregistrado que a recitação do Kadish coincide com o período de tempodurante o qual a tradição impõe ao Judeu para que conforte os enlutadospor seus parentes, ou seja, doze meses. (Somente depois a tradiçãoreduziu este período para onze meses).
Em um espírito de consolação, esta bela liturgia começa com a admissão de que o mundo que é conhecido somente por Ele, o CriadorOnisciente do universo, permanece misterioso e paradoxal para o homem.Ele termina com uma esperança apaixonada, expressada nas palavras dosamigos de Iyov que tentavam confortá-lo - oseh shalom bimromav, que Eleque é suficientemente poderoso para fazer a paz entre os corposcelestiais, possa também trazer paz a toda a humanidade.
Finalmente, rezamos para conseguir, nas palavras do Kadish, a nechemata, a consolação de todos do Povo Judeu, não somente por seusmortos, mas pela destruição de seu antigo Templo e sua cidade sagrada,Jerusalém. De fato, muitos Rabinos mantêm que o Kadish encontra suaorigem na reza composta pelos homens da Grande Assembléia,especificamente para o consolo da população em seguida à destruição doPrimeiro Templo e seu exílio subseqüente. Foi, na verdade, em resposta aesta histórica tragédia que Ezequiel primeiro grita as palavras dasquais a tradição extraiu as palavras iniciais do Kadish: “Eu louvei esantifiquei Meu nome e O tornei conhecido aos olhos de todas as nações, eeles saberão que Eu sou o Senhor”. O Mestre de tudo trará salvação aSeu povo.
Além dos conceitos encontrados no Kadish, as palavras oferecem conforto implícito. Por causa da acentuação e repetição dospensamentos positivos de “vida” e “paz”, estes valores se tornammarcados no perplexo e naqueles de coração entristecido. Ele transfere,subliminarmente, o olhar fixo e interior do enlutado daquele que partiupara o vivo, da crise à paz, do desespero à esperança, do isolamento àcomunidade.
De fato, o momento mais crucial quando a fé do homem é mais abalada, quando muito provavelmente ele se rebelará contra D’us pelamorte que se abateu sobre ele, ele se levanta e recita os louvores aoCriador: Yisgadal v’yiskadash..., exaltado e santificado seja Ele quecriou o universo... Todas as leis da natureza operam de acordo com Suaprópria vontade. Justo no momento quando o foco do homem está sobre oReino dos Céus, o mundo dos mortos, destino de seu amado, o Kadish,serenamente e quase imperceptivelmente, transfere sua contemplação aoreino de D’us na terra, entre os vivos -- v’yamlich malchusaib’chayechon u’vyomechon, “Possa Ele estabelecer Seu reinado por toda asua vida e em seus dias”. Quando a visão do mundo está embaçada comimagens de uma estrutura sem respiração, com mortalhas, caixão e túmulo,com a decadência e decomposição finais do ser humano, o Kadish enche amente do enlutado com “vida” e “dias” e “este mundo” pela repetiçãoconstante e hipnótica, dia e noite, das palavras chayim e yamim e olam.Quando o enlutado experimenta desorientação e rompimento, um sentimentode agitação e conflito e culpa, o Kadish o hipnotiza com pensamentos dedescanso e quietude eterna, e enfatiza cada vez mais a paz que D’us feznos céus e o shalom que ele traz às pessoas na terra.
Uma outra importante técnica de consolação no Kadish é a insistência, porque é uma prece de santidade que deve ser recitadasomente em quorum público, nunca privadamente. A recitação, geralmentefeita ao lado de outros enlutados, cria uma camaradagem entre osenlutados em uma época de profundo isolamento e desamparo. Ele ensina,implicitamente, que outros também experimentaram dores similares; que amorte é um fim natural, geralmente fora de hora, de toda a vida, que oritmo do homem seguiu a mesma batida desde os dias quando Adamrecusou-se a comer o fruto da Árvore da Vida.
O Kadish é, assim, uma oração reconfortante, grandiosa em sua concepção espiritual, dramática em seus ritmos e melodia e profunda emseus insights psicológicos.
Quando os Enlutados Consolam o Mestre
Quando recitamos o Kadish, oferecemos consolo a D’us por Sua perda
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Um grande Sábio chassídico disse que a morte de cada uma das criaturas de D’us causa uma lacuna nos exércitos do Rei louvado. OKadish, disse ele, é recitado com a esperança de que aquela lacuna serápreenchida. Coube ao laureado poeta de Israel, S. Y. Agnon, interpretaristo com uma bela analogia.
O Reis dos Reis, D’us Todo-Poderoso, não é como um rei humano. Quando um rei de carne e sangue comanda seus exércitos em umabatalha, ele vê somente os grandes efeitos, a logística massiva e ogrande objetivo. Ele não conhece os homens individualmente. Eles não sãodistinguíveis um do outro. Eles são máquinas humanas que carregamrifles e executam uma função. Se ele perder metade de seu regimento, elesinceramente lamentará a morte das massas. Mas ele não se lamentará pornenhum ser humano específico.
Não é assim com o Rei dos Reis. Ele é o Mestre do mundo; ainda assim, ele se importa com cada vida individual. Homens não sãomáquinas ou cifras. Eles são seres humanos. Quando os soldados de D’usmorrem, Ele lamenta, por assim dizer, cada homem. Seu Reino experimentaum terrível vazio. D’us sofre, aparentemente da mesma maneira que umhumano enlutado sofre.
Quando recitamos o Kadish, oferecemos consolo a D’us por Sua perda. Nós dizemos Yisgadal: Teu nome foi diminuído; que Ele sejaexaltado. Yiskadash: Tua santidade foi diminuída; que Ela sejaaumentada. Yamlich malchusoi: Teu Reino sofreu uma perda súbita; que Elereine eternamente.
Esta surpreendente interpretação do Kadish – que o vê como a tentativa do enlutado de oferecer consolo ao Mestre de todos os homens –é, ele próprio, uma consolação para a pessoa que está de luto. Oconhecimento de que D’us se importa com cada homem e que Ele sofre pelaperda de cada uma de Suas criaturas feitas à Sua própria imagem é umafonte de calor e conforto.
O Kadish Como Educação
Por baixo da superfície, a declaração do Kadish expressa um pensamento básico para um entendimento da atitude judaica em relação àvida: a aceitação da aparentemente injusta dor e tragédia irracional navida como sendo o justo – mesmo que paradoxal – ato de D’us Sábio. Areza do Kadish é, assim, encontrada em fontes antigas delineadas com otzidduk ha’din, a oração que justifica os éditos de D’us. Esta prece érecitada no momento do enterro e proclama: “O Senhor deu e o Senhortirou. Seja abençoado o Nome do Senhor”.
O Kadish ecoa este tema: “Seja Seu grande Nome abençoado para sempre”. É o espírito de reconhecimento de que o D’us Todo-Poderosoconhece nossos segredos mais íntimos; que Ele, de forma confiante ejusta, nos recompensa e pune; que Ele sabe o que é melhor para ahumanidade, e que tudo que Ele faz é para o benefício eventual de toda araça humana. É somente pela virtude desta aceitação da morte como ojusto e inexorável término da vida que a vida pode ser vivida em suaplenitude. É somente através do difícil, porém necessário,reconhecimento de que somente o Criador do universo entende o plano deSua criação que nós evitamos nos tornar incapacitados pelo teimosoquestionamento do imponderável que pode desgastar nossa própriaexistência. Assim nós recitamos nas palavras do Kadish: “Exaltado esantificado seja Seu grande Nome, no mundo que Ele criou segundo Suavontade”. É um mundo cujos caminhos ultrapassam nossa compreensão e seadequam somente à Sua vontade. Como podem nossos limitados intelectoscompreender Sua louvada grandeza ou avaliar as infindáveis profundezasda mente Divina? Se a tragédia nos atinge, se nossas famílias sãoassaltadas pelas circunstâncias maléficas, nós temos fé de que o justoD’us agiu de forma justa.
A Importância do Kadish
Uma Reflexão Sobre o Amor aos Pais
O Kadish é um aperto de mão espiritual entre as gerações que conecta duas vidas |
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A verdadeira função do Kadish vai ainda mais fundo. Além da cura psicológica que ele encoraja, além de educar o enlutado a seajustar à tragédia, não haverá alguma influência misteriosa, algum poderfantástico que afeta tão maravilhosamente a alma do enlutado? Como oKadish está relacionado ao luto pelos pais?
Colocado de forma simples: o Kadish é um aperto de mão espiritual entre as gerações que conecta duas vidas. Que melhor consoloexiste para o enlutado que o conhecimento de que as idéias, esperanças,interesses e compromissos do falecido continuam existindo na vida de suaprópria família? A recitação pelo filho do Kadish representa umacontinuação daquela vida; ela arrebata o mais profundo valor doindivíduo das garras tenebrosas da morte.
Como isto acontece? A tradição judaica reconhece a influência importante do pai sobre o filho durante a vida daquele. O “mérito dosPais” é um tema ousado e importante na literatura rabínica. Deve serlembrado que, coletivamente, os Judeus pediram por misericórdia a D’usem reconhecimento das ações justas dos Patriarcas de quem somosdescendentes. A tradição também reconhece que os pecados dos pais –motivos impuros, riqueza de origem obscura, vidas sem propósito, e assimpor diante – podem ter produzido conseqüências nas vidas de seus filhospor muitas gerações. A alma do filho carrega, de forma indelével, amarca dos pais, quer achemos ser isto justo ou não. Por tudo isto,entretanto, o pensamento judaico nunca considerou os pais capazes deredimir um filho errante pela virtude de suas próprias boas açõesperante D’us. Avraham não pode salvar seu rebelde filho Ishmael.Yitschak não pode salvar seu filho avarento, Esav.
Curiosamente, entretanto, no complicado cálculo do espírito, o reverso é possível! As ações do filho podem redimir a vida dos pais,mesmo depois de seus falecimentos!
É uma troca perfeita, um “mérito dos filhos”. As virtudes éticas, religiosas e sociais dos filhos colocam auréolas em seus pais. OTalmud declara bera mezakeh aba, o filho favorece o pai. O Rabbi Shimonbar Yochai também diz mah zar’o bachayim, af hu bachayim, enquanto seusfilhos vivem, também os pais vivem. Aqueles que deixam filhos dignosnão morrem em espírito. Seus restos mortais são enterrados na terra, masseus ensinamentos permanecem entre os homens.
Apesar de ser verdade que nenhum indivíduo pode interferir com D’us em relação à vida de outro – nem os pais pelos filhos, nem ofilho pelos pais – uma pessoa pode, seguramente, modificar a importânciada vida de outra pessoa e conceder significado e valor a ela. Como aárvore é julgada por seus frutos e o artesão por seu produto, assimtambém um pai alcança importância pessoal pelo sucesso moral de seufilho. De David, que deixou um filho digno dele mesmo, o Talmud serefere à sua morte como “ele dormiu”, indicando a continuidade da vida.De Joab, que não teve filho que pudesse herdar sua grandeza, foi dito“ele morreu”, significando finalização. O reflexo do filho sobre seuspais é verdade em vida e é verdade também após a morte.
É precisamente em relação a isso que o Kadish atinge seu mais profundo valor. O Kadish serve como um epílogo à vida humana da mesmaforma que, historicamente, ele serviu como um epílogo ao estudo da Torá.Foi aquela vida marcada primariamente por bondade, dignidade e nobreza,ou pela vergonha e desgraça, por estupidez e fraqueza? Em qualquercaso, o Kadish é eficiente. Os Sábios afirmam que as recitações doKadish pelo filho confirmam uma vida dos pais de bondade por um lado,enquanto, por outro lado, produz arrependimento pela vida de pecados dospais.
De fato, os rabinos declaram que somos obrigados a honrar os pais na morte assim como em vida. O Kadish é a demonstração verbal daprofunda e constante honra que os Judeus foram ordenados a dar aos paisdesde o dia que o quinto mandamento foi pronunciado no Sinai. A duraçãoda recitação do Kadish pelos pais é um amplo testemunho daquelerespeito. Pois, como é dito que a alma perversa se submete a umjulgamento durante todo um ano, o filho, em reverência ao seu pai,termina o Kadish aos onze meses, testemunhando, em um mês de eloqüentesilêncio, a bondade daqueles que a possuíam.
Não é a recitação do Kadish sozinha que é emblemática dos ensinamentos dos pais, mas também o fato do enlutado provocar umaresposta de santidade dos outros, fazendo com que os outros proclamem agrandeza de D’us com ele – que os Sábios chamam Kidush Ha’Shem,santificação do Nome. O enlutado anuncia “Que seja exaltado esantificado Seu grande Nome” e seus companheiros respondem “Que Seugrande Nome seja abençoado por toda a eternidade”. O enlutado continua“Que seja bendito e louvado, glorificado, elevado e enaltecido, honrado,adorado e exaltado o Nome do Santo, bendito seja Ele” e a congregaçãoresponde “Bendito seja Ele”. O Kadish é, assim, uma santificação públicado Nome de D’us. É uma reza em miniatura, independente, que alcança asalturas da santidade e é este grande triunfo espiritual que se refletena vida da mãe ou pai e confirma a exatidão de seus ensinamentos.
Se, por outro lado, os pais tenham enganado ou pecado, e tenham profanado o nome de D’us (chilul ha’shem), o Kadish, que é asantificação do nome (kidush ha’shem), é considerado verdadeiroarrependimento pelo falecido e o salva da retribuição. O Kadish não éuma reza explícita por esta redenção dos pais, mas sua recitação é umaindicação que o bem nasceu deles e é, portanto, salvador.
O incidente fundamental e mais freqüentemente relatado em relação ao Kadish é a visão mística do grande sábio Rabbi Akiva. Esteincidente é encontrado em numerosas fontes: o Talmud, Midrash, Zohar eoutros trabalhos literários, o que atesta sua ampla aceitação e suapopularidade. Rabbi Akiva teve uma visão de um bem conhecido pecador quemorrera e fora condenado a uma intolerável punição. O pecador informouao Rabbi em sua visão que somente se seu filho, ainda vivo, recitasseBarechu e o Kadish ele seria redimido. O Rabbi foi e ensinou ao jovemestas rezas. Assim que o rapaz começou a recitar o Kadish, ele salvouseu pai da perdição. O filho favorece o pai!
Além disso, este conceito do “mérito dos filhos” está historicamente associado com o núcleo e a resposta centrais do Kadish. Atradição registra um diálogo entre o velho patriarca, Yaacov, e seusdoze filhos. Yaacov estava ansioso sobre o futuro. Ele não estava certose alguns de seus filhos seguiriam os passos de seu tio Esav ou tio-avôIshmael. Algum de seus filhos desertará da fé de seus pais? Quando, comgrande consternação, ele confrontou seus filhos, eles declararam juntos“Ouve Ó Yisrael (Yaacov), D’us é o Senhor, D’us é Um”. Com grande alívioao se assegurar do mérito de seus filhos, Yaacov respondeu em completagratidão “Bendito seja o nome da glória de Seu reino por toda aeternidade”. Esta resposta tem sido santificada como o versículoimediatamente seguinte ao Shemá, Baruch shem kevod malchuto leolam vaed,“Bendito seja Seu grande nome por toda a eternidade”. O Kadish é umfirme aperto de mão entre as gerações!
Quando a morte se aproxima de nossos lares, ela traz um fim à vida física. A corrente é cortada. Isso é tudo. Mas o espírito é maispoderoso que o túmulo. Os pensamentos e as emoções, os ideais e asatitudes de seus herdeiros atestam a influência imortal dos falecidos. Arecitação do Kadish é uma demonstração pública de que a vida dos paisnão foi vivida sem apoiar, em um certo sentido, a causa do bem. Não éexagero dizer que o aperto de mão espiritual do Kadish ajudou aassegurar a sobrevivência contínua do Povo Judeu, da religião judaica,da sinagoga e de suas principais instituições.
Tradutor: Moishe (a.k.a. Maurício) Klajnberg
Traduzido do original em inglês em (http://www.chabad.org/library/article.asp?AID=336516).