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Estamos às vésperas de Purim, a data no calendário judaico em que comemoramos uma vitória contra o antissemitismo. Purim tem, para mim, também o significado da repulsa a todos os tipos de antissemitismo em todas as gerações. Para mim não é dia de festa, pois na maior parte dessas ocasiões os judeus não tiveram uma rainha Ester que tivesse acesso ao poder.
É para mim um dia de reflexão sobre a ilusão do acesso privilegiado circunstancial ao poder, e sobre a necessidade de empoderamento maior de um grupo social no sentido de se proteger contra agressões cometidas por pessoas individuais ou pertencentes a grupos intoxicados pelo ódio e pela intolerância.
Não gosto de Purim. Me sinto mal ao pensar em morder aquele doce delicioso, o Humentasch, com passas e nozes, mas que está associado a uma simbologia bárbara, do revanchismo típico do “olho por olho”, aquela de comer a orelha de Haman (“Humen” é a pronúncia de Haman em idishe, e o tasch significa orelha). Me faz pensar no Fernandinho Beiramar, que se vangloriava de arrancar com os dentes as orelhas dos seus desafetos. Embora deseje do fundo do coração que vão para o Inferno os Hitlers, Gaddafis, Ahmadinejads, Chavez, e outras pessoas de mau caráter que nós judeus também temos (Avigdor Liberman é só o primeiro nome que vem à mente), e queira distância de todos que alguma vez mostrem qualquer tipo de amizade ou admiração em relação a essas pessoas, EU NÃO DESEJO QUE NINGUÉM LHES COMA AS ORELHAS.
Não gosto de Purim porque teria sido o primeiro Holocausto. Não ter sido o primeiro é motivo para alívio, mas em algum momento histórico perdido no tempo aconteceu o primeiro, e foi seguido por muitos outros, até chegar à Shoá, causada não por um único Haman, mas por uma sociedade doente que o produziu. E incluo nessa série de holocaustos, que eu gostaria de ver celebrados em conjunto, aqueles da Bósnia, de Ruanda, do Camboja, dos armênios na Turquia, dos índios norte-americanos e brasileiros, dos Gulag´s de Stalin, dos 20 milhões de soviéticos mortos na Segunda Guerra, dos palestinos de tantas aldeias destruídas (ainda hoje), dos 20 milhões de negros vítimas do tráfico negreiro que vicejou durante séculos e nem porisso é menos triste. Corrijam-me nos números os historiadores.
Purim é para mim um momento de reflexão sobre a doença social que produz Haman´s e as multidões que os seguem cegamente. Não merece um carnaval de máscaras, e sim meditação sobre o mal que existe em cada um e em todos nós, e que pode um dia nos cegar perante a injustiça. Um dia para a celebração da responsabilidade individual e do livre arbítrio.
Purim teria significado digno de eu celebrar, se revelasse às crianças e jovens esse livre arbítrio que nos leva a honrar também o bem que existe naqueles que estão no lado opressor e se rehumanizam na compaixão e na prática da justiça a qualquer preço.
O Purim do "olho por olho" eu não consigo celebrar.
Celebraria se pudéssemos o nosso Purim a todos os outros povos vítimas de genocídios, intolerâncias, e também de desastres causados pelo próprio homem, como a tragédia em Fukushima, que além dos sentimentos de compaixão nos traz a consciência da arrogância, a “hubris” das tragédias gregas. Fukushima poderá ser um dia Angra. Golfo do México poderá ser um dia Juqueí até Itanhaém. Há responsabilidades individuais e coletivas em cada um desses acontecimentos. Purim me leva a refletir sobre isso e sobre a parte que me cabe no latifúndio do nosso Tikkun Olam, o termo hebraico para o dever judaico supremo de cada um e de todos: a “cura do mundo”.
Purim é o dia em que eu gostaria de celebrar a responsabilidade individual de todo e qualquer ser humano pelos direitos humanos de todos os demais, e pelo planeta em que vivemos. Meu herói em Purim seria o chefe Seattle cujas palavras nos foram trazidas pela Marcelinha, de 14 anos, que adotei como afilhada.
Um Purim humanista seria antes de tudo universalista, e poderia estar associado à Alameda dos Justos do Yad Vashem, onde temos, nós judeus, um patrimônio moral da humanidade que é a capacidade de reconhecer os Justos de todas as nações. E que é a prova histórica de que a única forma de termos segurança e paz é agindo no sentido de que todos os seres humanos tenham segurança e paz.
Agnóstico que sou, mesmo assim busco o Poder da Oração ensinado pelo monge budista Thich Nhat Nhan,dirigindo as energias do pensamento e do coração neste Purim, para que Obama e Dilma tenham boas conversas, e para que Obama e Dilma digam algumas poucas palavras decisivas a Netanyahu, e que possam resultar, como acredito que podem, numa guinada que nos faça desviar do precipício. Acredito nas palavras. Poucas palavras poderão ser suficientes. Está em tempo.
Por que Dilma? Porque acho que o Brasil deverá adotar Gaza.
Oxalá eu possa estar alegre no Purim em 2012.
nota adjunta: LA PRESENCIA DEL TERROR.pdf
É com prazer que informamos que já está em fase de elaboração a Edição de Pessach da Revista Amazônia Judaica.
Após o enorme sucesso e a boa receptividade da Edição Especial de 200 Anos da Imigração Judaica para a Amazônia, nosso entusiasmo cresceu e resolvemos lutar pela continuidade, melhorar ainda mais o padrão de qualidade gráfico e jornalístico, além de ampliar o universo temático e de atingimento da revista.
Assim esta edição terá como destaques, matérias e artigos super interessantes sobre: Pessach ( História da Hagadá e a Festa da Mimona, tradição singular marroquina e do Norte da África); artigos sobre os judeus sefaraditas no Brasil e Espanha e os cristãos novos em Portugal, entre outros.
Visando manter este belo projeto, convidamos você a conhecê-lo e apoiá-lo. Você pode fazê-lo de 2 formas:
1. Colocando uma mensagem de Pessach em nome de sua família – valor: R$300,00
2. Fazendo uma assinatura anual da revista – valor: R$180,00
Caso esteja interessado em nos apoiar, contate-nos pelo e-mail portal200anos@gmail.com
Gratos.
David e Elias Salgado – Amazônia Judaica
Feminismo
Por que 8 de março é o Dia Internacional da Mulher?
Resseguros do Brasil, primeira empresa
no Brasil a ter uma creche para filhos
das funcionárias. Foto: Divulgação.
As histórias que remetem à criação do Dia Internacional da Mulher alimentam o imaginário de que a data teria surgido a partir de um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas. Sem dúvida, o incidente ocorrido em 25 de março daquele ano marcou a trajetória das lutas feministas ao longo do século 20, mas os eventos que levaram à criação da data são bem anteriores a este acontecimento.
Desde o final do século 19, organizações femininas oriundas de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos. As jornadas de trabalho de aproximadamente 15 horas diárias e os salários medíocres introduzidos pela Revolução Industrial levaram as mulheres a greves para reivindicar melhores condições de trabalho e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas durante o período.
O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país. No ano seguinte, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data como sendo 28 de fevereiro, com um protesto que reuniu mais de 3 mil pessoas no centro de Nova York e culminou, em novembro de 1909, em uma longa greve têxtil que fechou quase 500 fábricas americanas.
Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, uma resolução para a criação de uma data anual para a celebração dos direitos da mulher foi aprovada por mais de cem representantes de 17 países. O objetivo era honrar as lutas femininas e, assim, obter suporte para instituir o sufrágio universal em diversas nações.
Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) eclodiram ainda mais protestos em todo o mundo. Mas foi em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário Juliano, adotado pela Rússia até então), quando aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra - em um protesto conhecido como "Pão e Paz" - que a data consagrou-se, embora tenha sido oficializada como Dia Internacional da Mulher, apenas em 1921.
Somente mais de 20 anos depois, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Nos anos 1960, o movimento feminista ganhou corpo, em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o 8 de março foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.
"O 8 de março deve ser visto como momento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres, impedindo que retrocessos ameacem o que já foi alcançado em diversos países", explica a professora Maria Célia Orlato Selem, mestre em Estudos Feministas pela Universidade de Brasília e doutoranda em História Cultural pela Universidade de Campinhas.
No Brasil, as movimentações em prol dos direitos da mulher surgiram em meio aos grupos anarquistas do início do século 20, que buscavam, assim como nos demais países, melhores condições de trabalho e qualidade de vida. A luta feminina ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 30, que conseguiram o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas. A partir dos anos 1970 emergiram no país organizações que passaram a incluir na pauta das discussões a igualdade entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher. Em 1982, o feminismo passou a manter um diálogo importante com o Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo, e em 1985, com o aparecimento da primeira Delegacia Especializada da Mulher.
El Judaísmo Humanista Secularpor Egon Friedler A lo largo de los años el judaísmo humanista secular se ha ido convirtiendo en un movimiento y en una corriente judía con contenido, postulados y comunidades florecientes. ¿Qué hace un rabino si pierde la fe en Dios? ¿Se busca otra profesión y trata de pasar desapercibido en la
comunidad? ¿Se aleja del judaísmo y oculta su pasado? ¿Cae en una profunda depresión y termina suicidándose?
Sherwin Wine, un rabino reformista joven, dejó de creer en el Dios bíblico en 1963, pero no adoptó ninguna de estas tres opciones. Llegó a la conclusión de que el judaísmo era algo demasiado importante como para que dependiera de la fe. El judaísmo, decidió, es historia compartida, cultura, sentimiento de comunidad, vivencias comunes, folklore, humor, literatura y también ritual.
Pero como los rituales del pasado no podían responder a una nueva concepción de la vida judía, era necesario
proceder a renovarlos, a crear nuevos, a dejar de lado la excesiva reverencia por el pasado y estimular una
creatividad renovadora. Todo eso obviamente no fue fácil. Sólo ocho familias de Detroit en setiembre de 1963
apoyaron al audaz rabino que pretendía tocar algo tan santificado como la tradición y que sostenía que centrar
toda la vida judía en torno a la Torá y olvidar toda la restante riqueza espiritual del judaísmo significaba
empobrecerlo.
Siguiendo en cierto modo a Mordejai Kaplan, el padre de la corriente reconstruccionista, que veía al judaísmo como una civilización, Sherwin Wine, incorporó toda la herencia cultural laica de los últimos 200 años al acervo de su nueva corriente. Obviamente fue duramente atacado por sectores religiosos y tradicionalistas. La publicación de un artículo en el Detroit Free Press en 1964 sobre el "rabino ateo" sólo hizo recrudecer los ataques. En febrero de 1965, la revista Time dio notoriedad nacional y mundial al entonces naciente movimiento, y Sherwin Wine recibió entre otras muchas, una significativa carta de felicitación del prominente humanista y biólogo británico Julian Huxley. En 1967, Wine convocó a siete rabinos que se sentían cercanos a sus ideas, con la idea de crear un movimiento nacional. Entre ellos, hubo un rabino de Deerfield, Chicago, llamado Dan Friedman, quien habría de formar una de las comunidades humanistas más importantes y mejor organizadas de los Estados Unidos. En 1969, las tres primeras comunidades humanistas, el Templo Birmingham y las congregaciones en Westport, Connecticut y Deerfield, Illinois, se reunieron para formar la Sociedad para el Judaísmo Humanista. El crecimiento institucionalAl año siguiente tuvo lugar la primera asamblea formal de la nueva organización con la asistencia de 150 delegados.
Hoy la Sociedad tiene 39 comunidades asociadas en los Estados Unidos y Canadá. En 1981 hubo una importante
reunión en el Kibutz Shfaim en Israel, donde se inició una fecunda relación con el Movimiento israelí, conocido
entonces como Tehilá. En 1982, Sherwin Wine convocó a una reunión en Farmington Hills, Michigan, de
organizaciones seculares de distinto carácter, en la que además de la Sociedad para el Judaísmo Humanista,
estuvieron presentes el Congreso de Organizaciones Judías Seculares, Poalei Zion, el Círculo Obrero, los sionistas
laboristas y los Norteamericanos para un Israel Progresista. En este encuentro se decidió celebrar reuniones
periódicas del liderazgo de estas instituciones ahora federadas en la conferencia de Judíos Seculares y
Humanistas, así como la publicación conjunta de una revista.
En 1985, en un encuentro en Jerusalem, representantes de América del Norte, Israel y América Latina,
establecieron el Instituto Internacional para el Judaísmo Humanista Secular que debía constituirse en el
brazo educativo de la organización para la formación de nuevos líderes.
En 1986, representantes de 11 países se reunieron en el templo de Birmingham para crear la Federación
Internacional de Judíos Humanistas Seculares. Desde entonces, el movimiento ha ido creciendo y
difundiendo su mensaje, realizando conferencias cada dos años en distintas ciudades como Bruselas,
Chicago, Tel Aviv, Moscú, París y Nueva York. En los años en que no se realizan conferencias, el templo
Birmingham organiza coloquios de alto nivel sobre distintos temas de la vida judía, no sólo con líderes e
ideólogos del movimiento sino también con importantes personalidades invitadas. Las agendas de los
coloquios son de por sí desafíos intelectuales: "Los judíos no afiliados", "Judaísmo laico y espiritualidad",
"Judíos y no judíos en el mundo moderno" y otros muchos temas que siempre congregan a un numeroso
público, no sólo perteneciente al movimiento humanista, sino también de judíos curiosos en el mejor sentido.
El Instituto de Judaísmo Humanista Secular en Farmington Hills en las afueras de Detroit
comenzó en la década del ochenta a formar madrijim o "wegwaizers", pero pronto se comprendió
que eso no sería suficiente. En 1990 se inició un programa rabínico (que obliga a todo un
currículo paralelo de estudios universitarios) y hacia 2001 ya se habían graduado cuatro rabinos.
Con la incorporación al movimiento del destacado filántropo y dirigente judío europeo,
Felix Posen, el movimiento comenzó a hacer hincapié en la enseñanza del judaísmo como cultura a nivel
secundario y universitario, en Israel y en la Diáspora. Meitar y Alma, creadas en 1996 en Tel Aviv fueron las
primeras instituciones en Israel dedicadas a enseñar a estudiantes, maestros e inmigrantes el judaísmo como
cultura.
En 2001, tres universidades y tres colegios en Israel (Universidad Hebrea de Jerusalem, Universidad de Tel Aviv,
Universidad Bar Ilán, Seminario Levinsky, Colegio Ajvah y Colegio Académico de Tel Aviv) comenzaron a enseñar
judaísmo secular como materia en la que es posible obtener títulos de BA y MA. Asimismo hay un fondo que
permite otorgar becas para realizar trabajos de doctorado en este campo.
En febrero de este año, un equipo dirigido por Dalia Goren realizó un relevamiento de todos los materiales
educativos sobre el judaísmo como cultura editados en Israel. Actualmente hay negociaciones en curso para
la enseñanza del judaísmo como cultura en las universidades de Harvard, Berkeley y Michigan en los
Estados Unidos y se ha comenzado a trabajar en una enciclopedia del Judaísmo Secular cuyo editor-jefe es el Prof.
Irmihau Iovel, ganador del Premio Israel y director del Instituto Spinoza. Este año se abre un centro cultural con
un programa sumamente ambicioso en la sede de la Federación Internacional de Judíos Humanistas Seculares
en Nueva York.
Es indudable que todos estos cambios no se habrían producido sin la habilidad negociadora, el carisma,
la flexibilidad y la apertura a nuevas ideas de Sherwin Wine, un líder que como pocos sabe disfrutar del
contacto humano a todo nivel.
Wine, el ideólogoPero Wine no es sólo el gran líder comunitario, el notable maestro, el orador y conferencista capaz de mantener
en vilo a cualquier auditorio, es además uno de los principales ideólogos del judaísmo humanista. A diferencia de
otros pensadores del movimiento como el desaparecido juez de la Suprema Corte de Justicia, Jaim Cohn,
o el gran especialista en el Holocausto Prof. Iehuda Bauer, sistematizó sus ideas en un libro. En Judaism
beyond God (El judaísmo más allá de Dios) cuya primera edición fue publicada en 1985, definió con claridad
sus ideas, que combinan admirablemente un pragmatismo típicamente norteamericano con una profunda
sabiduría judía.
Por ejemplo, respecto del rol humano en nuestra historia escribe: "Si la historia judía tiene un mensaje, es el
requerimiento de que confiemos en nuestras propias fuerzas. En un universo indiferente nadie puede salvarnos
de nuestro destino. O asumimos la responsabilidad por nuestro destino o nadie lo hará. Un mundo sin garantías
divinas y justicia divina es inquietante. Pero también es la fuente de la libertad y la dignidad humana."
Wine describe con precisión quirúrgica la realidad del pueblo judío: "No hay creencias teológicas comunes
que unan a todos los judíos. Muchos no tienen ninguna fe teológica. Muchos denuncian a la religión abiertamente.
Muchos son abiertamente ateos. Sin embargo, su identidad judía sigue intacta. Los judíos se sienten orgullosos
de Sigmund Freud y Albert Einstein como miembros de la tribu."
"Los intentos reformistas de definir a los judíos como una denominación religiosa y nada más, fracasó. Excluía a demasiada gente obviamente judía. Una definición que excluye a Theodor Herzl y Golda Meir no puede ser convincente."
Por otra parte, ha planteado con gran claridad el tema de la identidad judía contemporánea: "La identidad judía está
íntimamente ligada a la memoria judía. Y la memoria judía es una enciclopedia de razones para el agnosticismo,
el escepticismo y las aspiraciones humanas de crear un mundo mejor. La tradición teísta del establishment judío,
que está totalmente reñida con la experiencia judía, hace que el mensaje humanista resulte más pertinente que
nunca. Ser judío, teniendo una conexión auténtica y realista con la historia judía, es una forma de reforzar el
enfoque humanista de la vida, una manera de fortalecer nuestra conciencia de la importancia de la razón
y la dignidad humanas."
"El judaísmo (como lo señalamos al comienzo de este libro) es una doctrina sobre el valor de la identidad judía.
El viejo judaísmo encuentra valores teológicos en la identidad judía. El nuevo judaísmo encuentra valores
humanistas en la identidad judía."
Refrescando el viejo sionismo secularSherwin Wine tiene ideas muy claras sobre la estrecha relación del Estado de Israel y la Diáspora, así como
del vínculo indisoluble de Israel y el judaísmo. Luego de censurar los intentos de los "cananeos" israelíes de
desvincularse de la Diáspora, escribe: "No importa con cuánta pasión algunos israelíes traten de ser israelíes
sin ser judíos: han de fracasar en este intento. A los ojos del mundo, Israel es un estado judío con una conexión
profunda con los judíos de todo el mundo. Así como los gentiles norteamericanos identifican a los judíos
norteamericanos con la conducta del estado de Israel, del mismo modo la opinión pública identifica a los judíos,
estén donde estuvieren. Esta conexión no puede ser rota. Israel es el centro de habla hebrea de una entidad
social más amplia denominada el pueblo judío, que de acuerdo a las convenciones internacionales vigentes,
no posee un status político oficial."
Sherwin Wine ve la experiencia judía como algo totalizador, mucho más vasto que el que puede ofrecer,
con toda su importancia, la literatura bíblica sacralizada. En otro de sus libros, Celebration, escribe:
"El humor judío es el legado de la experiencia judía. No surgió de la Biblia ni del Talmud. No fue creado
por sacerdotes, profetas y rabinos. Tampoco es la creación de escritores famosos. El humor judío es la
respuesta de judíos ordinarios a los extraordinarios horrores de la historia judía. Frente a un mundo injusto e
indiferente al sufrimiento humano, los judíos aprendimos a reírnos en lugar de rendirnos y morir."
En otro pasaje del mismo libro, afirma Wine la legitimidad del pluralismo judío: "El judaísmo debe afirmarse
como un marco cultural y estético en el cual es posible una variedad de enfoques filosóficos. Tanto el teísmo
místico como el humanismo empírico son legítimos. Las costumbres y las ceremonias judías constituyen
experiencias poéticas variables, que pueden servir a un amplio espectro de valores y tradiciones humanas."
Por último, cabe citar el ideario de este gran pensador judío contemporáneo, planteado en frases cortas y
tajantes al final de Judaism beyond God.
FUENTE: HAGSHAMÁ.ORG |
Cada Papa tem a sua cruz | |
O mundo árabe insurge, a política italiana está nos limites do colapso, enquanto o presidente do Conselho – quando não se assusta com o risco de novos fundamentalismos – ataca a escola pública no vã e grosseira tentativa de ganhar os favores das hierarquias vaticanas. E o Pontífice, o que faz? Manda publicar, pela editora Herder, de Friburgo, um livro em que finalmente desmente a interpretação "deicida" do Evangelho. Falamos sobre isso com Amos Luzzatto, presidente da União das Comunidades Judaicas Italianas e estudioso que participou de inúmeros encontros nacionais e internacionais sobre os temas da cultura judaica, tendo publicado numerosas obras. A entrevista é de Iaia Vantaggiato, publicada no jornal Il Manifesto, 03-03-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto. Eis a entrevista. A partir de hoje, é oficial: "Não foram os judeus que condenaram Jesus". Quem escreveu isso foi o Pontífice, em um livro que será publicado no dia 10 de março e que, justamente, não se poderia definir como um instant book. Eu não sou capaz de fazer a exegese do Evangelho. Só sei que Jesus foi morto na cruz e que se tratou de uma execução capital tipicamente "romana". De resto, também eram romanos os executores materiais. Os judeus estavam "ocupados", a autoridade era romana. Certamente, entendo que, depois, o cristianismo tenha escolhido Roma como o seu centro propulsor, mas Jesus foi morto pelos romanos. Os tribunais judeus não contemplavam condenações capitais? Certamente, mas com modalidades muitos diferentes. Sobretudo, não previam a crucificação, e, depois, a execução devia ser executada junto ao Santuário e não antes que transcorressem 30 dias da condenação. A propósito do Santuário, o Pontífice diz exatamente isto: foi a aristocracia do Templo que condenou Jesus, não o "povo de Israel" como tal. Aqui também não há nada de novo. Já sabíamos disso? A aristocracia do Templo eram os saduceus. E isso é um fato. Ora, queremos pensar que "todo" o povo hebreu tenha se reunido diante da casa de Pilatos para pedir a condenação à morte de Jesus? Justamente, Ratzinger diz que não foi assim. O senhor lhe dá razão. Sim, até porque é difícil pensar em um povo inteiro que grita "matem-no!". Vamos hoje para a frente do palácio de Pilatos, onde aquele crucifige foi invocado. Vamos hoje a Jerusalém. Esse lugar se chama Ecce Homo e é de dimensões muito reduzidas. Ali na frente devem ter estado não mais do que 60, 70 pessoas, e não um milhão. Entretanto, com relação a Ratzinger, antes tarde do que nunca. Não me surpreende, mas também não há necessidade de me convencer. Mas, enfim, que sentido tem hoje um livro como esse? Talvez o Pontífice quer corrigir um velho provérbio que hoje não se pode mais sustentar, ou melhor, dois. O crucifige em primeiro lugar e depois aquela afirmação que diz: "que o seu sangue recaia sobre as nossas cabeças e sobre os nossos filhos". Uma afirmação que esteve na base de todas as perseguições contra os judeus. Repito, porém: o fato de um Papa teólogo me dizer que isso não foi assim não me causa prazer. É o mesmo Papa, no entanto, que, na oração da Sexta-feira Santa, reintroduziu a passagem sobre os "pérfidos judeus". Sim, mas ali... Eles, por pérfidos, entendem sem fé, isto é, sem a "sua" fé. Os evangelhos podem ser interpretados com malevolência ou com benevolência. Eu reconheço ao Papa a preferência pelo segundo caminho. A partir de hoje, muda alguma coisa nas relações com o Vaticano? Para mim, tudo continua como antes. Incluindo o fato de que, segundo a Igreja, Jesus era o Messias e que, por isso, ele não era simpático aos judeus? Um século e meio depois de Jesus, durante a II Revolta contra Adriano, houve um grande líder político e militar que se chamava Var Kokhbà. Alguns pensavam que ele fosse o novo messias. Nenhum judeu pensou em condená-lo. O problema não é se Deus é pai, mas se é o pai de "um" ou também de todos os outros. Ratzinger também fala de arrependimento, de esperança, de guerras e de poder. São coisas que, se ditas em termos genéricos, sempre vão bem. Tome a esperança: ela vai sempre bem. Sim, mas por que esse livro? Talvez para dar uma contribuição ao diálogo judaico-cristão. Porém, para fazer um julgamento um pouco mais atualizado, esperaria dois ou três dias. Talvez, alguém terá algum comentário a fazer. Eu, no momento, não encontro nada de novo. E não vou encontrar nada de novo até que veja o início de um debate por parte de círculos qualificados. Bento XVI diz ainda que a verdade deve entrar na política. Mais ou menos. Que a política deve assumir a verdade? Certamente. Mas nem isso me parece ser uma grande inovação. É verdade que estamos habituados a uma política que não diz aquilo que deve ser dito, mas também é verdade que não se diz que a verdade é o aquilo que o Papa me diz. O senhor vê atritos inéditos nas relações entre o Estado italiano e a Santa Sé? Há dificuldades. O Estado italiano pede o apoio da Igreja e, ao mesmo tempo, não demonstra ser fiel àquilo que a Igreja prega. Isso também não é uma novidade. Desta vez, fomos além. Até o ataque contra a escola pública por parte de Berslusconi foi infeliz. Um ataque de tal forma arriscado que até a Igreja se sentiu no dever de se manifestar. Além disso, existe uma base católica que – de outra forma – se sentiria traída e abandonada. Digamos que, quanto a "risco", a pior frase do primeiro-ministro foi aquela sobre o "perigo muçulmano". Eu acredito que nos encontramos diante de uma insurreição pela democracia e contra os tiranos e não diante de uma "guerra qualquer". E acredito também que, da insurreição do mundo árabe, que é um mundo jovem, a Europa tenha tudo a aprender. Antes de tudo, a vontade de liberdade. Quanto ao "perigo", os muçulmanos também poderiam dizer que têm medo da chegada dos católicos. O ponto é que nós queremos uma convivência pacífica, mas só com nós mesmos. |
Pope Benedict has rejected the idea of collective Jewish guilt for Jesus Christ's death, in a new book to be published next week. http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-12634176
Hoy en día la figura de Stalin guarda absoluta identidad con antihumanismo, con dictadura y opresión.
Pero, en su época, gran parte de la intelectualidad europea e importantes fuerzas políticas -incluso en el pueblo judío- veían en el jefe soviético el adalid de la lucha contra el nazifascismo: la noticia de su muerte produjo honda conmoción en la Israel obrera de principios de la década del cincuenta, como se refleja en este aviso.
Aos 102, morre Aracy Guimarães Rosa
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,aos-102--morre-aracy-guimaraes-rosa,687205,0.htm
O livro 'Grande Sertão: Veredas' foi dedicado a Aracy, que detém seus direitos integrais
A segunda mulher do escritor João Guimarães Rosa, Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa, morreu nesta quinta-feira. Ela tinha 102 anos e sofria do Mal de Alzheimer. Dona Aracy prestou serviços ao Itamaraty, ao trabalhar no Consulado Brasileiro em Hamburgo, e é conhecida por ter ajudado muitos judeus, que fugiam do Holocausto, a entrarem ilegalmente no Brasil durante o governo de Getúlio Vargas. Ela tem o nome escrito no Jardim dos Justos entre as Nações, no Museu do Holocausto (Yad Vashem), em Israel e também é homenageada no Museu do Holocausto de Washington (EUA).
"Sem dúvida nenhuma ela foi um exemplo de vida para todos nós, uma mulher lutadora, que nos ensinou muito com sua história de vida", afirmou o neto Eduardo Carvalho Tess Filho. Aracy teve um único filho, fruto do primeiro casamento dela. Quando ela conheceu Rosa, na Alemanha, era desquitada.
"Ficamos em Hamburgo até 1942, quando o Brasil rompeu relações com a Alemanha, por causa da guerra. Estivemos internados em 'Baden Baden', lembra, contou Dona Aracy, com os olhos molhados, em entrevista ao Jornal da Tarde, em 1968.
Rosa quando foi para a Alemanha, deixou mulher e duas filhas no Brasil. Conheceu Aracy e se apaixonaram. Quando voltaram juntos ao Brasil, em 1942, Rosa e Aracy casaram-se por procuração, no México, já que ainda não era permitido o divórcio aqui. Eles ficaram juntos até a morte dele em 1967. Durante os quase 30 anos de romance, o escritor publicou toda a sua obra. O livro Grande Sertão: Veredas foi dedicado a Aracy, que detém os direitos integrais da obra.
Veja também:
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro José Gregori compareceram ao velório, no Hospital Albert Einstein. Aracy já foi cremada no Crematório Horto da Paz. Dona Aracy ia completar 103 anos no dia 20 de abril.
Velhas amigas
Segundo informações de uma representante da família, Dona Aracy ficou muito próxima de uma das famílias que ajudou a resgatar da Alemanha. Quando voltaram ao Brasil ela e Maria Margareth Bertel Levy, ou Dona Margarida - como era conhecida, se tornaram quase inseparáveis. A amiga alemã ficou viúva cedo e acabou sendo 'adotada' pelos Tess. "Quando uma ficava doente, a outra também ficava. Parecia que eles sentiam as mesmas coisas. Em 2003 as duas caíram, uma em casa, outra na rua, e acabaram ficando de cama até hoje", afirmou a fonte.
Dona Margarida faleceu no último dia 21 de falência múltipla dos órgãos e, três dias após o ocorrido, Dona Aracy começou a passar mal e foi internada novamente. De acordo com a representante da família, é evidente que ela não tinha conhecimento do falecimento da amiga, mas é curioso como elas passaram por muitos problemas semelhantes em períodos próximos.