A revista El Djudió (por cuja página sobre o ladino, ou djudezmo, ou djudeo espanyol sou responsável) estreia no mundo virtual:
O endereço é http://www.centrohebraico.com.br/
Agradecemos a compreensão pelas eventuais falhas que deverão ser corrigidas ao longo do tempo.
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PRECISAMOS DE ALGUÉM...
Que entenda a necessidade de criarmos o nosso próprio marco comunitário, ter os nossos próprios rabinos, nossas sinagogas, nossos centros de estudos, manifestando a nossa própria forma de ser judeu humanista.
Precisamos de alguém...
Que esteja interessado em ser parte de um grupo que define que judeu é todo aquele que se identifica como judeu e se sente vinculado à sua história, cultura e tradições.
Precisamos de alguém...
Que esteja interessado na valorização da educação judaica como instrumento maior para a formação da identidade judaica humanista, identidade que assuma responsabilidades comunitárias, sociais, políticas e ecológicas.
Precisamos de alguém...
Que acredite que o Judaísmo é uma das práticas da liberdade e da dignidade do povo judeu e defenda o direito à liberdade e à dignidade de todos os seres humanos.
Precisamos de alguém...
Que possa compreender que o Judaísmo é uma civilização, que o Estado de Israel é o centro da Civilização judaica e que a revolução sionista foi uma revolução cultural que proclamou a soberania espiritual do homem judeu no centro de sua cultura e civilização.
Precisamos de alguém...
Que não tenha medo de enfrentar este mundo de crises, de individualismo, de guerras, de racismo e de preconceitos, de competição e de consumismo, e que entenda que o Judaísmo Humanista procura respostas a essa crise.
Precisamos de alguém...
Que acredite que a história judaica é uma das sagas do ser humano, que o Tanach e o Talmude são referências originárias do significado da moral e da ética do ser humano e que está em nossas mãos a responsabilidade na resolução dos problemas humanos.
Precisamos de alguém... Que acredita numa comunidade judaica humanista da visão dos profetas de Israel, almejando uma sociedade de paz, justiça e respeito ao outro.
Precisamos de alguém...
Que Ame a Deus, Que Ame a Torá , Mais Que Não Esquece jamais de Saber Amar o Proximo.
Jayme Fucs Bar
O processo de vivência neste plano nos predispõe a um constante aprendizado, com o foco naquilo que de mais sublime possuímos, a alma, que procede do Criador. Há no mundo correntes religiosas que adotam uma postura diferenciada quanto ao tratamento da alma, quando deixa a dimensão de Malchuto, a fisicalidade.
A teologia religiosa torna a aprendizagem do homem nesta terra, um local de martírio e não apenas de correções ou retificações. Todos nós passaremos pelo processo de retificação, que nos colocará aptos ao mundo espiritual, e da sua plenitude, de onde poderemos ser recepcionados, ou ocorrerão voltas para a complementação da experiência do aprendizado.
Vêz por outra vemos pessoas amarguradas, se auto-punindo acreditando que seus sentimentos de culpas que lhes causam o martírio, são uma correção. O martírio foge ao controle do aprendizado da alma, e é mais fruto de concepções punitivas por atos ou situações que o ser humano concebe como pecado. Quando compreendemos que situações adversas fazem parte do processo de correções, agradecemos ao Criador por nos permitir crescer espiritualmente.
By Moréh Altamiro de Paiva
https://www.youtube.com/watch?v=v-K730tXMuY&feature=player_embedded
“Assim diz o Eterno ao meu rei: Assenta-te e espera a minha direita, enquanto de teus inimigos faço um descanso para teus pés”” (Tehillim (Salmos) 110:1, Biblia Hebraica).
Este Cântico foi composto por Davi, expressando confiança no seu Criador. Tal atitude não revela passividade do ser humano, esperando tudo do Eterno, mas o reconhece como o grande feitor deste Cosmos, e sua atuação junto a aqueles que nele confiam. Não importa quais situações surjam, teremos êxito quando trabalhamos em prol do bem da humanidade.
O texto mantém relação com a Parashá do próximo Shabat, LECH LECHÁ, quando nosso pai Avraham, sai de Ur, cumprindo uma ordem do Criador, enfrentando dificuldades em terras distantes junto com sua família, mas a sua trajetória o credenciou tornar-se o tronco da nação que apesar de contratempos, ainda vive: “AM YSRAEL CHAI” O POVO DE YSRAEL VIVE.
LECH LECHÁ, é um desafio a sairmos da nossa zona de conforto, para sermos instrumentos de transformação neste mundo. Seremos um canal de Chessed, no sentido de que possamos contribuir para a existência de um mundo melhor, de paz e justiça social. Shalom.
Moréh Altamiro de Paiva
UM SIMPLES EXAME FAZ TODA A DIFERENÇA. INCENTIVE, INCOMODE, NÃO DEIXE NINGUÉM FICAR FORA DESSA!
Qual o sentido da vida? Que estamos fazendo aqui? Tenho alguma utilidade nesta terra? O que me reservará o futuro? A morte encerra a minha existência? Enfim, por que me faço tais indagações? Pode ser até que alguém não faça tais perguntas, mas a grande maioria gostaria de vê-las devidamente respondidas, para obtermos uma relativa segurança sobre a nossa existência no futuro.
Surge a Ciência e a filosofia, que através das suas pontuações, ao invés de trazer certo alento, atiça ainda mais o desejo de conhecermos o que está além da imaginação. A Religião como expressão cultural dos povos vem de milênios, e falhou, pois aquelas indagações continuam agora em um mundo comandado pela tecnologia da informação.
O Relato das escrituras antigas faz referencia a personagens que tiveram um lugar de destaque na história, quando a humanidade dele mais precisava. Faço referencia a Avraham, quando o Criador o revelou que destruiria Sodoma e Gomorra, ele dialogou com o Eterno, e ponderou: e se existisse pelo menos dez justos as cidades não seriam destruídas?
Outro justo Moshe Rabenu, Moisés o grande mestre. No monte Sinai recebia as dez palavras para entregá-las ao povo, enquanto na planície o nosso povo se envolvia com a idolatria do bezerro de ouro. O Criador falou prá Moshe, que iria destruir o povo, e faria dele, de Moises, um povo. O líder hebreu não titubeou, não teve dúvidas, retrucou ao Eterno: “Ou tu perdoas este povo, ou tira o meu nome do livro. Que livro? da Torá.
Noach, Noé passou também pela experiência do Criador mandá-lo construir uma arca, pois o mundo de então seria destruído. Noach cumpriu o dever de casa veio o dilúvio e somente sua família, e animais, sobreviveram à catástrofe. Não há registros de que aquele justo recorreu ao Criador por alguém. A idéia aqui não exercer julgamentos, mas afirmar que as nossas tomadas de posição, ficam registradas na história, ou não? Shalom.
By Moréh Altamiro de Paiva
Pararashá Mística: Gn.6:9-11:32, Is 66:1-24;
ZOHAR – VOL. 02 - NOACH
5. "E a terra estava corrompida"
“31. Mas depois de Noach , todos os descendentes da Humanidade são chamados pelo seu nome, "as gerações de Noé". Os descendentes de Noé são descritos em um sentido muito respeitoso, porque ele garantiu para nós existência permanente no mundo, em contraste com "as gerações de Adão", que os descreve num sentido desonroso, como ele nos levou a sermos expulsos daquele mundo trazendo a morte a todos”.
A segunda porção da Torá se chama Noach (Noé) e relata como dez gerações depois da Criação da humanidade chegaram a um nível tão baixo de negatividade que atraiu um dilúvio. Noach era um justo e por isso foi salvo. Os cabalistas discutem o nível espiritual de Noach e comparam com o nível atingido por outros justos posteriores. O objetivo não é julgar Noach, mas sim nos ensinar lições para nosso próprio crescimento.
O que nos ensina o nível místico da Toráh desse fato? Aprendemos que precisamos ter uma postura diferente diante do Caos, um comportamento justo para sermos contribuintes da criação da história. Apesar de dificuldades posteriores demonstradas por Noach, ele participou de um novo tempo, erguendo um altar ao Criador, religando a comunicação da Luz com Malchut, o mundo da ação, a circunstancia em que vivemos.
*Moréh. Altamiro de Paiva
ismo conhecido na história, antes do nazismo. Em nome da religião e do nacionalismo, a Igreja e o Estado promoveram uma feroz perseguição à uma minoria judaica, convertida ao catolicismo, e aos seus descendentes, reduzindo-os à condição de parias. Uma certa facção desses convertidos, denominada cristãos-novos (ou marranos) respondeu à repressão com uma férrea resistência ao catolicismo, sendo odiada por não aceitar a salvação oferecida pela Igreja, por não querer reconhecer os maravilhosos mistérios da teologia cristã, por questionar que três equivalem a um, por não reconhecer que um homem possa ser Deus e que um filho possa nascer de uma virgem. Historiadores, antropólogos, filósofos, psicanalistas, têm refletido sobre o comportamento, e a ‘psiquê’ desses marranos, e as razões da sua tão longa sobrevivência. Edgard Morin, Yirmiyahu Yovel, Richard Popkin, António Damásio, Jean-Pierre Winter[1] buscaram no marrano a chave para a compreensão do pensamento de alguns pensadores como Spinoza, Montaigne, Santa Tereza, Tirso de Molina e outros. De Spinoza partiu a mais lúcida crítica contra o fanatismo religioso, numa época em que Portugal estava mergulhado no mais profundo obscurantismo. Sendo ele próprio descendente de judeus convertidos, Spinoza é hoje compreendido pelos seus biógrafos como marrano. E são unânimes os spinozistas em afirmar que somente é possível entender sua filosofia e sua mensagem sobre o mundo e a sociedade, se entendermos o seu destino como marrano[2]. O mundo e a religião foram para Spinoza sempre um problema. Cresceu em uma comunidade judia, viveu num bairro judeu, freqüentou escola judaica e teve formação talmúdica. Aprendeu o hebraico, apesar de seu idioma materno ser o português. Conhecia a Cabala, e como viveu em um tempo embebido de fantasias messiânicas e milenaristas, referiu-se com desprezo à sua charlatanice. A questão que preocupou Spinoza foi a sobrevivência dos judeus – durante séculos, apesar de todas as humilhações e perseguições –, a qual procurou responder em seu Tratado teológico-político[3]. Apesar de toda sua formação judaica, Spinoza não aceitou o judaísmo que lhe transmitiram seus mestres rabinos, tanto os askhenazi como os sefaradi. Recusou a Menasseh ben Israel, sefaradi, latinista, elegantemente pintado por Rembrandt, recusou Levi Morteira, ashkenazi, de espessa barba branca, abrigado numa longa capa preta, a moda dos judeus do leste, também pintado por Rembrandt. As categorias religiosas do seu tempo não satisfaziam a Spinoza, e desde muito jovem começou a escrever críticas ao fanatismo e às superstições de todas as religiões. Essas críticas não podiam ser aceitas pelos ortodoxos líderes das comunidades judaicas de Amsterdã, e em 27 de julho de 1656, Spinoza foi excomungado e expulso da sinagoga. Suas idéias foram apontadas como “horríveis heresias”. Spinoza saiu de Amsterdã e foi morar sozinho em uma aldeia onde ficava o cemitério da comunidade portuguesa. Um fato importante marca a personalidade de Spinoza: apesar de ter rompido com o judaísmo e com a religião, continuou judeu, porque para o seu entendimento, ser judeu não implicava forçosamente em ser religioso. Mas como era a Holanda onde nasceu Spinoza e onde floresceu a mais importante comunidade portuguesa sefaradi da Europa? A Holanda foi o primeiro estado na Europa que adotou uma política de tolerância religiosa, fruto de uma nova concepção da consciência burguesa. Foi o primeiro Estado da Europa que fez a revolução contra a ordem feudal da Idade Média. Na arte holandesa já está refletida essa mentalidade. Em vez de glorificar os símbolos do mundo extraterreno glorificava a vida, a existência, e cria o retrato, a paisagem e a natureza morta. A Holanda estava voltada para o mundo, empenhada na conquista do mercado e no domínio dos mares. Foi o único lugar da Europa, no século XVII, onde se podia expressar o pensamento com relativa liberdade. As religiões não calvinistas eram permitidas se fossem praticadas com descrição, e as práticas judaicas autorizadas se oficiadas veladamente. Não era permitido defender o judaísmo publicamente nem praticar o proselitismo. Apesar da relativa liberdade religiosa, havia temor na comunidade portuguesa, e a vida dos emigrantes judeus não era totalmente segura. Os calvinistas eram extremamente religiosos e em um falso momento os judeus podiam ser mal interpretados. Os Judeus eram visitas úteis, mas não cidadãos iguais. Sempre havia o risco de perder as liberdades civis. Portugueses fugitivos, para todas as regiões onde se exilavam, carregavam seu grande sonho: a liberdade. A Holanda ofereceu-lhes essa liberdade, apesar de não ser tão ampla como muitas vezes supomos. Mas permitia-se a livre leitura, o debate das novas idéias, e tolerava-se a prática de diferentes religiões. E principalmente, era possível repensar a natureza humana. Se Spinoza tivesse nascido e crescido em Portugal,talvez a sua filosofia jamais tivesse vindo à luz. Para termos um espelho do mundo contraditório no qual viviam os cristãos-novos, quero lembrar que, no ano em que a América foi descoberta, milhares de judeus se converteram voluntariamente na Espanha, para poder ficar na pátria. Em Portugal o quadro foi diferente, foram forçados ao batismo e impedidos de partir. Muitos judeus, depois de convertidos, se tornaram leais católicos e tudo fizeram para se integrar na sociedade cristã. Seguiam obedientemente a religião oficial, casavam-se com cristãos e passavam grandes donativos para as Igrejas. Com a conversão forçada rompeu-se o elo comunitário, separaram-se as famílias, e teve fim a longa cultura judaica que tinha florescido durante XV séculos na Espanha e em Portugal. Os judeus pensavam que como católicos, além de salvar suas vidas e fortuna, também seriam aceitos pela sociedade ampla.Esse foi seu grande engano, sua grande ilusão. Como na novela de Kafka, O Castelo, o mundo ibérico não estava interessado em receber judeus. E quanto mais o judeu convertido procurava integrar-se, mais ele afundava na sua solidão. Esse foi exatamente o destino dos cristãos-novos no Brasil, dos quais a Paraíba oferece um dos exemplos mais significativos. O Estado português, estimulado pelo modelo oferecido pelos reis católicos e continuado por Carlos V, criou o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição pela vontade expressa do rei d. João III, apoiado pelo Papa. Quando da sua criação, o Tribunal tinha um único objetivo: perseguir e punir os portugueses acusados de praticar secretamente a religião judaica. Uma feroz propaganda anti-semita começou a ser pregada nos púlpitos, nos sermões e numerosas obras anti-judaicas, publicadas na Espanha e em Portugal, prepararam o genocídio de milhares de portugueses. O anti-judaísmo pregado pelos membros do alto clero católico e pelos conservadores dirigentes do Estado português assim como a legislação discriminatória, produziram resultado imprevisto: aumentou a resistência dos cristãos-novos. Essa resistência em adotar o catolicismo em Portugal não teve paralelo na história. Cristãos-novos armaram-se de estratégias clandestinas que passaram de geração em geração. A sociedade ibérica ficou dividida em dois mundos, um visível e outro secreto. Esse mundo secreto criou ramificações e produziu conseqüências, em nível econômico e cultural, que apenas hoje estão sendo estudadas em profundidade. Os descendentes dos judeus convertidos ao catolicismo em Portugal, em 1497, foram oprimidos e perseguidos durante 3 séculos em todo império. Leis continuamente promulgadas proibiam os portugueses cristão-novos de deixar Portugal. Assim mesmo, em cada nau que saia do Tejo embarcavam fugitivos clandestinos. A maior parte dos cristãos-novos que conseguiu sair de Portugal, passou para a América, alem de levas inteiras terem se dirigido para o Norte da África, Levante, Itália, Bálkans e principalmente, em fins do século XVI, para Holanda, considerada pelos portugueses a Nova Jerusalém. Spinoza foi o primeiro filósofo da época moderna que explicou de maneira sucinta e terrena a sobrevivência dos judeus. Essa mesma explicação, essencialmente secular, foi endossada por Jean Paul Sartre De onde Spinoza derivou sua compreensão sobre a continuidade dos judeus? 1º Dos conhecimentos que tinha da história judaica e da experiência acumulada pelos judeus no exílio. 2º - Da práxis. Do seu próprio destino marrano. No Tratado teológico-político,Spinoza refere-se à questão da continuidade do povo judeu, depois da perda do seu território e do início de sua dispersão. Mas não oferece nenhuma explicação sobrenatural a esse fenômeno. Não foi por interferência divina, mas sim devido a fatores históricos, que os judeus se espalharam pelos quatro cantos do mundo. Os judeus se separaram de todas as nações, principalmente por causa de seus costumes diferentes e de seus ritos. Conforme explica Yehuda Bauer, na Antigüidade, foram principalmente três princípios fundamentais do judaísmo que diferenciavam os judeus dos outros povos: 1º todos os homens são livres 2º todos os homens são iguais 3º todos os homens têm direito de criticar o Poder Se as nações da antiguidade aceitassem esses princípios, seus Impérios se desmoronariam[4]. Imaginemos a Babilônia ou o Império Romano sem escravos. Imaginemos um homem do povo criticar a Nero! Mas o profeta Natan criticou o Rei David. Além desses princípios, os judeus criaram um valor: que todos os homens, senhores ou servos, e mesmo seus animais, têm direito a um dia de descanso por semana. Lembremos que só no século XIX o mundo ocidental reconheceu aos trabalhadores o direito ao descanso semanal. Os judeus, como diz Bauer, não eram nem melhores nem piores, mas eram diferentes. E quando se dispersaram pelo mundo carregaram consigo essa diferença. Essa diferença incomodava. É nesse sentido que Spinoza também entendeu o anti-semitismo. Para os portugueses que se refugiaram na Holanda, abriram-se novas oportunidades e muitas vidas se refizeram econômica e familiarmente. Após um século de ‘exclusão’ reacendeu-se entre os cristãos-novos o anseio de ‘participar’ e ‘pertencer’. A religião judaica foi revivida e seguida apaixonada e fanaticamente por uma parte dos exilados portugueses. Para que se desse essa revivescência os cristãos-novos tiveram que passar por todo um aprendizado e foram os rabinos do leste europeu que deram ao judaísmo um novo impulso. Spinoza criou-se em meio a essa nova comunidade, dividida entre dois modelos diferentes do judaísmo, o sefaradi, de origem ibérica e o ashkenazi, de origem européia oriental. Spinoza fez sua escolha: tentou secularizar a história judaica, assim como procurou secularizar a história em geral. Eliminou a idéia de divina providência e da interferência de Deus no destino dos homens e eliminou o sentido do transcendental da história, o mundo aqui e Deus alem. Introduziu uma concepção de Deus imanente no mundo, e não fora dele. Rejeitou todas as religiões, tanto o judaísmo como o cristianismo. Desde o século XVI a Paraíba foi um foco de judaísmo. Os cristãos-novos que aí viviam não eram abastados como os da Bahia ou do Rio de Janeiro, mas também tinham algumas posses. Tiravam sua subsistência da agricultura e possuíam alguns escravos. Seu número cresceu após a expulsão dos holandeses, quando judeus que não quiseram deixar o Brasil penetraram fundo no sertão. No século XVIII viviam principalmente em engenhos situados à margem do rio Paraíba. Constituíam um grupo coeso, fechado, endogâmico e freqüentavam a igreja apenas para o ‘mundo ver’. Mas no âmago de seus corações, como no templo de suas casas faziam as cerimônias que aprenderam de seus pais e avós,e que lhes eram transmitidas há mais de 10 gerações[5]. O ‘judaísmo’ dos cristãos-novos da Paraíba se manifestava através de dois modelos: a prática de algumas cerimônias e o sentimento de “pertencer”.Os cristãos-novos de Camaragibe (Pernambuco) também foram acusados de seguir alguns preceitos da religião judaica. Mas é importante, uma vez para sempre, demolir o mito de que a perseguição aos marranos foi eminentemente religiosa. Tanto na Paraíba como em outras regiões do mundo, o que levou a perseguição dos cristão-novos foi um anti-semitismo existencial, que não dependia exclusivamente da religião, mas como explica Yirmiyahu Yovel, estava voltado contra o próprio “ser”, o próprio “existir” dos judeus. Esse anti-semitismo é mais profundo que o anti-semitismo religioso[6]. Muito cedo os paraibanos aparecem como suspeitos de judaísmo. O primeiro visitador que a Inquisição mandou ao Brasil já teve ordem de investigar a Paraíba. João Nunes, cristão-novo que aí viveu em fins do século XVI, e teve importante papel na colonização local, foi denunciado por ter dito “quando me ergo pela manhã que rezo uma Ave Maria, amarga-me a boca”. Pesquisas mais exaustivas poderão esclarecer ainda obscuros ângulos da realidade dos ‘judeus’ da Paraíba. As suspeitas aparentes repetiam as seculares acusações de que “faziam ajuntamentos”, costumavam estar na Igreja com muito pouco acato e reverência no tempo em que se alevantava o “Santíssimo Sacramento” quando falavam uns com os outros, e não traziam livros de rezas nem de contas”. Na quaresma de 1673, a Inquisição de Lisboa ordenou que se publicasse um edital na igreja de Nossa Senhora das Neves, chamando todos fieis católicos a vir denunciar sob pena de excomunhão. Deviam contar tudo que presenciaram ou “ouviram” contra a Santa Fé Católica. O vigário da Igreja de Nossa Senhora das Neves, padre Francisco Arouche e Abrantes, leu o edital no púlpito. A população se agitou e de boca em boca corria a notícia da excomunhão. Amedrontados, sussurravam que as iras do inferno iriam desabar sobre os cúmplices. Acontece então algo surpreendente: apenas oito pessoas se apresentaram perante o vigário para cumprir as ordens da Igreja. Todos repetiram que o faziam por medo. Durante os treze meses que durou o inquérito, de 26 de fevereiro de 1673 a 20 de março de 1674, o vigário ouviu apenas as denúncias desses oito paraibanos. A maioria dos denunciantes pertencia à governança. A população que ouviu a chamada da Igreja não compareceu para denunciar. Esse fenômeno já se havia passado na Bahia, durante a “grande inquirição” de 1646[7]. Os oito denunciantes repetiram que “ouviram dizer” sobre feitiçarias e superstições, mas principalmente sobre “judaísmo”[8]. Na Paraíba, a heresia judaica se entende durante séculos. Na investida inquisitorial do século XVIII, quando são presos em poucos anos cerca de cinqüenta paraibanos, as evidências sobre as ‘sinagogas’ e as reuniões secretas aumentaram. O Santo Ofício obteve vantagens econômicas com sua prisões, cujo montante ainda não foi avaliado. O estigma, a exclusão, a perseguição, revitalizaram o judaísmo na Paraíba. Parte dos judeus e cristãos-novos que viviam em Pernambuco, quando foi ordenada a expulsão dos judeus holandeses, não optou pelo exílio e vamos encontrar seus descendentes, ainda praticando o judaísmo, nos sertões da Paraíba, do Piauí, Ceará e Rio grande do Norte. Entre os paraibanos que foram presos entre os anos 1729 e 1735, diversos tinham nascido em Pernambuco. Conta-se que no engenho de São Bento, os cristãos-novos trabalhavam aos domingos e dias santos, e com afrontas tentavam ridicularizar o catolicismo, chamando Jesus de “feiticeiro”. Uma das maiores resistências que os cristãos-novos apresentaram frente à Igreja, foi o culto das imagens santas que consideravam “pau e barro cozido”. Essas e mais acusações acirravam o ódio ao ‘diferente’, que preservava o sábado em vez do domingo, que comia carne nos dias proibidos e seguia restrições alimentares estranhas da maioria da população. Clara Henriques, mulher simples e sem instrução, costumava dizer que na hóstia e no vinho do cálice, depois da consagração, apenas ficava um pouco de vinho e farinha[9]. Os inquisidores viam com suspeita a comunicação entre os cristãos-novos, pois mesmos aqueles que não praticavam as cerimônias e rituais judaicos, mantinham íntimos contatos comerciais e familiares. Nas secretas reuniões, nos distantes engenhos, Poxim, Engenho do Meio, Engenho Novo, cristãos-novos se encontravam e mantinham viva a memória de sua história, o êxodo do Egito, a história dos patriarcas e a promessa de redenção. Mesmo que muitos portugueses cristãos-novos tenham conseguido diluir-se em meio à sociedade ampla, infiltrando-se entre as elites da Igreja e comprando “cartas de limpeza”, individualmente foram sempre parias. Os cristãos-novos da Paraíba resistiram durante três séculos às pressões da Igreja. Na segunda metade do século XVIII, com o arrefecimento das perseguições no Nordeste, as notícias sobre os marranos silenciaram. Parecia que haviam sido totalmente absorvidos pela sociedade ampla. Mas algumas descobertas surpreendentes nos últimos anos revelaram a existência de resquícios do judaísmo no mais distante sertão. Essas pesquisas têm sido objeto atualmente de estudo do antropólogo francês, professor do Collège de France, Nathan Wachtel[10]. Cineastas também buscaram na história dos marranos do Nordeste, inspiração para seus documentários. O marranismo brasileiro vem despertando tanto interesse que faz parte hoje de um curso no Collège de France. A idéia de ‘salvação’ dominava a mente dos cristãos-novos portugueses, porém era centrada em Moisés, não em Cristo. Para os cristãos-novos, assim como para os judeus, a salvação não era metafísica mas política. O salvador não é Deus, mas um homem, Moisés, e uma lei, a Lei que desceu do Sinai. Para Spinoza, a salvação não passa pela religião, nada tem a ver com a fé, nem com Jesus, nem com Moisés. O homem só se salva pelo conhecimento e pela razão. Quanto mais o homem tiver conhecimento de como funciona o mundo e o universo, mais próximo está da salvação. No catolicismo se salva o homem. No judaísmo se salva toda a humanidade, porque a salvação é coletiva. Spinoza escolheu os marranos como o paradigma da história judaica. Marranos não eram só os judaizantes, mas toda nação conversa, incluindo aqueles que, sem sucesso, tentaram assimilar-se ao cristianismo. A sobrevivência dos marranos como a dos judeus se deve ao anti-semitismo. O ódio que os cristãos tinham pelos judeus foi a principal razão que impediu o seu desaparecimento. Trata-se de um mesmo fenômeno que se repete desde a Antigüidade. A preocupação central de Spinoza foi o destino peculiar dos judeus. Conheceu bem as vicissitudes que seu povo de origem estava passando em Portugal. Sabia dos martírios,das torturas, dos autos de fé. E quis entender essa história à luz de causas naturais e não transcendentais. O que interessava para o filósofo marrano era o presente, e a explicação da história. Preocupava-o não a religião, mas o povo, o povo que foi capaz de sobreviver durante séculos sem perder sua identidade, sempre alimentando um sonho de redenção. Queria entender essa sobrevivência e essa obstinência. Como foi e porque o povo judeu sobreviveu? E os cristãos-novos portugueses? Como foi que se mantiveram, guardando segredo durante tantos séculos? Procurou dar a essa questão uma resposta natural, baseada em causas históricas, sociais e psicológicas. Spinoza, foi um dos grandes mestres da humanidade. Segundo Edgar Morin, foi uma das máximas expressões da criatividade marrana, e na filosofia é comparado a Platão e Kant. A sua teoria sobre os efeitos é considerada hoje um conceito fundamental da psicanálise. O conceito do inconsciente, a relação do pensamento e da linguagem, a ambivalência de todos os afetos, a análise do sentimento crítico, o conceito de repressão, estão todos já pronunciados no pensamento e na filosofia de Spinoza. Criou um conceito ético moderno de liberdade. Só com o conhecimento o homem supera as paixões e consegue ser livre. Foram as idéias de Spinoza que ajudaram a moldar o debate intelectual do século XVIII. Goethe, Freud, Lacan, Einstein, sofreram influência de sua filosofia. Muitas vezes historiadores têm se perguntado: eram os cristãos-novos realmente judaizantes? Ou será que a Inquisição quis exterminá-los por motivos raciais, por judeofobia, como afirma António José Saraiva, e Benzion Netanyahu[11]? A resposta está na dialética da história. Ambos fenômenos são verdadeiros. Os cristãos-novos eram judeus e não eram ao mesmo tempo. Queriam ‘pertencer’ ao mundo católico e não queriam deixar de ser judeus. Amavam e odiavam ao mesmo tempo. Muitas vezes, cristãos-novos no Brasil, como os judeus durante o nazismo, perderam a vida simplesmente porque eram judeus, porque tinham algum antepassado judeu, como expressou o padre Antônio Vieira. Mas havia os que realmente praticavam algumas cerimônias judaicas, apesar de confusas, quase inconscientes. Havia ainda os que seguiam as duas religiões – a judaica e a católica, confusa e sincréticamente. Mas, como escreveu Spinoza, em um conceito mais largo e profundo, eram judeus tanto os cristãos-novos, como eram judeus os assimilados, aculturados ou laicos. Todos os cristãos-novos faziam parte de um povo só, pela sua história, pelo sofrimento e pelo seu destino. Na Espanha e em Portugal, na época moderna, reuniram-se Estado e Igreja para destruir o judaísmo. No século XX repetiu-se o modelo e milhares de judeus foram assassinados. E hoje o anti-semitismo recrudesce em todo o mundo e adquire cada vez novas faces. A história não nos preparou para o século XX e não estamos preparados para o século XXI. George Steiner, um dos maiores pensadores de nosso tempo, professor na universidade de Cambridge, pergunta em uma de suas obras “porque a humanidade no sentido mais largo da palavra, porque a fé na cultura e na ciência não nos deram nenhuma proteção diante da desumanidade, ao contrário, até encorajaram a barbárie[12]? Porque os grandes humanistas da Renascença, porque a tradição de convivência étnica na Península Ibérica não conseguiu impedir o estabelecimento de um tribunal, que durante séculos funcionou na base da extorsão e à custa de vidas humanas? Nem os grandes filósofos, nem a música, nem a arte, não puderam impedir a destruição de milhares de judeus? A civilização ocidental presenciou a falência do homem. Nós não podemos imaginar do que o homem ainda é capaz. Spinoza explicou o ‘ódio aos judeus’, mas não podia ter imaginado Auschwitz. Como diz Steiner, Bosh pintou o Apocalipse, mas não podia ter imaginado as câmaras de gás. A barbárie de que é capaz o homem ultrapassa o limite da imaginação. E qual a lição que aprendemos com a história? O quê pretendemos com nossos cursos de história? E qual a mensagem que queremos passar às novas gerações? Vou responder com uma carta que um jovem escreveu ao seu professor: Caro Professor, Eu sou um sobrevivente de um campo de concentração. Meus olhos viram o que nenhum ser humano deve testemunhar. Câmaras de gás construídas por engenheiros brilhantes. Crianças envenenadas por médicos graduados. Recém nascidos mortos por enfermeiras diplomadas. Mulheres e bebês assassinados e queimados por gente formada em Ginásio, Colégio e Universidade. Por isso, caro Professor eu duvido da educação. Eu lhe formulo um pedido: Ajude seus estudantes a se tornarem humanos, Seu esforço, caro professor, nunca deve produzir monstros cultos, eruditos, psicopatas e Eichmans educados. Ler, escrever e aritmética são importantes somente se servirem para tornar nossas crianças mais humanas. …
“Soprai o Shofar na Lua Nova, no tempo fixado como dia da nossa festa. (Tehilim (Salmos) 81:4, Biblia Judaica).
A Lua Nova é um instante solene na Toráh, nesse período há santa convocação, e segundo Kabalistas é um dia de Poder. Um novo Portal Cósmico que se abre indicando um novo tempo, sendo este mês de Chesvan, regido por Escorpião, um tempo de desafios e lutas, o mês da ocorrência do Dilúvio. Não se trata de horóscopo a Astrologia Kabalistica Judaica não submete o homem ao prenúncio, mas sinaliza situações deste período, que apesar de lutas poderão com confiança no Criador e continua meditação nas suas letras correspondentes obtermos vitórias.
Dalet é a letra correspondente a Escorpião e regente de Áries, ou Marte, planeta que simboliza a luta e o desejo de receber, a meditação nessas letras faz alcançar a humildade.
A letra Nun também tem a haver com humildade, o jeito dela é como uma forma curvada, como se fosse um servo se curvando com uma coroa. O ser humano como a coroa da Criação.
Scanear essas letras da direita para a esquerda durante este período nos dar poder para vencermos dificuldades e mantermos um melhor relacionamento com as pessoas, no amor, quanto nas relações pessoais, permitindo uma melhor convivência e gerando o entendimento tão necessário a realização da Shalom, da Paz.
By Moréh Altamiro de Paiva
“Herodes, o Grande: a Jornada Final do Rei” é o título da mais nova exposição do Museu de Israel, em Jerusalém. Inaugurada em fevereiro, permanecerá aberta ao público até janeiro de 2014 e é, segundo James Snyder, diretor da instituição, o maior e mais custoso projeto arqueológico do museu, até hoje.
É, também, a primeira do mundo dedicada exclusivamente ao legado arquitetônico do rei Herodes, indicado por Roma para reinar na Judeia, uma das mais influentes – e controversas – figuras da história romana e judaica.
Cerca de 30 toneladas formam o acervo exibido. No total, 250 achados arqueológicos encontrados na recém-descoberta tumba em Herodium, em Jericó e em outros locais, estão sendo expostos pela primeira vez e lançam uma nova luz sobre o impacto político, arquitetônico e estético do reinado de Herodes, que durou de 37 a 4 antes da Era Comum (a.E.C.). Uma reconstrução notável da câmara funerária do mausoléu é peça central da exposição, incluindo uma reconstituição do túmulo e sarcófago do monarca.
Com curadoria de David Mevorah e Silvia Rozenberg, a mostra visa reconstituir os últimos dias do rei e reexaminar a trajetória de sua vida. Herodes foi durante mais de 40 anos o tema central das pesquisas do renomado arqueólogo professor Ehud Netzer, da Universidade Hebraica de Jerusalém. Em 2007, ele descobriu o túmulo do governante, em Herodium, cidade que o mesmo construiu e à qual deu seu nome. O local incluía um palácio-fortaleza e um complexo de lazer com jardins, amplas piscinas, saunas decoradas e um teatro com um camarote real. Nos seus últimos anos, Herodes reconfigurou a arquitetura do complexo para preparar o cenário para seu enterro e construiu um mausoléu magnífico voltado para Jerusalém.
Ainda segundo Snyder, a mostra visa proporcionar melhor compreensão do reino através da arquitetura monumental que Herodes criou, bem como a arte e objetos com os quais se cercou. A exposição examina projetos notáveis de seu estilo arquitetônico, as complexas relações diplomáticas com os imperadores romanos e a nobreza, e seu dramático cortejo fúnebre de Jericó até o mausoléu.
Os profissionais do Museu trabalharam durante três anos para criar a exposição em parceria com Netzer, que faleceu em outubro de 2010. O arqueólogo levou 36 anos para localizar o túmulo do monarca. Em 2010, durante uma visita ao local das escavações, ele se apoiou em um corrimão solto, bateu com a cabeça e não resistiu aos ferimentos. Para o diretor do Museu de Israel, esta exposição, além de trazer a público achados arqueológicos nunca antes vistos, é uma homenagem digna para um cientista do gabarito de Netzer, que dedicou sua vida a estudar a trajetória de Herodes, um monarca singular e polêmico, que refletiu sua personalidade e seu estilo na forma de conduzir seu reinado.
Uma jornada pela História
Ao começar a jornada pela exposição, o visitante se depara com uma imagem de um deserto inspirado nas paisagens da Idumea, terra natal de Herodes, que o conduz até a sala do trono do monarca, em Jericó, totalmente reconstituída. A mesma ala inclui várias amostras da decoração interior do palácio em Jericó, com suas banheiras, tijolos e mosaicos coloridos.
Alguns metros adiante, o visitante entra na magia de Jerusalém, onde está localizado o Templo, além de outros palácios do rei. Há, também, uma adega exposta com vinhos que ele importou da Itália (ainda podem ser vistos o nome do vinho, do vinhedo de procedência e o ano de produção, em latim). Contêineres com delícias romanas trazidas de várias partes de seu reino também estão em exibição.
Rostos e bustos de amigos de Herodes, esculpidos em sua homenagem, além de imagens de líderes romanos com os quais cooperava estão espalhados pelo museu, com destaque para uma imagem de Cleópatra. A espetacular fonte de mármore que Agripa trouxe da Itália para Herodes está no centro de uma das alas.
A próxima etapa da mostra é a reconstituição do palácio real, em Herodium. A equipe do museu trabalhou durante dois anos em laboratórios para reconstituir a pintura dos muros, que foi restaurada como as peças de um quebra-cabeça, com milhares de fragmentos. Os pilares do teatro ali expostos impressionam pela sua grandiosidade.
O ponto alto e final da exposição é a reconstituição da parte superior da tumba de Herodes: a estrutura redonda circulada por pilares e decorada com cornijas e frisos com relevos singulares. Trinta toneladas de pedaços de pedra foram trazidas da tumba original para a exposição. Por causa do peso dos fragmentos, para reproduzir esta parte da tumba no local foi montada uma estrutura especial. O sarcófago de Herodes está em frente ao túmulo.
Construtor sem igual
O talento de Herodes como construtor é um consenso entre todos que, de alguma forma, estudaram o rei e suas obras ao longo de décadas. Capaz de se envolver e executar várias obras simultaneamente, é conhecido, também, como monarca sangrento que não media meios para atingir seus objetivos. Além disso, como um governante hábil, capaz de manter a ordem dentro e ao longo de suas fronteiras, ao mesmo tempo em que se envolvia em um intrincado jogo político para defender seus interesses. Durante os 30 anos de seu reinado, fez mais inimigos do que amigos, mas sempre soube escolher seus aliados tanto entre os romanos quanto entre os demais governantes.
Muito admirado pelos arquitetos e engenheiros que estudam as ruínas de suas obras, Herodes era um visionário que fez da grandiosidade a sua marca. É considerado o maior construtor da Terra de Israel na Antiguidade. Construiu templos, anfiteatros, hipódromos e aquedutos, além de palácios fortificados com luxuosas casas de banho. Sabia escolher locais que aumentavam a imponência das construções integrando a arquitetura à paisagem natural.
Afrescos e ricos detalhes nos mosaicos e nos pisos diferenciam seu estilo dos existentes em outros palácios e edifícios da época. Introduziu na Judeia de então as casas de banhos romanas com salas aquecidas e sistema de aquecimento sob o piso. Subterrâneos, colunas coríntias, cisternas, modernidade e suntuosidade eram traços tipicamente herodianos e estão presentes em quase todas suas obras. De Massada, fez uma simples fortaleza no alto do deserto da Judeia, um complexo que incluiu um palácio, cisternas e salas de banho. Em Cesareia, construiu um dos maiores portos do Mediterrâneo, com estruturas submersas até então inimagináveis. Ali ergueu um templo dedicado a César Augusto, um palácio, um hipódromo, um teatro com capacidade para 4 mil pessoas e um sistema de esgoto subterrâneo.
Ao ampliar o Segundo Templo de Jerusalém, ergueu um dos maiores complexos sagrados da época. O templo de Herodes cobre uma superfície equivalente a 26 campos de futebol.
O Primeiro Templo erguido pelo rei Salomão foi destruído em 586 a.E.C. pelos babilônios, que levaram os judeus cativos. Logo após derrotar o Império Babilônico, em 539 a.E.C., Ciro autorizou o regresso dos judeus à sua Terra. Algum tempo após a chegada da primeira leva a Jerusalém, os judeus reedificam o Templo, bem mais simples, inaugurado no ano de 516 a.E.C.
No complexo idealizado por Herodes havia muito luxo, como está descrito em obra de Flávio Josefo: “Era todo recoberto de lâminas de ouro, tão espessas, que quando despontava o dia, ficava-se tão arrebatado por sua beleza como pelos dourados raios do sol. Quanto aos outros lados, onde não havia ouro, as pedras eram tão brancas, que aquela soberba massa parecia, de longe, aos estrangeiros que ainda não as tinham visto, um monte coberto de neve”. A marca de Herodes também está em outras obras de Jerusalém, como a fortaleza de Antônia, anexa ao Templo.
Amado, odiado, temido, polêmico, Herodes desperta muitas controvérsias quando se trata de assuntos judaicos, pois muitos questionam seu judaísmo e o consideram um marionete de Roma. No entanto, seu talento como o grande construtor da Terra de Israel foi reconhecido pela literatura rabínica de sua época.
Há um intenso desejo dentre pessoas de estar no poder e desfrutar do prestígio a ele inerente. O sistema democrático apesar de ser o ideal para se administrar o ente Estado, permite que distorções cheguem ao poder sem o mínimo preparo, muito mais voltados para os interesses próprios, do que para promover o bem estar social da coletividade, e por fim implementar a tão almejada Justiça Social, com o funcionamento pleno das políticas públicas.
Os desvios são patentes, poderosos que se envolvem em atos desonestos, tem os seus processos arrastados por anos, e se tornam palco de julgamentos midiáticos, que em geral não dão em nada. Há no interior das pessoas uma revolta que martiriza e um grito na garganta que não pode ser ouvido, e quando a sociedade desperta surge situações que apesar de violentas, parece ser a única maneira de despertar os donos do poder.
Vêz ou outra um dirigente estatal em véspera de pagamento do funcionalismo público, lamenta-se pela falta de recursos, algumas vezes mal geridos, ou desviados, e fazem proclamar o atraso daquilo que mais dignifica o trabalhador seja ele de qualquer área, o seu salário. Uma coisa é certa pode ser até que não se acredite, mas o Cósmos não está alheio a tais manobras, e de repente, calamidades, tragédias ou enfermidades, como principio de julgamento vem sobre tais pessoas, que indiferentes passam por um processo de correção, e se perguntam: Por que isso está acontecendo comigo? Quando somos justos, o Universo conspira a nosso favor. Shalom!
By Moréh Altamiro de Paiva
1.Mestre da cerimonia deverá fazer uma Drasha (comentários) sobre temas e assuntos ligado a Havdala para abertura da Cerimonia:
Abaixo um exemplo de uma Drasha sobre os
Essênios e sua relação sobre a idéia do conceito "Havdala".
"Conta-se que o antigo grupo de hebreus os essênios, se consideravam os Bnei Haor "filhos da Luz " viviam em comunidades retiradas de qualquer influencia estranha aos seus valores judaico, suas comunidades se chamavam Yachad -"juntos" eram um grupo muito especial em sua época , pois viviam num sistema comunal , onde havia uma grande solidariedade e ajuda mutual entre todos os membros. Eram um grupo altamente espiritualizados, procuravam através dos 5 elementos vitais da Natureza a Luz, a Água, o Fogo, a terra e o ar o segredo para se aproximar do Criador. Um desses exemplos era a sua peculiar forma de receber e comemorar o shabat, onde se reuniam toda da comunidade para receber as primeiras luzes das estrelas, , realizavam uma refeição especial , e depois sob a luz de velas passavam a noite se dedicado para estudar e discutir sobre os mistérios da Torah . Pela manha ainda bem cedo acordavam para receber as primeiros raios de Luz desse novo dia, e ao entardecer todos os membros da comunidade "BeYachad" juntos se encontravam para observando o céu a procura das primeiras estrelas para se despedir do Shabat .
Os Essênios através da luz das estrelas agradeciam ao criador por esse dia sagrado que separava as suas vidas entre O Espiritual e o Material .Os Essênios acreditavam que neste especial momento de Havdala entre a luz do dia e luz da noite, poderiam ajuda-los a entender o segredo da vida e os aproximando do explendor do Criador .
2. Agora o Mestre da cerimônia convida todos a sair para um lugar aberto, (Se assim for possível) ou olhar pela janela ou mesmo imaginar as primeiras estrelas que brilham no céu.
E declara .
"O Fim do Shabat se aproxima, em sua partida, não podemos deixá-lo sair despercebido. Sua retirada também devera ser anunciada por todos . Procuremos a luz das estrelas que esta brilhando no céu , e agradecemos a esse especial momento de podermos estarmos juntos, aqui reunidos em comunidade, ao lado de nossas familia ,entre amigos se confraternizando com esse especial momento que é a Havdala ."
3.Mestre da cerimônia convida uma Pessoa para fazer a Bracha a bênção tradicional.
(Ele (a) erque um calice de vinho ou de qualquer suco de frutas, e pronuncia:
" Baruch, hamavdil ben côdesh lechol" - ("Bendito é Ele que separa entre o sagrado e o comum.") Amem
E todos repetem :
"Baruch, hamavdil ben côdesh lechol" ("Bendito é Ele que separa entre o sagrado e o comum.") Amem
4.Mestre da cerimônia convida uma outra pessoa para uma segunda Bracha (bênção) em Português:
Ele (a) ergue um cálice de vinho ou de qualquer suco de frutas,e pronuncia:
"Desejando a todos uma nova semana de Paz, tranqüilidade, saúde e Sucesso na realização de nossos compromissos e obrigações, que tenhamos a sabedoria para saber separar no nosso dia a dia do que seja sagrado ao profano." Amem
5.O Mestre Convida alguém para acender e fazer a Bracha Tradicional: (As Velas da bracha do fogo podera ser trançada ou, juntando as chamas de duas velas
)
"Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu, Mêlech haolam, borê meorê haesh." Amem
"Bendito és Tu, ó Eterno, nosso D'us, Rei do Universo, que cria as chamas do fogo". Amem
6.O Mestre Convida alguém para acender e fazer a Bracha em Português ( As Velas da bracha do fogo poderá ser trançada ou, juntando as chamas de duas velas)
"Faremos uma bênção da Luz.
Luz tão importante em nossas vidas .
Que com Luz seja iluminado os nossos atos
Que com Luz realizaremos atos de bondade e calor humano.
Que com Luz possamos proporcionar a alguém esperanças "
7- O Mestre da Cerimonia Pega o cálice com o vinho na mão esquerda e, na direita, segura-se a caixa contendo cheio de fragrâncias : Exemplo: Lavanda, Rosa, Rosemary, Luiza, Menta ,jasmine, canela) etc.., recitando a seguinte Bracha bênção: tradicional.
"Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu, Mêlech haolam, borê minê bessamim." Amen
"Bendito és Tu, ó Eterno, nosso D'us, Rei do Universo, que cria diversos tipos de especiarias aromáticas. " Amen
8-O Mestre da Cerimonia convida Um (a) Jovem, para ler uma Bracha bênção em português:
"Nesta nova semana vamos Procurar ter mais sensibilidade para observar e sentir os contrastes da natureza como: A Luz , A escuridão, A Água , O fogo, A Terra e O Ar."
"Nesta nova semana Vamos procurar fazer o Bem preservando e produzindo coisas para o mundo, se afastando do ódio, da destruição, dos conflitos , das violência e das ganancias."
Nesta nova semana Vamos Procurar a ser mais justo com a natureza ser mais paciente com a família, mais pacifico com o outro, mais solidário com o diferente, mais tolerante no trabalho, mais carinhoso com a esposa com o Marido e com os filhos.
Nesta nova semana Vamos ser corajosos para rejeitar as opressões, e as guerras no mundo, Exigir a Paz em Israel , defender que todos no Brasil tenha o direito a educação ,saúde, liberdade e a dignidade humana.
9- Depois O Mestre da Cerimonia realiza uma atividade onde convidamos algumas crianças a decifrar com os olhos fechados as diversas fragrâncias,presenteando cada participante com um pequeno ramo de flor.
10- O Mestre da cerimonia passa para todos a cheirar as especiarias, e cada um no ato de cheirar declara ao outro ao seu lado "Shavua Tov"
11- O mestre da Cerimonia finaliza a Havdala com essas palavras.
"Saldamos a todos os seres Humanos que sejam capazes de distinguir , entre justiça e miséria , entre a Paz e Guerra, entre liberdade e autoritarismo, entre educação e ignorância, entre solidariedade e violência, entre esperança e conformismo, entre Amor e ódio Entre Sagrado e Profano.
Desejamos a todos Shavua Tov!
LA BRIGADA JUDIA
los paracaidistas eretzisraelies en la resistencia antinazi
JAVIVA RAIK
Parece já muito natural convivermos com atos de violência que nos chega através dos órgãos de comunicação. Ouvimos, vemos, comentamos e tudo volta como dantes no quartel de Abrantes, como diz o ditado popular, e assim a vida continua, a vida? É um lapso de tempo que só apresenta dor e sofrimento a uma sociedade completamente alienada da espiritualidade.
Vez e quando somos assolados por fenômenos naturais, que são em si uma resposta aos atentados a natureza causados pelo homem. Já não temos mais a condição de frear os desmando do ser pensante que a cada dia coloca em pratica alcançar os seus desejos não importa como, ou seja, os fins justificam os meios, e sobreviva quem puder, é esse quadro da realidade.
Por mais que possa reviver a esperança daqueles que praticam a espiritualidade, é realmente complicado remar contra a maré. Quando poderemos respirar melhor, andar nas ruas sem sermos trucidados, beber água pura das fontes poluídas, de ter saúde enquanto coexistir o poder com a corrupção, enfim quando nos libertaremos do fantasma da morte, e da injustiça social? Só existe uma solução, é recomeçarmos, e isso certamente virá numa nova era que se instalará a era de aquários, a era do Mashiach. Tomara que seja logo!
By Moréh Altamiro de Paiva
Caro Emerson,
As vezes só nos sentimos amparados espiritualmente quando comungamos em conjunto uma mesma fé.
Foram buscar na língua grega a palavra igreja; que originalmente é a reunião da comunidade para tratar assuntos de diversos interesses. Porém, as reuniões de grupos de afinidade religiosa sempre existiram. Não somente para cultuar o Divino. Eram como ainda hoje centros de agregação social e, ser aceito por elas representa para muitos um sentimento de inclusão.
Não fique desanimado por não estar incluso fisicamente em uma comunidade judaica.
Simplesmente, aproveite esta vontade de deleitar-se na presença do Eterno em sinceridade sem ter que mostrar aos demais as sua convicções espirituais. Ame, seja feliz, não perca a oportunidade de praticar o bem entregue com afã
seus Caminhos ao Criador do Universo. Se você se sente judeu, e está disposto a seguir essa trilha com sinceridade; sim, você é Judeu. Não depende de um outro que foi nascido do Criador para decidir se você é ou não judeu; se você pode ou não ser judeu.
Caro Emerson, não sou judeu no sentido clássico de seu significado e do que depende para sê-lo. Na verdade me considero Judeu Agnóstico Humanista e pelos princípios que o Judaísmo Humanista defende. Sempre busco o conhecimento que tranquilize minha razão.
Hoje trilho por este caminho sem depender da chancela alheia para me considerar ou até mesmo abraçar a fé judaica.
Por isso amigo, aproveite este sentimento sem achar que é maior ou menor aos olhos de JWEH.
Shalom!
Sérgio,
CHAG SUCOT SAMEACH A NOSSA COMUNIDADE.
Shabat Shalom!